Buscar

Economia_Completa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Economia
Irma Filomena Lobosco
Adaptada/Revisada por Alberto dos Santos e Zulmira Silva (setembro/2012)
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Economia, parte in-
tegrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a 
educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apre-
sentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ....................................................................................................... 7
1.1 Conceitos de Economia .................................................................................................................................................8
1.2 Classificação dos Bens ...................................................................................................................................................9
1.3 A Economia como Ciência Social ...........................................................................................................................10
1.4 A Economia e suas Relações .....................................................................................................................................11
1.5 O Problema Econômico .............................................................................................................................................12
1.6 Sistemas Econômicos ..................................................................................................................................................13
1.7 Recursos ou Fatores (Meios) de Produção ..........................................................................................................16
1.8 O Princípio do Custo de Oportunidade ...............................................................................................................19
1.9 Riqueza, Utilidade e Valor ..........................................................................................................................................20
1.10 Bens e Serviços ............................................................................................................................................................20
1.11 Setores Econômicos ..................................................................................................................................................20
1.12 Divisão da Economia ................................................................................................................................................21
1.13 Método ...........................................................................................................................................................................21
1.14 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................22
1.15 Atividades Propostas ................................................................................................................................................22
2 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO .................................................................. 23
2.1 Antiguidade ....................................................................................................................................................................24
2.2 Mercantilismo ................................................................................................................................................................24
2.3 Fisiocracia ........................................................................................................................................................................25
2.4 Os Clássicos .....................................................................................................................................................................25
2.5 Teoria Neoclássica ........................................................................................................................................................27
2.6 A Era Keynesiana ...........................................................................................................................................................27
2.7 O Período Recente ........................................................................................................................................................28
2.8 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................29
2.9 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................29
3 MICROECONOMIA .............................................................................................................................. 31
3.1 Pressupostos Básicos da Análise Microeconômica ..........................................................................................32
3.2 As Tarefas do Sistema de Mercado .........................................................................................................................35
3.3 Como o Mercado Funciona.......................................................................................................................................36
3.4 Produção ..........................................................................................................................................................................36
3.5 Os Setores de Produção .............................................................................................................................................37
3.6 Possibilidade de Produção ........................................................................................................................................37
3.7 Os Fatores de Produção .............................................................................................................................................37
3.8 A Produção do Capital ................................................................................................................................................39
3.9 Os Dois Mercados .........................................................................................................................................................39
3.10 Demanda, Oferta e Equilíbrio ................................................................................................................................40
3.11 Oferta ..............................................................................................................................................................................44
3.12 Equilíbrio de Mercado ..............................................................................................................................................453.13 Elasticidades .................................................................................................................................................................46
3.14 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................47
3.15 Atividades Propostas ................................................................................................................................................47
4 TEORIA DA PRODUÇÃO .................................................................................................................. 49
4.1 O Modelo Básico ...........................................................................................................................................................50
4.2 A Lei dos Rendimentos Decrescentes ...................................................................................................................51
4.3 Os Rendimentos da Firma .........................................................................................................................................52
4.4 Produtividade ................................................................................................................................................................52
4.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................54
4.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................54
5 MERCADO DE TRABALHO ............................................................................................................. 55
5.1 História do Trabalho ....................................................................................................................................................55
5.2 Mercado de Trabalho ..................................................................................................................................................56
5.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................58
5.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................59
6 FUNDAMENTOS DA MACROECONOMIA ........................................................................... 61
6.1 Principais Índices que Acompanham os Preços ...............................................................................................69
6.2 O Balanço de Pagamentos ........................................................................................................................................70
6.3 Políticas Econômicas ...................................................................................................................................................72
6.4 A Inserção do Brasil na Economia Mundial .........................................................................................................74
6.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................74
6.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................75
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 77
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 79
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
5
INTRODUÇÃO
A Economia cada vez mais vai se firmando como uma ciência imprescindível para o mundo dos ne-
gócios, não só internamente em cada país, como externamente, pois os países, com a abertura econômi-
ca do mundo em seguida à liberalização do movimento de capitais, ficam expostos a decisões tomadas 
por agentes econômicos internacionais.
A estrutura da apostila baseia-se no problema da escassez, a fim de estudar a oferta e a procura 
de produtos e, a partir desse instrumental, abordar a microeconomia ou teoria dos preços/economia da 
empresa, analisando a demanda, a oferta, as estruturas de mercado, a teoria da produção e fatores de 
produção. 
A teoria macroeconômica, em âmbito nacional, propõe aos governos o estudo das variáveis ma-
croeconômicas, e, ainda, fornece ferramentas para a análise do comportamento da Economia como um 
todo. 
O presente material foi desenvolvido para a modalidade do Ensino a Distância (EaD) e seu uso será 
de grande valia no decorrer das aulas do curso.
Tem como objetivos gerais: propiciar a análise dos conceitos de oferta e demanda, entender a fun-
cionalidade da atividade econômica, sua abrangência e limitações, entender a interação das complexas 
variáveis da atividade econômica, e identificar a economia no que tange ao mercado de trabalho e prin-
cipais variáveis macroeconômicas. 
Ao final de cada capítulo, leia com atenção os enunciados e responda às questões propostas. Essas 
questões objetivam auxiliá-lo(a) na aprendizagem. Primeiramente, responda a todas as questões e so-
mente ao final verifique as suas respostas, relacionando-as com as respostas e comentários do professor, 
ao final desta apostila.
Irma Filomena Lobosco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
7
1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, trataremos dos conceitos da 
ciência econômica. Vamos iniciar a discussão?
Analisando o cotidiano, facilmente você 
identificará inúmeras questões econômicas, 
como, os exemplos a seguir de autores da área:
ƒƒ aumentos de preços nos alimentos, 
planos de saúde, aluguel da casa etc.;
ƒƒ inflação e deflação;
ƒƒ anúncios de períodos de crise econô-
mica ou de crescimento;
ƒƒ desemprego;
ƒƒ setores que crescem mais do que ou-
tros, como a indústria automobilística e 
a indústria da construção civil;
ƒƒ diferenças salariais, dissídios coletivos, 
greves;
ƒƒ crises no balanço de pagamentos: dívi-
da interna e dívida externa;
ƒƒ valorização ou desvalorização da taxa 
de câmbio: importação e exportação;
ƒƒ ociosidade em alguns setores de ativi-
dade;
ƒƒ diferença de renda entre as várias re-
giões do país: Norte, Nordeste, Sudeste 
etc.;
ƒƒ taxas de juros para financiamentos de 
capital;
ƒƒ déficit governamental;
ƒƒ elevação de impostos e tarifas públicas.
Os indivíduos discutem tais temas com em-
pirismo, ou seja, pela experiência de cada um e 
formam suas opiniões sobre como o Estado deve 
tomar medidas para resolvê-los. Um estudante de 
Economia, de Direito ou de outra área pode vir a 
ocupar um cargo de responsabilidade em uma 
empresa ou na própria administração pública e 
necessitará de conhecimentos teóricos mais sóli-
dos para poder analisar os problemas econômi-
cos que nos rodeiam no dia a dia (VASCONCEL-
LOS; GARCIA, 2010).
Todo indivíduo tem algum conhecimento 
sobre Economia e este conhecimento pode ser 
útil, porém um conhecimento insuficiente pode 
ser perigoso.
Com a estabilidade da economia após o 
controle da inflação na década de 1990, o cená-
rio empresarial brasileiro mudou. Os empresários 
que não atentaram para a modernização dos pro-
cessos de produção e de seus produtos, controle 
de custos e maximização dos lucros foram pegos 
de surpresa.
Da mesma forma que um profissional que 
tenha realizado vários negócios envolvendo con-
tratos trabalhistas, com sucesso, pode considerar-
-se um perito na economia dos salários ou que um 
administrador de empresa que tenha enfrentado 
o controledos custos de sua empresa pode consi-
derar que seu ponto de vista sobre o controle de 
preços é a última palavra, um profissional do mer-
cado financeiro que negocia ações pode concluir 
que sabe tudo a respeito de economia financeira.
Nesse sentido, chamo a atenção sobre o 
fato de que os eventos econômicos estão presen-
tes no nosso dia a dia, são divulgados na mídia: 
jornais, revistas, noticiário da televisão, rádio etc. 
e precisamos entender seus impactos para poder 
controlar as consequências.
Irma Filomena Lobosco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
8
A esse respeito, Guimarães e Gonçalves 
(2010, p. 1) argumentam que:
Entendendo o funcionamento da econo-
mia, somos capazes de julgar se o gover-
no deve intervir ou não nas mais variadas 
situações, e de compreender os princípios 
básicos que devem nortear as decisões 
sobre políticas públicas. Deve o governo 
interferir nos impactos sobre o preço do 
ouro de uma charge ofensiva a Maomé 
feita por um cartunista dinamarquês? 
Deve o governo cobrar pedágio a fim de 
reduzir o congestionamento nas ruas das 
grandes cidades? Quais são exatamente 
os custos da intervenção do governo? O 
entendimento da economia nos auxilia a 
pensar sobre questões desse tipo.
