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Aula 3 DSTs (tricomoniase, sifilis, gonorreia)

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Rio, 2 de maio de 2016. 
PHI – Luiza Batista 
Aula 3 – Microbiologia Médica 
Doenças Sexualmente transmissíveis 
Sífilis 
Sobre o agente etiológico: 
No quadro abaixo são mostradas as duas espécies de 
treponemas que causam doenças humanas. 
 
* Bejel, Bouba e Pinta são doenças também 
causadas por Treponema, porém não são doenças 
venéreas. E são diagnosticadas por manifestações 
clínicas típicas em áreas endêmicas. 
O Treponema pallidum subespécie pallidum é o 
agente etiológico da doença venérea sífilis. 
 Morfologia: 
▪ Espiroquetas delgadas e altamente espiraladas com 
extremidades pontudas e retas. 
▪ Apresenta três flagelos periplasmáticos que se 
inserem em cada extremidade da bactéria 
(filamentos axiais). 
Também chamados de endoflagelos são feixes de 
fibrilas que se originam nas extremidades das 
células, sob uma bainha externa e fazem uma espiral 
em torno da célula. Permitem mobilidade por 
impulsionar a célula em um movimento de espiral. 
 
Treponema pallidum 
▪ Apresenta multiplicação muito lenta in vitro 
(tempo de duplicação de 30h). 
▪ São anaeróbias e dependentes das células 
hospedeiras. 
▪ As espiroquetas são delgadas demais para serem 
visualizadas pela coloração de Gram ou de Giemsa 
na microscopia de luz. São visualizadas por 
microscopia de campo escuro ou por coloração 
com anticorpos antitreponêmicos marcados com 
corantes fluorescentes. 
▪ Apesar de não corar-se pela técnica de Gram, 
apresenta uma estrutura semelhante a bactérias 
Gram negativas (presença de LPS). 
 Fatores de Virulência: 
▪ Proteínas da membrana externa promovem 
aderência às células hospedeiras (adesinas). 
▪ Apresenta também hialuronidase, enzima que 
quebra ác. hialurônico – substância presente no 
tecido conjuntivo. Isso facilita a infiltração 
perivascular. 
▪ Apresenta cobertura com fibronectina que lhe 
permite escapar do sistema imune. Para aderir e 
invadir, a bactéria perde a camada de fibronectina 
permitindo o reconhecimento do sistema imune, 
gerando assim uma reação inflamatória. 
▪ A destruição tecidual resulta principalmente da 
resposta imune hospedeira à infecção. 
 Epidemiologia: 
▪ Seres humanos são os únicos hospedeiros naturais 
deste micróbio. 
▪ A sífilis venérea é transmitida por contato sexual 
ou congenitamente. Pacientes em risco incluem 
adolescentes e adultos sexualmente ativos e crianças 
nascidas de mães com a doença ativa. 
▪ A sífilis venérea ocorre no mundo inteiro e não é 
uma doença sazonal. 
 Patogenia: 
▪ A doença é causada principalmente pelo sistema 
imune, dependendo do tempo de infecção, local e 
características do sistema imune do hospedeiro. 
▪ Lipoproteínas da espiroqueta ativam o sistema 
imune inato e proteínas de superfície ativam a 
produção de citocinas, via receptores toll-like de 
macrófagos e outros fagócitos. 
Rio, 2 de maio de 2016. 
PHI – Luiza Batista 
▪ Citocinas então iniciam o processo inflamatório. 
Este tipo de bactéria gera uma reação inflamatória 
exacerbada. 
 Manifestação Clínica: 
 
 Sífilis Primária 
▪ Cancro sifilítico se inicia onde a espiroqueta é 
inoculada. A lesão se inicia com uma pápula que 
evolui a uma úlcera indolor com bordas elevadas. 
▪ Há grande proliferação de espiroquetas no cancro e 
pode ser disseminado via linfático ou sanguíneo. 
▪ Disseminação através de sistema linfático e 
sangue. Levando a linfadenopatia regional indolor, 
uma a duas semanas após o aparecimento do cancro. 
▪ A úlcera pode cicatrizar espontaneamente dentro 
de dois meses, dando uma falsa impressão de cura. 
Porém o patógeno permanece na circulação e pode 
se instalar em outros locais do corpo. 
▪ Há hipótese de que a ativação do sistema imune é 
por via Th1 com predomínio de T CD4
+
 e 
diminuição de T CD8
+
. 
▪ Reação inflamatória no cancro trata-se de uma 
hipersensibilidade tardia, pois há demora na ativação 
do sistema imune adquirido. Consegue eliminar uma 
boa parte dos microrganismos, porém estes ainda 
conseguem cair na corrente sanguínea. 
▪ No local de inoculação, há rápido aumento das 
bactérias localizadas na área perivascular, que nos 
primeiros dias já se disseminam para o tecido 
conjuntivo. De 13 a 14 dias depois há uma reação 
tardia diminuindo a quantidade de microrganismos e 
no local há inchaço e formação de necrose no tecido 
devido à inflamação, formando assim o cancro. 
 
