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PORTFÓLIO INDIVIDUAL 1° SEMESTRE NEEMIAS GONÇALVES

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SUMÁRIO
31 INTRODUÇÃO	�
2 DESENVOLVIMENTO	..........5
2.1 A INFLUÊNCIA E PRESENÇA DO FORDISMO NOS DIAS ATUAIS	.............5
2.1.1 Presença dos Princípios de Ford nos dias Atuais	5
2.1.2 Influência do Fordismo no Trabalho Informal	6
2.2 A INFLUÊNCIA DE FATORES HUMANOS E CULTURAIS NO TRABALHO	7
2.2.1 Relação do Homem com o Trabalho nos Tempos Atuais	7
2.2.2 Influência do Estilo da Cultura Organizacional no Trabalho.................................8
2.3 A INFLUÊNCIA DA CULTURA E IDEOLOGIA NO TRABALHO	.....10
2�� HYPERLINK \l "_Toc172266845" �.3.1 Relação entre Trabalho, Cultura e Ideologia	10
2.3.2 A Influência do Capitalismo no Trabalho	11
2.4 A INFLUÊNCIA DO INFORMACIONALISMO NO TRABALHO	12
2.4.1 Informacionalismo e os Processos Comunicacionais	.......................................12 
2.4.2 Exigências Impostas pela Evolução	13
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS	15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	16
�
INTRODUÇÃO
	Na administração observa-se a importância de se tomar decisões e realizar tarefas a partir da utilização dos recursos comuns ao sistema organizacional e da delegação de responsabilidades, com o fim de atingir os objetivos pré-estabelecidos. Desta mesma forma, está associada ao gerenciamento de uma organização, à interação de informações produzidas e fornecidas por profissionais de diversas áreas como: ciências contábeis, marketing, produção, recursos humanos e outras, que podem fazer parte do contexto gerenciado. Mediante isso, o mais importante é direcionar esforços para obter uma dinâmica em que as situações imprevistas sejam controladas de forma bem sucedida. (HEADLEY; CAMPOS, 2014, p. 20,24).
	Assim, este trabalho discorre a respeito de importantes temas, como o estudo das teorias de administração, conforme Chiavenato (2004,p.12) esclareceu: “De certo modo, todas as teorias administrativas são aplicáveis às situações atuais e o administrador precisa conhecê-Ias bem para ter à sua disposição um naipe de alternativas adequadas para a situação”. Como descrito por Fraga (2005, p. 5-6), o próprio fordismo, ainda exerce influência prática nos dias de hoje, bem como sua compreensão cooperou para a evolução das organizações e mesmo no modelo de trabalho informal, caracterizado por ele como “fordismo” informal.
 Outro fator importante na administração que será tratado neste trabalho é a comunicação, pois influencia diretamente nos resultados pontuados como metas, uma vez que está presente em nossa vida amplamente, seja para interagir com a sociedade ou como meio de uma identidade para a vida. (PAGNAN, 2014, p.35).
 Seguindo um pouco mais na observação de pontos relevantes dentro do contexto da administração tratados neste trabalho, será vista a relação indissociável entre a cultura, ideologia e suas influências no trabalho, sobretudo quanto à alienação econômica e à alienação intelectual, o conhecimento do homem, sua cultura, a sociedade em que está inserido, bem como o comportamento organizacional e o entendimento do surgimento da produção capitalista. (ALBIAZZET; ALMEIDA; BATTINI, 2013, p. 70-78). 
 Por fim, será tratada neste trabalho a influência do informacionalismo nas alterações ocorridas dentro do sistema comunicacional de uma empresa e como “a tecnologia dos computadores modificam a forma de comunicação dentro das organizações.” (ROBBINS, 1999, p.241). 