Podemos, assim, concluir que cada pessoa 
tende, naturalmente, a julgar um fato econômico 
pelo seu efeito imediato sobre ela. 
1.1 Conceitos de Economia
Podemos explicar o que é Economia anali-
sando o significado do verbo ‘economizar’ ou da 
expressão ‘fazer economia’. Economizar significa 
evitar gastar inutilmente e guardar para futuras 
necessidades; sempre procuramos economizar o 
nosso dinheiro, reservando uma parte para uma 
situação de emergência.
Segundo Vasconcellos e Garcia (2010, p. 2): 
“A palavra economia deriva do grego oikonomos 
(de oikos, casa, e nomos, lei), que significa a admi-
nistração de uma casa, ou do Estado.”
Ainda segundo os autores, pode ser assim 
definida:
Economia é a ciência social que estuda 
como o indivíduo e a sociedade decidem 
(escolhem) empregar recursos produti-
vos escassos na produção de bens e ser-
viços, de modo a distribuí-los entre as vá-
rias pessoas e grupos da sociedade, a fim 
de satisfazer as necessidades humanas. 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2010, p. 2).
Essa definição contém vários conceitos im-
portantes, que são a base e o objeto do estudo da 
ciência econômica, que estuda a produção, a cir-
culação, a distribuição e o consumo, quais sejam:
ƒƒ Escolha: decisões das pessoas sobre 
consumir, trabalhar, poupar, estudar; as 
decisões das empresas sobre produzir, 
contratar trabalhadores, investir; e até 
as decisões dos nossos governantes. 
Afinal, por trás de tudo o que observa-
mos na economia e na sociedade estão 
os atos e as escolhas individuais (GUI-
MARÃES; GONÇALVES, 2010);
ƒƒ Bem: é tudo aquilo capaz de atender 
a uma necessidade humana. Pode ser 
material ou imaterial (PINHO; VASCON-
CELLOS, 2011);
ƒƒ Escassez: produzir o máximo de bens e 
serviços com os recursos escassos dis-
poníveis a cada sociedade (PINHO; VAS-
CONCELLOS, 2011);
ƒƒ Necessidade humana: qualquer ma-
nifestação de desejo que envolva a es-
colha de um bem econômico capaz de 
contribuir para a sobrevivência ou para 
a realização social do indivíduo (PINHO; 
VASCONCELLOS, 2011);
ƒƒ Recursos: são os meios materiais ou 
imateriais que permitem satisfazer cer-
tas necessidades. Mão de obra, recursos 
naturais/terra, capital, capacidade em-
presarial (ECONOMIANET, 2011);
ƒƒ Produção: criação de um bem ou de 
um serviço adequado para a satisfação 
de uma necessidade (ECONOMIANET, 
2011);
Economia
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
9
ƒƒ Distribuição: é a maneira como a pro-
dução ou a renda total é distribuída en-
tre os indivíduos ou entre os fatores de 
produção (ECONOMIANET, 2011).
Ainda está para ser elaborada uma defini-
ção definitiva sobre Economia. Muitas têm sido 
propostas e discutidas. De acordo com Mochón 
(2004, p. 9), “a economia estuda a maneira como 
se administram os recursos escassos, com o ob-
jetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los 
para seu consumo entre os membros da socieda-
de” ou, então, “economia é a ciência que estuda 
a produção, a circulação, a distribuição e o con-
sumo”.
Economia é o estudo das leis econômicas 
indicadoras do caminho que devemos seguir a 
fim de aumentarmos a produtividade, melhoran-
do o padrão de vida das populações com o cor-
reto emprego dos recursos (SAMUELSON, 1975). 
A Economia só surgiu como ciência a partir 
do século XVIII, quando foram feitas grandes des-
cobertas técnicas e científicas que modificaram 
radicalmente o modo de produzir dos povos (Re-
volução Industrial). Desde então, a Economia foi 
se tornando cada vez mais importante (GUIMA-
RÃES, 1993).
Ela trata do bem-estar do homem e os ele-
mentos-chave da atividade econômica são: (a) 
os recursos produtivos (R); (b) as técnicas de pro-
dução (que transformam os recursos em bens e 
serviços – BS); (c) as necessidades humanas (NH) 
(MENDES, 2005).
Tem-se:
R → BS → NH
Portanto, podemos afirmar que a função da 
Economia como um todo é descrever, analisar, ex-
plicar e correlacionar o comportamento da pro-
dução, do desemprego, dos preços e dos fenôme-
nos semelhantes.
AtençãoAtenção
A Economia estuda a maneira como os 
homens e as sociedades decidem, com ou 
sem utilização do dinheiro, empregar re-
cursos produtivos escassos!
1.2 Classificação dos Bens
Tudo que é raro em relação às necessidades 
individuais ou coletivas deve ser economizado. 
Assim, tudo aquilo que é raro é um bem econô-
mico e tudo aquilo cuja abundância supera nos-
sas necessidades não é um bem econômico. O ar 
que respiramos, a areia do deserto, a água do mar 
e muitos outros bens não podem ser classificados 
como bens econômicos. São classificados como 
bens livres. A principal característica dos bens 
econômicos é sua carência, isto é, existem em 
menor quantidade do que as necessidades.
Devido a essa característica, os bens econô-
micos devem ser racionados. Isso pode ser feito 
através de um sistema de repartição autoritária 
ou – o que é mais frequente – cobrando-se um 
preço daqueles que desejam tais bens.
Devido à sua carência, os bens econômicos 
devem, geralmente, ser produzidos, quando en-
tão tomam a forma de serviços ou de bens ma-
teriais: o vendedor que realiza a venda de um de-
terminado produto (mercadoria) na loja participa 
na produção do bem econômico, assim como o 
operário que trabalhou na sua produção.
Fabricar algo, transpor e vendê-lo, ministrar 
uma aula, cortar o cabelo, entregar uma carta, 
tudo isso e mais uma infinidade de outras ativida-
des são atos de produção. Quem realiza atos de 
produção realiza uma atividade econômica.
Irma Filomena Lobosco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
10
A Economia como ciência social trata 
dos diferentes aspectos do comportamento 
humano que são ocupados pelas ciências so-
ciais, podendo ser caracterizados como ciên-
cias do comportamento ou ciências humanas. 
Elas compreendem áreas distintas, diferenciando, 
por sua natureza, os vários aspectos da ação do 
homem com o qual cada uma delas se envolve.
Em qualquer sociedade, os recursos ou fa-
tores de produção são escassos; contudo, as ne-
cessidades humanas são ilimitadas e sempre se 
renovam. Isso obriga a sociedade a escolher entre 
alternativas de produção e de distribuição dos re-
sultados da atividade produtiva aos vários grupos 
da sociedade.
Economia é a ciência social que estuda 
como o indivíduo e a sociedade decidem empre-
gar os recursos produtivos escassos na produção 
de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre 
as várias pessoas e grupos da sociedade, de forma 
a satisfazer as necessidades humanas. 
Consideradas elementos-chave da ativida-de econômica, as necessidades humanas se cons-
tituem na razão de ser (na força motivadora) da 
atividade econômica. Os desejos dos serem hu-
manos são ilimitados.
As diferentes necessidades humanas são, 
geralmente, agrupadas da seguinte forma:
1. fisiológicas: são as necessidades bá-
sicas da vida: água, comida, abrigo, ar, 
vestuário, descanso etc.;
2. segurança: as pessoas desejam estar, 
na medida do possível, seguras de que 
no futuro não lhes faltarão meios de sa-
tisfazer suas necessidades básicas. Ne-
cessitam, também, sentirem-se seguras 
quanto ao respeito e à estima dos de-
mais. No trabalho, as pessoas sentem 
necessidade de segurança quanto ao 
seu emprego, isto é, desejam ter certa 
garantia de que não serão dispensadas 
a qualquer momento;
1.3 A Economia como Ciência Social
3. sociais: consistem no desejo, que to-
dos sentem, de participar de vários 
grupos e de ser aceito por eles. Alguns 
desses grupos são: o familiar, grupos 
de escola, companheiros de trabalho;
4. estima: o indivíduo deseja ser mais do 
que um membro do seu grupo; neces-
sita de estima, afeto, amor, valorização 
e reconhecimento. A satisfação das 
necessidades de estima provoca senti-
mentos de autoconfiança;
5. autorrealização: está ligada ao desejo 
do ser humano de desenvolver e usar 
sua capacidade, suas aptidões e habili-
dades, bem como de realizar seus pla-
nos.
Pensando e observando a vida das pessoas, 
percebemos facilmente que as necessidades hu-
manas são limitadas quanto ao número. Logo que 
alguém consegue dinheiro para saciar sua fome e 
para vestir-se, já pensa em adquirir sua casa pró-
pria. Quando já tem a casa, quer decorá-la da me-
lhor maneira possível. Depois, surge a necessida-
de de convidar os amigos para conhecer a casa e 
ouvir os últimos CDs adquiridos.
À medida que vão se satisfazendo as ne-
cessidades, outras vão surgindo: carros, viagens, 
cursos, roupas da moda, emprego melhor e assim 
por diante.
