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Artigo O ENFERMEIRO ENQUANTO GESTOR DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Edicao 31 2952014 H161542 OENFERMEIROENQUANTOGESTORDOPROGRAMADESAÚDEDAFAMÍLIA

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O ENFERMEIRO ENQUANTO GESTOR DO PROGRAMA DE SAÚDE 
DA FAMÍLIA 
 
THE NURSE AS A FAMILY HEALTH PROGRAM MANAGER 
 
 
 
 COELHO, Eloíde Neves1 
 MARTINS, Alessandro2 
 BARROS, Marcela Milrea Araújo3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 Graduada em Enfermagem pela Faculdade Interamericana de Porto Velho – UNIRON, Porto Velho, 
RO. Email: nalanda21@hotmail.com 
2
 Graduado em Enfermagem pela Faculdade Interamericana de Porto Velho – UNIRON, Porto Velho, 
RO. Email: marttins_ro@hotmail.com 
3
 Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Docente Faculdade Interamericana de 
Porto Velho – UNIRON, RO. End: Rua José Vieira Caúla n.º 5301, Res. Marina Casa 10, Fone: 69 
84057965. Email: .mmilrea@hotmail.com 
 
 
RESUMO 
Este estudo tem por objetivo abordar a discussão que retrata o profissional de 
enfermagem que atua como gestor no Programa de Saúde da Família. Trata-se de 
uma metodologia descritiva exploratória, do tipo Revisão de Literatura. Para tanto, 
utilizou-se de um levantamento bibliográfico baseado na literatura técnico científica 
pertinente, nas bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), 
Bibli (BVS), Google acadêmico, artigos publicados de 2002 à 
2013. O papel gerencial desenvolvido pelo profissional enfermeiro enquanto gestor 
do Programa de Saúde da Família não é algo novo, todavia sua atuação não se 
limita ao processo assistência, mas sim, requer que seu trabalho ultrapasse as 
barreiras da saúde e envolva as demais políticas públicas tornando as parte de um 
processo, onde não se fragmenta o individuo, mas o assiste de forma integral e no 
seio de sua comunidade, permitindo destacar o papel do enfermeiro como peça 
chave deste processo. A enfermagem uma profissão de significativo contingente 
profissional que atua em diversos setores, desenvolvendo as mais variadas 
estratégicas para alcance e resolutividade das problemáticas de saúde, sendo sua 
atuação no contexto da atenção básica a gestão das políticas do Programa de 
Saúde da Família que por sua vez geralmente ocorre de forma silenciosa, não 
transparecendo aos usuários e a sociedade o papel que realmente desenvolvem 
esses profissionais bem como seu potencial relevante à implantação, manutenção e 
desenvolvimento das políticas públicas de saúde como atividade fim da atenção 
primária. 
 
 
Palavras-chaves: Enfermeiro. Planejamento. Gestão. Atenção Básica 
 
 
ABSTRACT 
This study aims to address the argument that portrays the nursing professional who 
acts as the manager of the Family Health Program. This is a descriptive exploratory 
methodology, the type Literature Review. Therefore, we used a literature survey 
based on relevant scientific and technical literature in databases: Scientific Electronic 
Library Online (SciELO), Virtual Health Library (VHL), Google Scholar, published 
articles 2002 to 2013. The managerial role developed by the professional nurse as 
manager of the Family Health Program is not new, but its performance is not limited 
to the care process, but requires that their work goes beyond the barriers of health 
and other public policies involves making part of a process where the individual does 
not shatter, but assists in full and within their community, allowing highlight the role of 
the nurse as a key part of this process. Nursing a profession of significant contingent 
professional who operates in various sectors, developing various strategies to reach 
and solving the problems of health, and their performance in the context of primary 
care management policies of the Family Health Program which in turn usually occurs 
silently, not transpiring users and society the role that actually develop these 
professionals and their potential relevance to the implementation, maintenance and 
development of public health policies as a core activity in primary care. 
 
