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FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I Aula 1: Introdução à disciplina e desnutrição hospitalar AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 1 Introdução à Disciplina e Desnutrição; Avaliação do Estado Nutricional; Avaliação do Estado Nutricional; Modificações da Dieta Normal; Necessidades Nutricionais; Terapia Nutricional Enteral; Terapia Nutricional Enteral; Terapia Nutricional Parenteral; Transtornos Alimentares; Obesidade; Esofagopatias; Gastropatias; Cirurgias Gastroduodenais ; Patologias do Intestino Delgado; Patologias do Intestino Delgado; Patologias do Intestino Grosso. Temas AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 2 Avaliação 1 (AV1), Avaliação 2 (AV2) e Avaliação 3 (AV3), sendo AV2 unificada, a partir de um banco de questões propostas pelos professores da Estácio de todo o Brasil; Cada AV contemplará o conteúdo da disciplina até a sua realização, incluindo as atividades estruturadas; Para aprovação na disciplina o aluno deverá ter tido um bom aproveitamento (média igual ou superior a 6,0) e ter apresentado frequência = 75%. Avaliação AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 3 “É um estado mórbido secundário a uma deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um ou mais nutrientes essenciais, que se manifesta clinicamente ou é detectado por meio de testes bioquímicos, antropométricos, topográficos ou fisiológico.” Jellife DB, 1966 Foto: Pinterest Definição AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 4 Características do Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar (IBRANUTRI) Estudo transversal, multicêntrico, prospectivo; 25 hospitais em 12 estados do Brasil; Rede pública hospitalar (SUS); 4.000 pacientes: idade > 18 anos; Análise de prontuário; Avaliação subjetiva global. Waitzberg DL et al.,2001 Epidemiologia AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 5 Características do Estudo sobre a Prevalência de Desnutrição em mais de Meio Milhão de Pacientes Estudo observacional, transversal; 564.063 pacientes: ≥18 anos; Miniavaliação Nutricional (MAN) e Malnutrition Universal Screening Tool (MUST); Dos 419.086 pacientes rastreados pela MAN, 13,7% apresentaram risco para desnutrição e dos 144.977 dos pacientes rastreados pela MUST 14,9% apresentaram o mesmo risco; Tempo de internação maior (6,8 dias; p< 0,001) e permanência hospitalar de 1,4 dias a mais entre os pacientes desnutridos. Kruizenga H et al., 2016 Epidemiologia AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 6 Ingestão alimentar inadequada devido à falta de alimentos ou de apetite; Seleção inadequada de alimentos; Perda de dentes. Primária (referente a alimentação) Waitzberg DL et al.,2009 Causas da desnutrição e da desnutrição hospitalar Secundária (decorrente de uma falha fisiológica) Resultado de outras doenças que levam a uma baixa ingestão de alimentos; Absorção ou uso inadequado de nutrientes; Necessidades e/ou perdas aumentadas de nutrientes. AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 7 Terciária ou Iatrogênica (“alteração patológica provocada ao paciente por tratamento de qualquer tipo”) Dados antropométricos não mensurados; Longos períodos a que o paciente é submetido a jejum proteico-energético; Não percepção do aumento das demandas energéticas; Não observação da ingestão alimentar; Retardo na indicação da terapia nutricional; Ausência de terapia nutricional pré ou pós-operatória; Alta rotatividade de pessoal e divisão de responsabilidades. Waitzberg DL et al.,2009 Causas AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 8 Resposta metabólica ao jejum agudo — deflagrada pela hipoglicemia Exaustão do glicogênio hepático e muscular (15h); glicose; insulina plasmática; ↑ glucagon, catecolaminas e cortisol – estímulo para gliconeogênese hepática e renal (pp. aa gliconeogênicos - alanina e glutamina); Oxidação de ácidos graxos – fonte de energia; taxa metabólica basal – queda do consumo de oxigênio. Waitzberg DL et al.,2009 Inanição aguda AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 9 Resposta metabólica ao jejum crônico Maior oxidação de gorduras; Menor degradação de proteínas; Se a gliconeogênese continuasse no mesmo ritmo tempo de sobrevida não ultrapassaria 10 dias. Perda proteica de 30-50% = associada à mortalidade elevada; Manutenção