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Primeiros tetrápodes e anfíbios atuais Discentes: Fernanda Daiele Thomé Brisqueleal Gabriela Glaeser Sangalli Guilherme Luis Tesser Marina Júlia Susin Docente: Emerson Dechechi Chambó Disciplina de Zoologia UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná Centro de Ciências Agrárias – CCA Campus Marechal Cândido Rondon Curso de Zootecnia Primeiros tetrápodes Fonte: Internet Primeiros tetrápodes O período devoniano, que teve inicio há cerca de 400 milhões de anos, foi uma época de temperaturas amenas e alternância de secas e inundações. Durante este período, alguns vertebrados, primariamente aquáticos, desenvolveram duas características que serão importantes na evolução subsequente da vida na terra: pulmões e membros locomotores. Primeiros tetrápodes A adaptação para a vida terrestre é o principal ponto em comum entre os anfíbios e os demais grupos de vertebrados. Estes animais formam uma unidade monofilética denominada tetrápodes. Os anfíbios e os amniotas – répteis, aves e mamíferos – representam os dois principais ramos atuais da filogenia dos tetrápodes. Filo Chordata – Classe Amphibia Fonte: Internet Posição no reino animal Anfíbios são vertebrados ectotérmicos; Primitivamente quadrúpedes; Epiderme glandular; Dependência da água para sua reprodução; Primeiros vertebrados a desenvolver adaptações para respirar, sustentar-se, mover-se e perceber sons e odores. Contribuições biológicas Estruturas esquelética resistente – sustentar o peso do corpo; Apêndices tetrápodes associados à cintura pélvica e escapular – para caminhar sobre a terra; Sistema respiratório com pulmões e narinas; Contribuições biológicas Circulação dupla com circuitos pulmonar e sistêmico; Coração com três câmaras; Receptores sensoriais aquáticos modificados para a vida na terra; Contribuições biológicas Ouvido com tímpano e estribo; Pálpebras e glândulas lacrimais –proteger e lubrificar o olho. Anfíbios atuais Compreendem mais de 4200 espécies; Adaptações gerais para a vida na terra: esqueleto reforçado e uma modificação na ordem de importância dos órgãos dos sentidos; Anfíbios atuais Os anfíbios atuais consistem em três grupos evolutivos: 1) As cecílias – ordem Gymnophiona –são um pequeno grupo tropical de formas alongadas e desprovidas de membros. Fonte: Internet Anfíbios atuais 2) As salamandras – ordem Caudata –são anfíbios com cauda, que retiveram o plano corpóreo generalizado de quatro patas de seus ancestrais da Era Paleozóica. Fonte: Internet Anfíbios atuais 3) Rãs e sapos – ordem Anura – são o maior grupo de anfíbios atuais, todos especializados para um modo de locomoção por saltos. Fonte: Internet Características dos anfíbios atuais Esqueleto ósseo, com número variável de vértebras; Notocorda não persiste; Exoesqueleto ausente; Forma corporal variável; Usualmente quatro membros Características dos anfíbios atuais Membros anteriores muito menores que os posteriores; Pele lisa e úmida com diversas glândulas – algumas venenosas; Boca grande com pequenos dentes na maxila superior; Duas narinas na parte anterior da cavidade oral; Características dos anfíbios atuais Sistema excretor com pares de rins mesonéfricos; Dez pares de nervos cranianos; Sexos separados; Características dos anfíbios atuais Respiração através de pulmões, pele e brânquias em alguns; Circulação com coração de três câmaras – circulação dupla com pele altamente vascularizada; Ectotérmicos – temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do ambiente; Características dos anfíbios atuais Fecundação interna nas salamandras e cecílias e externa nos sapos e rãs; Ovíparos; Ovos mesolécitos recobertos por uma membrana gelatinosa. Sapos e Rãs: Ordem Anura –Salientia Mais de 3450 espécies da origem Anura; São especializados em saltar; São divididos em 21 famílias; Sapos e Rãs – Habitats e distribuição Os mais abundantes sapos são as 260 espécies do gênero Rana (Gr. Rã). Encontradas em todas as regiões temperadas, usualmente próximas à água; Sapos e Rãs – Habitats e distribuição Sapos e rãs de grande porte possuem hábitos solitários, exceto durante a estação reprodutiva; Durante o período reprodutivo os machos são bastante barulhentos; Sapos e Rãs – Habitats e distribuição Cada macho normalmente toma posse de um posto próximo à água, onde pode permanecer por dias, tentando atrair uma fêmea; Sapos e Rãs – Habitats e distribuição Ao entrar na água, mergulham agilmente e alcançam o fundo; Ao nadar, mantém os membros anteriores próximos ao corpo e propulsionam-se empurrando a água para trás