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Trabalho Investigação de Campo 2

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3
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ VILA VELHA
LUCAS DE ALMEIDA DANIEL
RUBENS GIANORDOLI NETO
MARCELLO ALVES COTTA
SAMANTHA LUCHI NASCIMENTO
CAROLINE CORREA HARCKBART
THIAGO BRAVIN MOREIRA
CIDADE DE SÃO PAULO E ÁREAS CONTAMINADAS
Atuação do poder público
VILA VELHA
2017
LUCAS DE ALMEIDA DANIEL
RUBENS GIANORDOLI NETO
MARCELLO ALVES COTTA
SAMANTHA LUCHI NASCIMENTO
CAROLINE CORREA HARCKBART
THIAGO BRAVIN MOREIRA
CIDADE DE SÃO PAULO E ÁREAS CONTAMINADAS
Atuação do poder público
Trabalho de Seminário da disciplina de Investigação de Campo e Remediação, apresentado ao Curso de Engenharia Civil, ministrado pelo Professor Maxuel Bestete de Miranda.
VILA VELHA
2017
1- ÍNDICE
2. INTRODUÇÃO.........................................................................................................3
3. CIDADE DE SÃO PAULO E ÁREAS CONTAMINADAS.......................................4
3.1. CONTEXTO HISTÓRICO.....................................................................................4
3.2. DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL..................................................................6
3.3. ÁREAS COM POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO...............................................8
3.4. ÁREAS DE RISCOS DE ORIGEM DO USO INDUSTRIAL..................................10
4. ATUAÇÃO DO PODER PÚBLICO.........................................................................10
5. CONCLUSÃO.........................................................................................................13
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................14
2- INTRODUÇÃO
A maioria das regiões metropolitanas enfrentam problemas crescentes de expansão urbana, perda de vegetação natural, entre outros. Ao mesmo tempo, as áreas urbanas centrais passam por um esvaziamento nas últimas décadas. Uma das causas é devido ao deslocamento das industrias para o interior do estado, gerando espaços vazios, degradados, subutilizados ou abandonados. Dependendo do uso anterior essas áreas podem apresentar contaminação do solo e água subterrânea. Segundo a definição do Ministério do Meio Ambiente (MMA), entende-se como área contaminada como sendo área, terreno, local que contenha quantidades ou concentrações de quaisquer substancias ou resíduos em condições que causem ou possam causar acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural.
No Brasil, as primeiras áreas contaminadas foram reconhecidas em meados da década de 1980. Essas áreas, conhecidas como lixões e aterros sanitários podem causar diversos riscos, tanto a saúde humana, contaminação de água e do solo, desvalorização de imóveis, entre outros. A identificação das áreas contaminadas envolve etapas importantes que devem ser estudadas minuciosamente a fim de definir qual será a melhor forma de remediar aquela área. O processo de remediação tem como objetivo redução da contaminação do solo, da água, redução de riscos ambientais, remoção da fonte de contaminação. Esse processo envolve uma avaliação preliminar, investigação confirmatória e detalhada, avaliação de risco e definição de quais tecnologias de remediação utilizar.
A reincorporação de imóveis degradados ao tecido urbano ocorria, na maioria das vezes, sem planejamento de forma inadequada e precipitada, sem nenhuma preocupação quanto a existência de uma possível contaminação do solo ou dos aquíferos. Para inibir ações como essas foram tomadas iniciativas voltadas para a recuperação de áreas contaminadas, além disso, existe legislação específicas que estabelece a comunicação ao órgão competente sobre o enceramento das atividades passíveis de licenciamento.
3- CIDADE DE SÃO PAULO E ÁREAS CONTAMINADAS
3.1 – CONTEXTO HISTÓRICO 
O município de São Paulo passou nos últimos anos e desde o início do século XXI, por constantes mudanças. É considerada como uma das mais populosas cidades do planeta e está entre as maiores capitais do mundo. Esses números ajudam a comprovar as elevadas contradições de infraestrutura em seu território. A cidade passou por um processo de industrialização em que a produção do espaço urbano em São Paulo, obedeceu a lógica da reprodução do capital. Várias áreas que eram destinadas as indústrias, foram substituídas por áreas a serem ocupadas por edifícios residenciais ou de serviços. Essa saída das indústrias dos centros urbanos se deve principalmente ao encarecimento do preço e nos valores de se manter uma instalação de grande porte no território urbano (RAMIRES, 2011).