Cancro duro 
Características: 
Surgimento de úlcera (cancro) com borda rígida, 
sem secreções, indolor e afebril. 
Em mulheres, normalmente se formam mais 
internamente e por serem assintomáticas, só são 
descobertas durante um exame ginecológico. 
Nos homens, os cancros surgem facilmente no pênis 
exigindo a ida ao médico imediata. 
 Sífilis Secundária 
▪ Paciente apresenta dor de garganta, cefaleia, febre, 
mialgia (dores musculares), anorexia, linfadenopatia 
e erupções mucocutâneas generalizadas. 
▪ Esses exantemas (erupções) podem variar, se 
apresentando como máculas, pápulas ou pústulas e 
são especialmente visíveis nas regiões palmar e 
plantar. E podem desaparecer lentamente ao longo 
de um período de semana a meses. 
▪ Assim como no cancro primário, a erupção 
secundária é altamente infecciosa por contato direto, 
pois são ricas em bactérias proliferativas. 
Na sífilis secundária, há uma disseminação 
sanguínea da bactéria, a bactéria então se aloja nas 
mucosas e epiderme, gerando uma 
hipersensibilidade tardia no local, o que causa as 
máculas e pápulas espalhadas pelo corpo. 
Nessa fase, o contato direto com as pústulas 
havendo qualquer micro lesão na pele do outro 
individuo pode levar a transmissão. 
Os sintomas desaparecem espontaneamente dentro 
de semanas e o paciente entra em um estágio de 
latência da doença podendo evoluir para cura ou 
manter-se assintomática, não sendo assim 
transmissível, exceto pela via materno-fetal. 
Alguns casos podem ainda progredir para o estágio 
terciário ou tardio da sífilis. 
 
Características: máculas e pápulas por todo o corpo 
planas e límpidas (sem secreção). 
 
Rio, 2 de maio de 2016. 
PHI – Luiza Batista 
 Sífilis Tardia (terciária) 
▪ Em até 25% dos casos não tratados a doença sai do 
período de latência e entra no estágio tardio. 
Esse estágio surge após anos em estado latente da 
doença. 
▪ Os sintomas desse estágio se devem a reações 
imunes às espiroquetas ainda sobreviventes. 
▪ A inflamação crônica e difusa característica da 
sífilis terciária pode causar uma destruição 
devastadora de qualquer órgão ou tecido. 
▪ Lesões granulomatosas (gomosas) podem ser 
encontradas em diversos órgãos, mais comumente 
pele, mucosas e ossos. 
▪ A nomenclatura da sífilis tardia varia de acordo 
com o órgão afetado: 
▫ Neurossífilis: demência, convulsões, perda de 
coordenação, cegueira e surdez. 
▫ Sífilis Cardiovascular: Aortite. 
* Essa bactéria tem preferencia pelos tecidos nervoso, 
cardíaco e articulares. 
▪ A baixa eficiência da hipersensibilidade tardia 
pode ser dada pela mudança antigênica do 
treponema. Este pode ter renovado seus antígenos 
dificultando o reconhecimento pelo sistema imune. 
 Sífilis Congênita 
▪ Transmissão materno-fetal via placenta (vertical). 
▪ A infecção fetal pode causar danos graves: 
 Doença fetal Grave 
 Prejuízo do desenvolvimento neurológico 
 Má formação em múltiplos órgãos 
 Morte fetal 
▪ Esse tipo de infecção é mais comum quando a 
gestação ocorre durante o período de latência da 
doença. A gestação durante os estágios primário ou 
secundário mais comumente produz um natimorto. 
A maioria dascrianças infectadas nasce sem 
envidências clínicas da doença, mas logo apresenta 
rinite e exantemas maculopapular descamativo 
disseminado. 
Em crianças não tratadas que sobrevivem a fase 
inicial da doença se observa: 
 Má formação de dentes e ossos 
 Cegueira 
 Surdez 
 Sífilis Cardiovascular 
*Em alguns casos, quando a carga bacteriana que 
passa para a criança é muito alta, ela pode já nascer 
cega, surda ou não desenvolver dentes. 
 Diagnóstico: 
 
