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Fundamentação Teórica

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Fundamentação teórica
Prof. Ma. Anne Morais
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Levantamento bibliográfico
Primeira coisa a ser feita é levantar a bibliografia pertinente à sua pesquisa, o que lhe permitirá conhecer melhor o seu tema.
Atenção: bibliografia é toda a literatura que se conseguiu levantar sobre determinado tema; já a expressão “referências bibliográficas” refere-se a tudo aquilo que efetivamente foi utilizado no trabalho. 
Vocês devem, sem seus projetos, dividir Bibliografia inicial de Referências bibliográficas.
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Biblioteca
Passe um dia na biblioteca. Leve o nome dos livros que você levantou em sua bibliografia inicial e procure-os 
Na biblioteca, você pode fazer um levantamento acerca de autores relacionados ao tema escolhido; ou, a partir do assunto geral de sua pesquisa, procurar bibliografia a respeito. 
Depois da pesquisa, com as obras em mãos, leia com atenção as referências da obra, sumário, introdução e as conclusões e veja se este livro servirá para o que você deseja. 
Caso seja importante para sua pesquisa, busque revistas científicas, de legislação e de jurisprudência. 
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A internet
Muito útil para localizar jurisprudência e legislação;
Pesquise bibliotecas que tenham acervo digital. A Biblioteca Nacional é uma delas. Em pesquisa avançada, busque o nome do autor já o relacionando ao tema em questão. Há tambéma plataforma Scielo para a busca de artigos científicos.
Procure artigos, teses e dissertações que envolvam o seu tema. 
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Fichamentos
1º: Todo texto a ser utilizado na pesquisa deve ser fichado, ou seja, você já deve abrir um arquivo no word para:
A) Fazer um fichamento de resumo, em que, com suas palavras, explica o que o autor disse. Lembre que você deve sempre citar a fonte das ideias e dos conceitos que utilizará em sua pesquisa;
Nesse momento, você já pode ir fazendo os seus comentários (marque em negrito) sobre o assunto, sobre o que foi lido, sobre a relação disso com outro livro, outras ideias já lidas.
B) Fazer, no mesmo arquivo, um fichamento de citação, em que cita exatamente as palavras do autor, já com o número da página.
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JAEGER, Werner. Paidéia: a formação do homem grego. Trad. Artur Parreira. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
 Paidéia: conceito de difícil definição e grande amplitude.
 Um verdadeiro estudioso e investigador deve olhar a unidade pensando no olhar do grego para aquela unidade e não com o seu olhar moderno. Este distanciamento é essencial.
 “Os antigos estavam convencidos de que a educação e a cultura não constituem uma arte formal ou uma teoria abstrata, distintas da estrutura histórica objetiva da vida espiritual de uma nação: para eles, tais valores concretizavam-se na literatura, que é a expressão real de toda cultura superior” (p.1)
 Assim, podemos entender que educação e cultura, para os gregos, se concretizavam na literatura, verdadeira expressão da cultura superior. Uma pessoa que dominasse a educação e a cultura dominaria a técnica para desenvolver a literatura, escrever, criar. O uso da palavra concretizar, ao meu ver, significa que a literatura é o produto da educação e d acultura desenvolvida no ser. 
 Segundo Jaeger, a educação é o princípio pelo qual o homem conserva e transmite sua peculiaridade física e espiritual. Ele diz “uma educação consciente pode até mudar a natureza física do Homem e suas qualidades, elevando-lhe a capacidade a um nível superior”. Já pensava assim Longino. O homem possui sua natureza, a partir do conhecimento da técnica ele pode desenvolvê-la e aprimorá-la. Jaeger continua “mas o espírito humano conduz progressivamente à descoberta de si próprio e cria, pelo conhecimento do mundo exterior e interior, formas melhores de existência humana” (p.3)
 Afinal, a formação está mais relacionada as experiências autônomas ou aquelas educativas de busca por cultura e técnica. A busca de Meister levou-o a perceber o seu mundo de outra maneira. A palavra formação no que tange ao gênero vai ter outro peso, outro significado daquela pensada pelos gregos, daquela dirigida à aquisição de cultura, de conhecimento?
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Revisão da literatura
Revisão da literatura consiste na síntese das informações já publicadas por vários autores sobre o tema.
A revisão da literatura não é a bibliografia, mas um comentário sobre a bibliografia existente.
Para o projeto, vocês devem buscar a bibliografia inicial que será utilizada em Mono II e fazer comentários sobre ela. 
Você deve expor/comentar rapidamente o posicionamento de cada autor/conceito/lei importante para a futura monografia.
Pergunta a ser respondida: O que já foi produzido de válido sobre o objeto de pesquisa?
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7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 
 Com a promulgação da Carta Magna de 1988, a nova ordem jurídico-politica brasileira passou a adotar o regime politico democrático, fundado no principio da soberania popular, conforme estabelece o artigo 1º, inciso I e paragrafo único da Constituição Federal, in verbis:
 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
 I – a soberania;
 (...)
 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
 Na dicção de José Afonso da Silva (SILVA, 2011: 144), o dispositivo supramencionado releva que o regime democrático brasileiro assume forma mista, sendo composto por elementos de democracia indireta ou representativa e por instrumentos de democracia direta. Trata-se, conforme afirmado por estudioso sobre o tema (NETO, 2005: 45), de modelo denominado democracia participativa ou semidireta, que integra à democracia representativa institutos de imediata participação popular na formação das decisões políticas.
 