com as patas traseiras; Ao subir a superfície para respirar, apenas a cabeça e as partes anteriores ficam expostas; Sapos e Rãs – Habitats e distribuição Durante os meses de inverno, a maioria dos sapos de climas temperados hiberna na lama macia do fundo dos lagos e cursos d’água; Sapos adultos possuem inimigos numerosos, tais como cobras, aves aquáticas, tartarugas, guaxinins e seres humanos; Diversos peixes alimentam-se dos girinos; Tegumento e coloração A pele de um sapo é delgada, úmida e ligada ao corpo apenas em certos pontos; É composta de duas camadas: epiderme externa estratificada e derme interna esponjosa; Tegumento e coloração A camada externa contém depósitos de queratina, que é uma proteína rígida e fibrosa que fornece proteção contra a abrasão e perda de água através da pele. A camada interna da epiderme dá origem a dois tipos de glândulas tegumentares, que penetram nos tecidos dérmicos frouxos. Fonte: HICKMAN, C.P.JR.; ROBERTS, L.S.; LARSON, L.; 2004. Princípios integrados de Zoologia. 11ª. ed. Rio de Janeiro, Guanabara. Tegumento e coloração A coloração da pele nos sapos é produzida por células pigmentares especiais, os cromatóforos, localizados principalmente na derme. Os cromatóforos dos anfíbios são células ramificadas contendo pigmentos que podem concentrar-se em uma pequena área ou encontrar-se dispersos através dos processos ramificados, controlando a coloração da pele. Diferentes colorações de sapos e rãs Fonte: Internet Sistema esquelético Nos anfíbios um endoesqueleto bem desenvolvido, formado por ossos e cartilagens, fornece o apoio para músculos em movimento e proteção para as vísceras e o sistema nervoso. Respiração e vocalização Os anfíbios utilizam três superfícies respiratórias para a troca de gases no ar: a pele (respiração cutânea), a boca (respiração bucal) e os pulmões. A sequência e a explicação da respiração nos sapos são mostradas na figura 27.20. Fonte:HICKMAN, C.P.JR.;ROBERTS, L.S.;LARSON, L.2004. Princípios integrados de Zoologia. 11ª. ed. Rio de Janeiro, Guanabara. Respiração e vocalização Tanto os machos quanto as fêmeas de sapos possuem cordas vocais, mas as dos machos são muito mais desenvolvidas e localizam-se na laringe. O som é produzido pela passagem do ar para frente e para trás nas cordas vocais. Circulação A circulação nos anfíbios é um sistema fechado de artérias e veias, servindo uma vasta rede periférica de capilares através dos quais o sangue é forçado pela ação de uma única bomba de pressão, o coração. Circulação O coração dos sapos possui dois átrios separados e um único ventrículo não dividido. O sangue que vem do corpo penetra em uma grande câmara, o seio venoso, que força o sangue para dentro do átrio direito. O átrio esquerdo recebe o sangue recém-oxigenado dos pulmões. Ambos os átrios concentram-se dirigindo o sangue para dentro do único ventrículo. Fonte:HICKMAN, C.P.JR.;ROBERTS, L.S.;LARSON, L.2004. Princípios integrados de Zoologia. 11ª. ed. Rio de Janeiro, Guanabara. Alimentação e digestão Sapos são animais carnívoros, assim como a maioria dos demais anfíbios adultos, alimentando-se de insetos, aranhas,minhocas, lesmas, caracóis, centopéias e qualquer outra coisa que se mova e seja pequena o suficiente para ser engolida de uma vez só. Alimentação e digestão Eles atacam as presas em movimento com sua língua protátil, que é presa a região anterior da boca e livre na região posterior. O aparelho digestivo é relativamente curto em anfíbios adultos, e produz uma variedade de enzimas para digerir as proteínas, carboidratos e gorduras. Alimentação e digestão O estágio larval de anuro é herbívoro, alimentando-se de algas de água doce e outras matérias vegetais. Eles possuem um tubo digestivo relativamente longo, pois seu alimento volumoso deve ser submetido a um longo processo de fermentação, antes que as substancias úteis possam ser absorvidas. Sistema nervoso Três partes fundamentais do encéfalo: o telencéfalo, responsável pelo sentido do olfato; o mesencéfalo, ligado a visão; e o rombencéfalo, ligado a audição e ao equilíbrio. Reprodução Sapos e rãs são ectotérmicos, alimentam-se e crescem apenas durante as estações quentes do ano; Na primavera, os machos vocalizam ruidosamente para atrair as fêmeas. Quando seus óvulos estão maduros, as fêmeas entram na água e são seguras pelos machos em um processo chamado amplexo. Figura 27.25. Fonte:HICKMAN, C.P.JR.;ROBERTS, L.S.;LARSON, L.2004. Princípios integrados de Zoologia. 11ª. ed. Rio de Janeiro, Guanabara. 