Com isso, o que começou a surgir foram as chamadas “áreas de risco”, o que se origina pelas intervenções do homem neste meio, que possam gerar possíveis consequências graves socioambientais. As atividades como o descarte irregular de resíduos, armazenagem de combustíveis e matérias primas, postos de abastecimento de combustíveis também originam as áreas de riscos. Portanto, estas não estão relacionadas apenas as áreas de origem industriais. A sociedade também não conheça os problemas potenciais dessas áreas, porém a situação é preocupante e o poder público não está preparado para lidar ou exercer seu papel na gestão desta problemática ambiental (PREFEITURA SP, 2011)
Até a década de 1970, alguns aspectos importantes chamaram a atenção para a intensa urbanização de São Paulo, como o surgimento dos bairros de periferia. A partir de 1964, a partir de um grande crescimento populacional, houve a expansão da indústria que ocorreu entre os períodos de crise econômica mundial de 1929 e a Segunda Guerra entre 1939 a 1954. A partir de 1950, a ampliação de diversos polos industriais do país, principalmente na região Sudeste foi algo notável e o processo de urbanização então se intensificou cada vez mais. O município de São Paulo e sua região metropolitana foi alvo e se tornou um dos maiores polos industriais do Brasil. A expansão dessa área urbana na cidade, que atualmente ultrapassa seus limites administrativos, acompanhou as vias de comunicação e escoamento de produtos - as ferrovias e rodovias. Segundo (Francisconi, 2004):
No sudeste brasileiro a metrópole paulista, formada desde os anos 1950, concentra-se e expande-se. Nos anos 1970, expande-se principalmente baseada na expansão da industrialização, por meio do processo de desconcentração geográfica industrial, processo esse incentivado por políticas e estímulo à localização industrial, em novas ou antigas cidades industriais, localizadas ao longo das vias de circulação, num raio de 150 Km da capital. A desigualdade no espaço toma as suas formas.
Então, na década de 1980, a tendência praticada em diversas metrópoles no mundo, começa a acontecer em São Paulo. O deslocamento das indústrias dos centros urbanos é cada vez mais frequente. Desta forma, a cidade passa por um conhecido processo de modernização do setor produtivo, já que a atividade industrial continue sendo um setor muito importante para a cidade e sua região metropolitana (CARLOS, 2004).
MAPA 1 – LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS CONTAMINADAS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
 Fonte: CETESB, 2011
De acordo com o mapa 1, observa-se a comprovação do que foi citado anteriormente, ou seja, a grande concentração em torno da cidade de São Paulo quanto as áreas de risco. Pode-se observar os elevados números de atividades industriais, postos de combustíveis, entre outros apresentados no mapa que configuram as áreas contaminadas. Conforme a figura, o que também pode-se visualizar é que anos atrás a concentração das áreas industriais no centro de São Paulo era muito maior. A imagem comprova que a tendência foi haver uma separação entre as regiões da cidade em relação a localização destas indústrias.
3.2 – DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL 
A desconcentração industrial evidenciada também através do mapa 1, caracterizada pela mudança na localização das industrias com o passar dos anos, tendendo a se distanciar do centro urbano, adquirem um sentido no processode globalização da economia e nas transformações do setor produtivo. Esse processo gera consequências socioeconômicas e influencia a gestão da cidade pelo poder público, pois os lugares devem ser preparados para recepcionar as novas funcionalidades do setor econômico (RAMIRES, 2011).
Porém, de acordo com Francisconi (2004), a desconcentração industrial ou o deslocamento da indústria, observada na cidade de São Paulo, tem trazido à discussão: a contaminação do solo e das águas subterrâneas. As áreas contaminadas interferem diretamente na rotina do setor da construção civil e do mercado imobiliário e na produção do espaço na cidade, pois a maior parte dos terrenos agora disponíveis está inserida em antigas áreas industriais. Ou seja, as áreas criadas pelo deslocamento das indústrias possuem potencial de contaminação; representam risco à saúde, aos ecossistemas, mas constituem a matéria-prima, escassa, para a construção civil na metrópole e seu processo de reconstrução permanente.