da inanição: gorduras- produção de corpos cetônicos cérebro; Objetivo: poupar massa proteica corpórea. Inanição crônica AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 10 Marasmo (Caquexia) - Desnutrição Crônica Resultado de alguma patologia (câncer, doença pulmonar crônica, síndrome da imunodeficiência humana); Catabolismo adiposo e muscular; Letargia; Fraqueza generalizada; Perda de peso; Responde ao tratamento nutricional. Atentar para a Síndrome de Realimentação — durante a 1a semana de repleção nutricional. Waitzberg DL et al.,2009 Tipos de desnutrição proteico-energética AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 11 Kwashiorkor (edema) — Desnutrição Aguda Carência proteica; Edema nutricional, ascite; Hepatomegalia; Cabelo ralo, despigmentado com “sinal da bandeira”; Hipoalbuminemia; Diminuição de função imune; Ligada a trauma e infecções (pacientes internados recebendo soluções glicosadas a 5% por 10 a 15 dias). Waitzberg DL et al.,2009 Tipos de desnutrição proteico-energética AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 12 Mista Combina características clínicas do marasmo e do Kwashiokor; Presença de edema do Kwashiokor, com ou sem lesões cutâneas; Definhamento muscular e gordura subcutânea diminuída do marasmo. De Micronutrientes Torun & Chew, 2003 Tipos de desnutrição proteico-energética Zinco, ferro; Vitaminas hidrossolúveis; Ácido fólico. AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 13 A desnutrição energético-proteica desenvolve-se gradualmente, permitindo uma série de ajustes metabólicos e comportamentais que resultam em demandas diminuídas de nutrientes e um equilíbrio nutricional compatível com um nível mais baixo de disponibilidade celular; As rupturas metabólicas podem derivar de um déficit grave de nutrientes, complicações (infecção), ou tratamento inadequado (administração abrupta de grandes quantidades de energia ou proteína na dieta). Torun & Chew, 2003 Fisiologia e resposta adaptativa AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 14 Repercussões da Desnutrição Simples Inicialmente uma rápida perda ponderal; Posteriormente, a perda ocorre em um ritmo mais lento; Com a degradação proteica: ↑ da produção de ureia (com excreção urinária), além de aumentar a excreção de cálcio, potássio e magnésio (caracterizando a degradação muscular); ↑ da diurese; Ação do glucagon sobre o túbulo renal promove a diurese sódica; Natriurese é o principal responsável pela perda de peso inicial. Torun & Chew, 2003 Alterações da composição corporal AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 15 Repercussões da Fase Avançada ↓ do tecido adiposo; ↑ da água corporal total (↓ da taxa de filtração glomerular, hipoalbuminemia, levando à retenção de água e sódio); ↑ de volume plasmático (líquido extracelular); ↓ do hematócrito; ↓ de hemoglobina; ↓ de água e potássio intracelular (por ↓ de massa corporal total); ↑ do sódio corporal e hiponatremia dilucional; Resposta imunológica deficiente. Torun & Chew, 2003 Alterações da composição corporal AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 16 Redução das concentrações de hemoglobina e de hemácias, relacionado às necessidades teciduais de oxigênio. A massa corporal magra reduzida e a menor atividade física também baixam as demandas de oxigênio. O início do tratamento nutricional reverte esse quadro. Resultado: A ingestão insuficiente de proteína, ferro, ácido fólico e vitamina B12 leva a diminuição da atividade hematopoiética; Pode ocorrer anemia funcional com hipóxia tecidual. Torun & Chew, 2003 Alterações hematológicas e no transporte de oxigênio AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 17 Contribuem para manutenção da homeostase energética através do aumento dos níveis de glucagon, hormônio do crescimento, catecolaminas e glicocorticoides, associado a diminuição da insulina, somatomedina e hormônios tireoidianos. Resultado: ↑ glicólise e lipólise; ↑ mobilização de aminoácidos; preservação inicial das proteínas viscerais através da decomposição aumentada de proteínas musculares; ↓ Armazenamento de glicogênio, gorduras e proteínas. Torun & chew, 2003 Alterações endócrinas AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 18 O coração e o rim perdem massa progressivamente durante a evolução de um estado carencial proteico-calórico. Resultado: ↓ débito cardíaco; ↓ frequência cardíaca; ↓ pressão arterial; Alteração dos reflexos cardiovasculares levando a hipotensão postural e a ↓ do retorno venoso; ↓ fluxo sanguíneo renal e da TFG* em consequência da ↓débito cardíaco. *TGF- taxa de filtração glomerular Torun & Chew, 2003 Alterações Cardiovasculares e Renais AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 19 Atrofia da musculatura acessória e do diafragma, comprometendo as trocas gasosas e a força muscular, o que diminui a resposta ventilatória a hipóxia e a hipercapnia. Resultado: ↓ desempenho respiratório ao esforço; Ocorrência de insuficiência respiratória aguda; Dificuldade de interromper a ventilação artificial; ↑ suscetibilidade a infecções pulmonares. Torun & Chew, 2003 Alterações respiratórias AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 20 O trato gastrointestinal e o pâncreas atrofiam. Resultado: Absorção intestinal prejudicada de lipídios e dissacarídeos, e uma taxa diminuída de absorção de glicose ocorrem na deficiência grave de proteínas; ↓ da produção de secreções gástrica, pancreática e biliar; A hipocloridria, a hipomotilidade intestinal e a deficiência imunológica (↓IgA* secretora) leva a supercrescimento bacteriano no intestino delgado. *IgA - imunoglobulina A Torun & Chew, 2003 Alterações do aparelho digestório AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 21 Diminuição do crescimento cerebral, da mielinização nervosa, da produção de neurotransmissores e da velocidade de condução dos estímulos nervosa. Resultado: As implicações funcionais a longo prazo ainda não foram claramente demonstradas. Torun & Chew, 2003 Alterações do sistema nervoso AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 22 Os tecidos linfoides atrofiam e as principais alterações observadas parecem envolver os linfócitos T e o sistema complemento. Resultado: Mais predisposição a infecções e a complicações graves de doenças infecciosas; Morbidade e mortalidade. Torun & Chew, 2003 Alterações do sistema imune AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 23 Efeito deletério na cicatrização e regeneração tecidual. Resultado: ↓ da atividade fibroblástica; Retardo e ineficiência na cicatrização; ↓ da resistência das suturas; Retardo e ineficiência na consolidação das anastomoses. Torun & Chew, 2003 Alterações da cicatrização AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 24 Mais vulnerabilidade a quadros infecciosos; Redução na cicatrização de feridas; Hipoproteinemia (edema); Fraqueza muscular; Redução na força tênsil nas suturas; Aumento da morbidade; Aumento da mortalidade; Hospitalização prolongada; Custos elevados; Convalescência prolongada. Waitzberg DL et al.,2009 Consequências AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 25 No Brasil, o IBRANUTRI evidenciou que pacientes desnutridos apresentaram incidência de complicações, significativamente aumentada, quando comparados com os nutridos (27% versus 16,8%). O tempo de internação hospitalar foi maior no grupo de pacientes desnutridos (16,7 dias versus 10,1 dias) e a mortalidade também foi superior em pacientes desnutridos (12,4% versus 4,7%). Waitzberg DL et al.,2001 Complicações AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 26 Mais de 15 anos após o estudo IBRANUTRI, a desnutrição no âmbito hospitalar continua alarmante. Desnutridos apresentam risco aumentado de: complicações; reinternação em unidade de terapia intensiva; mortalidade. Considerações finais AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 27 MAHAN, L. Kathleen; ESCOTT-STUMP, Sylvia. Krause. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. cap. 14 (p: 383-410). SHILS, Maurice E.; OLSON, James A.; SHIKE, MOSHE; Ross, A. CATHARINE; CABALLERO, Benjamin. Nutrição moderna na saúde e na doença. 2. ed. Barueri: Manole, 2009. cap.: 48 (p. 781-801). WAITZBERG, Dan L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 2 volumes. Rio de Janeiro: Atheneu, 2009. Bibliografia complementar AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 28 AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. Assuntos da PRÓXIMA AULA Inquéritos Dietéticos; Nutritional Risk Screening (NRS 2002); Avaliação da Composição Corporal; Cálculo do Peso. AULA 1: INTRODUÇÃO À DISCIPLINA E DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 29
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