▪ Microscopia: exige a coleta de material das 
ulceras. Ou seja, não serve para casos em que está 
apenas no sangue, sem expressão de ulceras. 
O método mais utilizado é o de anticorpos 
marcadores fluorescentes. 
▪ Cultura: Esse método não está disponível, pois o 
treponema não cresce em meio de cultura 
artificial. Ele exige cultura em células ou em 
animais. 
▪ Sorologia: Testes que realizam a procura de 
anticorpos contra Treponemas pallidum no soro 
do paciente. 
Δ Testes Antitreponêmicos: Adiciona-se 
proteínas semelhantes às proteínas do Treponema 
pallidum a amostra de soro do paciente. Se o 
paciente tiver a bactéria, ele apresentará 
anticorpos contra ela que reagirão às proteínas. 
Por utilizar proteínas semelhantes, este é um teste 
sensível, porém menos específico, podendo obter 
um falso positivo. Porém é um teste mais barato, 
fornecendo uma triagem de pacientes 
assintomáticos que apresentam maiores chances de 
apresentar sífilis. Posteriormente pode ser 
realizado um teste treponêmico, que é mais 
acurado, para ter certeza de o paciente é portador 
da bactéria. Em casos sintomáticos, o positivo 
Rio, 2 de maio de 2016. 
PHI – Luiza Batista 
neste teste associado às manifestações clínicas são 
o suficiente para dar inicio ao tratamento. 
Δ Testes Treponêmicos: Adiciona-se pedaços 
proteicos de Treponema pallidum criados em 
cultura de célula ou em animais, ao soro do 
paciente e avalia se há reação antigênica ao 
antígeno. 
Por utilizar pedaços da própria bactéria é um teste 
sensível e muito mais específico. Entretanto 
devido a cultura da bactéria ser mais cara, tendo 
assim custo elevado, este teste é utilizado somente 
para posterior confirmação. 
Obs.: Testes sorológicos podem ser classificados 
quanto a sua: 
Especificidade  capacidade de encontrar um 
antígeno específico. 
Sensibilidade  Capacidade de reconhecer uma 
quantidade mínima de anticorpo no soro, ou seja, 
quando menor a concentração mínima ao qual ele 
reconhece, mais sensível é o teste. 
 Tratamento: 
▪ A penicilina benzatina, uma formulação de ação 
prolongada que permanece ativa no corpo por cerca 
de duas semanas, é o antibiótico normalmente 
utilizado no tratamento da sífilis. 
No caso de gestantes, o tratamento da mãe com 
antibióticos durante os dois primeiros trimestres 
previne a transmissão congênita. 
 Prevenção: 
▪ Práticas e técnicas de sexo seguro. 
▪ Contato adequado e tratamento dos parceiros 
sexuais de pacientes que tiveram infecção 
documentada. 
▪ Controle da doença teve aumento complicado 
pelo aumento da prostituição entre usuários de 
droga. 
▪ Essa bactéria não sobrevive no meio ambiente, 
portanto a transmissão não pode ocorrer através de 
objetos. Somente por contato direto. 
Rio, 2 de maio de 2016. 
PHI – Luiza Batista 
Gonorréia 
▪ Conhecida a séculos e mesmo com antibiótico 
terapia efetiva, ainda é a IST mais comum no EUA. 
▪ Presume-se que uma mulher tem 50% de chance de 
ser infectada numa incursão sexual com um parceiro 
infectado, enquanto o homem tem 20% de chance. 
▪ É causado pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, 
diplococo Gram-negativo aérobio. 
▪ O único reservatório destas bactérias é o homem. 
▪ A entrada mais comum no corpo humano é pela 
mucosa vaginal ou pela mucosa uretral-peniana, mas 
outras práticas sexuais podem resultar no depósito 
de microrganismos na garganta ou na mucosa retal. 
▪ Não possui cápsula, o que o diferencia da Neisseria 
meningitidis, que possui cápsula polissacarídica e é 
responsável pela meningite. 
▪ É microrganismo sensível ao ambiente, pois 
precisa de um ambiente úmido e nutrido para 
sobreviver. Fora do hospedeiro sofre ressecamento e 
não sobrevive. Sendo assim, o contato íntimo é 
necessário para a transmissão. Ocorre sempre de 
forma direta, normalmente, por contato sexual. 
▪ Existe diferença de sintomatologia entre homens e 
mulheres. A maioria das mulheres são 
assintomáticas. O que faz destas o principal 
reservatório de infecção. 
▪ Pode ser transmitido verticalmente, da mãe para o 
filho, durante o parto. 
 Fatores de Virulência: 
 
 
▪ Fimbrias: auxilia na adesão ao epitélio mucoso 
humano. 
▪ Proteínas Opa: Auxilia na adesão à células 
epiteliais. 
▪ Proteína PorB: Porina de superfície que auxilia 
na invasão da Bactéria a célula humana. Além 
disso, nos neutrófilos interfere com a degranulação 
de lisossomos nos fagossomos, que levaria a 
bactéria a morte intracelular. Logo, protege a 
bactéria da resposta inflamatória do hospedeiro. 
▪ Lipooligossacarídeo (LOS): atividade de 
endotoxina. É muito semelhante à LPS, porém 
menor. 
▪ Proteína Rmp: inibe a atividade bactericida do 
soro por inibir o sistema complemento. 
▪ Protease de IgA: liberada pela célula bacteriana 
para destruir IgA1, anticorpo da mucosa. 
 