 Assim, o objetivo deste trabalho é obter, a partir dos fatores mencionados acima (estudados nas disciplinas durante o 1° semestre/2015) e das observações descritas no artigo científico “Da rotina à flexibilidade: análise das características do fordismo fora da indústria” (Fraga, 2006), a partir disso, obter uma noção clara da amplitude nas responsabilidades de um administrador, uma vez que a administração eficiente depende de uma série de fatores que se relacionam entre si, conforme afirma Chiavenato (2014, p.13-15): 
O administrador é um profissional cuja formação é ampla e variada: precisa conhecer disciplinas heterogêneas (como Matemática, Direito, Psicologia, Sociologia, Estatística etc.); precisa lidar com pessoas (que executam tarefas ou que planejam, organizam, controlam, assessoram, pesquisam etc.) que lhe estão subordinadas ou que estão no mesmo nível ou acima dele; ele precisa estar atento aos eventos passados e presentes, bem como às previsões futuras, pois seu horizonte deve ser mais amplo, já que ele é o responsável pela direção de outras pessoas que seguem suas ordens e orientações; precisa lidar com eventos internos (localizados dentro da empresa) e externos (localizados no ambiente que envolve externamente a empresa); precisa ver mais longe que os outros, pois deve estar ligado aos objetivos que a empresa pretende alcançar por meio da atividade conjunta de todos. [...] ele é um agente cultural na medida em que, com o seu estilo de Administração, modifica a cultura organizacional existente nas empresas. 
 Em suma, o objetivo principal deste trabalho é proporcionar ao leitor um entendimento associado à reflexão sobre a importância destes assuntos (mencionados e estudados no decorrer do 1° semestre/ 2015) e também ativar uma percepção da maneira como a utilização prática deste conhecimento colabora na formação de um administrador e na eficiência da administração em uma organização.
 
desenvolvimento
a influência e presença do fordismo nos dias atuais
Presença dos Princípios de Ford nos Dias Atuais
 
	Conforme Headley e Campos (2014, p.53-54) descrevem, Henry Ford foi um entusiasta que seguiu os princípios da Administração Científica e conseguiu revolucionar a produção em massa, mediante as mudanças criadas na linha de montagem de sua empresa: Companhia Ford, onde estabeleceu princípios que até hoje exercem influências nas organizações e na sociedade. Adotando as técnicas de administração, Ford conseguiu trazer aos processos de fabricação o arranjo físico e a velocidade necessária para o andamento adequado das cadeias de fabricação. Maximiano (2014, p. 167-168) enfatiza como esses princípios ainda têm grande aceitação hoje, além de promover a expansão industrial. Henry Ford se sentiria à vontade em qualquer fábrica do mundo, devido à observação dos mesmos processos repetitivos e padronizados na linha de montagem e ao acompanhamento de especialistas em organização e métodos observando, fazendo anotações, mesmo em detrimento da sofisticação da tecnologia atual.
 Esse modelo ainda se espalha em outros segmentos, mesmo não se tratando de processo fabril como, por exemplo, setor de serviços e o setor informal da economia. (Fraga, 2005, p.5-6). Basta observar como é definido o sistema de produção em massa. De acordo com Maximiano (2004, p.164)
cada pessoa e cada grupo de pessoas, num sistema de produção em massa, tem uma tarefa fixa dentro de uma etapa de um processo pré-definido. A divisão do trabalho implica a especialização do trabalhador. [...] Na produção em massa, as qualificações de uma pessoa resumem-se ao conhecimento necessário para execução de uma tarefa. 
 
 Nessa mesma linha pode ser observado o princípio de intensificação e da produtividade, classificado por Chiavenato (2004, p.66) como 
intensificação: diminuir o tempo de duração com a utilização imediata dos equipamentos e matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado. [...] Produtividade: aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio da especialização e da linha de montagem.
	Essas duas características, por exemplo, mostram-se presentes nas empresas de telemarketing, onde os sistemas, se valendo da tecnologia atual, direcionam as ligações rapidamenteaos operadores, diminuindo o tempo em cada ligação, descartando as chamadas não atendidas. Além disso, padronizam as falas dos operadores, de forma a serem objetivos, sempre discernindo até mesmo o momento de se encerrar a ligação e partir para a próxima. Cada operador se especializa exclusivamente para esse processo. 
	Por fim, as empresas, mesmo nos dias atuais, aplicam o princípio da economicidade, definido também por Chiavenato (2014, p.66) como:
reduzir ao mínimo o volume do estoque da matéria-prima em transformação, fazendo com que o automóvel fosse pago à empresa antes de vencido o prazo de pagamento dos salários e da matéria-prima adquirida.
	Da mesma forma, hoje as empresas não permitem altos estoques e utilizam o valor pago em cartões de crédito pelos clientes para, então, repassarem aos fornecedores, de forma a entregar o produto somente depois de já terem recebido das operadoras de crédito. 
