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Aprendizagem e Memória

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Aprendizagem e Memória (Hellena Jacone)
1
Aprendizagem, o quanto que a troca com o ambiente muda meu comportamento. Dentro dos estudos da psicologia, enquanto processo básico, aprendemos que a aprendizagem é o processo que garante flexibilidade comportamental para a gente, então se eu aprendo na minha relação com o outro, com o ambiente, cada um de nós vai dando significado nas relações e nos ambientes, por isso aprendemos de forma única, singular e a gente sempre aprende, em qualquer fase do desenvolvimento, então falaremos das possibilidades do desenvolvimento até na terceira idade, isso vai depender do quanto o ambiente é estimulador e o quanto eu estou disponível para continuar aprendendo. Não estamos falando apenas de aprendizagem formal, mas tudo que aprendemos o tempo inteiro em todos os lugares. Aprendemos por diversas formas, seja ouvindo uma conversa, seja observando o comportamento de alguém... e diretamente por associação entre estímulos, por associação do tipo condicionamento operante, enfim, o tempo todo estamos aprendendo. 
Quando pensamos na flexibilidade comportamental que a aprendizagem garante para a gente.
Resumindo aprendizagem: A aprendizagem está associada a uma mudança relativamente permanente no comportamento que é adquirida a partir de uma experiência com o ambiente.
Mudança relativamente permanente: porque o nosso comportamento pode mudar sempre, então é relativo o tempo e o espaço. Então, pensar em aprendizagem é pensar em construção, pois a gente está em construção o tempo inteiro.
A diferença da aprendizagem para o instinto é que quando a gente fala de instinto a gente está falando de um repertório comportamental rígido e regido pelo mapa genético. Então, alguns animais, dentro do repertório comportamental, são regidos muito mais por um mapa genético sendo basicamente instintivos e poucos comportamentos são aprendidos. E aí não existe tanta flexibilidade comportamental. 
Nós humanos também possuímos alguns comportamentos que são inflexíveis, como os reflexos inatos, que fazem parte de um grupo muito pequeno dos nossos comportamentos, pois o grupo maios dos nossos comportamentos estão associados a comportamentos aprendidos e aprendidos de uma forma ÚNICA. 
2
Nos tipos de aprendizagem, as aprendizagens mais rudimentares, entra a aprendizagem por habituação e adaptação. A habituação está associada ao fator sensorial, pois depois de um tempo, o mesmo estímulo que é usado no ambiente com a mesma intensidade durante um período de tempo que não muda, depois de um tempo a gente faz um processo de habituação, pois nosso cérebro entende que não precisa ficar gastando energia com aquela informação. Isso é uma forma de aprendizagem importante para a gente porque libera energia mental para focarmos a nossa atenção para outras coisas. Então a habituação está associada a um fator sensorial, ou seja, deixar de ouvir o barulho constante do Datashow, por exemplo. 
Já na adaptação será analisada a nossa capacidade de se adaptar às mudanças circunstanciais, como mudanças no ambiente, mudanças em situações específicas como altitude ou profundidade, então a capacidade que temos em adaptação também ajuda em nosso processo de adaptação social. Para a aprendizagem, quanto mais capacidade de adaptação, mais favorecidos serão os processos de aprendizagem. Existe também a adaptação em termos de estrutura, como, frio, calor, mas para nós, em psicologia, o tipo de adaptação mais importante é a adaptação social, o quanto que isso favorece o processo de aprendizagem. Quando não temos a disponibilidade de adaptação social, criamos barreiras para construir pontes com pessoas que pensam diferente, com pessoas que tem posicionamentos diferentes dos meus, com culturas diferentes... 
3
Aprendizagem por associação: A gente viu lá nos tipos de aprendizagem, aprendizagem por adaptação, por habituação, por associação e por observação. Os dois tipos de aprendizagem por associação são Associação entre estímulos (condicionamento clássico) e associação entre o comportamento e a sua consequência (condicionamento operante). 
4
Aprendizagem por associação entre estímulos está relacionada a aprendizagem por condicionamento clássico/respondente/Pavlovano (mesma coisa). Quando falamos em associação entre estímulos, o que tenho é, que dois estímulos, que não tinham uma associação, se tornam associados a partir de uma experiência, então eu posso pensar em alguém que depois de uma determinada vivência, ela associa um estímulo que antes era neutro, a um estímulo incondicionado e os dois ficam associados. No experimento do Pavlov, vimos isso com o alimento e o som. Então o som que era um estímulo neutro se torna associado ao alimento e aí temos uma associação entre estímulos. Um predizendo o outro, um associado ao outro. Um bom exemplo para isso é a próxima questão, número 5. Um exercício interessante para fazermos associação entre estímulos, é no uso e abuso de substâncias, o que pode ser condicionado nesse processo de associação entre estímulos.