Gonococos abrigados no interior de neutrófilos. 
 Patogênese: 
▪ Os gonococos aderem às mucosas epiteliais não 
ciliadas, penetram as células, se multiplicam e 
passam para o espaço subepitelial, onde a infecção 
se estabelece. 
▪ Os mecanismos de adesão destas bactérias a 
mucosa previne que estas sejam levadas pelas 
secreções vaginais ou uretrais. 
Rio, 2 de maio de 2016. 
PHI – Luiza Batista 
▪ Os gonococos liberam sinalizações que faz com 
que a célula epitelial humana o englobe e permita a 
sua multiplicação em vacúolos intracelulares, 
protegidos do sistema imune. 
▪ Esses vacúolos movem-se pela célula e fundem-se 
com a membrana basal, descarregando o seu 
conteúdo bacteriano no tecido conjuntivo 
subepitelial. 
▪ A Neisseria gonorrhoeae não produz exotoxinas 
reconhecidas. Os danos no hospedeiro e as 
manifestações clínicas observadas são basicamente 
devido a reações do sistema imune. O LOS dos 
gonococos estimulam a liberação de TNF-, que 
estimula a reação inflamatória. 
Reação Inflamatória 
1º) Adesão por fimbrias, por uma ligação mais fraca. 
2º) LOS associada a ptns de transporte, fornecem 
uma ligação mais forte, que promove a adesão às 
células e liberação de citocinas. 
As ptns de transporte das membranas humanas se 
ligam na superfície de várias células principalmente 
fagócitos (macrófagos) e então há liberação de 
citocinas. Gerando reação inflamatória. 
*Pode haver adesão a fagócitos sem que haja 
reconhecimento, não gerando reação inflamatória, 
mas isso é raro, devido ao grande número de 
receptores toll-like presentes na superfície dos 
fagócitos. 
Além disso, as ptns PorB impedem que haja 
destruição da bactérias fagocitadas. Sendo assim, 
estas se acumulam no citoplasma e lá se 
multiplicam. 
Patogenia Masculina 
Bactéria se liga ao epitélio via fimbrias e proteína 
Opa. Por intermédio da ptn porB, se liga a 
receptores celulares que promovem a endocitose da 
bactéria pelas células epiteliais. 
A bactéria se multiplica internamente às células 
epiteliais e é liberado no subepitélio. Onde há 
grande vascularização. Na corrente sanguínea e no 
tecido conjuntivo, onde se ligam às células de 
defesa, preferencialmente macrófagos, gerando 
grave reação inflamatória. 
Essa reaçãoinflamatória no tecido submucoso causa 
edema doloroso, que dificulta a micção, e formação 
de exsudato, a conhecida secreção purulenta que é 
liberada nesses quadros. 
 
Devido a seus sintomas claramente evidentes, de 
incomodo ao urinar e descarga de material purulento 
pela uretra, homens sintomáticos normalmente 
buscam diagnóstico e tratamento. 
Patogenia Feminina 
A bactéria se liga ao epitélio do colo uterino via 
fimbrias e ptn Opa. O sítio primário de infecção é o 
cérvix (colo uterino), pois a bactéria infecta as 
células do epitélio colunar do endocérvix. 
Ocorre deposição de C3b na superfície da bactéria 
(camada de lipídio A reveste a superfície da 
bactéria). 
A bactéria então inativa C3b por uma substância que 
mimetiza o fator H + LOS + PorB, inibindo a ação 
do C3b, mas o mantendo ligado a superfície. 
C3b + PorB + Fimbria se ligam a receptores CR-3, 
presentes somente no epitélio feminino, que 
promove ligação sem induzir inflamação. 
Não se sabe ao certo porque essa ligação ao 
receptores CR-3 não induz inflamação, mas permite 
a célula englobar a bactéria. Esta se multiplica e 
passa ao tecido subepitelial não gerando 
reconhecimento pelo sistema imune e não gerando 
reação inflamatória. As bactérias assim se 
multiplicam e não há sintomas clínicos observados. 
Isso ocorre na maioria das mulheres. Algumas 
mulheres apresentam reação inflamatória e 
apresentam secreção purulenta. 
A bactéria ao ligar-se ao CR-3 também libera 
fosfolipase D, que estimula o aumento da expressão 
de CR-3, para facilitar a invasão do endotélio. 
Ocorre invasão do endo e ecto-cervical com 
subsequente internalização bacteriana. 
Período menstrual gera infecção ascendente. 
Rio, 2 de maio de 2016. 
PHI – Luiza Batista 
As células do trato vaginal apresentam maior 
concentração de CR-3, e essa concentração vai 
diminuindo no epitélio ao aproximar-se da tuba 
uterina. 
Sendo assim, quanto mais próxima a tuba uterina, 
menor quantidade de receptores CR-3 é encontrada. 
Porém existe grande quantidade de receptores para 
leutropina (hormônio feminino). Essa bactéria 
possui um contra-recceptor chamado L-12 
(semelhante à HCG) que facilmente se liga a 
receptores de leutropina. Isso permite que a infecção 
suba o trato para o sistema reprodutor. 
Ao subir do sistema reprodutor, a infecção torna-se 
invariavelmente sintomática. Porém quando chega a 
esse quadro, muitas vezes já há perda quase total do 
tecido. 
Evolução da infecção 
▪ A infecção é em geral localizada, mas em alguns 
casos bactérias isoladas podem invadir a correntes 
sanguínea e dessa forma, se espalhar para outras 
partes do corpo. 
▪ Os sintomas desenvolvem-se dentro de 2 a 7 dias 
de infecção e são caracterizados no homem pelo 
corrimento uretral e dor a micção (Uretrite 
gonoccócica), e na mulher nos casos sintomáticos, 
por corrimento vaginal (Vaginite gonoccócica). 
▪ Pelo menos 50% de todas as mulheres infectadas 
apresentam apenas sintomas leves ou são 
completamente assintomáticas. 
▪ Em consequência disso, elas não procuram 
tratamento e continuam infectando outras pessoas. A 
infecção assintomática, no entanto, não representa a 
evolução mais comum da infecção no homem. 
▪ As mulheres podem não estar alertas ao seu quadro 
infeccioso até o ponto em que as complicações 
surjam. Tais como: 
▫ Doença Inflamatória Pélvica (DIP) 
▫ Dor pélvica crônica 
▫ Infertilidade resultante das lesões nas tubas 
uterinas. 
Em 10 a 20% das mulheres não tratadas, a infecção 
dissemina-se para o trato genital superior causando 
DIP e danos na tuba uterina. 
 