GRÁFICO 1 – NÚMERO DE ÁREAS INDUSTRIAIS QUE RECEBERAM NOVOS USOS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ENTRE 1996 E 2004
Fonte: RAMIRES, 2011
De acordo com o gráfico 1, pode-se analisar os dados comprovando que de acordo com a desconcentração industrial, os antigos terrenos receberam diversos novos usos para vários setores. Os principais estão apresentados no gráfico que são: lojas, comércios, armazéns e depósitos, escolas ou residências. De acordo com Silva (2002):
Em apenas oito anos um total de 2.070 imóveis industriais passaram a abrigar novos usos e, apesar da maioria, cerca de 1.350, ter sido convertido em armazéns e estabelecimentos comerciais, um número significativo foi transformado em residências e escolas. Destacam-se também 180 terrenos sem uso, onde provavelmente as antigas indústrias foram desativadas. Nestes casos pode ocorrer a demolição das edificações; retirada dos resíduos gerados, dos equipamentos e das máquinas anteriormente utilizadas, eliminando assim, indícios do uso industrial anterior e de uma possível contaminação. Esta prática normalmente é utilizada quando o responsável pela contaminação não quer se responsabilizar e arcar com os custos pelas investigações ambientais e pela recuperação, que em alguns casos ultrapassam o valor do imóvel. Muitos terrenos no município de São Paulo são comercializados sem que o comprador saiba da existência do passivo ambiental. Da mesma forma, demonstrou que de 309 imóveis industriais de grande porte (área maior que 2.500 m2) localizados ao longo dos eixos ferroviários da cidade de São Paulo, somente 142 mantinham os usos originais. Do restante, 43 terrenos apresentavam atividade industrial desativada, 16 estavam disponíveis para venda ou locação, 42 funcionavam com outra atividade industrial e em 66, isto é 21,3% do total, já comportavam novo uso.
Este assunto é reconhecido por (Valentim, 2007) em seu estudo sobre requalificação urbana e áreas degradadas por contaminação como o processo de reestruturação produtiva e seu movimento de desconcentração das atividade, levou a cidade de São Paulo a herança de um passivo ambiental resultante de mais de um século de crescimento industrial intenso e variado, cuja efetiva regulação ambiental e sanitária por parte do poder público somente nestas últimas duas décadas começou a se tornar mais efetiva.
3.3 – ÁREAS COM POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO
A disposição inadequada de resíduos, o armazenamento de matérias primas, o processo produtivo industrial, são elementos que caracterizam principalmente a contaminação de uma área urbana. A contaminação de origem do processo industrial, representa risco à saúde da população e aos ecossistemas. De acordo com Veyret (2007), constitui o que denomina-se, risco tecnológico difuso, pois apesar de não causarem acidentes de grandes repercussões, seus efeitos podem ser graves, imprevisíveis e de longa duração.
Para SANCHEZ (2001), a presença de solo ou água contaminados:
Ocasiona riscos a saúde das pessoas e dos ecossistemas cujas conseqüências são em geral, cumulativas e só se manifestam no futuro e não de forma espetacular, como explosões e incêndios, mas por meio do aumento da incidência de doenças ou da concentração de substâncias tóxicas no meio.
É possível observar que no munícipio de São Paulo, muitos terrenos contaminados, localizados em diversas áreas, sejam em locais valorizados ou até mesmo na periferia, recebem novos usos sem a realização dos estudos ambientais necessários. Em 2010, foram constatadas 1.190 áreas contaminadas neste município, oriundas de atividades diversas como comercialização de combustível, descarte irregular de resíduos, processo industrial, armazenamento de matérias primas, e até mesmo oriundas do uso comercial. O número de áreas contaminadas é bastante significativo; chega a quase um terço do que foi registrado para todo o Estado de São Paulo, isto é, 3.675 áreas contaminadas (CETESB, 2011).
O que caracteriza a existência do risco destes ambiente, é a exposição de pessoas ou ecossistemas a determinada substancia tóxica que pode haver. A percepção do risco também é um problema grave, já que vai depender do grau de preparação de determinado grupo social, o conhecimento sobre o fenômeno causador do risco e saber como enfrentá-lo. Isso vai refletir diretamente na criação ou não de políticas públicas direcionadas para gestão do problema (RAMIRES, 2011).
FIGURA 1 – EXEMPLOS DE ÁREAS CONTAMINADAS EM SÃO PAULO
Fonte: CETESB, 2011
As imagens anteriores, apresentam duas formas diferentes sobre o tema abordado. A primeira imagem corresponde à uma edificação de uma antiga montadora de automóveis desativada, onde o processo de investigação ambiental está sendo processado, com o objetivo de viabilizar a utilização futura do terreno para implantação de um Shopping Center. Já a segunda imagem, retrata os escombros de uma antiga metalúrgica, utilizada para reciclagem de resíduos pela população carente, evidenciando uma situação de risco.
GRÁFICO 2 – ÁREAS CONTAMINADAS E ESTÁGIOS DE REMEDIAÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO (2002 A 2007)
Fonte: CETESB, 2008
O gráfico 2 demonstra o aumento do número de áreas contaminadas no período de 2002 a 2007 no estado de São Paulo, que passou de 255 para 2272, um crescimento de 791% em 5 anos. Verifica-se que mais de 50% destas áreas continuam sem nenhuma proposta de remediação; aproximadamente 39% encontram-se em processo de remediação e em apenas 4% a remediação foi concluída.