 Assim, ao observarmos as organizações nos dias atuais, verificamos ainda a presença e importância dos princípios de intensificação, economicidade e produtividade de Ford. 
2.1.2 Influência do Fordismo no Trabalho Informal
 O conceito dos princípios do Fordismo aplicado no século XIX se mostra ainda presente também no trabalho informal, conforme Fraga (2005, p.6) nos mostra com o exemplo do Vendedor de balas no sinal de trânsito, indicando como esse trabalhador precisa se “especializar”. 
 Outro exemplo é o trabalho de um Vendedor Ambulante em transporte público. O perfil é sempre de pessoas sem muita qualificação profissional executando um trabalho que exige apenas uma padronização de serviço repetitivo, assim como, a respeito do Fordismo, descreve Silva (2008, p.120): 
O modelo administrativo de Ford caracteriza-se pelo trabalho dividido, repetitivo, contínuo, baseando-se principalmente nos princípios da produtividade, da intensificação e da economicidade. Dois deles se referem ao tempo: produtividade e intensificação.
 Estes vendedores encontram-se vendendo produtos em ônibus de transporte público onde, para maior produtividade, determinam o tempo entre uma parada e outra do ônibus, executando seu serviço, seguindo um padrão de pedido enquanto distribui os produtos e um padrão de agradecimento enquanto recolhe e efetua as vendas. Quanto mais ágil for a execução esse processo, mais lucro obterá no final do expediente. Se demorar muito, pode ocorrer de algum cliente precisar descer do ônibus e não ter uma forma adequada de devolver o produto ou então deixar de comprar por falta de tempo hábil. 
 Neste exemplo, o princípio da economicidade também está presente. O bom Vendedor Ambulante em transporte público procura manter um estoque pequeno, comprado na maioria das vezes por consignação. Somente após a venda dos produtos executa o pagamento ao fornecedor, o que lhe garante investimento mínimo e lucro garantido, seguindo o conceito de economicidade fordista que afirma que “tempo é a expressão da energia humana e o estoque representa o trabalho humano armazenado.” (SILVA, 2008, p.121). 
 Assim, existe o emprego da mesma prática fordista que obtém produtividade e lucratividade através do trabalho padronizado, redução do ciclo de tempo e economicidade. O conceito empregado por Henry Ford encontra-se aplicado, mesmo que de forma inconsciente, no dia a dia destes trabalhadores informais (FRAGA, 2005, p.6).
2.2 A INFLUÊNCIA DE FATORES HUMANOS E CULTURAIS NO TRABALHO 
2.2.1 Relação do Homem com o Trabalho nos Tempos Atuais
 No decorrer do tempo, o modelo iniciado no início do século XIX sofreu modificações e adequações a diversos fatores da cultura e tempo em que cada geração de trabalhador vivenciou. Houve desenvolvimento da indústria, privatização, reestruturação do modo capitalista de produção, mudanças decorrentes da globalização, entre outros aspectos. (FRAGA, 2005, p.4-5).
 Conforme afirma Maximiano (2004, p.31,32):
Algumas teorias procuram oferecer soluções universais para todos os problemas ou situações. Segundo Peter Drucker, era essa a proposta dos primeiros autores da administração e dos primeiros empresários da moderna era industrial, pessoas como Henry Ford, Henri Fayol, Frederick Taylor e Werner Von Siemens. Eles definiram técnicas e estruturas que deveriam funcionar em todos os casos. Outras teorias oferecem aos administradores a possibilidade de escolher entre modelos de gestão e estilos, cada um apropriado para uma situação. A medida que a administração amadurece, a pesquisa mostra, repetidamente, que muitas ideias são uteis em determinadas situações, mas não em outras. Algumas teorias servem para determinados gerentes, mas não para outros. Isso fez surgir uma escola de pensamento chamada teoria da situação ou teoria situacional (contingency theory). A teoria situacional estabelece que não existe maneira de administrar que seja melhor que outra. A solução “melhor” depende do ambiente da organização, de sua tecnologia e de vários outros fatores. Em resumo, depende da situação. Assim, a teoria da situação procura auxiliar os administradores a decidir qual é a melhor maneira de enfrentar cada situação.
	Assim, à medida que o tempo passa ainda se faz necessária a adequação de todas as teorias administrativas, levando-se em consideração os desejos, expectativas e necessidades das pessoas e a cultura de cada época.
