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www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Processo Civil - Aula 03 Sabrina Dourado 1 O Estado tomou para si a função de dizer o direito em todo o seu território. Para tanto, criou dentro da alçada do Poder Judiciário, uma grande organiza- ção, composta por diversos órgãos jurisdicionais (STF, STJ, STM, STE, TRF etc.), repartindo a juris- dição entre eles, embora se deva ressaltar que a “jurisdição”, enquanto poder-dever do Estado é una, sendo que a mencionada repartição é apenas para fins de divisão do trabalho. Deste modo, competência nada mais é do que a fixação das atribuições de cada um dos órgãos ju- risdicionais, isto é, a demarcação dos limites dentro dos quais podem eles exercer a jurisdição. Neste sentido, “juiz competente” é aquele que, segundo limites fixados pela Lei, tem o poder para decidir certo e determinado litígio (art. 42, CPC). Vejamos a integra do dispositivo: “As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.” FONTES De acordo com o art.44 obedecidos os limites esta- belecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada pelas normas previstas no código ou em legislação especial, pelas normas de organiza- ção judiciária e, ainda, no que couber, pelas consti- tuições dos Estados. MOMENTO QUE DEMARCA A FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA; EXCEÇÕES À REGRA DA PER- PETUATIO JURISDICTIONIS Segundo dispõe o art. 43 do CPC, a competência, em regra, é determinada no momento em que a ação é proposta – com a sua distribuição (art. 312 c/c art. 284 do CPC) ou com o despacho inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato (ex. Mudança de domicílio do réu) ou de direito (ex. ampliação do teto da competência do órgão em razão do valor da causa) ocorridas posteriormente (perpetuatio jurisdictionis), salvo se suprimirem o órgão judiciário cuja competência já estava determi- nada inicialmente - por exemplo, a extinção de uma vara cível; ou quando as modificações ocorridas alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia - porque são espécies de competência absoluta, fixadas em função do interesse público, razão pela qual outras modalidades de competência absoluta devem estar abrangidas. PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DA COM- PETÊNCIA Os critérios que o legislador levou em conta para a distribuição de competência são o da soberania nacional, o da hierarquia e atribuições dos órgãos jurisdicionais (critério funcional), o da natureza ou valor da causa e o das pessoas envolvidas no litígio (critério objetivo), e os dos limites territoriais que cada órgão judicial exerce a atividade jurisdicional (critério territorial). Critérios para determinar a competência: - Territorial: Circunscrição geográfica. É o critério de foro. Encontrado no CPC. - Material: É o objeto litigioso, o objeto que estar sendo discutido. Exemplo: causa de família, ou de trânsito, etc. Encontrado nas LOJ’s dos estados federativos. - Valor da causa: Poderá ser um critério de determi- nação de competência, é um dos motivos da obriga- toriedade do valor da causa na inicial. Encontra-se nas LOJ’s. - Funcional ou hierárquico: Gerará a competência originária. Em razão da função ou hierarquia move- se a causa no tribunal, por exemplo. Encontra-se na Constituição Federal para a competência do STJ e STF e para os Tribunais de Justiça encontra-se nas LOJ’s. • As competências territoriais e em relação ao valor da causa são, em regra, de competência rela- tiva e as competências material e funcional são de competência absoluta. • A competência relativa pode ser modificada pela vontade das partes, a competência absoluta não pode. Ela prestigia interesses públicos. • Se o juízo incompetente julgar e for competência absoluta é invalido o julgamento, competência abso- luta não preclui, pois é matéria de ordem pública. Pode ser arguida a qualquer tempo e grau de juris- dição. Mais dicas A competência relativa preclui, há prorrogação se não for arguida no prazo. Eis o que chamamos de prorrogação da competência. Era ela alegada na Exceção de incompetência, ao passo que a absoluta em preliminar de contestação. No NCPC ambas serão arguidas na contestação. Serão suscitadas em preliminar de contestação. Na relativa há uma possibilidade de declaração de incompetência de ofício que é nos casos de foro de eleição nos contratos de adesão. Eis uma importan- te exceção. Nos demais casos, aplicar-se-ão as disposições da sumula 33 do STJ. A competência relativa prestigia interesses privados. A competência absolta prestigia interesses públicos. Se o réu alegar incompetência após o oferecimento da contestação, o réu vai pagar as custas do