Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LICENCIATURA EM HISTÓRIA PRÁTICA DE ENSINO: INTRUDUÇÃO A DOCÊNCIA (PE: ID) POSTAGEM 2 – ATIVIDADE 2 REFLEXÕES REFERENTE AO TEXTO GAIOLAS E ASAS Alunos (as): Rosângela Lira Di Leo RA 1708551 POLO FERRAZ DE VASCONCELOS 2017 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3 2. TEXTO SELECIONADO: GAIOLAS E ASAS .................................................. 3 3. REFLEXÕES REFERENTES AO TEXTO GAIOLAS E ASAS ........................ 6 3.1 Questões a serem abordadas ................................................................ 6 3.2 Ferramentas e ou brinquedos ................................................................ 6 3.3 Onde e como são usadas as ferramentas e ou brinquedos? ................. 7 3.4 Escolas asas e gaiolas quais os limites? ............................................... 8 3.5 Podemos ter alunos e professores asas dentro das escolas gaiolas? ... 9 4. CONCLUSÃO ................................................................................................. 10 5. Referência Bibliográfica ............................................................................... 10 3 1. Introdução Através da reflexão sobre o texto Gaiolas ou Asas, A arte do voo ou a busca da alegria de aprender de Rubem Alves, faremos uma abordagem sobre alguns questionamentos inerentes a formação educacional em torno do estímulo à liberdade de pensamento introduzida aos alunos, tendo o professor como facilitador deste processo, objetivando descortinar ao aluno suas vicissitudes através da educação. Sugestionando, um modelo de educação que preze o desenvolvimento individual do aluno, para que a escola seja eficazmente mais atenta às necedades de elucidação das possibilidades, expectativas e probabilidades de conquistas, não sendo mero instrumento de repasse de informações. Enfatizando a importância do comportamento do professor para o aprimoramento e evolução do aluno, da instituição educacional e por fim da própria sociedade. Objetivo deste texto e demonstrar a necessidade do comprometimento das Instituições educacionais e dos professores em formar alunos não apenas com conhecimento catedrático, mas com autonomia para a sua devida integração na vida em sociedade. 2. TEXTO SELECIONADO: GAIOLAS E ASAS Os pensamentos me chegam de forma inesperada, sob a forma de aforismos. Fico feliz porque sei que Lichtenberg, William Blake e Nietzsche frequentemente eram também atacados por eles. Digo “atacados” porque eles surgem repentinamente, sem preparo, com a força de um raio. Aforismos são visões: fazem ver, sem explicar. Pois, ontem, de repente, este aforismo me atacou: “Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas”. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado. Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri, conversando com professoras de segundo grau, em escolas de periferia. O que elas contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças… E elas, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que a burocracia determina que sejam feitas, dar o programa, fazer avaliações… Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra — e as domadoras com seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres… Sentir alegria ao sair da casa para ir à escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O seu sonho é livrarem-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que as fecha junto com os tigres. Nos tempos da minha infância, eu tinha um prazer cruel: pegar passarinhos. Fazia minhas próprias arapucas, punha fubá dentro e ficava escondido, esperando… O pobre passarinho vinha, atraído pelo fubá. Ia comendo, entrava na arapuca, pisava no poleiro — e era uma vez um passarinho voante. Cuidadosamente, eu enfiava a mão na arapuca, pegava o passarinho e o colocava dentro de uma gaiola. O pássaro se lançava furiosamente contra os arames, batia as asas, crispava as garras, enfiava o bico entre os vãos, na inútil tentativa de ganhar de novo o espaço, ficava ensanguentado… Sempre me lembro, com tristeza, da minha crueldade infantil. Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes de periferia? Ou serão as escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas? Falaram-me sobre a necessidade das escolas, dizendo que os adolescentes de periferia precisam ser educados para melhorar de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, é preciso que todos tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas eu pergunto: Nossas escolas estão dando uma boa educação? O que é uma boa educação? O que os burocratas pressupõem sem pensar é que os alunos ganham uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E, para se testar a 5 qualidade da educação, criam-se mecanismos, provas, avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da Educação. Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma boa educação? Você sabe o que é “dígrafo”? E os usos da partícula “se”? E o nome das enzimas que entram na digestão? E o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas, /de um povo heroico, o brado retumbante”? Qual a utilidade da palavra “mesóclise”? Pobres professoras, também engaioladas… São obrigadas a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil. Isso é hábito velho das escolas. Bruno Bettelheim relata sua experiência com as escolas: “Fui forçado (!) a estudar o que os professores haviam decidido que eu deveria aprender — e aprender à sua maneira…” O sujeito da educação é o corpo, porque é nele que está a vida. É o corpo que quer aprender para poder viver. É ele que dá as ordens. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era “ferramenta” e “brinquedo” do corpo. Nisso, resume-se o programa educacional do corpo: aprender “ferramentas”, aprender “brinquedos”. “Ferramentas” são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. “Brinquedos” são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma. No momento em que escrevo, estou ouvindo o coral da Nona Sinfonia. Não é ferramenta. Não serve para nada. Mas enche a minha alma de felicidade. Nestas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo de educação. Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramentas me permitem voar pelos caminhos do mundo. Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma. Quem está aprendendo ferramentas e brinquedos está aprendendo liberdade, não fica violento. Fica alegre, vendo as asas crescerem… Assim, todo professor,ao ensinar, teria que perguntar: “Isso que vou ensinar é ferramenta? É brinquedo?”. Se não for, é melhor deixar de lado. As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses dados não me dizem nada. Não me dizem se são gaiolas ou asas. Mas eu sei que há professores que amam o voo dos seus alunos. Há esperança… 3. REFLEXÕES REFERENTES AO TEXTO GAIOLAS E ASAS 3.1 Questões a serem abordadas Falando-se de instituição educacional e seus agentes, como orientadores educacionais que são, visam o compromisso de instrumentar o aluno para o seu desenvolvimento social e profissional, pode-se destacar algumas instituições que de forma positiva e proativa buscam despertar em seus alunos questionamentos importantes, para que possam estabelecer metas de desenvolvimento, dentre outras podemos citar as seguintes perguntas: • O que farão ao término do curso? • Se irão fazer curso profissionalizante? • Se ingressariam numa faculdade? • Pretende ser funcionário ou empreendedor? Correlativo às questões a serem levantadas pelos alunos, há de se perguntar às Instituições Educacionais e aos seus agentes dentre outras, se o seu trabalho visa despertar e encorajar esses questionamentos em seus alunos? O encorajamento é fator determinante na tênue distância entre as oportunidades e as realizações, é também neste ponto que se defere a educação que se dá asas ao invés de gaiolas, e sem deixar de ser asas mesmo estando dentro de gaiolas, acrescentando também que além da instituição e dos agentes educacionais devemos destacar a importância do papel familiar, que em alguns casos pode se portar como gaiolas, e assim é mais um obstáculo a ser trasposto na formação das indispensáveis asas. 3.2 Ferramentas e ou brinquedos. O texto Gaiolas ou Asas de Rubens Alves, nos convida a analisar a importância do papel da Instituição e de seus