5
LEMBANDO QUE toda mudança no ambiente é um estímulo e toda mudança no organismo ou no comportamento do organismo é a RESPOSTA. Dentro do condicionamento clássico, aprendemos que um estímulo que era neutro, ou seja, o estímulo que não produzia a resposta que foi condicionada, se associa a um estímulo incondicionado, o estímulo incondicionado está no nível do reflexo, ele não precisa ser aprendido. Uma vez que ele aparece, já produz aquela resposta. O acidente é o estímulo incondicionado, produzindo ansiedade e medo que é a resposta incondicionada. Antes do acidente, a ponte era um estímulo neutro, pois não produzia a resposta de medo. Após o acidente o que era o estímulo neutro passa a ser um estímulo condicionado e condicionado quer dizer que foi aprendido, pois aquilo que não produzia uma resposta de medo agora produz. Medo e ansiedade torna-se uma resposta condicionada. Logo, ouve uma associação entre estímulos, do acidente e a ponte. 
6
Já vimos que no processo de condicionamento clássico, existem 5 etapas durante este condicionamento: aquisição, extinção, recuperação espontânea, discriminação e generalização. O processo de recuperação espontânea vai acontecer depois do processo de extinção a resposta retorna. Normalmente retorna enfraquecida, mas retorna. Usando o exemplo do acidente na ponte, houve uma associação entre estímulos, o que a extinção vai propor? Para falar de recuperação espontânea, preciso falar de extinção. Aconteceu uma aprendizagem, ou seja, houve uma associação entre o acidente e aponte. O processo de extinção, tem por objetivo, o enfraquecimento desta associação. Ele não vai apagar a memória do acidente, mas ele vai enfraquecer a associação que foi construída. Enquanto o processo de enfraquecimento, o objetivo da extinção é enfraquecer a resposta. A pessoa que sente ansiedade, medo diante daquele estímulo, o objetivo da extinção é diminuir a intensidade daquela resposta diante daquele estimulo para que a pessoa consiga ter uma adaptação no ambiente que não impacte a vida e o funcionamento dela. Mas a extinção, tem um limite que ela não produz uma mudança na memória daquele evento dramático, por exemplo. Então, em primeiro lugar, a recuperação espontânea mostra para a gente a função da memória em relação aquele evento traumático específico, mesmo depois de um processo de extinção, aquela resposta pode retornar enfraquecida e a recuperação espontânea mostra pra gente também que quando esta resposta retorna mas houve o processo de extinção como um tratamento para esta pessoa, a resposta vai retornar enfraquecida e mais fácil ainda de se voltar para a extinção, na recuperação espontânea. É interessante penar, pois mesmo alguém que não tenha passado por um processo de tratamento, pode acontecer o processo de extinção de uma resposta condicionada, mas a chance daquela resposta retornar com intensidade mais exagerada quando ela não passou pelo tratamento será muito maior de quando ela passou por um tratamento. Então quando acontece o processode extinção via psicoterapia, a tendência é que se a resposta retornar, ela retorna enfraquecida, quando não, a chance desta resposta retornar numa intensidade alta é muito grande, pois a pessoa não tem recursos psicológicos para lidar com aquela resposta naquele momento. A recuperação espontânea, não significa um insucesso terapêutico, e normalmente está associada a momentos de vulnerabilidade, então, mesmo alguém que tenha passado por um processo psicoterapêutico e tenha entrado em extinção aquela resposta, ela estando em um momento de vulnerabilidade na própria vida, aquela resposta pode retornar por conta da vulnerabilidade, por exemplo, stress no trabalho.
7
Enquanto que na generalização temos estímulos parecidos com aqueles que nos foram condicionados produzindo uma resposta condicionada, a discriminação seria exatamente o contrário. Então, a capacidade de distinguir os estímulos condicionados, de outros estímulos que não sinaliza o estímulo condicionado, isso é discriminação. 
8
Temos os quadros fóbicos ansiosos, três tipos basicamente, pode aparecer para nós como caso clínico. Pode aparecer na prova para identificar. 
Temos agorafobia, fobia social e fobia específica. 
Quando o medo e a ansiedade estão associados a ter que se expor a outras pessoas tem como consequência o afastamento e a evitação social. Isso é FOBIA SOCIAL (lembrar sempre que na ansiedade social, a ansiedade está normalmente associada ao que o outro vai pensar) 
Ansiedade normalmente associadas a objetos fóbicos: animais, escuro ou altura. FOBIA ESPECÍFICA (Se a pessoa está com fobia a um único estímulo, mesmo que seja associado a espaço, podendo confundir com agorafobia, deixa de ser classificado como agorafobia e passa a ser classificado como fobia específica).
Aparece quando a pessoa se encontra em situações ou locais em que sair dali ou escapar poderia ser difícil ou embaraçoso. Ou o auxílio imediato seja difícil e a pessoa possa passar mal. AGORAFOBIA (é associado ao ambiente em que a pessoa se encontra)
9
A agulha desempenha o papel de estímulo condicionado. Podemos entender que para algumas pessoas a agulha associada ao prazer que a heroína produz é um estímulo neutro. Para quem é fóbico, a agulha já é um estímulo condicionado associado a ansiedade. Para quem é usuário de heroína, a agulha é um estímulo condicionado ao prazer que ela produz. 