Economia Positiva e Economia Normativa
Toda ciência deve seguir critérios para que 
possa ser considerada aceitável na comunidade 
científica. Assim, a teoria econômica, que apre-
senta um grande desenvolvimento nos últimos 
séculos, necessidade de ferramentas para sua 
análise.
Economia
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
11
De acordo com Vasconcellos (2002, p. 32):
a teoria econômica utiliza-se de argu-
mentos positivos (economia positiva) e 
argumentos normativos (economia nor-
mativa). A economia normativa contém 
um juízo de valor, subjetivo, e a economia 
positiva é o conjunto de conhecimentos 
objetivos, que respeita todos os cânones 
científicos.
Quando se diz que deveria ocorrer uma me-
lhoria na distribuição de renda, expressa-se um 
juízo de valor, pois é uma crença que é uma coi-
sa boa ou má. Esse exemplo é um argumento da 
economia normativa. Já a economia positiva au-
xiliará a identificar o instrumento de política eco-
nômica adequado à diminuição da concentração 
de renda, como, por exemplo, política salarial ou 
política tributária, que avaliará os aspectos positi-
vos e negativos.
1.4 A Economia e suas Relações
A Economia faz fronteira com outras impor-
tantes disciplinas, tais como: sociologia, psicolo-
gia, antropologia, administração, contabilidade, 
estatística e matemática. Para a interpretação de 
registros históricos, são necessários os instrumen-
tos analíticos, porque os fatos não “contam com 
sua própria história”, mas possuem grande impor-
tância.
Caro(a) aluno(a), Vasconcellos (2002, p. 33) 
procurou estabelecer os pontos de contato entre 
a teoria econômica e outras áreas do conheci-
mento:
Na chamada pré-economia, antes da Re-
volução Industrial do século XVIII, que 
corresponde ao período da Idade Média, 
a atividade econômica era vista como 
parte integrante da Filosofia, Moral e Éti-
ca. A Economia era orientada por princí-
pios morais e de justiça. O início do es-
tudo sistemático da Economia coincidiu 
com os grandes avanços na área de Física 
e Biologia nos séculos XVIII e XIX. Com o 
passar do tempo, predominou uma con-
cepção humanística, que coloca em pla-
no superior os móveis psicológicos da 
atividade humana. A Economia é por ex-
celência uma ciência social, pois objetiva 
a satisfação das necessidades humanas. 
Muitos avanços obtidos na Teoria Eco-
nômica advieram da pesquisa histórica, 
pois a História facilita a compreensão do 
presente, e ajuda nas previsões para o fu-
turo, com bases nos fatos do passado. Há 
também uma grande conexão entre Eco-
nomia e Geografia, pois esta permite ava-
liar também questões como as condições 
geoeconômicas dos mercados regionais, 
a concentração espacial dos fatores pro-
dutivos, a localização de empresas, a 
composição setorial da atividade econô-
mica, muito úteis à análise econômica. 
Aponta ainda a relação entre Economia 
e Política, pois, nesse sentido a atividade 
econômica subordina-se à estrutura ao 
regime político do país.
Como você sabe, e vimos na citação ante-
rior, a esse respeito Vasconcellos e Garcia (2010, p. 
10) afirmam que,
apesar de ser uma ciência social, a Eco-
nomia é limitada pelo meio físico, dado 
que os recursos são escassos, e se ocu-
pa de quantidades físicas e das relações 
entre essas quantidades. Daí surge a ne-
cessidade da utilização da Matemática 
e da Estatística como ferramentas para 
estabelecer relações entre variáveis eco-
nômicas. Por exemplo, a relação entre o 
consumo nacional está diretamente re-
lacionada com a renda nacional e pode 
ser representada da seguinte forma: C = 
ƒ(RN) e ΔC / ΔRN > 0. Diz que o consumo 
(C) é uma função (ƒ) da renda nacional 
(RN) e dada uma variação da renda nacio-
nal (ΔRN), terá uma variação diretamente 
proporcional (na mesma direção) do con-
sumo agregado (ΔC).
Irma Filomena Lobosco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
12
Como as relações econômicas não são 
exatas, mas probabilísticas, recorre-se à 
Estatística. Por exemplo: C = 2pr, onde C 
= comprimento da circunferência, p = le-
tra grega PI e r = radianos, é uma relação 
matemática exata qualquer que seja o 
comprimento da circunferência. Em eco-
nomia tratamos de leis probabilísticas.
1.5 O Problema Econômico
O problema econômico está centralizado 
no fato de que os recursos disponíveis ao homem 
para produzir bens e serviços são limitados, escas-
sos, mas a necessidade ou desejo desses bens e 
serviços varia e é insaciável (MENDES, 2005, p. 3).
A ciência econômica procura resolver esse 
problema, atribuindo um grau de importância a 
cada necessidade e sugerindo a canalização dos 
recursos para a satisfação das necessidades mais 
urgentes. Um indivíduo deve satisfazer suas ne-
cessidades, porém o alimento cotidiano e o lazer 
não têm a mesma importância. De que adianta o 
indivíduo andar vestido de acordo com a última 
moda se tem dificuldades em se alimentar? Tam-
bém não têm a mesma importância a necessida-
de de pagar a educação dos filhos e o desejo de 
comprar um carro.
O dinheiro que um indivíduo dispõe serve 
para muita coisa quando é abundante. Como, 
em geral, o dinheiro é escasso, é preciso utilizá-lo 
muito bem, para que seja suficiente para o mais 
importante, ao mesmo tempo em que se procura 
melhorar a situação.
Um país também tem muitas necessidades: 
estradas, represas, hospitais, escolas, fábricas etc. 
Diante da elevada quantidade de necessidades, o 
governo, geralmente, sente a falta de recursos. É 
preciso classificá-las segundo sua importância e, 
em seguida, canalizar para as prioritárias os recur-
sos disponíveis.
AtençãoAtenção
A Economia é a ciência da escassez ou das 
escolhas.
Por escassez, entende-se a situação em que 
os recursos são limitados e podem ser utilizados 
de diferentes maneiras, de tal modo que devemos 
sacrificar uma coisa por outra. A seguir, apresen-tam-se situações de escassez comuns no dia a dia:
ƒƒ uma quantidade limitada de recursos 
(dinheiro) para consumir alimentos 
ofertados nos supermercados exige a 
escolha entre a compra de determina-
das mercadorias (comprar unidades a 
mais de um produto e a menos de ou-
tro);
ƒƒ tempo limitado para ler um livro que 
exige algumas horas de dedicação im-
plica ter menos horas para se dedicar a 
outras atividades, como, por exemplo, 
assistir a um filme no cinema;
ƒƒ na empresa, uma máquina tem capaci-
dade para produzir dois diferentes pro-
dutos e exige decisão de qual deles irá 
produzir a mais ou a menos.
Para Vasconcellos (2002, p. 22),
todas as sociedades, qualquer que seja 
seu tipo de organização econômica ou 
regime político, são obrigadas a fazer 
opções, escolhas entre alternativas, uma 
vez que os recursos não são abundantes. 
Elas são obrigadas a fazer escolhas sobre 
O QUE E QUANTO, COMO e PARA QUEM 
produzir.
O QUE E QUANTO PRODUZIR? A socieda-
de é responsável por decidir se produz mais bens 
de consumo ou bens de capital, como, por exem-
plo, se quer produzir mais armas de fogo ou mais 
Economia
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
13
manteiga? Em que quantidade? Os recursos de-
vem ser dirigidos para a produção de mais bens 
de consumo ou bens de capital? Dada a escassez 
de recursos de produção, a sociedade escolhe-
rá, dentro das possibilidades de produção, quais 
produtos serão produzidos e as respectivas quan-
tidades a serem fabricadas.
COMO PRODUZIR? Essa questão é relacio-
nada à eficiência produtiva. Serão utilizados mé-
todos de produção de capital intensivos? Ou mão 
de obra intensiva? A sociedade escolherá quais 
recursos de produção serão utilizados para a pro-
dução de bens e serviços, considerando o nível 
tecnológico existente. Isso depende da disponi-
bilidade de recursos de cada país. Geralmente, a 
concorrência entre os diferentes produtores de-
cide como vão ser produzidos os bens e serviços, 
considerando os métodos mais eficientes e que 
tiverem o menor custo de produção possível.
PARA QUEM PRODUZIR? A sociedade deve 
decidir quais os setores que participarão da distri-
buição dos resultados de sua produção: trabalhado-
res, capitalistas ou proprietários de terra? Agricultura 
ou indústria? Mercado interno ou mercado externo? 
Região Norte ou Sul? É a distribuição da renda gera-
da pela atividade econômica.
Por que são problemas? Porque decorrem 
de um problema fundamental, que é a escassez 
de recursos.
Como esses problemas são resolvidos? Isso 
depende de como a sociedade está organizada 
politicamente
Existem duas formas principais de organiza-
ção econômica:
1. economia de mercado (ou descentrali-
zada, tipo capitalista);
2. economia planificada (ou centralizada, 
tipo socialista).