3.4 – ÁREAS DE RISCOS DE ORIGEM DO USO INDUSTRIAL
A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) constatou que o número de casos de contaminação do solo aumentou 10,6% de 2011 para 2012 no estado de São Paulo. Um relatório aponta as indústrias e os postos de gasolina como os principais responsáveis pela poluição dos terrenos (CETESB, 2011).
A Cetesb identificou 4.572 áreas contaminadas no estado de São Paulo nos últimos 10 anos, como um terreno na Rua Othão, na Vila Leopoldina, Zona Oeste, onde funcionou uma fábrica de parafusos e rebites. Ela fechou as portas, mas deixou resíduos em várias camadas do solo. Há metais e solventes desde a superfície até as águas subterrâneas. Um posto na Marginal Pinheiros, no sentido Interlagos, na região do Real Parque, que está fechado. Segundo a Cetesb, houve vazamento de combustíveis e solventes, o que provocou alterações no subsolo (CETESB, 2011). 
4 – ATUAÇÃO DO PODER PÚBLICO 
A insuficiência de leis de proteção ambiental, antes da década de 1970, contribuiu para a existência de um grande número de áreas contaminadas no município de São Paulo, hoje conhecidos como áreas de passivo ambiental. A vigilância em saúde ambiental (GVISAM), da coordenação de vigilância em saúde (COVISA) do Município de São Paulo, considera importante que a população conheça as áreas contaminadas do município. As substancias químicas presentes nas áreas contaminadas quando absorvidas pelos organismos, podem favorecer o aparecimento de doenças. Para evitar que a população entre em contato com o solo contaminado,existem políticas públicas que envolvem setores da saúde e meio ambiente 
(MMA, 2017).
Várias iniciativas foram tomadas para a recuperação das áreas contaminadas e/ou deterioradas e nortear a gestão de reuso dessas áreas. A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada a Secretaria do Meio Ambiente lançou o manual de gerenciamento de áreas contaminadas (Cetesb,2001), contemplando metodologia de gerenciamento e encaminhamento de soluções do ponto de vista de recuperação ambiental. Também foi lançado o guia para avaliação do potencial de contaminação em imóvel (Cetesb, 2003), com precauções e procedimentos a serem adotados na aquisição de um imóvel ou no início do desenvolvimento de projeto de reutilização. Além disso, existem várias legislações sobre o tema, com a finalidade de evitar utilização de áreas órfãs onde não é possível identificar os responsáveis pelo dano ambiental (CVS, 2017).
O Ministério da Saúde em parceria com os Estados e Municípios criou o VIGISOLO – Programa de vigilância de populações expostas a solo contaminado, que visa identificar e prevenir mudanças ambientais que podem interferir na saúde humana. Foi criado para recomendar e adotar medidas de promoção a saúde, prevenção e controle dos fatores de risco decorrentes da contaminação do solo (MMA, 2017).
A Prefeitura de São Paulo criou órgãos que auxiliam e orienta quem comprou ou quer comprar um imóvel no município, verificando se este não se encontra em área contaminada, ou com suspeita de contaminação cujo uso do solo foi alterado (área reabilitada). Um dos órgãos é o Grupo Técnico de Áreas Contaminadas (GTAC) foi instituído em 16/07/2002. Atualmente pertence a Divisão Técnica de Licenciamento Ambiental do departamento de Controle da Qualidade Ambiental (DECONT) da Secretária Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo. O GTAC realiza, dentre outras atribuições o gerenciamento das áreas contaminadas no município de São Paulo, em cumprimento aos artigos 37º e 137º da lei municipal nº 16.402/2016, bem como implementa e mantem atualizado o cadastro de áreas contaminadas compatibilizando com o banco de dados existente (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2017).
Os Processos administrativos a serem alterados na SVMA para análise do GTAC são para consulta prévia e para acompanhamento de investigação ambiental. No processo administrativo com o motivo de consulta prévia tem como objetivo informar sobre a situação ambiental de uma determinada área (área com potencial ou suspeita de contaminação, área contaminada) com base nas informações apresentadas pelo interessado e através da consulta nos bancos de dados utilizados pelo GTAC. Realizado a consulta, caso haja necessidade de complementações ou esclarecimentos adicionais sobre a área, será emitido um comunicado ao interessado. O processo administrativo com motivo de acompanhamento de investigação ambiental tem por objetivo analisar os estudos ambientais desenvolvidos no imóvel. Caso haja necessidades de complementações ou esclarecimentos adicionais sobre as investigações executadas será emitido um comunicado ao interessado (MMA, 2017).