10
A Discensibilização sistemática (a exposição é de forma imaginária por ser mais segura) é uma técnica comportamental planejada para tratamento de fobias. É um processo de contra condicionamento em que o terapeuta produz uma nova associação daquele estímulo que produz a ansiedade. A ideia da Discensibilização sistemática é produzir justamente um contra condicionamento, ou seja, um novo condicionamento para produzir uma nova resposta associada a um estímulo específico. Normalmente vai começar pela aprendizagem de uma técnica de relaxamento, e uma vez dominada essa técnica de relaxamento, a gente começa o processo de exposição interoceptiva (exposição planejada em etapas, baseada no processo de extinção), que é uma exposição baseada no gradiente de generalização, se lá no gradiente de generalização o cliente identifica quais estímulos que produzem a ansiedade e ele consegue quantificar isso o que produz menos para o que mais produz ansiedade, o processo de exposição a esses estímulos será programado sempre começando daquele que produz menos ansiedade ao que produz mais ansiedade, fazendo um processo de contra condicionamento que é expor o estímulo e associar ao relaxamento, até que a resposta de ansiedade diminua. RESUMNDO, a Discensibilização sistemática é baseada em etapas, em gradientes de generalização (onde se identifica os elementos que produzem menos ou mais ansiedade), depois temos a aprendizagem de uma técnica de relaxamento, pois não pode começar a exposição sem que haja o domínio da técnica de relaxamento, e depois que se tem uma segurança para começar o processo de contra condicionamento, aí se começa a apresentar o estímulo e associa ao relaxamento, até produzir a extinção de todas as respostas. 
11
Condicionamento operante é uma aprendizagem por associação em que a associação está ocorrendo, uma conexão entre o comportamento ou uma resposta no ambiente e uma consequência desta resposta. Então a proposta do condicionamento operante é que a gente opera no ambiente o tempo inteiro e essa operação produz consequências. Algumas vezes a gente é reforçado e outras vezes é punido e aí essas consequências tendem a modular o nosso comportamento e também produzimos modelagem comportamental nos outros. O experimento clássico do condicionamento operante é a caixa problema de Skinner. Ele ensinava um animal a pressionar uma alavanca para receber a água ou o alimento. A ideia é a seguinte: aquilo que estabelece uma conexão de um comportamento que reforça esse comportamento tende a fazer com que o comportamento aumente a frequência no ambiente e aqueles comportamentos que não são seguidos de reforçadores, no caso de um rato que está com fome dentro de uma caixa aqueles comportamentos que não produzem a consequência de trazer reforço, tendem a diminuir de frequência no repertório comportamental. Diferente do condicionamento clássico eu tenho um organismo operando no ambiente, se comportando e esse comportamento pode ser reforçado ou punido. 
12
Reforço atrasado e reforço imediato
O reforço imediato, o comportamento ocorreu e eu tenho uma consequência. Por exemplo, acabei de dar uma resposta a professora e ela elogiou, isso é um reforço imediato. Já no caso do reforço atrasado, temos um intervalo entre a ocorrência desse comportamento e a consequência, o exemplo de trabalhar o mês inteiro e receber no final. 
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Reforço negativo e positivo
Sempre que falo de reforço estou pesando em aumentar a frequência de um comportamento. Sempre que falo em punição, estou falando em diminuir frequência de um comportamento. A única diferença que preciso entender é quando é positivo é pela apresentação de alguma coisa e quando é negativo é pela retirada de alguma coisa. 
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Na punição sempre temos a intenção de diminuir a frequência de um comportamento positivamente quando estou apresentando alguma coisa para diminuir frequência de comportamento, então é normalmente alguma coisa aversiva, por exemplo, a multa que é dada para quem está a cima da velocidade, é um exemplo de punição positiva, pois está sendo apresentado alguma coisa para diminuir a frequência de dirigir em alta velocidade. Já a punição negativa, estamos falando da retirada de alguma cosia para diminuir frequência de alguma cosia, por exemplo, retirada da carteira de motorista de quem dirigiu embriagado, você tem uma diminuição de uma frequência de comportamento a partir da retirada de alguma coisa que a pessoa gosta que é punição e é por isso que é negativa. 
Recapitulando: REFORÇO: Aumenta a frequência. PUNIÇÃO: tem a finalidade de diminuir frequência. 
15 
Lá no condicionamento clássico vimos que os componentes apreendidos que estímulos que eram neutros se tornam condicionados. O que começamos a identificar no condicionamento operante é que o comportamento do indivíduo ele está associado ao uso e abuso de substâncias pincipalmente no que se refere ao reforço imediato. Então, as drogas que têm o potencial maior de dependência são aquelas em que a ocorrência do comportamento e a consequência tem um tempo muito pequeno. Então, as drogas com maior potencial de dependência são as que o tempo entre o uso e o prazer é pequeno. Isso está muito associado ao condicionamento operante e ao reforço imediato poderoso para o nosso cérebro.

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