1.6 Sistemas Econômicos
Segundo Vasconcellos e Garcia (2010, p. 2), 
um sistema econômico pode ser definido como
a forma política, social e econômica pela 
qual está organizada uma sociedade. É 
um particular sistema de organização da 
produção, distribuição e consumo de to-
dos os bens e serviços que as pessoas uti-
lizam buscando uma melhoria no padrão 
de vida e bem-estar.
As economias de mercado podem ser anali-
sadas por dois sistemas:
ƒƒ sistema de concorrência pura (sem 
a interferência do governo): perfeita-
mente competitivo, predomina o lais-
sez-faire: milhares de produtores e mi-
lhões de consumidores têm condições 
de resolver os problemas econômicos 
fundamentais (o que e quanto, como e 
para quem produzir), guiados por uma 
“mão invisível”, mediante o mecanismo 
de preços que promove o equilíbrio nos 
vários mercados. 
 • Se houver excesso de oferta 
(ou escassez de demanda), as 
empresas formarão estoques e 
serão obrigadas a diminuir seus 
preços para vender a produção, 
até que se atinja um preço sa-
tisfatório para os estoques;
 • Se houver excesso de demanda 
(ou escassez de oferta), existirá 
concorrência entre os consu-
midores pelos escassos bens 
disponíveis. O preço tende a 
aumentar, até que se atinja um 
nível de equilíbrio em que não 
Irma Filomena Lobosco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
14
Mercado de bens e serviços
Mercado de fatores de produção
Demanda
Oferta
EmpresasFamílias
Demanda
Oferta
mais existirão consumidores 
em espera;
ƒƒ sistema de mercado misto: atuação 
do governo para eliminar as distorções 
alocativas e distributivas de recursos e 
promover a melhoria do padrão de vida 
de coletividade, das seguintes formas:
 • atuação sobre a formação de 
preços via impostos, subsídios, 
tabelamentos, fixação de salá-
rio-mínimo, preços mínimos, 
taxa de câmbio;
 • compra de bens e serviços do 
setor privado;
 • fornecimento de bens públicos 
que não são vendidos no mer-
cado: educação, justiça, segu-
rança. É aquele bem que não 
apresenta rivalidade em seu 
consumo;
 • fornecimento de serviços pú-
blicos: iluminação, água, sanea-
mento básico, transporte etc.;
 • investimento em infraestrutura 
básica (energia, estradas etc.), 
o qual a iniciativa privada não 
tem recursos financeiros de as-
sumir.
No funcionamento de uma economia cen-
tralizada ou planificada, a propriedade dos recur-
sos é do Estado. Os meios de produção incluem 
máquinas, edifícios, residências, terra, matérias-
-primas. Os meios de sobrevivência pertencem 
aos indivíduos (roupas, carros, televisores etc.). 
A forma de resolver os problemas econômicos 
fundamentais é decidida por uma agência ou ór-
gão central de planejamento e não pelo mercado 
(VASCONCELLOS, 2002).
Os Agentes Econômicos 
No funcionamento do sistema econômico 
de uma economia de mercado que não tenha 
interferência do governo e não tenha transações 
com o exterior (economia fechada), os agentes 
econômicos são as famílias (unidades familiares) 
e as empresas (unidades produtoras).
As famílias são as proprietárias dos fatores 
de produção e os fornecem às unidades de produ-
ção (empresas), por meio do mercado dos fatores 
de produção. Consequentemente, as empresas, 
através da combinação dos fatores de produção, 
produzem bens e serviços e os fornecem às famí-
lias por meio do mercado de bens e serviços.
Observe caro(a) aluno(a) as figuras a seguir. 
Esse fluxo é denominado de Fluxo Real da 
Economia, conforme apresentado na Figura 1. 
DicionárioDicionário
Agente Econômico: indivíduos, grupos de indiví-
duos ou organismos que constituem, do ponto de 
vista dos movimentos econômicos, os centros de 
decisão e de ações fundamentais.
Fonte: Economianet (2011).
Figura 1 – Fluxo real da economia.
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2010).
Economia
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
15
No mercado de bens e serviços, as famílias 
demandam bens e serviços, enquanto as empre-
sas os ofertam; no mercado de fatores de produ-
ção, as famílias ofertam os serviços dos fatores de 
produção, que são de sua propriedade, enquanto 
as empresas os demandam.
Pagamentos dos bens e serviços
Remuneração dos fatores de produção
EmpresasFamílias
EmpresasFamílias
Mercado de bens e serviços
Mercado de fatores de produção
Cabe ressaltar que o fluxo real da economia 
só é possível com a moeda, que é utilizada para 
remunerar os fatores de produção e para o paga-
mento dos bens e serviços.
Assim, paralelo ao fluxo real, temos um flu-
xo monetário da economia (Figura 2).
Figura 2 – Fluxo monetário da economia.
Finalmente, o fluxo circular de renda é a 
união dos fluxos real e monetário da economia 
(Figura 3).
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2010).
Figura 3 – Fluxo circular de renda. 
 Fonte: Fontes, Ribeiro e Santos (2010). Fluxo monetário
Fluxo real (bens e serviços)
Irma Filomena Lobosco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
16
As forças de ofertae da demanda atuam em 
cada um dos mercados para determinar o preço. 
Portanto, no mercado de bens e serviços, formam-
-se os preços de bens e serviços; no mercado de 
fatores de produção, formam-se os preços dos fa-
tores de produção: salários, juros, aluguéis, lucros, 
royalties etc. (VASCONCELLOS; GARCIA, 2010).
1.7 Recursos ou Fatores (Meios) de Produção
Os recursos econômicos, que constituem 
a base de qualquer economia, são os meios uti-
lizados pela sociedade para a produção de bens 
e serviços que irão satisfazer as necessidades hu-
manas.
As três características dos recursos econô-
micos são:
a) escassos em sua quantidade (ou seja, 
limitados), representados por uma si-
tuação na qual os recursos podem ser 
utilizados na produção de diferentes 
bens e serviços;
b) versáteis, pois podem ser aproveitados 
em diversos usos;
c) podem ser combinados em propor-
ções variáveis na produção de bens e 
serviços.
Quanto à classificação, os recursos podem 
ser agrupados em:
a) recursos naturais: todos os bens eco-
nômicos na produção e que são obti-
dos diretamente da natureza;
b) recursos humanos: toda atividade hu-
mana (esforço físico e/ou mental) utili-
zada na produção de bens e serviços;
c) capital: todos os bens materiais pro-
duzidos pelo homem e que são utiliza-
dos na produção. O fator capital inclui 
o conjunto de riquezas acumuladas por 
uma sociedade e é com essas riquezas 
que um país desenvolve suas atividades 
de produção. Entre os principais grupos 
de riquezas acumuladas por uma socie-
dade, estão os seguintes:
 • infraestrutura econômica: trans-
portes; telecomunicações; energia;
 • infraestrutura social: sistemas de 
água e saneamento, educação, cul-
tura, segurança, saúde, lazer e es-
portes;
 • construções e edificações de 
modo geral, sejam públicas ou pri-
vadas;
 • equipamentos de transporte: 
caminhões, ônibus, utilitários, lo-
comotivas, vagões, embarcações, 
aeronaves;
 • máquinas e equipamentos: são 
utilizados nas atividades de extra-
ção, transformação, prestação de 
serviços, na indústria de construção 
e nas atividades agrícolas;
 • matérias-primas ou insumos: 
energia elétrica, óleo diesel, gás, co-
rantes, matérias químicas para a in-
dústria; ou sementes, fertilizantes, 
inseticidas, herbicidas, fungicidas, 
vacinas, rações e combustíveis na 
agricultura, entre outros.
 
Caro(a) aluno(a), Mendes (2005, p. 5) nos in-
forma que
alguns autores consideram também 
como mais um tipo de recurso o em-
preendedorismo, que é o esforço uti-
lizado para coordenar a produção, dis-
tribuição e venda de bens e serviços, ou 
seja, para organizar os recursos naturais, 
humanos e o capital. Um empreendedor 
Economia
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
17
POSSIBILIDADES
PRODUÇÃO DE GUARANÁ
(milhões de litros/mês)
PRODUÇÃO DE CDs
(milhões de unidades/mês)
A
B
C
D
E
F
30
28
24
18
10
0
0
1
2
3
4
5
toma decisões de negócios, assume os 
riscos oriundos dessas decisões, compro-
mete tempo e dinheiro com um negócio 
sem nenhuma garantia de lucro.
Curva de Possibilidades de Produção
Você sabia que levando em consideração 
que, em cada dia útil de trabalho, cerca de 80 mi-
lhões de pessoas produzem uma variedade de 
bens e serviços avaliada em, aproximadamente, 
R$ 4 bilhões1? 
A quantidade de bens e serviços que pode 
ser produzida é limitada por nossos recursos dis-
poníveis e pela tecnologia que dominamos.
De acordo com Mendes (2005, p. 8),
na escolha dos bens e serviços que de-
vem ser produzidos, a primeira provi-
dência é determinar quais combinações 
de bens e serviços são possíveis, levando 
em consideração duas restrições: (a) que 
a quantidade de recursos produtivos é 
determinada (limitada); (b) que o nível de 
1 Avaliada em aproximadamente 4 bilhões a quantidade de bens e serviços.
tecnologia disponível também é deter-
minado, ou seja, naquele momento, não 
é possível fazer uma mudança tecnoló-
gica. Esse limite é descrito pela curva ou 
fronteira de possibilidade de produção.
