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5- questoes filme

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1) Cite qual o principal princípio da Bioética que você percebeu estar demonstrado/presente na narrativa do filme assistido. Conceitue este princípio usando os textos lidos e descreva sucintamente uma parte do filme em que ele fica evidente.
R:        O principal princípio envolvido é o Princípio da Autonomia, o qual faz referência à faculdade individual de se auto-gerir, à liberdade ou independência moral e intelectual, à condição pela qual o homem pretende poder escolher as normas que regem sua conduta. O indivíduo autônomo age de acordo com um plano escolhido por ele mesmo. Uma pessoa com autonomia reduzida é, pelo menos em algum aspecto, controlada por outros ou incapaz de deliberar ou agir com base em seus próprios planos.
No filme, esse princípio fica evidente na parte em que a filha mais nova requer perante o advogado os direitos sobre seu corpo e sua saúde. No diálogo, ela diz que nunca lhe pediram permissão para usarem suas células ou coletarem seu sangue, e que o fizeram desde seu nascimento. Outra passagem marcante é quando a menina com câncer solicita que a irmã se recuse a dor o rim para ela, pois tendo consciência de que esse procedimento só prolongaria seu sofrimento ela autonomamente escolhe o que seria o melhor momento e a melhor forma de encarar a morte que já se mostrava inevitável.
 
2) Na relação entre o médico oncologista e a paciente, o médico oncologista e a família, você considerou que esta relação foi paternalista? Como você classificaria estas relações? Justifique sua resposta.
R:        Uma relação paternalista é aquele em que o médico transcende a autonomia do outro em prol de outro princípio como a beneficência. Não consideramos que tenha sido uma relação de paternalismo, pois o médico respeitava os desejos da paciente, a filha mais velha, e também de sua irmã, uma vez em que deixou explícito para a mãe das meninas que não fariam mais o transplante de rim ao saber que a doadora se recusava. Se ele prosseguisse com a idéia do transplante julgando que seria em benefício de Kate poderia ser classificada como uma relação paternalista.
Julgamos uma relação médico-paciente deliberativa, pois sempre existiu diálogo entre o médico, os membros da família e a paciente.  Inclusive há uma passagem no filme em que ele explica para Kate que nenhum tratamento mais funciona e que ele cuidará para que ela não sinta dor. Essas informações ajudaram para que Kate pudesse exercer sua autonomia, fortalecendo sua decisão de recusar o transplante de rim que apenas prolongaria seu sofrimento e ainda submeteria sua irmã ao risco de uma cirurgia.
  
3) O que significa a “Teoria do menor maduro”? Descreva a teoria sucintamente. Que relação tem a teoria com a trama do filme apresentado?
R:        A teoria do menor maduro significa que em função do nível de maturidade observado, se reconhece a existência de determinados direitos e a possibilidade de que os menores que são capazes de tomar decisões e avaliar suas conseqüências possam decidir em temas relativos à sua saúde.
Muitos pesquisadores estudando o comportamento de jovens, concluíram que não há uma idade fixa, mas que por volta dos 12-14 anos a maioria deles, já tem condições de fazer julgamentos morais e tomar decisões em relação à sua saúde tanto quanto um adulto.
No filme as duas meninas não teriam a maioridade legal, considerando que no Brasil é de 18 anos. No entanto, a filha mais nova, embora tivesse apenas 11 anos, tinha bastante clareza sobre o que estava acontecendo ao seu redor, com sua família e com ela própria, e, além disso, sabia exatamente que conseqüências seu ato de dizer não ao transplante acarretaria para sua irmã.
Desse mesmo modo a menina com câncer estava muito bem esclarecida pelo médico a respeito da sua condição, e capaz de julgar os riscos e benefícios de seu tratamento. Sabendo que o transplante traria menos benefícios que riscos, e considerando que sua irmã mais nova teria de se submeter a um procedimento cirúrgico, que implicaria em conseqüências para toda sua vida futura, Kate tinha condições de avaliar as conseqüências de sua recusa e nesse caso poderia ser considerada capaz de tomar decisões em relação à sua saúde.
  
4) A mãe da menina doente “lutava”, desesperadamente, para que ela não morresse. Para tal, solicitava ou tentava junto à equipe médica e suas filhas, que fossem feitos vários procedimentos médicos, uns com indicação e outros não, em paciente terminal. Qual o conceito em bioética que explica este tipo de ação (persistência em manter a vida a qualquer custo)? Explique o significado do conceito em questão.
R:        Entraria aqui o conceito do tratamento fútil ou despropositado, que seria o tratamento que não oferece benefício ao paciente por ser inútil ou despropositado, logo, não é obrigatório. Costumou-se qualificar um tratamento de fútil sempre que a eficácia do tratamento é altamente improvável (quando sua probabilidade estatística de sucesso é extremamente pequena), quando é praticamente certo que se obterá um resultado muito insatisfatório (quando os resultados esperados são qualitativamente muito pobres), quando é altamente provável que o tratamento seja mais penoso do que benéfico, e quando se trata de um caso completamente especulativo porque o “tratamento” nunca foi tentado.
Assim, o termo “futilidade” é agora usado tanto em situações em que se prevê uma impossibilidade como em situações nas quais há interpretações divergentes quanto às probabilidades ou em que há julgamentos de valor divergentes, por exemplo, sobre o balanço entre custos e benefícios.
            Também poderíamos empregar o conceito de distanásia que seria o de tentar prolongar por meios artificiais e desproporcionais a vida de um doente incurável. Também pode ser conhecida como obstinação terapêutica.
No filme a mãe estava negando a possibilidade de morte iminente de sua filha, e o insucesso de todas as terapias. Assim, se negava a creditar que o transplante de rim não curaria Kate, apenas prolongaria seus dias de sofrimento.

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