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ISSN 2176-1396 CONCEPÇÕES DE LÍNGUA, ENSINO E CRITICIDADE DE PROFESSORAS DE LÍNGUA INGLESA DE ESCOLAS INTERNACIONAIS E BILÍNGUES BRASILEIRAS Denise Akemi Hibarino1 - IEL/UNICAMP Kátia Bruginski Mulik2 - USP Eixo – Formação de Professores Agência Financiadora: CAPES Resumo Este artigo tem como propósito analisar as concepções de língua, ensino e criticidade presentes na formação e na prática de professores de inglês em formação continuada atuantes no contexto de escolas bilingues e internacionais. Para isso, aplicamos um questionário on line via formulário do Google Drive, no primeiro semestre de 2017, para seis professoras vinculadas aos contextos mencionados. Como aporte teórico recorremos a autores como Moita Lopes (1996, 2013), Jordão (2013, 2004, 2007), Celani (2002, 2009) para fundamentar questões sobre ensino de língua inglesa, letramento crítico e formação de professores. Nosso estudo se insere dentro de uma perspectiva qualitativo-interpretativa (BORTONI-RICARDO, 2008) que não busca comprovar hipóteses pré-estabelecidas, mas sim compreender como os sujeitos constroem significados sob determinados aspectos. As respostas das participantes sinalizam diferentes interpretações sobre a concepção de língua adotadas pelas escolas em que atuam, bem como diferentes visões com relação ao que se caracteriza o ensino bilingue/ internacional. Esse fator nos revela a heterogeneidade das práticas de sala de aula haja vista que as professoras entrevistadas são constituídas por experiências de mundo diferentes. Com relação a noção de criticidade e a formação para cidadania, as entrevistadas mencionaram o aspecto cultural como ampliação para novas possibilidades do encontro com o outro sendo a língua inglesa vista como possiblidade de acesso as outras culturas. Além disso, enfatizamos que as diferentes perspectivas apresentadas pelas participantes da presente pesquisa devem ser consideradas a partir da noção de conhecimento como processo (MOITA LOPES, 1996), ou seja, como algo 1 Doutoranda em Linguística Aplicada pelo Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas; mestre em Letras pela Universidade Federal do Paraná. Membro do Grupo de Pesquisa E-Lang (CNPQ). E-mail: dhibarino@gmail.com. Bolsista CAPES. 2 Doutoranda em Estudos Linguísticos e Literários na Universidade de São Paulo (USP); mestre em Letras pela Universidade Federal do Paraná e professora de língua inglesa na Educação Básica na rede pública do Estado do Paraná (SEED-PR). E-mail: katiamulik@yahoo.com.br 25121 em constante transformação. Finalmente, apontamos a necessidade de valorizar o olhar das participantes uma vez que, imersas em seus contextos, teorizam suas práticas e revelam a complexidade do processo de ensinar e aprender a língua inglesa. Palavras-chave: Formação de professores. Língua inglesa. Escolas bilíngues. Escolas internacionais. Introdução Na Linguística Aplicada, a formação docente em línguas estrangeiras (LEs) tem se constituído foco de investigação permanente (MOITA LOPES, 1996; CELANI, 2002, 2009; GIMENEZ,2011). De forma mais específica, os estudos direcionados para a formação inicial e continuada, segundo Moita Lopes (1996), têm-se tornado relevantes por possibilitarem um olhar mais apurado sobre a atuação destes sujeitos em sala de aula, bem como mudanças nas formas de ensinar e aprender línguas estrangeiras. Nesse sentido, faz-se pertinente entender os conceitos de língua e criticidade pelo viés teórico do Letramento Crítico (doravante LC) (JORDÃO, 2013;2016) adotado neste trabalho. Nessa visão, parte-se do princípio discursivo de língua (FOUCAULT,1996) como “espaço de construção de sentidos e de representação de mundo e de pessoas” (JORDÃO, 2013, p.42), não existindo, portanto, verdades absolutas ou ideias fixas. Ao privilegiar a pluralidade e multiplicidade de interpretações, o LC também possibilita o questionamento de nossos posicionamentos e da compreensão das relações de poder e das hierarquias que permeiam estas relações. Em favor dessa perspectiva, busca-se entender como as duas concepções mencionadas presentes nos discursos dos professores orientam seu trabalho em sala de aula e revelam seus posicionamentos frente às mudanças ocasionadas pelo processo de globalização. Segundo Monte Mór (2011), é preciso questionar o que muda na formação do professor de línguas estrangeiras (LE) em um momento em que redes sociais, internet e interações online têm sido parte das nossas vivências pessoais e profissionais de forma tão intensa e nas quais predomina não só a língua inglesa (LI) mas também tantas outras. De forma a responder esse questionamento, este artigo busca compreender as duas concepções no contexto de escolas bilíngues e internacionais uma vez que estas têm crescido de forma acelerada nos últimos anos, conforme apontam Megali e Liberali (2016). A escolha por este cenário sócio educacional justifica-se dada a escassez de estudos na área (MOURA, 2009), possibilitando, então, um novo campo de estudo. 