A decisão das empresas a princípio pode 
não estar relacionada com a maximização do lu-
cro: algumas visam à reputação de longo prazo, 
ao aumento da participação no mercado. Entre-
tanto, o meio para alcançar tais objetivos é fazê-
-lo vendendo o bem a um preço baixo por certo 
tempo. Nessa ação a empresa prejudica a lucrati-
vidade no momento presente, mas contribui para 
obter maior lucro no futuro, atraindo um número 
maior de clientes. 
Caro(a) aluno(a), a seguir, ilustra-se, na Ta-
bela 1, a curva de possibilidade de produção de 
dois produtos num determinado momento, con-
siderando, assim, que a quantidade produzida de 
todos os demais bens e serviços é mantida cons-
tante; admitindo dois produtos que a maioria 
dos estudantes adquire: guaraná e CDs (MENDES, 
2005). 
Tabela 1 – Seis pontos hipotéticos sobre a fronteira de possibilidades de produção. 
Fonte: Mendes (2005, p. 7).
Irma Filomena Lobosco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
18
Figura 4 – A curva de possibilidades de produção.
U
Carros
Camisas
Produção eficiente 
Unindo-se os pontos, obtém-se a chama-
da ‘curva das possibilidades de produção’ 
ou curva de transformação, à medida que 
se passa do ponto A para B, de B para C 
e assim por diante, até D, em que se es-
tarão transformando carros em camisas. 
O pleno emprego é definido por uma 
situação em que os recursos disponíveis 
estão sendo plenamente utilizados na 
produção de bens e serviços, garantin-
do o equilíbrio econômico das ativida-
des produtivas. (PINHO; VASCONCELLOS, 
2011, p. 13). 
A eficiência de produção é alcançada se 
não pudermos produzir mais de um produto sem 
produzir menos de algum outro bem. Uma eco-
nomia poderia estar produzindo abaixo da curva 
de possibilidade de produção por uma das duas 
seguintes razões:
a) os recursos não estão sendo emprega-
dos plenamente;
b) os recursos estão sendo utilizados de 
maneira ineficiente. 
Mudança na curva de possibilidade de produção
Considerando a necessidade de crescimen-
to econômico de um país como o Brasil em vir-
tude do crescimento populacional elevado, con-
forme dados do Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE)2, e admitindo-se que a produ-
ção já seja eficiente, como seria possível produ-
zir mais de ambos os produtos? Como é possível 
deslocar para a direita a curva de possibilidade de 
produção? 
De acordo com a curva de possibilidade de 
produção, a opção de produção disponível com 
um dado conjunto de recursos produtivos deve 
deslocar a curva de possibilidade de produção 
para a direita (crescimento econômico). Se uma 
economia utilizar mais recursos naturais, huma-
nos, capital e habilidades empreendedoras, ela 
poderá, como um todo, produzir mais de cada um 
dos bens e serviços. Esse mesmo resultado pode 
ser alcançado se novas tecnologias forem desen-
volvidas, de tal modo que a produtividade dos fa-
tores aumente.
O formato de curva é explicado pelo concei-
to de custo de oportunidade, que é um dos prin-
2 Em comparação com o Censo 2000, ocorreu um aumento de 20.933.524 pessoas. Esse número demonstra que o crescimento 
da população brasileira no período foi de 12,3%, inferior ao observado na década anterior (15,6% entre 1991 e 2000). O Censo 
2010 mostra também que a população é mais urbanizada que há 10 anos: em 2000, 81% dos brasileiros viviam em áreas 
urbanas, agora são 84% (IBGE, 2012).
Economia
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
19
cípios fundamentais para a análise econômica. 
Por princípio, entende-se uma simples, mas evi-
dente, verdade que a maioria das pessoas enten-
de e aceita (MENDES, 2005).
Saiba maisSaiba mais
Análise econômica é a aplicação à realidade econô-
mica do método científico de decomposiçãoem ele-
mentos mais facilmente compreensíveis que o todo, 
visando a inseri-los em um esquema explicativo.
Figura 5 – Crescimento econômico.
 Alimentos 
 
Máquinas (milhares) (toneladas) 
1.8 O Princípio do Custo de Oportunidade
Incorpora a noção de que sempre enfren-
tamos a situação de escolher entre duas ou mais 
opções e de que temos que optar por uma coisa 
(um produto, por exemplo) em detrimento de ou-
tra, visto que os recursos são limitados e podem 
ser utilizados em diferentes alternativas.
Conforme Guimarães e Gonçalves (2010, 
p. 10) o custo de oportunidade é: “Para o econo-
mista, é o valor do melhor uso alternativo dessa 
coisa.” 
Saiba maisSaiba mais
O custo de estudar em tempo integral
Consideremos um estudante de medicina de uma 
universidade pública que tem todo o seu tempo ocu-
pado com os estudos. No Brasil, os alunos não pagam 
para estudar em universidades públicas. Dado que o 
estudante não paga, isso significa que estudar não im-
plica custos para ele?
Mesmo se os livros saíssem de graça, a resposta ainda 
seria não, pois se o jovem tivesse optado por trabalhar 
em vez de destinar todo seu tempo à faculdade de 
medicina, ele estaria recebendo algum salário. Esse sa-
lário, multiplicado pelos anos na faculdade, é o custo 
de oportunidade total de estudar. Por sua vez, o be-
nefício dessa escolha é que seu salário como médico, 
depois de formado, será provavelmente bem mais alto 
do que seria sem a formação. Outro benefício pessoal 
é o prazer de aprender medicina (GUIMARÃES; GON-
ÇALVES, 2010).
Irma Filomena Lobosco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
20
A palavra ‘riqueza’ lembra uma grande 
quantidade de bens econômicos ou dinheiro. Em 
Economia, qualquer bem útil, acessível e limita-
do recebe o nome de riqueza.
Utilidade é a qualidade que possuem os 
bens econômicos de satisfazer as necessidades 
humanas. O bem, porém, só é útil quando de-
sejado pelo homem. Utilidade, portanto, é um 
conceito mais subjetivo que objetivo. O grau de 
utilidade de um bem depende da necessidade 
de cada indivíduo. Um bem pode ser útil para al-
guém e não o ser para outra pessoa.
Pinho e Vasconcellos (2011, p. 11) definem 
utilidade como “a capacidade que tem um bem 
de satisfazer uma necessidade humana.”
Valor é a medida da utilidade econômica. 
Existem dois tipos:
1.9 Riqueza, Utilidade e Valor
ƒƒ valor de uso: é a utilidade que um bem 
tem para nós pessoalmente. É conheci-
do também como valor de estima;
ƒƒ valor de troca: é o valor que um bem 
tem no sentido de poder ser trocado 
por outro. É o valor de mercado do 
bem.
 
Desse modo, um bem pode ser de grande 
valor de uso e de nenhum valor de troca, como 
um álbum de fotos de família, por exemplo.
O valor das coisas é determinado por um 
conjunto de fatores; o trabalho e a utilidade são 
apenas dois dos fatores constitutivos desse valor. 
Além desses, existem outros elementos sociais, 
políticos, psicológicos, estéticos etc.
1.10 Bens e Serviços
1.11 Setores Econômicos
Os produtos devem ser classificados segun-
do sua natureza e seu destino. Segundo a nature-
za, os produtos gerados no processo produtivo se 
classificam em bens (B) e serviços (S).
Os bens são produtos tangíveis oriundos 
das atividades dos setores primário, secundário e 
terciário de produção. Já os serviços são os pro-
dutos intangíveis, resultantes das atividades ter-
ciárias de produção.
Segundo o destino, os produtos podem ser 
classificados em: bens e serviços de consumo du-
ráveis ou de uso imediato; bens e serviços inter-
mediários (matérias-primas ou insumos para se-
rem transformados em bens de consumo); bens e 
serviços de produção (bens de capital).
Mendes (2005, p. 11) afirma que “de acordo 
com a intensidade de uso dos recursos, são classi-
ficadas as atividades de produção”, os chamados 
setores da Economia, a seguir:
a) setor primário: agricultura, pecuária, 
extração vegetal;
b) setor secundário: indústria extrativa 
mineral, indústria de transformação, in-
dústria da construção;
Economia
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
21
c) setor terciário: comércio, comunica-
ções, intermediação financeira, imo-
biliárias, hospedagem e alimentação, 
reparação e manutenção, serviços pes-
soais, outros serviços, como assistência 
à saúde, educação, cultura, lazer, culto 
religioso e governos federal, estaduais e 
municipais.
Mendes (2005) esclarece que, de modo ge-
ral, o setor primário utiliza mais intensivamente o 
fator terra; o setor secundário ou setor industrial 
utiliza o fator capital; e o setor terciário, o fator tra-
balho.