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 O artigo 14, caput e incisos da Constituição Federal de 1988 confirma esta constatação, ao afirmar que o exercício da soberania popular se da pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, além do referendo, plebiscito e da iniciativa popular. A regulamentação constitucional deste ultimo instituto no âmbito da legislatura federal encontra-se prevista no artigo 61, § 2º da Carta Política brasileira, que confere aos cidadãos a faculdade de, reunidos, apresentarem à Câmara dos Deputados projeto de lei ordinária ou complementar, iniciando o processo legislativo. Eis a transcrição do dispositivo:
 Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
 (...)
 § 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
 Diante do rigorismo formal imposto ao exercício do direito de iniciativa popular,
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 diversos autores passaram a considera-la um instituto de difícil efetivação ou um instrumento praticamente inexequível, ao ponto de Ferreira Filho (FERREIRA FILHO, 1995: 203) atribuir-lhe a alcunha de instituto decorativo.
 Para que a critica do ilustre professor se confirme, todavia, não basta apenas que se apontem as barreiras procedimentais impostas a efetivação da iniciativa popular de lei. É preciso analisar o instituto em contraposição
às concepções de democracia direta e material que informam a noção de democracia participativa, qual ele se integra (BONAVIDES, 2008: 25).
 Democracia formal, nos ensinamentos de Celso Antônio Bandeira de Mello (MELLO, 2007: 2), é aquela que não tem capacidade de tornar efetivo o que foi formalmente instituído. Por raciocínio inverso, democracia material é aquela que realiza no plano concreto o que foiestabelecido pela Constituição. Assim, a democracia será formal ou material conforme se identifique a sua capacidade de efetivar os valores democráticos fundamentais que agasalha.
 Por outro lado, importante destacar que para Kelsen, a democracia deve ser encarada precipuamente como um processo capaz de criar a ordem social. Nesse ponto, a liberdade de autodeterminação política surge como um dos fatores principais do regime democrático: governo do povo, no qual este participa de forma direta ou indireta na formação da vontade do Estado (KELSEN, 2000: 142). Embora exalte a democracia como procedimento, o pensamento kelseneano aborda este regime político sob um aspecto material, pois tem na liberdade de autodeterminação o seu ponto central.
 Não há consenso, entretanto, sobre qual seria o conceito e os valores a serem perseguidos pela democracia. Na busca de uma solução para este problema é que se tem proposto ser esse um conceito histórico, dinâmico e não absoluto, a ser encarado de acordo com a realidade. Nesta esteira, José Afonso da Silva (SILVA, 2011: 134) entende como mais correta a definição de democracia proposta por Lincoln, no sentido de que esta é um governo do povo, pelo povo e para o povo.
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 Trata-se de conceito fundado na ideia de soberania popular. Assim, para que seja possível incluir a iniciativa popular prevista no artigo 61, § 2º da Constituição Federal de 1988 dentre os institutos reveladores de uma democracia material, ou deles exclui-la, há a necessidade de se identificar se a soberania popular é, no sistema constitucional brasileiro, um valor democrático a ser realizado em sua plenitude (BONAVIDES, 2008: 89).
 Para identificar-se a iniciativa popular de lei como manifestação de uma democracia material, caberia também designar o que é o povo e apontar de que forma ele atua nesse contexto de autogoverno, bem como os objetivos que se propõe a alcançar. Neste sentido, Bonavides (BONAVIDES, 2008: 34) sustenta que povo é o cidadão que busca superar a intermediação entre ele próprio e o efetivo exercício do poder.
 Deste modo, sendo um instituto inspirado no modelo de democracia direta, a iniciativa popular de lei deve revelar-se como um instrumento característico de uma democracia material, capaz de realizar em concreto o exercício do poder político que confere aos cidadãos. Os requisitos constitucionalmente impostos para que este instituto tenha ampla eficácia social, todavia, revelam-se como um obstáculo excessivo à sua efetivação, diante do que se confirma, ao menos a priori, a classificação da iniciativa popular como um instituto meramente decorativo.
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9. BIBLIOGRAFIA
 BONAVIDES, Paulo. “Teoria Constitucional da Democracia Participativa: por um direito constitucional de luta e resistência, por uma Nova Hermenêutica, por uma repolitização da legitimidade”. São Paulo: Malheiros, 2008.
 
 FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. “Do Processo Legislativo”. São Paulo: Editora Saraiva, 1995.
 
 KELSEN, Hans. “A Democracia”. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. “A Democracia e suas Dificuldades Contemporâneas”. Disponível em: http://www.direitodoestado.com.br/artigo/celso-antonio-bandeira-de-mello/a-democracia-e-suas-dificuldades-contemporaneas. Acessado em 07 de abril de 2014.
 NETO, José Duarte. “A Iniciativa Popular na Constituição Federal”. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005.
 RIBEIRO, Hélcio. “A Iniciativa Popular na Constituição de 1988”. Disponível em: http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/FDir/Artigos/helcioribeiro.pdf. Acessado em 07 de abril de 2014.
 SILVA, José Afonso da. “Curso de Direito Constitucional Positivo”. São Paulo: Malheiros, 2011.
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Apresentação oral
Resumo do projeto, desde a delimitação do tema até a fundamentação teórica; 
5 minutos para cada aluno;
Atenção à postura, à roupa utilizada, à oratória. 
O trabalho escrito deverá ser entregue no dia da apresentação oral, encadernado. 
Os projetos serão entregues na semana seguinte da A2.
Apresentações: 02/06
Entrega do projeto com a nota: 09/06

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