Keywords: Nurse. Planning. Management. Primary Care. 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇAO 
No Programa de Saúde da Família a atuação do enfermeiro é atividade fim 
ao alcance dos objetivos esperados na execução das estratégias do programa de 
saúde da família, sendo com isso reconhecido por sua atuação gerencial junto à 
equipe de saúde, atuação esta considerada imprescindível, há um melhor 
desempenho das ações com a garantia de sua atuação. Todavia muito de seu 
potencial ainda precisa ser evidenciado para um melhor aproveitamento da força de 
trabalho desta categoria, que por sua vez irá refletir na melhoria da qualidade da 
assistência prestada por esses profissionais junto aos serviços de saúde. 
O Ministério da Saúde (2011) sugere que o enfermeiro para desenvolver 
êxito em suas ações deve utilizar o planejamento estratégico como ferramenta de 
trabalho, servindo de base norteadora ao processo decisório, ampliando as 
perspectivas do saber técnico, resultando em maior governabilidade ao processo 
decisório. 
O Conselho Nacional de Educação estabelece que a função gerencial no 
trabalho do enfermeiro é definida nas Diretrizes Curriculares Nacionais como uma 
ferramenta indispensável que o auxilia no seu cotidiano e nas expectativas do 
mercado de trabalho, principalmente dentro da perspectiva de consolidação do SUS 
(BRASIL, 2011). 
Bezerra (2000) afirma que o trabalho de enfermagem, subdivide-se ainda em 
vários processos tais como: cuidar/assistir, administrar/gerenciar, pesquisar e 
ensinar, sendo o cuidar e o gerenciar os processos mais evidenciados no trabalho 
do enfermeiro. 
As funções gerenciais apontadas como responsabilidade do enfermeiro, 
permitem compreender com m z q “g n ” é m f m n 
p ss b h “ ” q p ss m f n g nçã à s 
(NASCIMENTO, 2006). 
Como se pode perceber, o enfermeiro não se separa da atuação gerencial, 
atuação que por sua vez é evidencia quando encontramos este profissional a frente 
do Programa de Saúde da Família, desenvolvendo ações educativas para enfrentar 
os problemas de saúde encontrados na comunidade. Seu trabalho consiste numa 
relação de amizade e compreensão com a família assistida, buscando integrar 
4 
 
valores culturais e dificuldades financeiras a um estado de saúde que compreende 
bem-estar físico, mental e social (FELLI, 2005). 
Cabe salientar que conhecendo e analisando as competências gerenciais do 
enfermeiro no Programa de Saúde da Família, torna-se possível oferta de subsídios 
para o êxito do programa, uma vez que a enfermagem é uma parcela do trabalho em 
saúde, cabendo ao enfermeiro às atividades de supervisão, treinamento, controle e 
coordenação da equipe de enfermagem, o que caracteriza um trabalho 
predominantemente de cunho gerencial. 
O Ministério da Saúde (2009) estabelece que dentre as atribuições do 
enfermeiro na Estratégia Saúde da Família do Programa de Saúde da Família é: 
planejar, gerenciar, coordenar e avaliar [...] as reais necessidades da população. 
Neste sentido, este estudo tem por objetivo evidenciar as atribuições do 
enfermeiro enquanto Gestor do Programa de Saúde da Família por meio de Revisão 
de Literatura. 
 
2 MATERIAIS E MÉTODOS 
Trata-se de estudo na modalidade de revisão de literária que evidencia 
através da produção cientifica um referencial bibliográfico, capaz de oportunizar 
análise ampla dos problemas metodológicos que possibilitem através do processo 
de inclusão e exclusão discutindo o empirismo o qual não poderá ser preterido aos 
conceitos da produção cientifica (SOUZA et al., 2010). 
Os critérios de inclusão definidos para a seleçãodos artigos foram: artigos 
publicados em português, artigos na íntegra que retratassem a temática referente ao 
estudo e artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados da última 
década. Foram inclusos os artigos das seguintes bases de dados online: Scientific 
Electronic Library Online - SCIELO, Revista Brasileira de Enfermagem - REBEN, 
Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde - LILACS, Base de 
Dados de Enfermagem – BDENF, Biblioteca Regional de Medicina - BIREME e 
Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste - REVRENE. 
Iniciar uma pesquisa é sempre preocupante, pois, a dúvida em certos 
momentos acaba por consumir o pesquisador, mas, autores como (QUIVY & 
CAMPENHOUDT, 1995, p.10), pensando em trazer acalanto ao pesquisador 
afirmam que, é preferível escolher o caminho mais simples e mais curto para chegar 
ao melhor resultado. Isso implica que não devemos nos engajar em um trabalho 
5 
 
