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1 Aula introdutoria

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PSICOPATOLOGIA
SDE 0167
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana” (Carl Jung)
Profª Luciana Pereira
AULA I:
CONCEITOS FUNDAMENTAIS E A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO EM PSICOTERAPIA
OBJETIVOS:
Levar o aluno a conhecer a história de fundação da psicopatologia;
Discriminar as concepções de normalidade e patologia em psicopatologia;
Apresentar as principais escolas psicopatológicas;
Apresentar os princípios gerais da classificação diagnóstica em psicopatologia;
Alguns conceitos iniciais...
Psicopatologia é um ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença mental, suas causas, as mudanças estruturais e suas formas de manifestação. Ela pode ser definida, em uma acepção mais ampla, como: conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano
Semiologia médica: estudo dos sintomas e sinais da doença, que permite identificar alterações físicas e mentais, ordenar os fenômenos observados, formular diagnósticos e empreender terapêuticas
Descrição clínica
Causa e etiologia
Tratamentos e resultados esperados
PSICOPATOLOGIA
Estudo científico dos transtornos mentais
PSICOPATOLOGIA DESCRITIVA
“Como conhecimento que visa ser científico, não inclui critérios de valor, nem aceita dogmas ou verdades a priori. 
O psicopatólogo não julga moralmente o seu objeto, busca apenas observar, identificar e compreender os diversos elementos da doença mental. 
O psicopatólogo rejeita qualquer tipo de dogma, seja ele religioso, filosófico, psicológico ou biológico; o conhecimento que busca estar permanentemente sujeito a revisões, críticas e reformulações” (Dalgalarrondo, 2000:22).
IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO EM PSICOTERAPIA
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PSICOPATOLOGIA
ATEÓRICA
RACIOCÍNIO
 CLÍNICO
DIAGNÓSTICO
CURSO E PROGNÓSTICO
QUEIXA
PSICOPATOLOGIA
TEÓRICA
EXPLICAÇÃO DA GÊNESE E DOS TRANST.
MENTAIS
ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS
TÉCNICAS
COGNITIVA
BIOLÓGICA
COMPORTAMENTAL
PSICANALÍTICA
PSICOPATOLOGIA DESCRITIVA
Não há explicação causal
É a descrição dos sinais e sintomas 
SINAIS: tudo aquilo que o clínico pode observar
SINTOMAS: subjetivo, é o relato do paciente
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA = SÍNDROME
SINAIS + SINTOMAS
DIAGNÓSTICO
Alguns conceitos iniciais...
O que é um transtorno mental?
Sofrimento psicológico
Disfunção
Prejuízo clinicamente significativo
Atípico – culturalmente aceito
O nível de sofrimento e prejuízo tem que ser clinicamente significativos para merecer um diagnóstico
CONCEITOS IMPORTANTES
DIAGNÓSTICO: hipótese diagnóstica
Não é uma rotulação definitiva
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: seleção dos sintomas que estão no quadro da hipótese e aqueles que não estão
Checagem sistemática e atenta às comorbidades
COMORBIDADES: ocorrência de dois ou mais diagnósticos que ocorrem num indivíduo ao mesmo tempo
A presença de um segundo diagnóstico piora o prognóstico do diagnóstico
CONCEITOS IMPORTANTES
CURSO E PROGNÓSTICO
PREVALÊNCIA: resultado estatístico, numérico da % na população em geral
INCIDÊNCIA: surgimento de novos casos num dado período de tempo
FATORES DE RISCO: fatores que podem influenciar no surgimento do sintoma e/ou na piora dos sintomas; ex.: uso de substâncias
FATORES DE PROTEÇÃO: ajudam a minimizar o prejuízo que o transtorno pode apresentar; ex.: bom suporte familiar
PSICOPATOLOGIA DESCRITIVA
...o sentido e o valor dos sinais e sintomas depende necessariamente das relações que ele mantém com os outros signos do sistema total, por exemplo da ausência ou presença de outros
Em psicopatologia essa análise não pode prescindir de uma análise do universo cultural do paciente e do profissional
Fundamental é a observação minuciosa, atenta e perspicaz do comportamento do paciente, o conteúdo do seu discurso e o seu modo de falar, sua mimica, postura, vestimenta, a forma como reage, seu estilo de relacionamento com o entrevistador, com outros pacientes e com seus familiares
O que é normal?