Infecções Não convencionais 
▪ A oftalmite neonatal é caracterizada por uma 
secreção espessa. Ocorre nos casos de transmissão 
vertical da bactéria durante o parto. 
▪ A infecção gonoccócica da garganta pode resultar 
em um dor de garganta e a infecção retal também 
resulta em secreção purulenta retal, que pode ser 
usada como amostra para exame. 
 Diagnóstico: 
▪ Microscopia (Coloração de Gram) 
▪ Cultura 
▪ Corrimentos uretrais, vaginais e de outras áreas são 
usados para microscopia e cultura. 
▪ Embora um corrimento purulento seja 
característico de uma infecção gonoccócica local, 
não é possível distinguir com exatidão num exame 
clínico entre o corrimento por Gonorréia e o 
corrimento por outas patologias, como a clamídia. 
▪ O achado de diplococos Gram-negativos em um 
esfregaço de corrimento uretral de um paciente do 
sexo masculino sintomático é um teste altamente 
sensível e específico para o diagnóstico em homens 
sintomáticos com Gonorréia. 
▪ A cultura é essencial na investigação de infecção 
em mulheres, em casos de homens assintomáticos e 
para amostras colhidas de sítios que não sejam a 
uretra. Isso porque diplococos Gram-negativos 
observados na microscopia não são suficientes para 
um resultado conclusivo, pois a vagina e outros 
locais de recolhimento apresentam uma microbiota 
vasta, e pode haver confusão com outras bactérias. 
▪ Amostras de homens sintomáticos também devem 
ser coletadas para cultura no intuito de confirmar o 
diagnóstico e verificar a sensibilidade aos 
antimicrobianos principalmente. Isso para uma 
seleção favorável do antibiótico de menor espectro 
ao qual a cepa é sensível. 
▪ Detecção de antígeno (Sorologia) 
Inviável, pois são menos sensíveis que a cultura e a 
coloração de Gram. 
▪ Testes Baseados em ác. Nucléicos 
São sensíveis, específicos e rápidos. O problema é 
que estes testes não permitem a monitorização da 
resistência a antibióticos dos patógenos. 
 
Rio, 2 de maio de 2016. 
PHI – Luiza Batista 
 Tratamento: 
▪ Atualmente o tratamento para a gonorréia consiste 
em uma combinação de antibióticos e 
acompanhamento de revisão para o caso de 
surgimento de uma resistência. 
 Prevenção: 
▪ Práticas e técnicas de sexo seguro. 
▪ Tratar parceiros sexuais de pacientes que tiveram 
infecção documentada, para evitar a reinfecção. 
 