importante sem antes termos refletido sobre o que queremos saber e de que forma 
devemos proceder. Descongestionar o cérebro de números e palavras é o primeiro 
passo para começar a pensar de forma ordenada e criativa. 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Programa de Saúde da Família – PSF 
De acordo com o Ministério da Saúde (2011) a origem do Programa Saúde 
da Família ou PSF no Brasil, conhecido hoje como "Estratégia da Saúde da Família", 
por não se tratar mais apenas de um "programa", teve início, em 1994 como um dos 
programas propostos pelo governo federal aos municípios para implementar a 
atenção primária. 
A Estratégia de Saúde da Família visa à reversão do modelo assistencial 
vigente, onde predomina o atendimento emergencial ao doente, na maioria das 
vezes em grandes hospitais. A família passa a ser o objeto de atenção, no ambiente 
em que vive, permitindo uma compreensão ampliada do processo saúde/doença. O 
programa inclui ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação 
de doenças e agravos mais frequentes (MANDELLI, 1987). 
Na reorganização dos serviços de saúde, a estratégia da saúde da família 
vai ao encontro dos debates e análises referentes ao processo de mudança do 
paradigma que orienta o modelo de atenção à saúde vigente e que vem sendo 
enfrentada, desde a década de 1970, pelo conjunto de atores e sujeitos sociais 
comprometidos com um novo modelo que valorize as ações de promoção e proteção 
da saúde, prevenção das doenças e atenção integral às pessoas (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2011). 
Estes pressupostos, tidos como capazes de produzir um impacto positivo na 
orientação do novo modelo e na superação do anterior, calcado na supervalorização 
das práticas da assistência curativa, especializada e hospitalar, e que induz ao 
excesso de procedimentos tecnológicos e medicamentosos e, sobretudo, na 
fragmentação do cuidado, encontra, em relação aos recursos humanos para o 
Sistema Único de Saúde (SUS), outro desafio. Tema também recorrente nos 
debates sobre a reforma sanitária brasileira, verifica-se que, ao longo do tempo, tem 
sido unânime o reconhecimento acerca da importância de se criar um "novo modo 
de fazer saúde" (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). 
6 
 
No Brasil a origem do PSF remonta criação do Programa de Agentes 
Comunitários de Saúde (PACS) em 1991, como parte do processo de reforma do 
setor da saúde, desde a Constituição, com intenção de aumentar a acessibilidade ao 
sistema de saúde e incrementar as ações de prevenção e promoção da saúde. Em 
1994 o Ministério da Saúde, lançou o PSF como política nacional de atenção básica, 
com caráter organizativo e substitutivo, fazendo frente ao modelo tradicional de 
assistência primária baseada em profissionais médicos especialistas focais (BRASIL, 
2009). 
Percebendo a expansão do Programa Saúde da Família que se 
consolidou como estratégia prioritária para a reorganização 
da Atenção Básica no Brasil, o governo emitiu a Portaria Nº 648, 
de 28 de Março de 2006, onde ficava estabelecido que o PSF fosse à 
estratégia prioritária do Ministério da Saúde para organizar a Atenção 
Básica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o 
acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade, 
reafirmando os princípios básicos do SUS: universalização, 
equidade, descentralização, integralidade e participação da 
comunidade mediante o cadastramento e a vinculação dos usuários 
(MANDELLI, 1987,p 57). 
 