 As empresas devem também identificar diferenças entre as pessoas, as quais envolvem seu comportamento no ambiente da organização. Cada pessoa se motiva com algo; cabe, portanto, uma análise do que gera motivação nas pessoas. Nas empresas, cada um realiza seu trabalho e, nesse sentido, deve alinhar seus objetivos pessoais com os objetivos da organização. (ELGENNENI, 2013, p.82).
 Não somente fatores financeiros, mas também aqueles que dizem respeito à satisfação ajudam a definir a produtividade e absenteísmo. Existe uma influência positiva, por exemplo, entre o fator tempo de permanência no emprego e produtividade. A estabilidade entendida como experiência no emprego é uma boa indicadora de produtividade. Assim, a estabilidade e a satisfação estão positivamente relacionadas, (ROBBINS, 1999, p.34).
 
2.2.2 Influência do Estilo da Cultura Organizacional no Trabalho
 O sistema comunicacional dentro de uma organização deve permitir a todos falarem a “mesma língua”, respeitando a cultura da empresa, valores, objetivos e ideais, a partir do entendimento de que “a cultura organizacional tem influência homogeneizada sobre as pessoas que fazem parte dela.” (ELGENNENI, 2013, p.148). 
 Um exemplo pontuado por Fraga (2005, p.5-6) é a forma de trabalho e prestação de serviços da rede de franquias McDonald’s, que apresenta uma cultura com similaridades ao fordismo, voltada para a comercialização em massa, sendo que, quanto mais produtos vendidos por hora, melhor, atendendo a um público que procura um lanche rápido e de sabor único. 
 No final da década de 1930, auge da era moderna, em uma sociedade industrial e fordista, McDonald’s surgiu como um pequeno drive-in no estado da Califórnia. Em 1948, se transformou em um negócio de comida rápida que revolucionou o setor de alimentação. Seus proprietários, Richard e Maurice McDonald, reformularam o sistema de atendimento, eliminando a necessidade de garçonetes, uma vez que os clientes buscavam o lanche no balcão. Em 1950, Ray Kroc tornou-se o primeiro franqueado da rede e buscou diferenciar a empresa a partir de uma imagem inteiramente ligada ao produto: qualidade da comida, serviço rápido, uniforme e limpeza, diferente das outras lanchonetes que vendiam hambúrgueres na época. A partir daí, o desenvolvimentoda franquia, abriu porta para o aumento da rede de franqueados em um projeto de expansão mundial ocorrido na década de 1970, tendo como base atender com agilidade aqueles clientes que tinham pouco tempo no intervalo de seu trabalho e viam na rede Mac Donald’s uma parada para descanso e diversão. (Fontenelle, 2007, p.61- 64).
O McDonald’s levou para o interior do setor de serviços a máxima de Henry Ford de que o consumidor poderia ter o carro que ele quisesse, contanto que fosse o modelo T e na cor preta. Nesse caso, os limites impostos à fábrica de Ford eram definidos, em grande parte, pelo atraso tecnológico e organizacional que não permitia, ao mesmo tempo, diversidade junto com ganhos de produtividade numa produção em série. Kroc também costumava dizer que, se o fast-food desejasse se tornar uma indústria, teria que esquecer o serviço personalizado, pois este impediria a uniformidade de processos e triplicaria os custos com mão de obra. Mas, quando um determinado desenvolvimento tecnológico e econômico permite que haja uma diversidade maior de produtos, a força concorrencial possibilita uma pressão social por maior diversidade nas escolhas. Em outras palavras, quando apenas a Ford era capaz de produzir um carro – modelo T e preto –, não havia opções de escolha na concorrência. O mesmo valeria para o McDonald’s. (FONTENELLE, 2007, p.65).
Assim, mesmo pertencendo ao setor de serviços, com o passar dos tempos, McDonald’s pode ser visto como paradigmático do modelo fordista quanto ao rígido estabelecimento de identidades e fronteiras e a estratégias de padronização. Isso porque se sedimentou na possibilidade de uma máquina capaz de alimentar os operários durante seu trabalho a fim de que o tempo da produção não terminasse nunca. (FONTENELLE, 2007, p.69).