AtençãoAtenção
O problema fundamental de qualquer economia 
reside na seguinte questão: diante das necessi-
dades humanas, que são variadas e insaciáveis, e 
os recursos, que são limitados e versáteis, como 
combiná-los para satisfazer ao máximo as neces-
sidades da sociedade?
1.12 Divisão da Economia
1.13 Método
A bifurcação da ciência econômica nesses 
dois grandes ramos, isto é, a macroeconomia e a 
microeconomia, data dos primórdios da década 
de 1930. Ambas giram em torno do problema da 
limitação e do caráter finito dos recursos produti-
vos em face das necessidades vitais e da civiliza-
ção, infinitas e ilimitadas, subjacentes ao ser hu-
mano, problemática essa que embasa e justifica 
a razão da existência da Economia como ciência.
a) Microeconomia ou teoria de forma-
ção de preços: estuda os problemas 
econômicos do indivíduo, da família e 
da empresa;
b) Macroeconomia: se envolve com os 
grandes problemas, em seus setores, no 
aspecto global ou seus agregados.
a) Indutivo: partimos da análise, observa-
ção e pesquisa de fatos individuais para 
obtermos uma conclusão, um ensina-
mento, uma lei ou verdade universal.
b) Dedutivo: obtemos de leis e verdades 
universais experiências, ensinamentos, 
verdades ou leis de caráter particular, 
contidas naqueles princípios.
c) Psicológico: buscamos, na psicologia, 
a explicação sobre determinadas for-
mas de comportamento da população. 
Exemplo: boatos (força dos comentá-
rios).
Irma Filomena Lobosco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
22
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, você estudou os conceitos fundamentais de Economia e foi levado(a) à reflexão 
sobre as questões econômicas cotidianas, tomando como base do objeto da ciência econômica: escolha, 
escassez, necessidades, recursos, produção e distribuição.
Desde os primeiros estudos, a Economia trata do bem-estar do homem, tendo como elementos-
-chave da atividade econômica os recursos produtivos e as técnicas de produção que transformam os 
recursos em bens e serviços para atender às necessidades humanas.
Aprendeu que tudo que é raro em relação às necessidades individuais ou coletivas deve ser econo-
mizado. Portanto, tudo que é raro é um bem econômico.
Também pôde compreender a economia como uma Ciência Social que se relaciona com o com-
portamento e as necessidades humanas, agrupadas em: fisiológicas, segurança, sociais, estima e autor-
realização, sendo que o problema econômico fundamental está centralizado nos recursos limitados para 
atender às necessidades humanas ilimitadas. Assim, a Economia é a ciência da escassez ou das escolhas.
As sociedades são obrigadas a fazer as escolhas sobre o que e quanto, como e para quem produzir, 
e cabe aos sistemas econômicos organizar a produção, distribuição e consumo de todos os bens e servi-
ços que as pessoas utilizam em busca do melhor padrão de vida e bem-estar.
Viu ainda relacionados os agentes econômicos que participam do Fluxo Real da Economia, que em 
paralelo impulsionam o Fluxo Monetário, resultando no Fluxo Real Monetário da Economia.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
1.14 Resumo do Capítulo
1.15 Atividades Propostas
1. Por que os problemas econômicos fundamentais(o que, como e para quem produzir) são 
originados da escassez de recursos produtivos?
2. Os problemas econômicos fundamentais (o que, como e para quem produzir) existem:
a) Somente nas sociedades de economia centralizada do tipo socialista.
b) Somente nas sociedades de “livre empresa” ou capitalista, nas quais o mercado é o único 
responsável para responder ao problema.
c) Em todas as sociedades, não importando seu grau de desenvolvimento ou sua forma de 
organização política.
d) Somente nas sociedades subdesenvolvidas.
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
23
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO 
ECONÔMICO2
Neste capítulo da disciplina de Economia, 
você conhecerá a história da origem da Ciência 
Econômica.
Como podemos precisar, quando e onde 
essa importante ciência, que é a Economia, teve 
seu início?
Faremos um rápido resgate da origem do 
interesse pela Economia e os problemas dela de-
correntes que sempre despertaram a atenção dos 
povos; mas o estudo sistemático da Economia é 
relativamente recente. Certamente, em todas as 
épocas da história universal, as pequenas comu-
nidades e as grandes nações procuraram resol-
ver eficientemente seus problemas de natureza 
econômica. Mas, só a partir do século XVIII é que 
a Economia despontou como ciência. No século 
XIX, seu progresso foi extraordinário e, nas últi-
mas décadas do século XX, seu estudo ganhou 
novo e inesperado impulso (ROSSETTI, 2003).
Inicialmente, pode-se assinalar que esse 
crescente interesse tem muito a ver com a eclo-
são das Grandes Guerras de 1914-1918 e de 
1939-1945 e com a crise econômica que abalou 
o mundo ocidental na década de 1930. Muitos 
instrumentos de análise econômica foram de-
senvolvidos durante as guerras, com o objetivo 
de se conhecer em profundidade a estrutura dos 
sistemas nacionais de produção, como apoio de 
retaguarda aos esforços da guerra. Depois, nos in-
tervalos das guerras, as nações ocidentais, abala-
das pela Grande Depressão, se voltaram para o es-
tudo dos elementos determinantes do equilíbrio 
econômico, interessadas no restabelecimento da 
normalidade e na rápida reabsorção das massas 
desempregadas.
Keynes (1936), intitulado como notável 
economista inglês, a quem pode ser atribuída a 
formulação teórica da moderna análise macroe-
conômica, registrou que o mundo estava excep-
cionalmente ansioso por um diagnóstico mais 
bem fundamentado, pronto a aceitá-lo e desejoso 
de experimentá-lo.
Assim, praticamente durante toda a pri-
meira metade do século a Grande Depressão e as 
Grandes Guerras aproximariam as reflexões teóri-
cas dos economistas às soluções práticas dos esta-
distas. A Grande Depressão abalou todo o sistema 
econômico do Ocidente. Nos anos de 1929-1933, 
o desemprego se alastrara de forma incontrolável 
e, durante as Grandes Guerras, o esforço de mo-
bilização tecnológica e industrial veio demonstrar 
a correlação definitiva entre o poder militar e o 
poder econômico. A depressão dos anos 1930 re-
duziu drasticamente o Produto Nacional (PN) das 
economias atingidas, reduzindo-o pela metade: 
os Estados Unidos, que produziam mais de 115 bi-
lhões de dólares em 1929, atingiram apenas 55 bi-
lhões em 1933, época que cerca de ¼ de sua força 
de trabalho ficou desempregada. De outro lado, 
as Grandes Guerras também viriam comprometer 
a atividade econômica normal. Em 1945, no auge 
do esforço militar, cerca de 55% da capacidade in-
dustrial do mundo estava destinada à produção 
de armamentos.
Saiba maisSaiba mais
Depressão de 1930: fase do Ciclo Econômico, ca-
racterística das economias capitalistas, marcada pela 
diminuição da produção, uma tendência à baixa dos 
preços e ao aumento do desemprego.
Fonte: Economianet (2011).
Irma Filomena Lobosco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
24
Mas, além dessas causas do crescente in-
teresse pela Economia, há uma terceira causa de 
alta significação, que se fez notar, sobretudo, no 
pós-guerra. Trata-se da preocupação básica do 
século XX em torno da ideia do desenvolvimento 
econômico. De fato, tão logo terminou a Segun-
da Grande Guerra, o mundo todo se viu às voltas 
com um fenômeno de dimensões inesperadas 
– o grande despertar dos povos subdesenvolvi-
dos. Esse despertar, motivado pela facilitação das 
comunicações internacionais, evidenciou os con-
trastes do atraso e da afluência, transformando-
-se numa das mais notáveis características dos 
últimos anos da década de 1940 e, sobretudo, 
até os anos 1970. A perseguição obstinada do 
desenvolvimento econômico, por mais de 2/3 da 
população da Terra, passaria a ser fundamental da 
economia do pós-guerra.
Caro(a) aluno(a), Rossetti (2003, p. 73) infor-
ma-nos a esse respeito que 
no final do século XX, os habitantes do 
mundo subdesenvolvido empenharam-
-se numa mobilização sem precedentes, 
com vistas a um gigantesco alvo: a cons-
trução de uma nova sociedade e de uma 
nova economia, para possibilitar a uni-
versalização das condições do bem-estar, 
através da aceleração de seu progresso 
material.
Para Vasconcellos e Garcia (2010, p. 14), “en-
contramos na evolução do pensamento econô-
mico o consenso de que a Teoria Econômica, de 
forma sistematizada, iniciou-se quando foi publi-
cada a obra de Adam Smith A riqueza das nações, 
em 1776.” 
2.1 Antiguidade
2.2 Mercantilismo
Na Antiguidade, encontramos, na Grécia, as 
primeiras referências conhecidas de Economia no 
trabalho de Aristóteles (384-322 a.C.), em seus es-
tudos sobre aspectos de administração privada e 
finanças públicas. Também são encontradas algu-
mas considerações de ordem econômica nos es-
critos de Platão (427-347 a.C.) e Xenofonte (440-
335 a.C.).