 Em 2011 a portaria GM Nº2. 488/2011 revogou a portaria GM Nº 648/2006 e 
demais disposições em contrário ao estabelecer a revisão de diretrizes e normas 
para a organização da Atenção Básica e aprovar a Política Nacional de Atenção 
Básica para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e para o Programa de Agentes 
Comunitários de Saúde (PACS). Como consequência de um processo de 
hospitalização e humanização do Sistema Único de Saúde, o programa tem como 
ponto positivo a valorização dos aspectos que influenciam a saúde das pessoas fora 
do ambiente hospitalar (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). 
Diversos modelos de saúde existiram no Brasil em diferentes momentos da 
história. No setor privado, foram desenvolvidos planos previdenciários, que 
asseguravam aos contribuintes alguns benefícios como cuidados médicos, 
hospitalares e farmacêuticos. 
Este fato priorizava uma pequena parcela da população, sendo que a 
maioria não possuía acesso aos serviços de saúde. Até meados da década de 80, 
por exemplo, predominava o modelo de medicina voltado para a assistência à 
doença em seus aspectos individuais e biológicos, centrado no hospital, mas que 
nem sempre atendia às reais necessidades de saúde das pessoas (FELLI, 2005). 
7 
 
O desejo de mudança surgiu a partir da Reforma Sanitária, movimento 
populacional para melhora da situação existente. Diante desses anseios culminou a 
8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, que ressaltou a importância de um 
novo modelo de assistência que garantisse saúde como direito de todos (BRASIL, 
2011). 
A partir desse princípio foi idealizado o Sistema Único de Saúde, com o 
propósito de atender ao sujeito em sua integralidade e reduzir os agravos aos 
mesmos. Associado a essa nova estrutura de saúde, o Ministério da Saúde (MS) 
institui em 1994, o Programa Saúde da Família (PSF), uma nova estratégia 
assistencial, que prioriza os cuidados primários, por meio das primícias de 
promoção, prevenção, proteção e recuperação de agravos, cujo enfoque de atenção 
é na família (BRASIL, 2009). 
Para o Departamento de Atenção Básica, a proposta de atenção à família é 
constituída mediante a implantação de equipes multiprofissionais, sendo o 
enfermeiro membro coordenador, o qual assume responsabilidades e organiza 
atividades em um território delimitado, a Unidade Saúde da Família (USF), com o 
propósito de identificar problemas e, consequentemente, alcançar resolubilidade às 
necessidades da população. 
Esta concepção substitui o modelo de caráter exclusivamente centrado na 
prática curativa e enfoca a prevenção, a qual ressalta a importância de atividades 
educativas por meio de ações diversificadas diretamente com as famílias e a 
comunidade. A USF é um espaço apropriado para desenvolver os eixos norteadores 
da saúde primária e propor incentivo educacional à população. 
A Lei n° 7498 de 25 de junho de 1986 que regulamenta o exercício da 
enfermagem no Brasil, é clara e garante os direitos de todos que compõem a classe 
de enfermagem (Art. 01). São pontos mais relevantes para a prática da enfermagem 
no PSF: a Consulta de Enfermagem, feita pelo enfermeiro em toda a sua 
complexidade de execução (Art. 11, alínea i); a prescrição de medicamentos desde 
que sejam estabelecidos em programas de Saúde Pública eem rotina aprovada pela 
instituição de saúde (Art. 11, alínea c); o exercício de enfermagem por profissionais 
de nível técnico e elementar, vinculado à supervisão do enfermeiro (Art. 15) 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). 
Em 12 de julho de 1973 foram criados os Conselhos Regionais e Federal de 
Enfermagem pela Lei nº 5905/ 73. O Conselho Federal de Enfermagem - COFEn e 
8 
 
os Conselhos Regionais de Enfermagem são autarquias (órgãos independentes, 
ligados ao poder executivo do Governo) disciplinadores do exercício da profissão de 
enfermagem e demais categorias da enfermagem (art. 2º) (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2009). 
 