43 Reprodução A fêmea libera seus óvulos na água e o macho libera espermatozóides sobre eles para fecundá-los. Após a fecundação, as camadas gelatinosas absorvem água e incham. Reprodução Os ovos são postos em grandes massas, geralmente ancorados na vegetação. Um ovulo fecundado – zigoto – inicia seu desenvolvimento quase imediatamente (figura 27.26). Fonte:HICKMAN, C.P.JR.;ROBERTS, L.S.;LARSON, L.2004. Princípios integrados de Zoologia. 11ª. ed. Rio de Janeiro, Guanabara. Reprodução Por meio da clivagem um ovo é convertido em massa oca de células – blástula. A blástula sofre gastrulação e continua a diferenciar-se para formar um embrião com um primórdio de cauda. Entre 6 e 9 dias um girino emerge da camada gelatinosa protetora que circundou o ovo fecundado original. Reprodução No momento da eclosão, o girino possui cabeça e corpo distintos, com uma cauda comprida. Sua boca localiza-se na parte ventral da cabeça com maxilas para se alimentar raspando a vegetação de objetos duros. Reprodução Na frente da boca existem duas depressões profundas, que posteriormente desenvolvem-se em narinas. Protuberâncias de cada lado da cabeça tornam-se brânquias externas, que se desenvolvem em brânquias internas. Reprodução Os membros posteriores aparecem primeiramente durante a metamorfose. A cauda é reabsorvida, o intestino torna-se mais curto, a boca sofre uma transformação, os pulmões se desenvolvem e as brânquias são reabsorvidas. Reprodução As rãs-leopardo usualmente completam sua metamorfose em três meses, enquanto as rãs-touro levam dois ou três anos para completar o processo. A migração de sapos e rãs está relacionada com seus hábitos reprodutivos. Os machos normalmente retornam a um lago ou riacho antes das fêmeas, que eles atraem por meio de vocalizações. Rãs Fonte: Internet Características gerais A rã mais cultivada no Brasil é a rã-touro gigante (Rana catesbeiana) por apresentar potencialidades comerciais pelas qualidades nutricionais e sabor delicado (LIMA E AGOSTINHO, 1992). Fonte: Internet Características gerais A rã é um animal pecilotérmico, ou seja, sua temperatura corporal varia conforme a temperatura do ambiente, variando 1°C acima ou abaixo. (FERREIRA et al., 2002) Características gerais Quando a temperatura é menor o metabolismo desacelera e chega a reduzir-se a quase 0. O coração pulsa em intervalos enormes para mantê-las vivas, não se alimentam e vivem consumindo lentamente as reservas protéicas armazenadas em seu corpo. Características gerais Em temperaturas elevadas aceleram o metabolismo exigindo maior consumo de energia e alimentos, ao mesmo tempo em que despertam as atividades sexuais. Os ovários das fêmeas entram em atividade e os machos buscam pelas companheiras, emitindo insistentes coaxados (LIMA E AGOSTINHO, 1987). Características gerais O local de cultivo deve apresentar água em abundância e com boa qualidade, além de temperaturas próximas a 27°C, se tornando inviável a ranicultura em regiões que apresentam temperaturas inferiores em certas épocas do ano. Fonte: Internet Características gerais As rãs captam alimentos de preferência vivos e em movimento, lançando a língua volumosa semi-bífida na ponta e pegajosa para capturar o alimento. Não mastigam o alimento. Fonte: Internet Características gerais Também engolem as próprias peles, devido às reservas alimentares contidas no tegumento, além de serem riquíssimas em antibióticos que preservam o animal das infestações bacterianas do meio aquático. (LIMA E AGOSTINHO, 1992) Fases de cultivo – Girinos Na ranicultura, a fase de criação de girinos é de grande importância, pois determina a produção de imagos de qualidade e em quantidades para a fase de engorda, com índices zootécnicos satisfatórios. Fonte: Internet Fases de cultivo – Girinos Alguns fatores como densidade de estocagem, temperatura, qualidade da água, fotoperíodo, características físicas e químicas e teor protéico da dieta afetam o desenvolvimento dos girinos. Girinos – Densidade O aumento na densidade de estocagem promove redução no peso médio das imagos, aumento no período de metamorfose, aumento na taxa de mortalidade e na variação do tamanho, pois altas densidades correspondem a mudanças na qualidade da água e competição por alimento. (HAYASHI et al., 2004) Girinos – Densidade Densidades de 2,5 girinos/L, proporcionam melhores resultados de biomassa final e melhor aproveitamento da ração e melhora na conversão alimentar aparente. Girinos – Temperatura Em condições naturais os girinos preferem águas mais quentes, visto que seu metabolismo está relacionado à temperatura. Temperaturas superiores a 35°C e inferiores a 15°C podem ser