HPV 
HPV (Human Papiloma Vírus) tem como agente 
etiológico um vírus que causa o surgimento de 
verrugas genitais (condiloma). 
A infecção por HPV constitui a principal causa de 
procura aos serviços de saúde de DSTs no Brasil. 
Apenas alguns sorotipos de papiloma vírus são 
correlacionados com o condiloma (verrugas 
genitais). 
Tem-se dado grande importância a este vírus, pois 
descobriu-se que existem dois sorotipos capazes de 
causar câncer. 
Sobre o papiloma vírus: 
▪ Pertence a família 
papovaviridae. 
▪ São vírus não envelopados. 
Ou seja, ao multiplicar-se 
dentro da célula humana, 
estoura a célula para ser 
liberado no meio. 
▪ Apresenta simetria Icosaédrica. 
▪ Apresenta dupla hélice de DNA circular. 
▪ Gênero Papilomavírus. 
▪ Apresenta mais de 200 subtipos (genótipos 
diferentes). 
▪ 40 subtipos com predileção para epitélio e mucosa 
anogenital. 
▪ São classificados em alto ou baixo risco de acordo 
com a probabilidade de se encontrar ou não tumores. 
Pelos 13 subtipos são considerados oncogênicos, 
principalmente dois deles. 
▪ Dentre os subtipos de alto risco, os tipos 16 e 18 
estão presentes em 70% dos casos de câncer de colo 
de útero. 
▪ Já os subtipos 6 e 11, encontrados em 90% dos 
condilomas genitais e papilomas laríngeos, são 
considerados não oncogênicos (causadores dos 
condilomas). 
▪ 291 milhões de mulheres no mundo infectadas pelo 
HPV, sendo 32% portadoras dos subtipos 16, 18 ou 
ambos. 
▪ Incidência Anual de Aproximadamente 500 mil 
casos de câncer de colo de útero. Concluindo que é 
um desfecho raro, Porém na presença de infecção 
por HPV, esse riscoaumenta. 
▪ Entretanto ainda não é fator suficiente para 
desenvolver câncer de colo de útero. Como fator de 
predisposição, ele interfere, porém outros fatores 
influenciam no processo como condições físicas, 
rotina, tratamento, fatores genéticos e outros. 
▪ Fatores ligados à imunidade, à genética e ao 
comportamento sexual influenciam os mecanismos 
ainda incertos que determinam progressão ou a 
persistência da infecção pelo HPV e também a 
progressão do câncer. 
▪ A idade também interfere: a maioria das infecções 
em mulheres menores de 30 anos regride 
espontaneamente. Nos casos de mulheres acima de 
30 anos, a persistência é mais frequente. 
▪ Outros fatores de risco para a formação de câncer 
de colo de útero são: 
 Tabagismo. 
 Inicio precoce da vida sexual. 
 Números elevados de parceiros sexuais e de 
gestações. 
 Uso de pílulas anticoncepcionais. 
 Imunossupressão (HIV ou uso de drogas 
imunossupressoras). 
▪ É considerado uma DST, mas existem outros 
meios de transmissão além da relação sexual, tais 
como: transmissão vertical, fômites (toalhas, roupas 
intimas, etc). 
▪ Isso porque o vírus sobrevive ao meio ambiente. 
▪ E assim, observa-se assim HPV em indivíduos que 
ainda não tiveram contato sexual. 
Patogenia 
HPV adentra o epitélio através de microlesões. 
Infecta células da camada basal dos epitélios e se 
replica até cerca de 50 a 100 cópias por célula da 
camada basal. 
Ao se dividirem, algumas das células da camada 
basal permanecem na camada basal e outras 
continuam o processo de diferenciação nas camadas 
superiores. 
As que vão se multiplicando vão replicando também 
o vírus que injeta seu material genético junto ao 
humano. Gerando assim muitos vírus na sua 
multiplicação e sendo liberados nas suas camadas 
mais superficiais pelas “células-filhas” da 
multiplicação basal. 
Rio, 2 de maio de 2016. 
PHI – Luiza Batista 
As células diferenciadas contém pouca ou nenhuma 
maquinaria de replicação, o que proporcionaria a 
ausência de replicação viral nas células totalmente 
diferenciadas das camadas mais superficiais. Por 
esse motivo, o vírus expressa determinadas proteínas 
nas fases iniciais da infeção, ou seja, nas camadas 
basal e parabasal (espinhosa). 
Verrugas são causadas pela extensa multiplicação de 
células no local de infecção por um subtipo de 
papiloma vírus. 
O Vírus necessita que a célula apresente um certo 
grau de diferenciação, pois o promotor para a 
transcrição do RNAm da ptn formadora do capsídeo 
viral é dependente desse fator. 
Os processo de transformação maligna induzida por 
HPV resulta na superexpressão dos oncogenes virais 
E6 e E7. Estes se encontram principalmente nos 
tipos 16 e 18. E6 e E7 codificam ptns capazes de 
interagir e inativar alvos celulares responsáveis pela 
progressão do ciclo celular e manutenção do DNA. 
*No DNA desses vírus há genes iniciais da replicação 
viral (E- early) e os tardios, do final da replicação do 
vírus (L- late). 
E7 se liga a ptn moduladora Rb e E6 estimula a 
degradação da ptn p53 (fator de supressão tumoral; 
sua alteração é critério para desenvolvimento de 
tumores). 
Manifestações Clínicas: 
▪ As lesões clínicas caracterizam-se, na maior parte 
das vezes, por proliferações epiteliais benignas na 
pele e em mucosas, denominadas verrugas 
(condilomas). 
▪ As lesões subclínicas são diagnosticadas quando há 
presença de alterações epiteliais microscópicas. A 
persistência de infecção subclínica pode gerar 
latência, ou seja, permanência da infecção a longo 
prazo, apresentando episódios de replicação viral, 
sem ocorrência de alterações celulares. 
▪ Resposta imune erradicativa da persistência 
intracelular viral: linfócito TCD4, TCD8 e célula 
NK. 
▪ ASCUS (Atypical Squamous Cells of 
Undetermined Significance - Células escamosas 
atípicas de significado incerto) tem uma baixa 
probabilidade de ser pré-cancerosa. 
▪ Estima-se que somente cerca de 5% das pessoas 
infectadas com HPV desenvolverá alguma forma de 
manifestação. 
▪ A infecção pode ser manifestada de duas formas: 
Clínica e subclínica. 
▪ As lesões clínicas se apresentam como verrugas ou 
lesões exofíticas. São denominadas tecnicamente 
como condilomas acuminados e popularmente 
chamados de “cristas de galo”. 
Tem aspecto de couve-flor e tamanho variável. Nas 
mulheres podem aparecer no colo do útero, vagina, 
vulva, região pubiana, perianal e ânus. 
Em homens, pode surgir no pênis (normalmente na 
glande), bolsa escrotal, região pubiana, perianal e 
ânus. 
Essas lesões podem aparecer na boca e na garganta 
em ambos os sexos. 
 
▪ As infecções subclínicas podem ser encontradas 
nos mesmos locais e não apresentam nenhum 
sintoma ou sinal. O desenvolvimento de qualquer 
tipo de lesão clínica ou subclínica em outras regiões 
é raro. 
Epidemiologia 
▪ Estudos no mundo todo comprovam que 80% das 
mulheres sexualmente ativas serão infectadas por 
um ou mais tipos de HPV em algum momento de 
suas vidas. 
▪ Essa percentagem pode ser ainda maior em 
homens. Estima-se que entre 25% e 50% da 
população feminina e 50% da população masculina 
mundial esteja infectada com o vírus. 
▪ A transmissão ocorre por contato sexual, por 
transmissão vertical (contato do bebê com o canal 
do parto infectado) ou por fômites (balcões, 
mobílias, toalhas e roupas íntimas). 
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Diagnóstico 
Pode ser clínico, histopatológico ou molecular. 
▪ Diagnóstico Clínico: 
Baseia-se na identificação das lesões clínicas e 
subclínicas. 
▪ Histopatologico: 
Normalmente em esfregaços de exame Papanicolau. 
Visualização de uma grande quantidade de 
queratinócitos com núcleo excêntrico e picnótico 
(condensação da cromatina nuclear), rodeado por 
um halo perinuclear transparente (coilocitose) que se 
denominam células coilocitóticas ou coilocitócitos. 
 
