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Caso Concreto aula 6 Constitucional II

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Margareth Ferreira de Araújo Silva
Matricula: 201602722706 Constitucional II Campus: Nova América
Caso Concreto 6
 Um integrante da polícia militar de determinado estado da Federação pretende participar de processo eleitoral na condição de candidato a vereador do município onde reside. O militar conta com onze anos de serviço na polícia militar e não possui filiação partidária, mas entende que o art. 142, § 3.º, inciso V, da Constituição Federal, que proíbe que o militar, enquanto em serviço ativo, possa estar filiado a partido político, aplica-se apenas aos militares federais. Assim, ele pretende participar da convenção partidária que vai oficializar a relação de candidatos de determinado partido, orientado que foi no sentido de que o registro da candidatura suprirá a ausência de prévia filiação partidária. Nessas circunstâncias, o militar solicita aos seus superiores a condição de agregado, pois é sua intenção, se não for eleito, retornar aos quadros da corporação. Considerando a situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, às seguintes perguntas.
 a)Pode o policial militar ser candidato a vereador sem se afastar definitivamente da corporação?
Sim , segundo a C.F o militar com mais de 10 anos , ficará congregado, permanecendo junto à corporação .
 b)Está correto o entendimento segundo o qual a vedação de filiação partidária, enquanto em serviço ativo, não se estende aos militares dos estados?
Não, os militares do Estado são forças auxiliares e reservas dos exercito aplicando-lhe os direitos e obrigações inerentes aos militares as forças armadas.
 c)Está correta a orientação no sentido de que o registro da candidatura suprirá a falta de filiação partidária? 
Sim, a jurisprudência interpretou a antinomia constitucional e considerou que o registro da candidatura, no caso dos militares suprirá a filiação partidária .
d)Poderá o militar, se não for eleito, retornar aos quadros da polícia militar?
Sim, no caso apresentado o militar possui 11 anos de serviços e, na qualidade de agregado, o militar continua ativo. Sendo assim somente passará a inatividade se for eleito.
Doutrina 
Este é um tema recorrente nos debates sobre a realidade brasileira e envolve aspectos políticos, jurídicos, sociais, econômicos, doutrinários e militares. Todas as vezes que as Instituições que constitucionalmente são responsáveis pela segurança pública não conseguem contrapor-se a criminalidade, à bandidagem e permitem que o crime organizado se torne um poder paralelo, existe um “clamor público” pela presença das Forças Armadas para enfrentar a violência, principalmente a urbana.
Durante o Império as autoridades políticas não titubearam em transformar o Exército em forças policiais através dos capitães-do-mato, que a serviço dos senhores escravocratas adentravam o interior em busca de escravos fugitivos. Este desvio de funções do Exército deixou marcas negativas na história da instituição militar, pois ao invés de estarem a serviço do país os militares estavam a serviço de interesses econômicos e da injustiça social. Agora vem o Governador do Rio de Janeiro, a semelhança de alguns outros em momentos diversos, solicitar ao Presidente da República que determine o emprego das Forças Armadas no combate à bandidagem no Estado.
Ora, parece que nem o Governador e nem o Presidente da República tenham estudado em profundidade o problema e nem mesmo lido com mais vagar a nossa Constituição Federal.
