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HABEAS CORPUS CASO DE PRATICA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PERSIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Impetrante: Ully Valéria Silva Do Vale Oliveira
Paciente: Matilde Pires 
Autoridade Coatora: MM Juiz de Direito da 10ª Vara de Família do Rio de Janeiro
ULLY VALÉRIA SILVA DO VALE OLIVEIRA, brasileira, advogada, portadora da carteira de identidade nº 123456789-0, inscrita no CPF: 098.765.432-11, com endereço profissional na Rua Duque Bacelar, S/N Ed. Athenas Sala 204, Altos do Calhau – Rio de Janeiro, onde receberá intimações, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, para, sob a égide do art. 5º, inciso LXVIII da Lei Fundamental, impetrar o presente
HABEAS CORPUS 
(Com pedido Liminar)
 
 
 
 em favor de Matilde Pires, brasileira, solteira, desempregada, possuidora da carteira de identidade. nº. 11223344 – SSP (RJ), residente e domiciliado na Rua X, nº. 000 – Rio de Janeiro (RJ), ora Paciente, posto que se encontra sofrendo constrangimento ilegal por ato do eminente Juiz de Direito da 10ª Vara de Família do Rio de Janeiro (RJ), o qual determinou, em ação de execução de alimentos, a prisão civil contra aquela (processo nº. 33344.55.06.77/0001), sem justa causa, como se verá na exposição fática e de direito, a seguir delineadas:
1 - DOS FATOS
A paciente é domiciliada na cidade do Rio de Janeiro e está sendo executada por seus filhos Jane e Gilson Pires, ambos menores com treze e seis anos, respectivamente, representados por seu pai, Gildo pelo rito do artigo 911 do CPC. 
Na execução de alimentos que tramita perante o juízo da 10ª vara de Família da Capital, a paciente foi citada pra pagar a quantia de R$5.000,00 (cinco mil reais), referente aos últimos cinco meses não pagos dos alimentos fixados por sentença pelo juízo da mesma Vara de Família.
Ocorre que a paciente está desempregada há um ano, fruto da grave situação econômica em que se encontra o país, desta forma não se inserindo no mercado de trabalho e tampouco possuindo condições financeiras para quitar a dividia alimentar. 
Diante da real impossibilidade da executada em adimplir a sua dívida o magistrado decretou a prisão da mesma pelo prazo de sessenta dias.
2 - DOS FUNDAMENTOS
A execução da prestação alimentícia com a utilização do instrumento coercitivo da ameaça de prisão civil, somente é possível nas hipóteses em que o débito executado compreenda o inadimplemento dos três meses anteriores ao ajuizamento da ação. Assim, será impossível obter-se o decreto prisional por dívida referente a prestação alimentícia prevista há mais de três meses.
Entende-se que não se justifica a excepcionalidade da supressão da liberdade do executado quando se refira a execução a debito vencido a mais de quatro meses, pois o credor já não precisa urgentemente de tal valor pra prover sua subsistência, visto que decorrido prazo razoável. 
E portanto a execução por quantia certa contra devedor solvente, será o procedimento eficaz para a obtenção da satisfação do crédito.
Não obstante tal entendimento, o STJ editou a Súmula 309 com o seguinte teor: 
“O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso do processo”. 
A Paciente destacou em sua justificativa (CPC, art. 733), cuja cópia segue com a presente, aspectos fáticos sustentando sua inadimplência atual no pagamento do débito alimentar pela circunstância do desemprego. 
Não obstante estes aspectos, a Autoridade Coatora desprezou absolutamente tais circunstâncias, sem permitir fosse reavaliado o montante exato do débito, em que pese sustentar-se a primeira tese de que não haveria razão alguma para imposição de pagamento face à situação financeira da Paciente.
A decisão, pois, neste contexto, foi absolutamente ilegal, na medida que importou em ausência de fundamentação e cerceamento de defesa, quando sequer permitiu-se ao Paciente demonstrar sua situação financeira com melhor vagar e, mais, os depósitos já realizados anteriormente e que abateriam o valor perseguido pela execução.
Neste sentido:
HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL POR DÍVIDA ALIMENTAR. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO NO DECRETO PRISIONAL. INEXISTÊNCIA DE QUALQUER MANIFESTAÇÃO SOBRE OS DIVERSOS COMPROVANTES DE PAGAMENTO JUNTADOS PELO ALIMENTANTE. ORDEM CONCEDIDA.