A INFLUÊNCIA DA CULTURA E IDEOLOGIA NO TRABALHO
2.3.1 Relação entre Trabalho, Cultura e Ideologia 
	É estreita a relação entre cultura e ideologia, bem como a influência que exercem sobre o trabalho. O conjunto de divisões decorrentes no nascimento de uma sociedade, como, por exemplo, divisão social do trabalho, divisão social das riquezas, divisão social do poder econômico, entre outras, em que uma parte fica subjugada à outra mais forte e poderosa, é fator determinante para se estabelecer as classes sociais. (ALBIAZZETTI; ALMEIDA; BATTINI, 2013, p. 70-71).
Notamos que esses conjuntos de divisões têm se tornado cada vez mais amplos e complexos, multiplicando-se em muitas outras divisões sob forma de instituições. Elas desenvolvem o que conhecemos como nossas estruturais sociais, sendo essas estruturas fundadas na divisão de classes sociais. Max e Engels (2001) chamam essa divisão de condições materiais de existência, uma vez que se referem às práticas sociais que os homens realizam por meio do trabalho e esse trabalho é o que garante nossa existência. (ALBIAZZETTI;ALMEIDA;BATTINI, 2013, p. 71).
 O modelo capitalista de produção atual sedimenta a alienação social, econômica e intelectual. Assim, através do capitalismo ocorre que:
os indivíduos são separados em classes sociais distintas: os capitalistas, que são os proprietários dos meios de produção; e os trabalhadores, que sãos os proprietários da força de trabalho. (ALLBIAZZETI; ALMEIDA; BATTINI, 2013, p. 76).
	E foi ainda a partir da cultura capitalista que surgiu o princípio da obtenção de lucro que “transforma todas as relações em relações de troca de mercadorias” (ALBIAZZETTI; ALMEIDA; BATTINI, 2013, P.77). Com um grupo dominante, surgem as ideologias monopolizando a realidade para uma única classe, como enfatiza Albiazzetti; Almeida e Battini (2013, p.78) ao pontuar que:
as ideologias agem no sentido de inverter a realidade e transformá-las em ideais de mundo da classe dominante, tornando-se representações universais, autônomas, justamente para poder camuflar sua origem: a divisão da sociedade em classes, em proprietários e não proprietários, a separação dos que pensam e daqueles que executam, ocultando assim as contradições internas ao modo de produção capitalista.
	Desta forma, em termos de cultura, devemos relacionar valores, (crenças, comportamento e regras gerais de uma sociedade). A ideologia entra como um conceito e comportamento que prevalece sobre uma sociedade, procurando “maquiar” as divisões existentes. Esses dois fatores influenciam diretamente no papel das pessoas na sociedade e no trabalho que exercem influenciados pelo capitalismo, pela troca de mercadorias e imposição de uma classe dominante. (ALBIAZZETTI; ALMEIDA; BATTINI, 2013, P.78).
 Por outro lado, tais fatores abrem a possibilidade de, através de estudo, conhecimento e preparação, um trabalhador se promover de uma classe social dominada para a dominante. Mas dentro do encaminhamento cultural e ideológico, sobretudo capitalista, sempre há uma divisão social clara, mesmo que escondida. Em suma: o trabalho sofre influência direta da evolução social e ideológica e essas definem quem exerce qual papel na sociedade e no exercício do trabalho.
A Influência do Capitalismo no Trabalho
 Se, por um lado, o capitalismo elevou os trabalhadores a se tornarem especialistas multifuncionais, diferentemente da era onde prevalecia o Fordismo, criando uma sensação de hierarquia administrativa horizontal em que não há mais uma rígida separação entre a direção e o funcionário (FRAGA, 2005, p.3); por outro lado, trouxe consigo algumas consequências não tão favoráveis. Um ponto a ser considerado é a necessidade exacerbada de alcançar destaque como forma de se provar não ser um fraco ou sem habilidade, conforme menciona Cardoso (2005, p. 160):
O fato de se não alcançar a fama ou destaque é quase sempre interpretado como sinal de fracasso e de ausência de habilidade pessoal. Assim, a flexibilidade exigida das pessoas (trabalhadores) rompe com os modelos tradicionais de conduta, podendo mergulhar os indivíduos na perplexidade e na confusão, absolutamente dependentes da indicação de caminhos a serem seguidos.