Promoção em saúde 
A Promoção da Saúde além de ser uma estratégia de produção de saúde, é 
um modo de pensar e operar que impreterivelmente deverá ser articulado com as 
demais políticas públicas e tecnologias acessíveis, pois, só assim será possível 
definir quais as reais determinações sociais em saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2009). 
A população (coletivo e individuo) tem constitucionalmente a garantia de não 
ser exposta a riscos tampouco ser vulnerável, caso não tenha o Estado à 
capacidade de suportar a demanda x demanda através de seus serviços prestados 
por suas figuras representativas, ou seja, seus funcionários, os quais não poderão 
sobrepor suas necessidades enquanto representantes do Estado às necessidades 
da população a ser assistida, necessidades como, por exemplo, a insatisfação dada 
pela falta de condições de desempenharem seu trabalho com eficiência, eficácia e 
efetividade (RUDIO, 1998). 
Além disso, o bom relacionamento entre os membros da equipe é e fator 
fundamental para que haja consonância e continuidade da e na execução de 
prestação dos serviços desde a porta de entrada. Sendo imprescindível desenvolver 
e prever a efetiva participação da comunidade assistida, pois, é inegável sua 
participação na construção de um processo assistencial que contemple as 
necessidades e especificidade de cada localidade, logo, a gestão participativa é fator 
indispensável a este processo (SILVA, 2001). 
 
O profissional enfermeiro e PSF 
Os profissionais envolvidos no cumprimento destas ações devem possuir 
competências técnicas e políticas, que os tornem resolutivos às necessidades dos 
programas e à realidade da comunidade a qual estão desenvolvendo o seu trabalho, 
neste contexto, o enfermeiro, através de sua qualificação profissional, contribui para 
a melhoria do atendimento, viabilizando a assistência prestada e diminuindo todas 
as causas que comprometem a qualidade e a agilidade dos serviços oferecidos. 
9 
 
Nascimento (2006) afirma que o enfermeiro para atuar junto às famílias 
precisa ser generalista, capaz de desenvolver estratégias, diante das diversas 
situações. A enfermagem é uma profissão desenvolvida através dos séculos, em 
estreita relação com a história da civilização. Sua assistência era prestada em bases 
empíricas, não exigindo qualquer nível de escolaridade para o exercício das funções 
de enfermeiro, sua prática era desenvolvida por voluntários, escravos e religiosos 
que faziam também a supervisão das atividades de enfermagem. 
O enfermeiro, como coordenador da Estratégia de Saúde da Família, tem 
grande responsabilidade para que ocorram mudanças no perfil de saúde da 
população. Para uma melhor resolução das ações destes profissionais, foi 
estabelecido pelo Guia Prático do Programa de Saúde da Família como atribuições 
do enfermeiro assistência e educação integral em todas as fases do ciclo da vida, 
com a criança, adolescente, mulher, adulto e idoso, através do planejamento, 
gerenciamento, coordenação, execução e avaliação, tanto na unidade quanto no 
domicílio (BRASIL, 2011). 
A educação em saúde nas últimas décadas apresenta um crescente 
desenvolvimento das reflexões teóricas e metodológicas. O profissional da área de 
enfermagem através de sua formação faculta ações prioritárias para redução de 
danos à saúde da sociedade. Assim, aderir práticas educativas na capacitação da 
equipe, enquanto educação continuada e da comunidade na educação permanente, 
torna-se essencial para consolidar o propósito do programa (FELLI, 2005). 
Para isto, a ação educativa desenvolvida no PSF deve propiciar uma 
articulação de vários saberes com o objetivo de qualificar a assistência diante dos 
anseios da sociedade. Em relação à enfermagem, essa ação é um elemento 
constitutivo do processo de trabalho, ainda que sejam campos de conhecimentos e 
práticas independentes, educação e saúde estão profundamente interligados 
(BARBOSA, 2004). 
A comunicação enfermeiro-paciente deve estabelecer relações interpessoais 
efetivas, que visem acolher os envolvidos dentro das possibilidades de articulações 
da equipe, ensinando-os medidas de saúde e mantendo um ambiente seguro. 
Em conformidade aos princípios estabelecidos pelo SUS, em especial o da 
integralidade, a educação em saúde coloca-se como tema relevante para as práticas 
desenvolvidas pelo profissional enfermeiro no PSF, pois propicia o 
autoconhecimento do indivíduo como ator social capaz de interagir e intervir em 
10 
 