A constrição de liberdade, no Brasil, traduz medida absolutamente excepcional, a ser justificada, pelo magistrado, mediante a prolação de decisão judicial revestida de necessária fundamentação (art. 93, IX, da Constituição Federal), que leve em consideração as peculiaridades do caso concreto, de modo que a simples opção pelo rito previsto no art. 733 do Código de Processo Civil, não pode desaguar, por invariável consequência, na decretação da prisão do devedor sem que, antes, sejam analisadas as especificidades que envolvem a inadimplência. A própria redação do art. 733 do CPC expressamente reconhece este caráter excepcional da medida, ao vaticinar que "na execução de sentença ou de decisão, que fixa os alimentos provisionais, o juiz mandará citar o devedor para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.", autorizando a decretação da prisão apenas nos termos de seu § 1º, verbis: "§ 1º Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses." Sob o ângulo de tal reflexão, e tendo por base o escorço documental arregimentado, vislumbra-se os requisitos necessários à concessão da ordem nos argumentos manejados pelo impetrante, notadamente quando se observa extensa documentação a indicar que houve pagamento senão integral, quase integral do débito alimentar, cuja obrigação principal consistia no pagamento mensal de 50% dos gastos Sob tal prisma, e embora se reconheça que o pagamento parcial do débito alimentar não exime o devedor da obrigação principal nem impossibilite a decretação da prisão civil, é importante destacar que tal documentação deixa transparecer duas conclusões que instrumentalizam a concessão da ordem: A primeira, de índole subjetiva, diz respeito à má fé processual da representante legal da alimentanda, que, ao que tudo indica, deixou de informar a quitação de grande parte dos débitos reclamados na origem; a segunda, de índole objetiva, se relaciona ao fato de que, no Decreto prisional, não há qualquer menção, mínima que seja, a estes pagamentos (que podem corresponder à integralidade do débito). Ressalte-se que não cabe, nesta via processual precária, analisar se houve o pagamento total, sobretudo porque tal aferição imprescinde de dilação probatória. Mas é inegável que, diante da farta documentação apresentada, caberia ao juízo de piso, pelo menos, analisa-la sob o ângulo de sua correspondente projeção normativa, individualizando eventual débito remanescente, considerado o status excepcional da custódia civil por dívida alimentar. Ordem de Habeas Corpus deferida. (TJCE - HC 007333763.2012.8.06.0000; Segunda Câmara Cível; Relª Desª Maria Nailde Pinheiro Nogueira; DJCE 26/09/2012; Pág. 81)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALIMENTOS. VALOR DO DÉBITO. MATÉRIA NÃO DISCUTIDA NA DECISÃO AGRAVADA. NÃO CONHECIMENTO. DECRETAÇÃO DE PRISÃO CIVIL. REDUÇÃO PARA 30 DIAS. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. DECISÃO REFORMADA
1). Não se conhece de matéria posta em recurso, quando não foi ela objeto da decisão agravada.
2). A decisão que fixa prazo de prisão civil acima do mínimo legal, de 30 (trinta) dias, por ser medida extrema e excepcional, deve ser justificada.
3). Não havendo justificativa para a prisão acima do mínimo legal, deve esta ser reduzida.
4) - Recurso parcialmente conhecido e provido na parte conhecida. (TJDF - Rec 2012.00.2.005621-5; Ac. 603.454; Quinta Turma Cível; Rel. Des. Luciano Vasconcelos; DJDFTE 19/07/2012; Pág. 158)
CONSTITUCIONAL. FAMÍLIA. ALIMENTOS. HABEAS CORPUS. DECRETO DE PRISÃO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. NULIDADE
1 - É nula a decisão que decreta a prisão civil do devedor de alimentossem a devida fundamentação, por ofensa ao disposto nos arts. 165, 458, II, CPC e 93, IX, CF, conforme reiterada jurisprudência. Ordem concedida. (TJMG - HC 0751997-61.2011.8.13.0000; Cambuí; Sexta Câmara Cível; Rel. Des. Edivaldo George dos Santos; Julg. 31/01/2012; DJEMG 10/02/2012)
3 - DO PEDIDO DE “MEDIDA LIMINAR”
A leitura por si só da decisão que decretou a prisão civil, demonstra na singeleza de sua redação a sua fragilidade legal e factual.
A ilegalidade da prisão se patenteia pela ausência de fundamentação e cerceamento de defesa.
Por tais fundamentos, requer-se a Vossa Excelência, em razão do alegado, presentes o bom direito e o perigo na demora, seja LIMINARMENTE garantido à Paciente a sua liberdade de locomoção.
Estando consubstanciada, nos elementos suscitados na justificativa do Paciente, apresentados na ação de execução de alimentos, na doutrina, na jurisprudência, na argumentação e no reflexo de tudo nos dogmas da CF/88.
 O perigo na demora é irretorquível e estreme de dúvidas, facilmente perceptível, não só pela ilegalidade da ordem de prisão que é flagrante. Assim, dentro dos requisitos da liminar, sem dúvida, o perigo na demora e a fumaça do bom direito estão amplamente justificados, verificando-se o alicerce para a concessão da medida liminar, com expedição incontinenti de salvo conduto e, mais, seja instado a Autoridade Coatora a suspender a ordem de prisão e, mais, conheça e aprecie o pedido de produção de provas formulado pela Paciente, para, empós disto, profira nova decisão concernente à questão da prisão civil da mesma.
4 - DOS PEDIDOS
Que seja deferida a liminar determinando ao juízo a colocação da paciente em liberdade;
A notificação da autoridade coautora para suspensão de ordem de prisão;
A produção de provas;
A procedência dos pedidos, concedendo-se o habeas corpus à paciente.
Termos em que respeitosamente, 
Pede-se deferimento.
Rio de Janeiro, 28 de Setembro de 2017.
Advogado
OAB/nº
ALUNOS:
Adriane Barros
Antônia Jane Santos
Antônio Rabelo Neto
Francisco José Côco
Irving Cadilhe
Hercília Cadilhe
Luana Araújo
Rúbia Cristina Couto
Ully Torres 
Valéria Silva

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