 Também se considera a falta de densidade nas experiências, consequente das mudanças rápidas e radicais, a fuga da rotina, como se essa não fosse parte da essência do trabalho, e os riscos desnecessários, bem como a desvalorização das experiências passadas e a falta de relação entre as pessoas e sua identificação com o trabalho exercido. Não há valorização do “longo prazo”, consequentemente não se cria laços sociais. Tudo isso, decorre da evolução ideológica e capitalista da sociedade. (CARDOSO, 2005, p. 161).
 Para obtermos um modelo ideal, devemos ainda seguir em busca de respostas a respeito de onde queremos chegar enquanto indivíduos e, sobretudo, enquanto sociedade. Conforme elencado por Fraga (2005, p.4-5), são observados no capitalismo, vários fatores que alavancaram a sociedade e mesmo impulsionaram o homem na busca de conhecimento e crescimento profissional. A controvérsia está no fato de como o modelo atual de trabalho nos distanciou de princípios fundamentais para o homem enquanto ser humano como a liberdade de pensamento, a satisfação de, mesmo em uma função tida como menos expressiva, poder servir ao próximo e se realizar nessa tarefa. (CARDOSO, 2005, p. 161).
 Em suma, não existe certo nem errado, apenas a certeza de que devemos continuar buscando um modelo ideal para viver em sociedade, trabalhando e sendo felizes.
2.4 A INFLUÊNCIA DO INFORMACIONALISMO NO TRABALHO
2.4.1 Informacionalismo e os Processos Comunicacionais
 A tecnologia influenciou poderosamente o funcionamento das organizações a partir da Revolução Industrial. A evolução aconteceu através da substituição do esforço humano pelas máquinas e, ainda, no campo da comunicação, a invenção do telefone e das máquinas de escrever até chegarmos a invenção do computador na segunda metade do século XX, permitindo a automação das atividadesnas organizações. A partir desse ponto ampliou-se o estudo da cibernética, em que a comunicação torna os sistemas integrados e coerentes e o controle regula seu comportamento. (CHIAVENATO, 2004, p. 414-416)
 Surgiram, como consequência, invenções que promoveram uma comunicação mais ágil, objetiva e que requer uma maior qualificação dos funcionários de uma empresa para operar seu uso. Nesse contexto, Chiavenato (2004, p.429-430) esclarece que: 
A ligação com a Internet e a adoção de redes internas de comunicação a partir da Intranet e da Extranet intensificam a globalização da economia por meio da globalização da informação. Quanto mais poderosa a tecnologia da informação, tanto mais informado e poderoso se torna o seu usuário, seja ele uma pessoa, uma organização ou um país. A informação torna-se a principal fonte de energia da organização: seu principal combustível e o mais importante recurso ou insumo.
 Robbins (199, p.239) identifica como a comunicação nas organizações atuais vem evoluindo pela tecnologia da computação. A Utilização do correio eletrônico, por exemplo, reduziu o número de papéis, memorandos, cartas e até telefonemas, trocando por uma comunicação mais rápida com seus fornecedores, clientes, sociedade e mesmo internamente. 
 Hoje, através dos vários canais de comunicação, cada empresa pode sedimentar sua marca e fortalecer sua imagem perante a sociedade. Pode ainda se ter reunião online entre vários executivos, mesmo estando cada um em uma cidade, estado ou país distinto; como o exemplo da videoconferência, que permite, além de áudio, também às pessoas se verem e conduzirem reuniões estando em diferentes espaços físicos, gerando dinamismo e modernidade, fatores intrínsecos à globalização (ROBBINS, 1999, p.241).
 A tecnologia dos computadores, portanto, está modificando as formas de comunicação dentro das organizações. Com a comunicação eletrônica, não é mais necessário ficar no escritório para estar disponível. O uso do celular, Pager, smartphones, permite que o funcionário seja encontrado. (ROBBINS, 1999, p.241).
Exigências Impostas pela Evolução
 
	Com o avanço tecnológico da comunicação e o informacionalismo, surge a necessidade de adequar o processo comunicativo em uma organização, bem como a linguagem utilizada. Um exemplo é o surgimento dos trabalhadores virtuais: Programadores de Computador, Inspetores de Banco, etc. É exigido desses funcionários, além de uma maior técnica, características como autodisciplina, senso de responsabilidade, independência e habilidade interpessoal, uma vez que trabalham à distância e são autogestores (Maximiano, 2002, p.498).