A mobilização do poder público, em particular dos órgãos ambientais (municipal e estadual), para atuar neste caso encontra similaridade nas posturas reativas frente a um problema até então pouco conhecido, conforme explica (Sánchez, 2001):
As posturas reativas se caracterizam por uma atuação desarticulada e uma resposta caso a caso. Não há rotina a seguir nem providências regulares a tomar, mas um problema novo que requer soluções não-convencionais. As autoridades não têm experiência prévia, não existe procedimento administrativo nem formulários a preencher.
A Secretaria do Verde e Meio Ambiente disponibiliza um relatório de áreas contaminadas do município. Esse relatório é atualizado trimestralmente e relaciona todas as áreas públicas e privadas cujos procedimentos de avaliação e eventual descontaminação sejam gerenciados pelo SVMA. Todas as áreas contaminadas que estiveram ou estejam sob análise no Grupo Técnico de Áreas Contaminados (GTAC) foram incluídas no relatório (MMA, 2017).
5 – CONCLUSÃO
Nos últimos anos, com a agravação dos problemas ambientais aflorando não só um problema ambiental, mas também com uma preocupação a saúde pública e um empecilho ao desenvolvimento urbano, degradação urbana, induziu as políticas públicas ao aprimoramento para regularização dos riscos, adotando medidas para evitar incômodos e riscos à população. Várias tentativas de construção de um arcabouço legal e a busca de instrumentação do poder público para dar conta do problema nos planos urbanos e sanitários, tentando requalificação das áreas degradadas ou contaminadas, buscando oferecer uma melhor qualidade de vida a todos.
Portanto, sabe-se que as diversas áreas com potencial de contaminação em São Paulo, tem origem do processo industrial, das quais muito poucas passaram pelas investigações ambientais, colocam em risco à sociedade e os sistemas naturais. Isso por que o processo de urbanização levou a uma renovação destes espaços herdados, de forma que a instalação de novas atividades, ou mesmo residências, passaram a ocorrer sobre áreas contaminadas. Embora este tema tenha passado a ser mais discutido nos últimos anos, ainda necessita de uma maior eficácia das ações do poder público nesta área e também é preciso inserir este tema nas demais políticas públicas urbanas. A avaliação ambiental deve ser considerada no início do processo da aprovação de empreendimentos ou intervenções no solo, e não ao final, como tem ocorrido. 
Também foi possível observar que será imprescindível que haja uma união e esforços por parte dos setores da sociedade, envolvendo a participação da população, numa atuação integrada entre os diferentes níveis de governo, respeitando suas especificidades e competências. Este diálogo é fundamental e urgente para gerar soluções viáveis e adequadas no ponto de vista ambiental, pois as iniciativas das políticas já existentes não foram suficientes para garantir a qualidade de vida em nossa sociedade.
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARLOS, A. “São Paulo: do capital industrial ao capital financeiro”, Geografias de São Paulo - A metrópole do século XXI – 2, São Paulo, Contexto, 2004;
CVS, Centro de Vigilância Sanitária. Secretaria de Estado da saúde de São Paulo. 2017. Disponível em: <http://www.cvs.saude.sp.gov.br>. Acesso em: 22/10/2017;
FRANCISCONI, L. “Trabalho e indústria em São Paulo”, Geografias de São Paulo - Representação e crise da Metrópole - 1. São Paulo, Contexto, 2004;
MMA, Ministério do Meio Ambiente. Áreas contaminadas. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-perigosos/areas-contaminadas>. Acesso em: 23/10/2017;
PREFEITURA DE SÃO PAULO. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br>. Acesso em: 24/10/2017;
PREFEITURA DE SÃO PAULO. Mapa vigilância em saúde. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/index.php?p=203895>. Acesso em: 25/10/2017;
RAMIRES, Jane Zilda. Gestão dos Riscos Urbanos em São Paulo: as áreas contaminadas. 2011. Disponível em: < http://confins.revues.org/7323>. Acesso em: 24/10/2017.
SANCHEZ, E. Desengenharia: o passivo ambiental na desativação de empreendimentos industriais, São Paulo, EDUSP, 2001.
SILVA, A. A importância dos fatores ambientais na reutilização de imóveis industriais em São Paulo, São Paulo, 2002.
VALENTIM, L. Requalificação urbana, contaminação do solo e riscos à saúde – um caso na cidade de São Paulo, São Paulo, FAPESP, 2007.
VEYRET, Y. Os Riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente, São Paulo, 2007.

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