agentes educacionais como formadores de 7 educandos conscientes de seu papel na sociedade e de sua individualidade, bem como a necessidade de buscar o seu desenvolvimento pessoal através da sua capacidade de pensar, decidir e agir por si próprio, através dos instrumentos obtidos na educação, que os levam a alcançarem elevados patamares de desenvolvimento, devido aos esclarecimentos e incentivos recebidos. Para que essa situação ocorra efetivamente, é necessário um olhar crítico sobre as reais necessidades de professores e alunos no ambiente escolar, atendo-se aos esforços mútuos, devido às barreiras que tornam o aluno inacessível ao professor, barreiras estas chamadas pelo autor de as grades da gaiola que ao mesmo tempo delimitam o espaço de atuação do professor e a capacidade de absorver do aluno. Uma má educação, má direcionada pode causar consequências drásticas, e algumas vezes danos irreparáveis na vida póstera do aluno, o contrário também é verdadeiro, causando-lhes bom desenvolvimento na vida. Cabe ao professor facilitar o acesso a “Ferramentas”, conhecimentos necessários para solução dos problemas do dia a dia, e aos “Brinquedos” que apesar de não terem utilidade como ferramentas, contudo dão alegria à alma e auxilia na liberdade de escolhas individuais. 3.3 Onde e como são usadas as ferramentas e ou brinquedos? “A resiliência pode ser considerada como uma combinação de fatores que ajudam os seres humanos a enfrentar e superar os problemas e adversidades da vida.” – (MORAES, M. C. L. de; RABINOVICH, E. P.) Resiliência, é uma capacidade exigida muito cedo na vida em sociedade, na mais tenra idade a criança terá que conviver com situações adversas visto que são rapidamente integradas aos berçários, creches ou cuidadores, para que seus pais possam trabalhar, ou algumas vezes por escolha dos pais para que a criança tenha contato com outras crianças dando início a vida social e educacional. A vida em sociedade exige de nós a resiliência, a criança muito cedo terá que aprender a conviver com as situações que vão exigir delas uma atitude diante dos fatos da vida, hoje muito cedo elas estão sendo enviadas para um convívio longe da família, e assim já vão conhecer a sua primeira vez em lidar com o inesperado e amedrontador mundo longe dos pais. A escola hoje mais do que nunca, diante da importância do seu papel como Instituição Educacional deveria objetivar que seus alunos encontrassem os meios e as ferramentas para acessarem de forma eficiente o uso de suas asas, para assim alcançar meios para viverem socialmente e financeiramente mais confortável. As relações sociais exigem uma boa formação, seja no trabalho, na família nas relações pessoais será sempre exigido uma resposta rápida e a contento de cada um dos alunos. E assim como poderão viver bem? Se durante o período de sua formação foram desalentados, entrevados, tendo seus sonhos degolados? É possível o incentivo, mostrar aos alunos que está à sua disposição todos as possibilidades de cursarem faculdades, cursos técnicos, e ou inglês, informática dentre outros, e que tais ferramentas possivelmente os levarão a um patamar educacional mais elevado, consequentemente os possibilitarão a realizar sonhos de uma vida melhor. 3.4 Escolas asas e gaiolas quais os limites? Em analogia ao título do texto Asas e Gaiolas, encontramos dois tipos de instituições educacionais a primeira vamos chama-la aqui de Escolas Asas: são instituições que visam formar alunos que levarão consigo perspectivas e uma visão objetiva e clara de seu papel dentro da sociedade, bem como o conhecimento das ferramentas necessárias ao seu convívio e desenvolvimento dentro das mais variadas possíveis áreas de atuação profissional, demonstra através de suas orientações que o aluno pode sim edificar e mudar a sua vida através da educação, o encoraja expondo as reais possibilidades, mostrando como é grande a gama de opções que o conhecimento e a comunicação podem-lhe propiciar. Assim descortinar, expondo-lhes uma imensidão de possibilidades, fatalmente resultante numa vida com maior estabilidade e conforto, melhorando as condições de moradia, alimentação, transporte, educação e cultura acarretando uma vida com mais dignidade. 