 Chiavenato (2004, p.430) ainda pontua a exigência das empresas incorporarem um sistema integrado de gestão empresarial, construindo a integração de um sistema interno, com a cadeia de fornecedores e das entradas e saídas. Para que a comunicação e a linguagem adequada aconteçam, é necessária a implantação de um sistema de TI moderno.
 Por fim, a própria empregabilidade está condicionada ao domínio de ferramentas de comunicação que acompanham o desenvolvimento tecnológico. Hoje, todo funcionário necessita ter conhecimento e domínio completo de ferramentas tecnológicas ligadas à comunicação. Essa exigência começa já no processo seletivo do RH nas empresas, onde os candidatos seguem etapas para identificar se possuem, dentre outras, essas habilidades. (SOBRAL; PECI, 2208, p. 331).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Na formação de um profissional de Administração, é essencial o domínio dos pontos tratados neste trabalho. O mercado hoje exige conhecimento do emprego prático das teorias administrativas, bem como o entendimento de suas influências sobre nossa cultura atual. 
 Um profissional de administração deve ter pleno conhecimento de todo o processo administrativo de sua empresa, trabalhando com habilidades de liderança, resolução de conflitos, comunicação formal e informal, domínio da cultura da empresa, discernimento da cultura da sociedade onde a empresa está inserida, obtenção de recursos, decisões, discernimento de perfil adequado para contratação de pessoas, etc. 
 A partir deste conceito, uma reflexão sobre os pontos analisados neste trabalho ajudará ao futuro administrador compreender todas as esferas que envolvem sua profissão. Um exemplo prático é como se relacionar com as diversas culturas das pessoas, da sociedade e das empresas. É essencial conhecer a missão, visão e valores, interligando as ferramentas de comunicação e de administração propostas pela empresa, juntamente com os valores pessoais de cada funcionário. 
 Por fim, o futuro administrador deve ser conhecedor das influências internas e externas que interferem na administração de uma empresa, como por exemplo, a influência da tecnologia da comunicação, do capitalismo, do Fordismo e demais teorias administrativas na sociedade atual, bem como a melhor forma de gerenciamento com uma comunicação integrada.
REFERÊNCIAS
ALBIAZZETTI, Giane; ALMEIDA, Márcia Bastos de; BATTINI, Okçana. Homem, cultura e sociedade. Pearson e Unopar: São Paulo, 2013.
CARDOSO, Glauco Babosa. A Corrosão do Caráter: as Consequências Pessoais do Trabalho no Novo Capitalismo. Disponível em: <http://www.contemporanea.uerj.br/pdf/ed_05/contemporanea_n05_15_glauco.pdf>. Acesso em 08 mai 2015.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 7 ed. Rio de Janeiro: Elservier e Campus, 2004.
ELGENNENI, Sara Maria de Melo, Psicologia organizacional. São Paulo: Peason e Unopar, 2013.
FONTANELLE, Isleide Arruda. Construção e desconstrução de fronteiras e identidades: história e desafios do MCDonald’s. 2007. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rae/article/view/36858/35630
FRAGA, Alexandre Barbosa. Da rotina à flexibilidade: análise das características do Fordismo fora da indústria. Riode Janeiro, v.3, n.1, p.36-43, mar. 2006. Anual. Disponível em < www..habitus.ifcs.ufrj.br>. Acesso em: 30 mar.2006.
HEADLEY, Samara Silva; CAMPOS, Ivan Ferreira. Administração e teoria das organizações. Londrina: Unopar, 2014.
MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2004.
PAGNAN, Celso Leopoldo. Comunicação e linguagem. Londrina: Unopar, 2014.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 11 ed. São Paulo: Pearson, 2006.
SILVA, Reinaldo O. da. Teorias da administração. São Paulo: Pearson, 2008.
SOBRAL, Filipe; PECI Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson, 2008.
Sistema de Ensino Presencial Conectado
ADMINISTRAÇÃO – 1° SEMESTRE
nEEMIAS GONÇALVES PEREIRA
FATORES DE INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES E NO TRABALHO DO ADMINISTRADOR
Belo Horizonte
2015
neemias gonçalves pereira
fatores de influência no desenvolvimento das organizações e no trabalho do administrador
Trabalho de Produção Textual apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas do 1° semestre/ 2015.
Orientador: Prof. Elexssandra Ferreira de Assunção Alves
Belo Horizonte
2015

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