Foi a partir do século XVI que observamos 
o nascimento dessa primeira escola econômica: o 
mercantilismo. Mesmo sem representar um con-
junto técnico homogêneo, são explícitas as preo-
cupações sobre a acumulação de riquezas de uma 
nação. São presentes alguns princípios de como 
fomentar o comércio exterior e entesourar rique-
zas, bem como o acúmulo de metais adquire uma 
grande importância, de acordo com os relatos so-
bre a moeda. O mercantilismo considerava que o 
governo de um país seria mais forte e poderoso 
quanto maior fosse seu estoque de metais precio-
sos, estimulou guerras e praticou o nacionalismo, 
que manteve a poderosa e constante presença do 
Estado em assuntos econômicos.
Economia
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
25
Uma escola de pensamento francesa, a fi-
siocracia, do século XVIII, elaborou trabalhos 
importantes que sustentavam que a terra era a 
única fonte de riqueza e que havia uma ordem 
natural que fazia com que o universo fosse regido 
por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, 
desejadas pela Providência Divina para a felicida-
de dos homens. O trabalho de maior destaque foi 
o do Dr. Fraçois Quesnay, autor da obra Tableau 
économique, o primeiro a dividir a Economia em 
setores, mostrando a inter-relação deles. Wassily 
Leontief (1940), economista russo, naturalizado 
norte-americano, da Universidade de Harvard, 
aperfeiçoando o trabalho de Quesnay, o transfor-
mou no sistema de circulação monetária input-
-output.
A fisiocracia surgiu como reação ao mercan-
tilismo, pois considerava desnecessária a regula-
2.3 Fisiocracia
mentação governamental, considerando a lei da 
natureza suprema e que tudo o que fosse contra 
ela seria derrotado, sendo que a função do sobe-
rano era servir de intermediário para que as leis 
da natureza fossem cumpridas. 
A riqueza consistia em bens produzidos 
com o auxílio da natureza (fisiocracia significa 
“regras da natureza”), em atividades econômicas 
como a lavoura, a pesca e a mineração. Portanto, 
estimulava-se a agricultura e exigia-se que as pes-
soas empenhadas no comércio e nas finanças fos-
sem reduzidas ao menor número possível.Em um 
mundo constantemente ameaçado pela falta de 
alimentos, com excesso de regulamentação e in-
tervenção governamental, a situação não se ajus-
tava às necessidades da expansão econômica. Só 
a terra tinha capacidade de multiplicar a riqueza.
2.4 Os Clássicos
Adam Smith (1723-1790)
Em sua visão harmônica do mundo real, 
acreditava que, se deixasse atuar a livre concor-
rência, uma “mão invisível” levaria a sociedade à 
perfeição. Afirmou que todos os agentes, em sua 
busca de lucrar o máximo, acabam promovendo 
o bem-estar de toda a comunidade e que a defesa 
do mercado, como regulador das decisões econô-
micas de uma nação, traria muitos benefícios para 
a coletividade, independentemente da ação do 
Estado. É o princípio do liberalismo. 
Considerado o precursor da moderna teoria 
econômica, colocada como um conjunto científi-
co sistematizado, com um corpo teórico próprio, 
já era um renomado professor quando publicou 
sua obra A riqueza das nações, em 1776. O livro 
é um tratado muito abrangente sobre questões 
econômicas, que vão desde as leis de mercado e 
aspectos monetários até a distribuição do rendi-
mento da terra (VASCONCELLOS; GARCIA, 2010).
Para ele, a causa da riqueza das nações é 
o trabalho humano, a qual denominava teoria 
do valor-trabalho, que tem, como fator prepon-
derante para aumentar a produção, a divisão 
do trabalho, ou seja, os trabalhadores deveriam 
se especializar em algumas tarefas. Atribui-se à 
aplicação desse princípio o aumento da destreza 
pessoal, economia de tempo e condições para o 
aperfeiçoamento e o invento de novas máquinas 
e técnicas (VASCONCELLOS; GARCIA, 2010).
DicionárioDicionário
Liberalismo: doutrina que afirma que o melhor sis-
tema econômico é o que garante o livre jogo das 
iniciativas individuais dos agentes econômicos.
Fonte: Econimianet (2011).
Irma Filomena Lobosco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
26
David Ricardo (1772-1823)
Pode ser considerado outro expoente do 
período clássico, tendo desenvolvido alguns mo-
delos econômicos com grande potencial analí-
tico. Aprimora a tese de que todos os custos se 
reduzem a custos do trabalho e mostra como a 
acumulação do capital, acompanhada de aumen-
tos populacionais, provoca uma elevação da ren-
da da terra, até que os rendimentos decrescentes 
diminuam de tal forma os lucros que a poupança 
se torne nula, atingindo-se uma economia esta-
cionária, com salários de subsistência e sem ne-
nhum crescimento. Sua análise de distribuição do 
rendimento da terra foi um trabalho seminal de 
muitas ideias do chamado período neoclássico.
Discute a renda auferida pelos proprietá-
rios de terras mais férteis. Em virtude de a terra 
ser limitada, quando a terra de menor qualidade 
é utilizada no cultivo, surge imediatamente a ren-
da sobre aquela de primeira qualidade, ou seja, a 
renda da terra é determinada pela produtividade 
das terras mais pobres. Analisou, ainda, por que 
as nações comerciavam entre si, se é melhor para 
elas comerciarem e quais produtos devem ser co-
merciados. A sua resposta constitui um importan-
te item da teoria do comércio internacional, cha-
mada de teoria das vantagens comparativas. O 
comércio entre países dependeria das dotações 
relativas de fatores de produção.
A maioria dos estudiosos considera que os 
estudos de Ricardo deram origem a duas corren-
tes antagônicas: a neoclássica, por suas abstra-
ções simplificadoras, e a marxista, pela ênfase 
dada à questão distributiva e aos aspectos sociais 
na repartição da renda da terra.
John Stuart Mill (1806-1873)
Seu trabalho foi o principal texto utilizado 
para o ensino de Economia no fim do período 
clássico e no início do período neoclássico. Sua 
obra consolidou o exposto por seus antecessores 
e avançou, por incorporar mais elementos institu-
cionais, definindo melhor as restrições, vantagens 
e funcionamento de uma economia de mercado.
Jean Baptiste Say (1768-1834)
Retomou a obra de Adam Smith, amplian-
do-a. Subordinou o problema das trocas de mer-
cadorias à sua produção e popularizou a chama 
Lei de Say: “a oferta cria sua própria procura”, ou 
seja, o aumento da produção transformar-se-ia 
em renda dos trabalhadores e empresários, que 
seria gasta na compra de outras mercadorias e 
serviços.
Thomas Malthus (1766-1834)
Seu trabalho sistematizou uma teoria geral 
sobre a população, ao assinalar que o crescimen-
to da população dependia rigidamente da oferta 
de alimentos, apoiando a teoria dos salários de 
subsistência. 
AtençãoAtenção
Para Thomas Malthus, a causa de todos os males 
da sociedade residia no excesso populacional: 
enquanto a população crescia em Progressão 
Geométrica (PG), a produção de alimentos seguia 
uma Progressão Aritmética (PA).
População: PG = 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256...
Produção: PA = 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16...
Para esse economista, o potencial da popu-
lação excederia em muito o potencial da terra na 
produção de alimentos. Entretanto, Malthus não 
previu o ritmo e o impacto do progresso tecnoló-
gico, nem as técnicas de limitação da fertilidade 
humana que se seguiram.
Economia
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
27
Trata-se do período que teve início na dé-
cada de 1870 e desenvolveu-se até as primeiras 
décadas do século XX. 
Destacam-se os aspectos microeconômicos 
da teoria, pois a crença na economia de merca-
do e em sua capacidade autorreguladora fez com 
que não se preocupassem tanto com a política e 
o planejamento macroeconômico.
Os neoclássicos sedimentaram o raciocínio 
matemático explícito inaugurado por David Ri-
cardo, procurando isolar os fatos econômicos de 
outros aspectos da realidade social (VASCONCEL-
LOS; GARCIA, 2010).
Alfred Marshall (1842-1924)
Autor do livro Princípios de economia, publi-
cado em 1890, que serviu como livro-texto básico 
até a metade deste século. Nesse período, outros 
economistas se destacaram, como, por exemplo: 
William Jevons, Léon Walras, Eugene Böhm-Ba-
werk, Joseph Alois Schumpeter, Vilfredo Pareto, 
Arthur Pigou e Francis Edgeworth.
Esse período marca a formalização da análi-
se econômica, com destaque para a microecono-
2.5 Teoria Neoclássica
mia. O comportamento do consumidor é analisa-
do em profundidade; o desejo do consumidor de 
maximizar sua utilidade (satisfação no consumo) 
e o do produtor de maximizar seu lucro são a base 
para a elaboração de um sofisticado aparato teó-
rico. Por meio do estudo de funções ou curvas de 
utilidade (que pretendem medir o grau de satisfa-
ção do consumidor) e de produção, considerando 
restrições de fatores e restrições orçamentárias, é 
possível deduzir o equilíbrio de mercado. Como 
o resultado depende, basicamente, dos conceitos 
marginais (receita marginal, custo marginal etc.), 
é também chamada teoria marginalista.