▪ Molecular: 
Identificação do DNA viral por meio de captura 
híbrida ou PCR. 
Tratamento 
▪ As verrugas regridem espontaneamente, porém 
pode levar de meses a anos. Sendo assim, indicados 
a remoção para evitar a disseminação para outras 
partes do corpo ou para outras pessoas. 
▪ O tratamento das lesões clinicas e subclínicas 
causadas pelo HPV é complexo, não existe o melhor 
tratamento. Cada paciente deverá ser avaliado e 
vários fatores serão considerados, como: 
 Sexo 
 Idade 
 Magnitude das lesões 
 Taxa de recidiva do tratamento 
▪ O tratamento pode ser realizado por agentes 
tópicos como podofilina 25% e podofilotoxina 5%, 
ácido tricloracético – TCA (50 a 90%), crioterapia, 
laser, eletrocirurgia e excisão da lesão. Por 
imunoterapia (interferonas e imiquimod), mas sem 
muita eficácia e remoção cirúrgica. 
Prevenção 
 Vacina 
Atualmente estão disponíveis duas vacinas contra o 
HPV: 
 Quadrivalente (utilizada na campanha de 
vacinação pública): proteção contra os tipos virais 6, 
11, 16 e 18. Esquema de 0-2-6 meses, indicada para 
meninas, meninos, mulheres e homens de 9 a 26 
anos de idade. 
 Bivalente: Proteção contra os tipos virais 16 e 
18. Esquema de 0-1-6 meses, indicada para meninas 
e mulheres a partir dos 9 anos e sem limite de idade 
para sua aplicação. 
 
 Prevenção e Controle 
 
 Educação e aconselhamento das pessoas sobre o 
risco e os caminhos para adotar um 
comportamento sexual seguro. 
 Identificação dos portadores (Exame 
Papanicolau). 
 Tratamento 
 Avaliação do tratamento e aconselhamento dos 
parceiros sexuais. 
 Vacinação. 
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Aula 3 – Microbiologia Médica 
Doenças Sexualmente TransmissíveisTricomoníase 
 
Agente Etiológico: Trichomonas vaginalis. 
Características morfológicas: 
▪ Protozoário parasita exclusivo do aparelho 
genitourinário. É encontrado na uretra e na vagina 
das mulheres e na uretra e glândula prostática dos 
homens. 
▪ Apresenta 
corpo globoso. 
▪ Apresenta 
quatro flagelos 
livres e um 
flagelo interno a 
membrana 
formando uma 
membrana 
ondulante, responsáveis por sua mobilidade. 
▪ Existe apenas sobre sua forma trofozoíta (ativo). 
▪ Apresenta microtúbulos que correm pelo 
protozoário que funcionam como um citoesqueleto, 
chamado axóstilo (reunião de microtúbulos). 
▪ Apresenta membrana fina, que perde água com 
facilidade, sendo assim frágil e não resistente ao 
meio externo. 
▪ Movimento do protozoário do tipo Amebóide. 
▪ Habitat: Vagina, vulva, uretra, vesículas seminais e 
próstata. 
▪ Quando adere ao epitélio (mucosa) é capaz de 
emitir pseudópodes que criam um microambiente 
sob o parasita que gera proliferação bacteriana 
podendo gerar uma reação inflamatória na mucosa. 
▪ Transmissão: 
  Horizontal principalmente por contato sexual. 
Homens primariamente são portadores 
assintomáticos, servindo de reservatório para 
transmissão. A maioria das mulheres ou é 
assintomática ou possui quadro inflamatório gerador 
de corrimentos. 
 Também pode ser transmitido através de fômites: 
objetos de uso íntimo, toalhas, roupas íntimas, etc. 
(Desde que mantida a umidade, devido a fragilidade 
do protozoário). 
 Crianças também podem ser infectadas durante a 
passagem pelo canal de parto (< 5%). 
▪ Condições de Implantação: 
Alteração do pH: 
▪ Antes da puberdade, há um menor pH vaginal e 
uma maior população de Bacilos de Dörderlein. Isso 
impede que o trofozoíto consiga aderir-se a mucosa 
vaginal. 
*Bacilos de Döderlein são bacilos normais da vagina, 
protetores, que se alimentam de glicogênio, produzidos 
pelas células vaginais estimuladas pelos hormônios 
femininos. Esses bacilos produzem ácido lático, o que 
mantém o pH da vagina ácido para evitar a proliferação 
de bactérias causadoras de doenças. 
Pós-menarca, esses bacilos diminuem, pois a 
microbiota da vagina muda. 
▪ Diabetes (glicogênio); 
▪ Uso de susbtâncias que afetam a flora; 
▪ Descamação excessiva das células epiteliais, etc. 
Tipos de Microbiota Vaginal: 
▪ Grau I: 
Presença de Bacilos de Dörderlein, ácido lático, 
glicogênio. Geralmente puberdade, pH 3,8 – 4,5. 
Raro apresentar Trichomonas. Normalmente ocorre 
em casos de abuso infantil. 
▪ Grau II: 
Bacilos de Dörderlein diminuem. pH > 4,5. 
Presença de Trichomonas vaginalis. 
▪ Grau III: 
Sem bacilos. pH próximo a 6. 
Presença de Trichomonas. 
*Tricomoníase na mulher pode ser assintomático ou 
sintomático em graus variados. 
Barreiras para Implantação: 
1. pH vaginal ácido (3,8 a 4,5) mantido pela flora 
principalmente os bacilos de Dörderlein (10
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 a 10
8
 