pro- Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Processo Civil - Aula 03 Sabrina Dourado 2 cesso em razão da demora, MESMO QUE GANHE A CAUSA. CRITÉRIOS OBJETIVOS Competência em razão da pessoa (partes); a fixa- ção da competência tendo em conta as partes en- volvidas (ratione personae) pode ensejar a determi- nação da competência originaria dos tribunais, para ações em que a Fazenda Pública for parte etc; Competência em razão da matéria (ratione materi- ae) - causa de pedir; considera-se, ao fixar a com- petência, a natureza da relação jurídica controverti- da, definida pelo fato jurídico que lhe dá ensejo, por exemplo: para conhecer de uma ação de separa- ção, será competente um dos juízes das Varas da Família e Sucessões, quando os houver na Comar- ca; Competência em razão do valor da causa (pedido); muito menos usado, serve para delimitar, entre ou- tras hipóteses, competência de varas distritais, ou, quando houver organizado, dos Tribunais de Alça- da. CRITÉRIO TERRITORIAL Os órgãos jurisdicionais exercem jurisdição nos limites das suas circunscrições territoriais, estabele- cidas na Constituição federal e/ou Estadual e nas Leis. Destarte, os juizes estaduais são competentes para dizer o direito nas suas Comarcas, e os juizes federais, por sua vez, nos limites da sua Seção Ju- diciária. Já os Tribunais Estaduais são competentes para exercer a jurisdição dentro do seu estado, os Tribu- nais Regionais Federais, nos limites da sua região. O STF e o STJ podem dizer o direito em todo o território nacional. Sob o ângulo da parte, a competência territorial é em princípio determinada pelo domicilio do réu, para as ações fundadas em direito pessoal e as ações fundadas em direito real sobre bens móveis. (art. 46, CPC). Se o réu tiver domicílios múltiplos, pode- rá ser demandado em qualquer deles ; se incerto ou desconhecido, será demandado no local em que for encontrado, ou no foro de domicílio do autor, facul- tando-se ao autor ajuizar a ação no foro de seu domicílio, se o réu não residir no Brasil e se o pró- prio autor também não tiver residência no País. Será ainda no foro de domicílio de qualquer dos réus no caso de litisconsórcio passivo. Além dessas regras, existem outras, seja no CPC, seja em leis extravagantes, que estabelecem regras específicas para certas ações, por exemplo: I – ação de inventário, competente o foro do ultimo domicilio do autor da herança (art. 96, CPC; art. 1.785, CC/02); II – ação declaratória de ausência, competenteo foro do ultimo domicílio do ausente (art. 49, CPC); SUPER NOVIDADE!! III – ação de separação, divórcio, conversão de separação em divorcio e anulação de casamento, era competente o foro do domicílio da mulher (art. 100, I, CPC). No NCPC – art. 53, I, são encontradas as seguintes regras: • de domicílio do guardião de filho incapaz; • do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; • de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; IV – ação de alimentos, competente o foro do domi- cílio do alimentado, isto é, aquele que pede os ali- mentos (art. 53, II, CPC); V – ação de cobrança, competente o foro do lugar onde a obrigação deveria ter sido satisfeita (art. 53, III, d, CPC); VI – ação de despejo, competente o foro da situa- ção do imóvel (art. 58, II, Lei nº 8.245/91); VII – ação de responsabilidade do fornecedor de produtos e serviços, competente o foro domicílio do autor (art. 101, Lei nº 8.078/90-CDC); VIII – ação de adoção, competente o foro do domicí- lio dos pais ou responsáveis (art. 146, Lei nº 8.069/90 ECA); IX – ações movidas no Juizado Especial Cível, competente o foro do domicílio do autor (art. 4º, Lei nº 9.099/95 JEC). Conheçamos mais algumas regras de compe- tência territorial: • A execução fiscal será proposta no foro de domi- cílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado. • Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. • CUIDADO MÁXIMO! A ação possessória imobi- liária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta. • O foro de domicílio do autor da herança, no Bra- sil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de parti- lha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Processo Civil - Aula 03 Sabrina Dourado 3 • A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assis- tente. • É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União. • É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Fede- ral. Se Estado ou o Distrito Federal for o demanda- do, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que origi- nou a demanda, no de situação da coisa ou na capi- tal do respectivo ente federado. • É competente o foro do lugar: • onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; • onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; • onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personali- dade jurídica; • onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; • de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto; • da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício; • - do lugar do ato ou fato para a ação: • de reparação de dano; • em que for réu administrador ou gestor de negó- cios alheios; • de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. CRITÉRIO FUNCIONAL Enquanto nos outros critérios busca-se estabelecer o juiz competente para conhecer de determinada causa, no critério funcional reparte-se a atividade jurisdicional entre órgãos que devam atuar dentro do mesmo processo. CRITÉRIO INTUITO PERSONAE As pessoas envolvidas podem alterar as regras de competência aplicáveis ao conflito. A fixação da competência tendo em conta as partes envolvidas (rationae personae) é absoluta. O principal exemplo de competência em razão da pessoa é o da vara privativa da Fazenda Pública, criada para processar e julgar causas que envolvam entes públicos. Há casos de competência de tribunal determinada em razão da pessoa, como prerrogativa do exercício de algumas funções (mandado de segurança contra ato do Presidente da República é da competência do STF). Não podemos esquecer da competência da Justiça Federal. Ela é fixada em razão das pes- soas e está estabelecida no art. 109, CF/88. O NCPC no seu artigo 45 sinaliza que tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão reme- tidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárqui- cas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações: - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. CUIDADO! Os autos não serão remetidos se hou- ver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação. O juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer de- les, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas. Ademais, o juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do pro- cesso. Incompetência relativa x Incompetência absoluta As regras de competência submetem-se a regimes jurídicos diversos, conforme se trate de regra fixada para atender somente ao interesse publico, denomi- nada de regra de incompetência absoluta, e para atender predominantemente ao interesse particular, a regra de incompetência relativa. A incompetência é defeito processual que, em re- gra, não leva à extinção o processo, mesmo tratan- do-se de incompetência absoluta, salvo nas excep- cionais hipóteses do inciso III do art.51 da Lei n.9.099/95 (juizados Especiais Cíveis), da incompe- tência internacional (arts. 88-89 do CPC) e do § 1º do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribu- nal Federal. A incompetência quando absoluta pode ser alegada a qualquer tempo, por qualquer das partes, em sede de preliminar à contestação, e, quando relativa, era arguida mediante exceção. NO NCPC ambas serão arguidas na contestação. Se absoluta, o juiz poderá reconhecê-la de ofício (CPC, art. 64), independentemente da alegação da parte, remetem-se os autos ao juiz competente e reputam-se nulos os atos decisórios já praticados, e, se relativa (CPC, art. 63), somente se acolher a incompetência, remeterá o juiz o processo para o juízo competente para apreciar a questão, que terá duas opções: reconhecer sua competência ou divergir, declaran- do-se igualmente incompetente, suscitando o confli- Luana RealceLuana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Processo Civil - Aula 03 Sabrina Dourado 4 to de competência (CPC, art. 66, II), e não se anu- lam os atos decisórios já praticados. Na incompetência absoluta, responderá integral- mente pelas custas, a parte que deixar de alegar na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos responderá integralmente pelas custas, na relativa, o juiz não pode reconhecê-la de ofício (Su- mula 33 do STJ), salvo se houver contrato de ade- são cujo foro de eleição seja abusivo (Parágrafo terceiro do art. 63 do CPC). MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA - Legal: Conexão continência, imperativo constituici- onal e o juízo universal. + Conexão: Art. 55, CPC. Quando houver duas ações com mesmo pedido e causa de pedir. “Art. 55. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o pedido ou a causa de pedir.” DICAS DE CONEXÃO Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. Tal disposição já estava consoli- dada na súmula 235 do STJ. Aplica-se ainda a conexão - à execução de título extrajudicial e à ação de co- nhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; - às execuções fundadas no mesmo título executivo. ANOTE! Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso de- cididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. + Continência: Art. 56, CPC. As mesmas partes e mesma causa de pedir e o pedido de um tem que ser maior que o do outro. “Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.” Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo rela- tivo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. A reunião das ações propostas em separado far-se- á no juízo prevento, onde serão decididas simulta- neamente. + Imperativo Constitucional: Art. 109, CF. Toda vez que a União intervir no processo a competência é da justiça federal. “Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na con- dição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Traba- lho;” + Juízo universal: É a “vis atractiva”, a vara se torna competente para julgar todas as causas, como acontece no caso da Falência, que a vara que julga a falência vira um polo de atração dos demais pro- cessos da empresa falida. - Voluntária: Divide-se em: + Expressa: É o foro de eleição. É a circunscrição geográfica escolhida pelas partes. Escolhe apenas o território, não pode escolher a vara e nem o juiz. + Tácita: Tinha incompetência relativa e essa não fora alegada pelo réu acarretando assim a prorroga- ção PREVENÇÃO Prevenção é um critério de confirmação e manuten- ção da competência do juiz que conheceu a causa em primeiro lugar, perpetuando a sua jurisdição e excluindo possíveis competências concorrentes de outros juízos. De acordo com o art. 59 O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. O NCPC tornou tal regra a única aplicável às hipóteses de prevenção. Entretanto, essa reunião só será possível se não ocorrer hipótese de competência absoluta dos ór- gãos julgadores e se as ações ainda estiverem pen- dentes de julgamento, tramitando no mesmo grau de jurisdição. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A incompetência relativa não pode ser declarada de oficio pelo juiz (compete ao réu levantar a questão, da PRÓPRIA CONTESTAÇÃO, salvo, nos casos que envolvam litígios que tenham arrimo em contra- tos de adesão, vez que neste caso é licito ao juiz ex officio reconhecer a nulidade da cláusula de eleição de foro e declinar de sua competência para o juízo de domicilio do réu. CONFLITO DE COMPETÊNCIA Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Processo Civil - Aula 03 Sabrina Dourado 5 A questão da competência ou incompetência tam- bém pode ser levantada por um outro procedimento próprio, denominado conflito de competência, regu- lado nos arts. 951 a 959 do CPC. O conflito pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministé- rio Público ou pelo juiz (art. 951), e é decido pelo tribunal que designa qual juiz é o competente para decidir o conflito, pronunciando-se sobre a validade dos atos praticados pelo incompetente (art. 957). Instaura-se mediante petição dirigida ao presidente do tribunal, instruída com os documentos que com- provem o conflito, ouvindo o relator, com a distribui- ção, os juízes em conflito. Sobrestará o processo, caso o conflito seja positivo; se o conflito for negati- vo, o sobrestamento não será necessário, pois não haverá juízo praticando atos processuais. Deverá ainda o relator designar um juiz para soluci- onar as questões urgentes. Assim, há conflito de competência quando dois ou mais juízes se declaram competentes (conflito posi- tivo) ou incompetentes (conflito negativo) e também no caso de controvérsia sobre reunião ou separação de processos (CPC, art. 66, I, II e III). ATENÇÃO! O conflito entre autoridade judiciária e autoridade administrativa, ou só entre autoridades administrati- vas, chama-se conflito de atribuições e não conflito de competência. Em suma: O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz. O Ministério Público somente será ouvido nos confli- tos de competência relativos aos processos previs- tos no art. 178, mas terá qualidade de parte nos conflitos que suscitar. COOPERAÇÃO NACIONAL O NCPC inova ao regulamentar a cooperação naci- onal. Os órgãos que compõe o Poder Judiciário Brasileiro precisam se ajudar mutuamente. Eis uma decorrência Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superio- res, incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores. Os juízos poderão formular entre si pedido de coo- peração para prática de qualquer ato processual. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de forma es- pecífica e pode ser executado como: - auxílio direto; - reunião ou apensamento de processos; - prestação de informações; - atos concertados entre os juízes cooperantes. Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce Luana Realce
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