suas necessidades mais abrangentes. Essa prática influi direta e indiretamente na 
adoção de novos hábitos condicionantes para uma melhor qualidade de vida, e 
reduz os riscos e os agravos à saúde (NASCIMENTO, 2006). 
O conhecimento é um indicador de competências que ajuda a lidar com o 
paradoxo da fortaleza e da flexibilidade. Quanto mais conhecimento o profissional 
apresenta, mais forte e ao mesmo tempo flexível se apresentará para enfrentar as 
mudanças e rupturas que podem surgir no dia–a-dia (RUTHES, 2008). 
Os profissionais de saúde têm seu campo de ação e conhecimento 
específicos, mas todos devem considerar o paciente no seu contexto biopsicossocial 
As competências profissionais, e o advento tecnológico têm ofertado a 
enfermagem, não tão somente nos programas curativos, profiláticos, preventivos e 
práticas sociais, mas também administrativos, uma vez que os avanços tecnológicos 
trouxeram maiores incumbências e responsabilidades administrativas (RUTHES 
2007). 
A capacitação compreende o treinamento introdutório para o trabalho com 
orientações que proporcionam a integração entre os membros da equipe e 
organização do trabalho, ou seja, a coesão, coerência e a cumplicidade da equipe 
na busca de solucionar/dar respostas às necessidades dos usuários (MARTINS, 
2006). 
Para Silva (2001) o trabalho de enfermagem tem a função de prestar 
assistência ao indivíduo sadio, ou doente, família e comunidade, desempenhando 
atividades para promoção, manutenção e recuperação da saúde [...] 
O enfermeiro, que atua no PSF, tem papel imprescindível junto à equipe, 
pois, a ele cabem todas as atividades de supervisão, treinamento, controle da 
equipe, e também atividades competentes à prática gerencial. Portanto, torna-se 
indispensável esclarecer o perfil gerencial do profissional de enfermagem dentro 
desta estratégia de atendimento à família, pois, nota-se uma deficiência no perfil 
gerencial de profissionais que atuam na Estratégia de Saúde da Família (ESF), e 
sabe-se que através do bom gerenciamento que o enfermeiro detém sobre sua 
equipe, consequentemente resultará em serviços e assistências de melhor qualidade 
a toda população de sua área de abrangência (BENITO E BECKER, 2007) 
As atribuições do enfermeiro no PSF são importantes para o 
desenvolvimento da equipe, pois, ele é responsável pelo gerenciamento dos 
trabalhos realizados na unidade de saúde. Ele coordena e supervisiona o trabalho 
11 
 
dos Agentes Comunitários de Saúde, bem como de toda a equipe de enfermagem, 
assim como materiais e insumos. 
Uma de suas atribuiçõesé incentivar o trabalho coletivo, visando à 
efetivação de um trabalho em equipe, para atingir uma alta produtividade e um nível 
de serviço de saúde de grande qualidade, tornando-se satisfatórios aos usuários. O 
profissional enfermeiro que integra o PSF tem como desafio, ser um agente de 
mudanças, coordenando a equipe e fazendo da mesma, instrumento de ações 
assertivas e resolutivas (ROCHA et al., 2009). 
 
 O Enfermeiro e suas atribuições gerenciais no PSF 
Este profissional desenvolve seu trabalho em dois campos: na Unidade 
Básica de Saúde e na comunidade, apoiando e supervisionando o trabalho do 
agente comunitário de saúde e do auxiliar de enfermagem, bem como assistindo às 
pessoas que necessitam do atendimento de enfermagem a domicílio. 
O enfermeiro desenvolve atividades variadas, dependendo do cargo que 
ocupa, mas, em todos eles, em maior ou menor complexidade, desenvolve 
atividades de aperfeiçoamento do pessoal e manutenção das condições para 
prestação de um atendimento eficiente (BRASIL, 2009). 
A falta de protocolo que descreva as rotinas e as atribuições de cada 
profissional nas instituições gera uma ansiedade neste profissional. Cada instituição 
deveria ter o seu protocolo de funcionamento, o que facilitaria, para o enfermeiro 
executar suas funções, que é um direito do profissional, sem ultrapassar os limites 
da sua competência (NASCIMENTO, 2006). 
Segundo Benito (2007) a enfermagem é ciência, é razão, é sensibilidade. Já 
é tempo deste profissional ser visto sob este olhar. O enfermeiro quer dar, ao país, a 
contribuição a qual está capacitado. Para que isto ocorra, é necessário o apoio dos 
nossos governantes. 
Os diferentes estilos de gestão das equipes de saúde da família podem 
gerar conflitos entre seus membros coordenadores, sua equipe, a comunidade e o 
usuário, ou seja, de recursos humanos, se caracterizando indispensável quanto se 
trata da administração do trabalho das pessoas (BEZERRA, 2000) 
Araújo (2005) reafirma que o enfermeiro tem avançado no controle das suas 
atividades previstas tanto no Regulamento do Exercício Profissional como pelo 
Ministério da Saúde, apesar das reações surgidas por parte do médico. Atividades 
12 
 