bacilos/ml) que secretam ácido lático e H2O2. 
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2. Produção contínua de muco que dificulta a 
aderência. 
3. Presença de anticorpos naturais e 
polimorfonucleares de forma constitutiva na 
secreção vaginal. 
▪ Citoaderência nas células Epiteliais 
Ação Local: 
1. Citotoxicidade celular (adesinas, lectinas, 
proteases, etc) não foi evidenciado ligação direta 
com as lesões. 
2. Processo inflamatório. 
3. Aumento da produção de muco. 
4. Odor fétido produzido pelos metabólitos do 
parasita (poliaminas principalmente Putrescina) e 
reação inflamatória; produção de amônia solúvel e 
nitrogênio. 
▪ Manifestações Clínicas: 
▪ Presença de áreas de pequenas erosões e 
intumescimentos no colo uterino. 
▪ Presença de reação inflamatória de intensidade 
variável. 
▪ Pontilhado hiperêmico. 
▪ Piora logo antes e depois da menstruação, devido 
alterações do pH. 
▪ Secreção abundante de Aspecto bolhoso 
(Leucorréia): constituída de muco, céls epiteliais 
descamadas, leucócitos, parasitas, bactérias diversas. 
Dependendo do microrganismo pode variar cheiro, 
cor e aspecto. 
Pode ser irritante para a pele, podendo levar a 
eritema e edema de vulva e períneo, com prurido. 
Na mucosa, liberação de corrimento composto por 
bactérias mortas, produtos inflamatórios e 
substâncias produzidas por bactérias, incluindo 
gases, o que dá a secreção o aspecto bolhoso, com 
odor fétido. 
 
▪ Diagnóstico diferencial com candidíase (apresenta 
placas brancas que não há na Tricomoníase), 
Gonorréia e outras DSTs, processos irritativos e 
tumores. 
Levando em consideração a clínica, o diagnóstico é 
difícil em muitos casos. 
*Obs.: O corrimento é diferente do corrimento 
encontrado na candidíase que tem aspecto muito 
semelhante, porém cremoso. 
▪ Associação com outras infecções principalmente 
HIV e HPV: 
A Tricomoníase é fator facilitador para HIV e HPV. 
▪ HIV 
 Microulcerações 
 Processo inflamatório cm presença de TCD4+. 
▪ HPV 
 Falta de uso de preservativos. 
 Número elevado de parceiros sexuais. 
Diagnóstico Laboratorial da Tricomoníase 
vaginal 
Swab descartável para coleta vaginal de secreção. O 
material coletado pode ser examinado por: 
1. Exame direto com auxílio de solução salina. 
2. Material sobre lâmina dentro de frasco com 
fixador para exame Papanicolau. 
 
3. Dentro de tubo existe material para conservação 
alternativamente pode ser enviado para cultivo. 
Deixar cultivo para que o parasita prolifere para posterior 
observação. 
4. Teste de Schiller - cobrir a mucosa com iodo 2% 
que gera áreas normais (positivo) ou inflamadas 
(Negativo); Teste de Whiff, PCR, Determinação 
de pH, Elisa (não mais utilizado), etc. 
 Exames devem ser feitos imediatamente após 
Coleta de material. *Acondicionamento do material 
coletado para preservação em líquido com meio nutritivo 
onde pode ser conservado para observação em até 24h. 
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Epidemiologia: 
▪ Apresenta distribuição mundial. 
Incidência em Mulheres  8,2% 
Incidência em Homens  1,9% 
▪ Reflete alta incidência, principalmente feminina. 
Isso se deve ao fato de os homens serem em maioria 
assintomáticos e não procurarem diagnóstico. 
Melhor diagnóstico em mulheres. 
▪ Resistente ao meio ambiente em condições de 
umidade mínima. 
▪ Costumes e preconceitos sexuais: problemas de 
infecção masculina ser normalmente assintomática. 
▪ Pode fagocitar linfócitos infectados pelo HIV ou 
partículas virais isoladas que permanecem viáveis 
por 48h. 
Profilaxia: 
▪ Tratamento conjunto de parceiros sexuais. 
▪ Tratamento de mães e filhos quando roupas são 
lavas em conjunto. 
▪ Cuidados com fômites mantidos umedecidos. 
Parasitos sobrevivem até 24h em local úmido. 
▪ Uso de preservativos. 
Tratamento 
O tratamento mais comum para tricomoníase, 
inclusive durante a gravidez, é tomar uma dose alta 
de metronidazol ou tinidazol. O medicamento 
ministrado por via oral é muito mais eficaz para 
tricomoníase que a inserção de um creme ou gel no 
órgão sexual. 
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