criticas para os animais, resultando em mortalidades (CASALI et al., 2005). Girinos – Qualidade da água As rãs deixam suas excretas na água, alem de restos de peles oriundos de trocas constantes. A água utilizada fornece oxigênio dissolvido, além de carrearem restos de alimentos e fezes de animais. Não existem muitos dados disponíveis sobre a qualidade da água ideal para ranicultura. Girinos – Fotoperíodo Papel importante na regulação da taxa da metamorfose podendo provocar distúrbios que alteram a resposta dos girinos, com relação ao ganho de peso e à taxa de metamorfose. Estudos demonstram que 12 horas de luz e 12 horas de escuro proporcionam melhores resultados de peso final e porcentagem de girinos que atingem o clímax da metamorfose. Girinos – Alimentação Os alimentos fornecidos são rações finamente moídas, pois quanto menor o tamanho das partículas de ração, melhor será o seu aproveitamento pelos girinos, sendo que a ração é fornecida a lanço sobre a superfície da água (LIMA et al., 2003). Os nutrientes de cada alimento utilizado na formulação de rações devem apresentar bons índices de disponibilidade de seus nutrientes para girinos, tais como farinha de peixe, farelo de soja, milho e amido. Girinos – Mortalidade O período de metamorfose dos animais é a fase mais susceptível das rãs podendo atingir índices de 40% de mortalidade. Girinos – Reversão sexual As rãs apresentam crescimento diferenciado, pois quando as fêmeas atingem a primeira maturação sexual, passam a utilizar os nutrientes da dieta para maturação dos ovários. Fases de cultivo – Imagos São rãs que passaram pela metamorfose, fase em que o girino absorve a cauda, cria patas traseiras e dianteiras, abre o restante da boca e passa a respirar por pulmão não precisando da água para sobreviver. Fases de cultivo – ImagosÉ nesta fase que ocorre maior perda de animais, pois estão debilitados devido a mudanças de ambiente e mudanças morfofisiológicas. O ambiente passa a ser terrestre e o gasto de energia com alimentação é maior. Fonte: Internet Imagos – Temperatura A temperatura influencia nos parâmetros zootécnicos de desempenho de rã-touro como ganho de peso, crescimento corporal, consumo de alimentos e conversão alimentar aparente. Temperaturas ideais de 26 a 29°C para rãs com peso inicial ao redor de 10g e 29 a 30°C para rãs com peso inicial ao redor de 20g. Imagos – Densidade As baixas densidades de estocagem promovem benefícios com o aumento do peso dos animais, enquanto as maiores elevam a biomassa por área. Densidades inadequadas podem resultar em efeitos negativos prejudicando a produção de qualidade do produto final. A estocagem de 100 rãs/m² eleva a receita líquida parcial, apresentando resultados mais adequados para a produção de rãs. Imagos – Alimentação Na fase inicial dos girinos utiliza-se ração comercial peletizada para trutas com 45% de proteína bruta, sendo adicionada a esta larvas de mosca, inicialmente na proporção de 50% de ração e 50% de larvas. Depois que os animais estiverem condicionados ao consumo de ração, baixa-se a quantidade de larvas para 20%. Fases de cultivo – Terminação Quando as imagos estiverem com o tamanho adequado, isto é, próximo de 40g, inicia-se o processo de terminação ou crescimento final das rãs. Fonte: Internet Terminação – Alimentação O objetivo da criação de rãs em ranários comercias é eliminar os fatores estressantes que, na natureza, retardam o crescimento: predadores, competição por alimentos, espaço, podem ser eliminados em cativeiro. Desse modo pode-se direcionar toda a energia do animal para o crescimento final. Terminação – Alimentação Na natureza, as rãs alimentam-se de insetos, crustáceos, vermes, moluscos e pequenos invertebrados. Os ingredientes utilizados na formulação de rações devem apresentar bons índices de disponibilidade de seus nutrientes, para que os animais possam aproveitar seus nutrientes e converter em ganho de peso; alimentos tais como farelo de soja, farinha de peixe e milho. A ração utilizada na fase de terminação apresenta teor protéico inferior às outras fases. Terminação – Densidade A densidade de cultivo na fase final de crescimento varia conforme o sistema de cultivo. Em sistemas convencionais de cultivo a densidade de criação é de 50 rãs/m² e elevam a receita de cultivo. Referências: HICKMAN, C. P. JR.; ROBERTS, L. S.; LARSON, L.; 2004. Princípios integrados de Zoologia. 11ª. ed. Rio de Janeiro, Guanabara SIGNOR, A. A.; 2007. Fundamentos da Ranicultura. Paraná, Marechal Cândido Rondon. Obrigado!
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