O conceito de normalidade em psicopatologia é uma questão de grandes controvérsias, pois a normalidade pode variar, e muito, com a cultura, a ideologia e a vivência de cada indivíduo
Casos extremos, onde as alterações comportamentais e mentais são de intensidade acentuada e de longa duração, o delineamento das fronteiras entre o normal e o patológico não é tão problemático
Por outro lado, há muitos casos nos quais a delimitação entre o normal e o patológico é bastante difícil.
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Forma e Conteúdo dos Sintomas
Podemos organizar os sintomas psicopatológicos em dois grupos básicos:
a forma do sintoma, isto é, sua estrutura básica, relativamente semelhante nos diversos pacientes (alucinação, delírio, etc.) e,
seu conteúdo, ou seja, aquilo que preenche (o recheio) a alteração estrutural (conteúdo de culpa, religioso, de perseguição, etc.).
O conteúdo geralmente é mais pessoal e depende da história de vida do paciente
De um modo geral, os conteúdos dos sintomas estão relacionados aos temas centrais da existência humana, como a sobrevivência, segurança, sexualidade, dinheiro, poder e prestígio, buscando prazer e/ou segurança e controle sobre o outro
DO SINTOMA À SÍNDROME
As vivências psicopatológicas devem ser analisadas sob dois pontos de vista
Os sintomas emergentes
Sinais propriamente ditos, específicos em cada indivíduo
O contexto
“...influencia basicamente o sentido, a direção, a qualidade específica do sintoma emergente” (Dalgalarrondo, p. 293)
DO SINTOMA À SÍNDROME
CONTEXTO
ESTÁVEIS
MUTÁVEIS
PERSONALIDADE
INTELIGÊNCIA
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA
HUMOR E O ESTADO VOLITIVO-AFETIVO
DO SINTOMA À SÍNDROME
Componentes do surgimento, da constituição e da manifestação dos sintomas e dos transtornos:
Vulnerabilidade constitucional:
Fatores genéticos, gestacionais e perinatais
Todos os que precedem a vida de relação
Fatores predisponentes:
Ocorrem no início da vida, dos 3 – 5 anos
Período escolar
Fatores precipitantes:
Eventos que ocorrem em proximidade temporal ao surgimento do transtorno
Sensibilizam o indivíduo para as diversas situações que a vida lhe colocará
DO SINTOMA À SÍNDROME
A EVOLUÇÃO DOS TRANSTORNOS MENTAIS
Síndrome: conjunto de sinais e sintomas que podem ser apresentados por um paciente em um determinado momento
Uma mesma síndrome pode estar presente em vários transtornos diferentes, como a síndrome delirante-alucinatória que caracteriza-se principalmente por delírios e alucinações, mas pode estar presente na esquizofrenia ou no transtorno bipolar do humor
Transtorno: inclui, além dos sinais e sintomas, outras informações como a evolução, prognóstico e resposta a tratamentos
Uma pessoa com um determinado transtorno psiquiátrico pode apresentar diferentes síndromes ao longo do tempo, como um esquizofrênico que em um momento apresenta uma síndrome negativista e em outro apresenta uma síndrome delirante-alucinatória.