 O artigo 142 da Constituição define que…”As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República e destinam-se `a defesa da pátria, garantia dos poderes constituídos e, por iniciativa de um destes, da lei e da ordem”. Não consta da missão constitucional das Forças Armadas o seu emprego como forças policiais, ou seja, nas atividades de segurança pública, quanto muito em apoio logístico e de inteligência, jamais como substitutas para atividades definidas pela Constituição para outras instituições.“O artigo 144 da Constituição Federal, ao tratar de forma clara da questão da segurança pública, estabelece que…” A segurança pública dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, e exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, policias civis, policias militares e corpo de bombeiros militares”. A Constituição também autoriza os municípios a organizarem guardas municipais e o artigo 145 estabelece as atribuições de cada uma das instituições responsáveis pela segurança pública e em nenhum desses artigos é mencionado o emprego das Forças Armadas, a não ser em caso de intervenção federal nos Estados e destituições de seus governadores e autoridades estaduais, o que não se caracteriza na situação da violência atual. Na verdade o emprego das Forças Armadas na repressão ao crime organizado e à bandidagem em geral é um desvirtuamento de sua missão e poderá trazer sérias consequências em termos de doutrina e emprego das mesmas. As Forças Armadas são organizadas segundo princípios claros, possuem uma doutrina que define o seu preparo e emprego. Forças Armadas representam o emprego violento do poder nacional e seus integrantes são preparados para a Guerra e não para o combate de bandidos. O armamento que utilizam não se coaduna com a atividade policial.
Caso o Presidente da República atenda ao Governador do Rio de Janeiro, amanhã não terá como recusar pedido semelhante de outros governadores e isto poderá incorrer em um fracasso nas operações e desmoralização das Forças Armadas. O mais correto seria o Governo Federal oferecer melhores condições de funcionamento de órgãos federais como Polícia Federal, Polícias Rodoviária e Ferroviária federais, da Abin, a criação de uma polícia marítima, tipo da guarda costeira Americana; da consolidação e ampliação do contingente da Força Nacional de Segurança, destinando mais recursos ou simplesmente executando plenamente o orçamento federal na parte da segurança pública; possibilitando que tais entidades, da mesma forma que as policias civis, militares e corpo de bombeiros militares e guardas municipais, disponham de mais recursos para aquisição de equipamentos, ampliação de seus quadros; construção de presídios e outras medidas mais. Além disso, caberia ao Governo Federal também investir na prevenção dos fatores que geram e estimulam a violência, principalmente a urbana. Enquanto isto não for feito, da mesma forma que as atuais instituições ligadas a segurança pública se tornaram incapazes de realizar suas missões constitucionais, as Forças Armadas pouco ou nada poderão fazer e ainda correm o risco de fracassarem e desmoralizarem-se publicamente.
Transformar as Forças Armadas em forças policiais é o primeiro passo para extingui-las de fato e posteriormente, de direito. Afinal, argumentam muitos dos que atualmente estão nas funções de governo, o Brasil não sofre ameaça estrangeira e não precisa de Forças Armadas.
Legislação: Lei complementar Nº 97 de 9 de Junho de 1999.
Dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas.
Ementa
Superior Tribunal Militar STM - APELAÇÃO : AP 1496320117010301 RJ 0000149-63.2011.7.01.0301
APELAÇÃO. DESACATO A MILITAR. ATIVIDADE DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM (GLO). PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO. REJEIÇÃO. PRELIMINAR DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PELA PENA "IN CONCRETO". ACOLHIDA. DECLARADA EXTINTA A PUNIBILIDADE COM PREJUÍZO DA ANÁLISE DO MÉRITO.
I - A redação contida no § 1º do art. 142 da Constituição da República confere à lei complementar a competência para estabelecer as normas gerais para organização, preparo e emprego das Forças Armadas, e a Lei Complementar nº 97/1999, no § 2º do seu art. 15,prevê a possibilidade do emprego das Forças Armadas para a garantia da ordem pública, quando esgotados os instrumentos dos Estados-Membros para essa finalidade, especificamente os constantes nos incisos IV e V do art. 144 da Constituição Federal.
II - Da data do recebimento da denúncia até a data da sentença condenatória ultrapassou-se o lapso prescricional de 1 (um) ano. Declarada, portanto, extinta a punibilidade do acusado, com fundamento no art. 123, inciso IV, c/c os arts. 125, inciso VII, e 129, todos do CPM, restando prejudicada a análise do mérito da Apelação. Recurso conhecido e provido. Decisão unânime.

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