9 A segunda vamos chama-la aqui de Escolas Gaiolas, estas tão contrárias as primeiras, infelizmente são estatisticamente mais conhecidas, pois são muitos os obstáculos e fatores resultantes desta situação, considerar-se-á desde o Plano de Educacional do Governo local, passando pelo professor, pela Instituição em si e toda as problemáticas advindas da formação familiar do aluno, sendo assim há um longo caminho a ser percorrido para que possamos entender toda a problemática que resultou na existência das chamadas Escolas Gaiolas. O aluno advindo destas instituições, terá certamente uma dificuldade muito maior de alcançar os seus objetivos finais, para isso além do conhecimento catedrático, eles devem ter também determinação visão e fidelidade aos seus projetos. É neste contexto que o empenho pessoal tanto do aluno quanto do educador fará a diferença, pois mesmo em uma instituição Escola Gaiola o professor pode sim ser professor asas, visto que hierarquicamente é ele a última ponte entre que o aluno e o conhecimento, cabendo-lhe a derradeira oportunidade do aluno desenvolver dentro da escola as tão sonhadas asas ou permanecer trancafiado dentro das gaiolas escolas e algumas vezes consequentemente das gaiolas da vida. 3.5 Podemos ter alunos e professores asas dentro das escolas gaiolas? A tarefa de conduzir o aluno a criar asas deve ser realizada comresponsabilidade e comprometimento, de forma menos romântica e bastante objetiva, ele deve saber que criar asas não significa sair voando de qualquer jeito, é fundamental e necessário uma boa formação, adquirir conhecimentos de língua portuguesa, literatura, matemática, história, geografia, sociologia, como também inglês e informática, deve-se entender e enfatizar que estes serão instrumentos indispensáveis para a sua colocação profissional, e ou pré-requisitos para ingressar e concluir ensino superior. 4. CONCLUSÃO “Assim, o papel do mestre é de dirigir a classe enquanto grupo, levando em conta a vida coletiva espontânea que se cria em seu seio: multiplicar as circunstâncias em que pode se produzir uma livre elaboração de ideias e de sentimentos comuns, colher os resultados, coordená-los; rechaçar a expressão dos “sentimentos maus”, reforçar a dos outros sentimentos. ” _ - DURKHEIM, Émile (A educação moral, p. 205) Portanto, compreende-se que escola asas é aquela que além de lhe permitir voar, ela vai fornecer os requisitos que para isso são necessários, e a boa escola asas ela vai formar Jatos da U.S.A., e não Teco-Tecos. Evoluir é não voar apenas por si só, é poder deixar um legado as futuras gerações e propiciar uma vida melhor aos seus descendentes, para que seus filhos e netos e bisnetos possam usufruir de uma vida mais confortável. O homem nasceu para ser livre, o aprisionamento fere a sua natureza, assim como um pássaro engaiolado, neste caso ambos são tolhidos de desenvolverem suas capacidades. Dois caminhos e duas consequências, permitindo a saída ou entrada a um patamar de conhecimento cultural, científico, social e de contínua formação em um processo fundamental para um mundo antes inacessível. Assim, dar-se-ão com responsabilidade e comprometimento as asas aos alunos e ele será o protagonista de sua história, com autonomia para agir, refletir e com isso alcançar meios para mudar o seus presente e poder planejar o seu futuro através da educação. 5. Referência Bibliográfica: Alves, Rubem de Gaiolas ou Asas, A arte do voo ou a busca da alegria de aprender, Porto, Edições Asa, 2004; DURKHEIM, Émile, Jean-Claude Filloux, Tradução Maria Lúcia Salles Boudet Organização Celso Carvalho Miguel Henrique Russo, Fundação Joaquim Nabuco, Coleção Educadores, Editora Massangana, 2010. MORAES, M. C. L. de; RABINOVICH, E. P. Resiliência: Uma Discussão introdutória. Rev. Bras. Cresc. Desenv. Hum., SãoPaulo. 6(1/2), 1996. ALENCAR, Ewerton M. Cruz, Artigo Reflexões sobre o Presente e o Futuro do Processo Educacional, Disponível em www.administradores.com.br/artigos/negocios/reflexoes-sobre-o- presente-e-o-futuro-do-processo-educacional/21822/ - Acesso em 24.05.2017
Compartilhar