DO SINTOMA À SÍNDROME
A EVOLUÇÃO DOS TRANSTORNOS MENTAIS
CURSOS CRÔNICOS
Processo: referem-se a transformações lentas e insidiosas da personalidade, de natureza endógena e neurobiológica que rompem com a continuidade do sentido normal da biografia da pessoa
Desenvolvimento: referem-se a evolução compreensível e identificável da personalidade a partir de traços de caráter e de influências do meio
FENÔMENOS AGUDOS
Crise ou Ataque: caracterizam-se por surgimento e término abrupto, durando segundos ou minutos, raramente horas
Episódio: geralmente tem duração de dias até semanas
DO SINTOMA À SÍNDROME
A EVOLUÇÃO DOS TRANSTORNOS MENTAIS
FENÔMENOS AGUDOS
Reação vivencial anormal: fenômeno psicologicamente compreensível, desencadeado por eventos vitais significativos
Intensidade marcante e duração prolongada
Personalidades vulneráveis e predispostas
Fase: refere-se aos períodos de depressão e mania dos transtornos afetivos
Surto: ocorrência aguda que instala-se de forma repentina e faz eclodir uma doença de
base endógena
Produz sequelas irreversíveis: danos à personalidade e / ou à esfera cognitiva
Estado Residual
Após vários surtos, o paciente encontra-se com sinais e sintomas que são sequelas deste, predominantemente negativos
LIMITAÇÕES DA AVALIAÇÃO
DE FUNÇÕES PSÍQUICAS ISOLADAMENTE
A separação da vida mental em funções e áreas distintas é um procedimento essencialmente teórico
Útil: porque permite o estudo detalhado e aprofundado de determinados fatos normais e patológicos
Arriscado: facilmente acreditamos na autonomia dos fenômenos, como se tivessem vida própria
É sempre a pessoa que adoece, e não parte dela
Os sintomas são ligados estruturalmente entre si
A psicopatologia centra-se na pessoa, nas síndromes e não apenas nos sintomas
RACIOCÍNIO CLÍNICO
ESTRATÉGIA FUNDAMENTAL
E AGORA, POR ONDE COMEÇAR?
RACIOCÍNIO CLÍNICO
AVALIAÇÃO
Exame Psíquico
Anamnese
IDENTIFICAR SÍNDROMES
Primeiro passo no sentido de ordenar a observação psicopatológica
Atenção aos SINTOMAS NUCLEARES e aos SINTOMAS PERIFÉRICOS
FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE DIAGNÓSTICA
DSM V E CID X
E AGORA, POR ONDE COMEÇAR?
RACIOCÍNIO CLÍNICO
“... nunca é demais ressaltar que a separação da vida e da atividade mental em distintas áreas ou funções psíquicas é um procedimento essencialmente artificial” (Dalgalarrondo, p.85)
PRINCIPAIS GRUPOS
SINDRÔMICOS
SÍNDROMES ANSIOSAS
Ansiedade constante e permanente
Crises de ansiedade abruptas, mais ou menos intensas
SÍNDROMES DEPRESSIVAS
Humor triste
Anedonia
PRINCIPAIS GRUPOS
SINDRÔMICOS
SÍNDROMES MANÍACAS
Euforia: alegria patológica
Elação: expansão ou engrandecimento do eu
Taquipsiquismo: aceleração de todas as funções psíquicas
SÍNDROMES HISTÉRICAS
Comportamentos dramáticos, teatrais, infantis, sedutores e, eventualmente manipulativos
Tipos:
Conversivos: sintomas corporais
Dissociativos: pseudo-crises e alterações da consciência
PRINCIPAIS GRUPOS
SINDRÔMICOS
QUADROS FÓBICOS
Medo intenso e irracional
Atenção aos quadros com medos reais: Stress e Transtornos de Adaptação
SÍNDROMES OBSESSIVO-COMPULSIVAS
Ideias, fantasias e imagens obsessivas
Atos, rituais ou comportamentos compulsivos
PRINCIPAIS GRUPOS
SINDRÔMICOS
 SÍNDROMES PSICÓTICAS
Alucinações e Delírios
Pensamento desorganizado
Comportamento bizarro
SÍNDROMES RELACIONADAS AO USO DE SUBSTÂNCIAS
Uso nocivo
Abuso: intoxicações
Dependência: física e psicológica
PRINCIPAIS GRUPOS
SINDRÔMICOS
 SÍNDROMES RELACIONADAS AO CONSUMO DE ALIMENTOS
Anorexia
Perda de peso auto induzida
Busca implacável de magreza
Medo intenso e mórbido de parecer ou ficar gorda
Bulimia
Preocupação persistente com o comer
Desejo irresistível de comida com hiperfagia
Obesidade

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