de planejamento, organização, execução e avaliação das ações, consulta de 
enfermagem, exame físico, diagnóstico de enfermagem, prescrição, são 
efetivamente atribuições que o enfermeiro vem assumindo no PSF. 
Martins (2006) afirma que é fundamental que o profissional atuante seja ágil 
em decisões, criativo, inovador, capaz de agregar valor econômico e social a suas 
ações, somado ao potencial para resolução de problemas e a preocupação 
constante de se manter atualizado para acompanhar as inovações. 
 Para Barbosa (2004) a enfermagem tem reafirmado o profissional 
enfermeiro como profissional através da gestão, pela relevância de seus serviços ao 
processo de saúde, sendo figura indissolúvel ao processo de gestão dos serviços e 
programas de saúde, demonstrando sua capacidade em implantar, manter e 
desenvolver as políticas de saúde em sua totalidade de ações. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O longo processo trilhado pela enfermagem para que fosse reconhecida como 
profissão perante a República brasileira tem seu marco histórico ainda no período 
colonial e desde então se vê os avanços e os desafios enfrentados para sua 
consolidação, reconhecimento e efetivação como uma profissão de saúde que tem 
seu foco o individuo e não sua doença. Anna Nery para o Brasil foi como Florence 
Nightingale para o mundo como defensora da enfermagem. 
Desde então, a enfermagem têm passado por processos evolutivos quem 
buscam a excelência nos campos de atuação profissional, requerendo cada vez 
mais do profissional enfermeiro habilidades imprescindíveis a efetivação da política 
pública de saúde voltada as necessidades individual, contudo, sem que haja a 
inércia quanto à assistência coletiva, ou seja, uma árdua missão para que ocorra o 
equilíbrio para a efetivação de sua atuação profissional. 
 Atuação a qual rompe com modelos tradicionais de assistência em saúde, 
abandonando modelos hoje não usuais para alcançar o usuário da política pública 
de saúde, considerando-o como individuo a ser assistido não apenas no espaço 
físico da Unidade Hospitalar, mas no seio de sua comunidade. 
Assistência a qual requereu ação direta e efetivação de novos modelos 
assistencial de saúde com métodos específicos e este novo modelo, onde o 
individuo recebe a assistência em seu território através de uma rede de serviços que 
o integram e não que o exclua. 
13 
 
Diversos foram os vários debates e maiores ainda os embates para que se 
formatasse um modelo capaz de ofertar tal assistência de forma que trouxesse a 
eficiência, eficácia e a efetividades dos serviços. Surgindo assim,o Programa Saúde 
da Família (PSF) como estratégia de atenção em saúde capaz de implementar, as 
diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS, como forma de reorientar a pratica 
assistencial cuja as ações se pauta na atenção básica. 
Esse novo modelo de reorganização da assistência oportunizou 
principalmente ao profissional enfermeiro evidenciar sua participação frente as 
ações do PSF, cabendo a ele a responsabilidade fim de atuar como gestor das 
estratégias executadas pela equipe de saúde da família, papel distinto o qual não 
deve ser confundido como gerente da unidade de saúde. 
Diante o sobredito, não há como o profissional enfermeiro desenvolver, 
implementar e executar as estratégias que integram o Programa de Saúde da 
Família sem que este esteja investido da atuação gerencial para que se efetive as 
ações de promoção e prevenção em saúde preconizados pelo Programa. 
 
 
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