Segundo Vasconcellos e Garcia (2010, p. 
18) “a análise marginalista é muito rica e variada”. 
Apesar de questões microeconômicas ocuparem 
o centro das atenções, houve uma produção rica 
em outros aspectos da teoria econômica, como 
a teoria do desenvolvimento econômico de 
Schumpeter e a teoria do capital e dos juros de 
Böhm-Bawerk. Ainda segundo o mesmo autor, 
deve-se destacar, também, a análise monetária, 
com a criação da teoria quantitativa da moeda, 
que relaciona a quantidade de dinheiro com os 
níveis gerais de atividade econômica e de preços.
2.6 A Era Keynesiana
Iniciou-se com a publicação da teoria geral 
do emprego, dos juros e da moeda, de John May-
nard Keynes (1936). Para entender o impacto da 
obra de Keynes, é preciso considerar a economia 
mundial da década de 1930, em crise, que ficou 
conhecida como a Grande Depressão, conforme 
já descrito anteriormente. A realidade dos fatos 
relacionados à situação conjuntural da economia 
dos principais países capitalistas era crítica,rela-
cionada com o número de desempregados.
A teoria econômica vigente acreditava que 
se tratava de um problema temporário. Já a teo-
ria geral consegue mostrar que a combinação das 
políticas econômicas adotadas até então não fun-
cionava adequadamente e aponta para soluções 
que poderiam tirar o mundo da recessão.
Seus argumentos influenciaram muito a po-
lítica econômica dos países capitalistas. De modo 
geral, essas políticas revelaram-se eficientes e 
apresentaram resultados positivos no período 
que se seguiu à Segunda Guerra Mundial.
Irma Filomena Lobosco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
28
Seguiu-se um desenvolvimento expressivo 
da teoria econômica. Por um lado, incorporaram-
-se os modelos por meio do instrumental estatís-
tico e matemático, que contribuiu para formalizar 
ainda mais a ciência econômica. Por outro, alguns 
economistas trabalharam na agenda de pesquisa 
aberta pela obra de Keynes.
Destacaram-se três grupos de economistas 
no debate sobre os aspectos do trabalho de Key-
nes, que dura até hoje: os monetaristas, os fiscalis-
tas e os pós-keynesianos. É possível fazer algumas 
generalizações, embora não exista entre os gru-
pos um pensamento homogêneo. 
Os monetaristas estão associados à Univer-
sidade de Chicago e têm como economista de 
maior destaque Milton Friedman. De maneira ge-
ral, privilegiam o controle da moeda e um baixo 
grau de intervenção do Estado.
Os fiscalistas têm seus maiores expoentes 
em James Tobin, da Universidade de Yale, e Paul 
Anthony Samuelson, de Harvard e do Massachu-
setts Institute of Technology (MIT). Estes recomen-
dam o uso de políticas fiscais ativas e um acentua-
do grau de intervenção do Estado.
Os pós-keynesianos realizaram uma releitu-
ra da obra de Keynes, visando a mostrar que ele 
não negligenciou o papel da moeda e da políti-
ca monetária. Enfatizam o papel da especulação 
financeira e, como Keynes, defendem um papel 
ativo do Estado na condução da atividade econô-
mica. Além da economista Joan Robinson, outros 
economistas desta corrente são Hyman Minsky, 
Paul Davison e Alessandro Vercelli.
É necessário ressaltar que, apesar das dife-
renças entre as várias correntes, há consenso nos 
pontos fundamentais da teoria, já que são basea-
dos no trabalho de Keynes.
2.7 O Período Recente
A partir dos anos 1970, a teoria econômica 
veio apresentando algumas transformações, após 
as duas crises do petróleo. Três características 
marcam esse período: uma consciência maior das 
limitações e possibilidades de aplicações da teo-
ria; avanço no conteúdo empírico da economia; e 
o desenvolvimento da informática, que permitiu 
um processamento de informações em volume e 
precisão sem precedentes.
É possível que a análise econômica englobe 
quase todos os aspectos da vida humana, sendo 
que o impacto desses estudos na melhoria do pa-
drão de vida e do bem-estar de nossa sociedade 
é considerável. O controle e o planejamento ma-
croeconômico nos permitem antecipar muitos 
problemas e evitar algumas flutuações desneces-
sárias.
Consequentemente, a teoria econômica 
caminha em muitas direções, a exemplo da área 
de finanças empresariais, que era basicamente 
descritiva, com um baixo conteúdo empírico. A 
incorporação de algumas técnicas, econometrias, 
conceitos de equilíbrio de mercados e hipóteses 
sobre o comportamento dos agentes econômi-
cos revolucionou a teoria de finanças e essa revo-
lução se fez sentir também nos mercados finan-
ceiros, com a explosão recente dos chamados 
mercados futuros e de derivativos.
Economia
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
29
2.8 Resumo do Capítulo
2.9 Atividades Propostas
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, você estudou sobre a origem do interesse na Economia e o seu surgimento como 
Ciência.
A Teoria Econômica iniciou-se, de forma sistematizada, pela obra de Adam Smith A riqueza das na-
ções, em 1776.
Aprendeu sobre os precursores da teoria econômica por meio de uma breve retrospectiva da histó-
ria, desde a Antiguidade até o período recente. Viu ainda a evolução do pensamento econômico, segundo 
os Clássicos: Adam Smith, David Ricardo, John Stuart Mill, Jean Baptiste Say e Thomas Malthus.
No período neoclássico sedimentou-se o raciocínio matemático iniciado por David Ricardo. Alfred 
Marshall foi o autor da obra intitulada Princípios de economia, que formalizou a análise econômica, com 
destaque para a Microeconomia, a Teoria Marginalista e a criação da teoria quantitativa da moeda, que 
relaciona a quantidade de dinheiro com os níveis gerais de atividade econômica e de preços.
A publicação da Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda, de Keynes, estabeleceu a necessidade 
da intervenção do Estado através de uma política de gastos públicos.
No período recente a análise Macroeconômica permite antecipar os problemas econômicos por meio 
do controle e planejamento, sendo possível constatar novas direções, a exemplo da Teoria de Finanças.
1. Explique sucintamente em que consistia a riqueza para os mercantilistas e para os fisiocratas?
2. Após a leitura deste capítulo, você poderá responder quem foi o mais destacado dos economis-
tas clássicos e explicar quais foram as suas principais ideias?
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
31
MICROECONOMIA3
A microeconomia é conhecida como o ramo 
da ciência econômica voltado ao estudo do com-
portamento das unidades de consumo represen-
tadas pelos indivíduos e/ou famílias (estas desde 
que caracterizadas por um orçamento único), ao 
estudo das empresas, suas respectivas produções 
e custos e ao estudo da produção e preços dos 
diversos bens, serviços e fatores produtivos.
Efetivamente, a microeconomia, ao estabe-
lecer princípios gerais, revela-se muito mais abs-
trata do que a macroeconomia, a qual se encon-
tra voltada ao exame de questões e de medidas 
peculiares a um dado lugar e instante do tempo.
A microeconomia apresenta uma visão mi-
croscópica dos fenômenos econômicos. A título 
comparativo, se fosse considerada uma floresta, 
a microeconomia estudaria as espécies vegetais 
que a compõem individualmente, ou seja, estu-
daria a composição dos itens da floresta; enquan-
to a macroeconomia preocupar-se-ia com o pro-
duto floresta como um todo.
Além disso, a microeconomia está voltada 
à apreciação das unidades individuais da Econo-
mia. Outro modo de distinção entre microecono-
mia e macroeconomia repousa no aspecto dos 
preços.
Como isso é concretizado? 
Na teoria do consumidor, a microeconomia 
enaltece a intenção dos indivíduos, em face das 
respectivas rendas, de se apropriarem de uma 
combinação de quantidades de bens tal que lhes 
AtençãoAtenção
A microeconomia é conhecida por teoria de 
preços.
possibilite a maximização de suas satisfações. Em 
outras palavras, originam-se aí as procuras (indivi-
duais ou não), que se traduzirão em rendimentos 
para as firmas.
Já na teoria da firma, tem-se a figura do in-
divíduo-empresário, esforçando-se para combinar 
os fatores de produção, em vista de sua limitação 
orçamentária, com a intenção de maximizar o nível 
de lucro de sua organização. Colocando de outra 
maneira, a partir da análise desses procedimentos, 
são obtidos os elementos necessários à derivação 
das ofertas individuais e de mercado.
A combinação das quantidades de fatores 
de produção, bens e/ou serviços que os consumi-
dores estariam dispostos a adquirir impõe a deter-
minação de um denominador comum, que nada 
mais será do que o preço. A determinação desse 
preço é tarefa que se propõe a microeconomia, ao 
estudar a questão tanto no âmbito dos fatores de 
produção quanto no caso dos bens e/ou serviços.
A microeconomia, ou teoria dos preços, 
analisa a formação de preços do mercado, ou seja, 
como a empresa e o consumidor interagem e de-
cidem qual o preço e a quantidade

Outros materiais