25122 A partir deste breve exposto, o presente artigo está dividido em três seções. Na primeira, serão apresentados e discutidos os dois conceitos centrais deste trabalho na área de formação de professores de LEs. Na segunda parte, será apresentado um breve panorama das escolas de elite ou de prestígio, contexto no qual se inserem as escolas bilíngues e internacionais. Em seguida, será apresentada a metodologia de pesquisa e análise das respostas dos professores participantes. Finalmente, teceremos algumas considerações sobre os dados gerados e possibilidades para futuras de pesquisa. Formação de professores de LEs e o Letramento Crítico Em artigo que trata sobre a formação de professores de línguas estrangeiras na contemporaneidade, Miller (2013) defende a importância de pensarmos os professores como produtores de conhecimento. Em seu argumento, a pesquisadora defende sujeitos engajados com sua própria formação que, por meio da língua/linguagem, constroem conhecimentos e os problematizam em seus contextos de atuação. Ainda de acordo com a pesquisadora, esta visão docente diferencia-se muito das pesquisas prescritivas dos anos 60 e 70 que buscavam identificar o melhor ou o mais eficiente método de ensino em sala de aula ou o que constituía o melhor professor. Havia, nesta época, a necessidade de se trabalhar “[...]em prol da melhoria das práticas [...]” (MILLER, 2013, p.206) de sala de aula. Dito de outra forma, estudos citados pela pesquisadora (MOSKOVITZ, 1968 e FANSELOW, 1977 apud MILLER, 2013) tinham como foco o erro, a ausência, a negatividade, desconsiderando então, o conhecimento como processo (MOITA LOPES, 1996) na formação dos professores de LEs. Esta percepção de que os professores eram meros executores de métodos e técnicas está relacionada também, segundo Moita Lopes (2013), com a pesquisa positivista que apaga/apagou o papel do sujeito nas pesquisas. Em sua perspectiva, tal investigação baseia-se em generalizações, amostras e padronizações perigosas que apagam e pormenorizam o papel dos professores: “considero tal tradição inadequada para operar com seres humanos e suas subjetividades, já que somos seres de contextos situados, construídos performativamente no aqui e no agora” (MOITA LOPES, 2013, p.16). Ao evidenciar o papel dos sujeitos e, por consequência, dos professores nas pesquisas, Moita Lopes está em sintonia com Miller, citada anteriormente. É preciso olhar para os 25123 professores como sujeitos que agem, transformam e propõem mudanças futuras em seus contextos de atuação,como nos aconselha Celani (2002). Esta percepção abre espaço para outras teorizações como o LC na formação de professores de LEs, mais especificamente os de LI, foco deste artigo. Diferente de um método que prescreve o que deve ser feito em sala de aula, o LC não é uma metodologia de ensino voltada para resultados mensuráveis, nem se apresenta de forma separada ou separável da atitude dos sujeitos que o esposam. Por isso, ele costuma ser comentado a partir da visão de mundo que o embasa, ampliando- se para várias esferas da prática social. Ele é uma filosofia de vida, de profissão, de interação com as pessoas, com o conhecimento e com o mundo (JORDÃO, 2016, p.44). Tomado aqui como um posicionamento diante do mundo, o LC leva em consideração as diferentes visões de mundo construídas pelos sujeitos, sem a intenção de padronizá-las, apagá-las ou excluí-las. Ao valorizar a multiplicidade de visões, este posicionamento permite a convivência com as diferenças e, por meio delas, olhar para nós mesmos e nos modificarmos também. Deste modo, é este posicionamento que orienta este trabalho. Um dos conceitos presentes no LC é a concepção de língua como discurso, isto é, como construção de sentidos. Em outras palavras, significa pensar que os sujeitos constroem sentidos, interpretam o mundo à sua volta baseados em suas experiências de vida e na convivência com as diferentes comunidades de prática à que pertencem (WENGER, 1998). Sendo constantemente transformadas, nossas interpretações não são neutras: carregam valores e ideologias que vão sendo mais ou menos valorizados dependendo das relações de poder. Para Monte Mór (2013), a habilidade de ser crítico tem sido entendida como um elemento fundamental de propostas educacionais como o LC que, segundo a autora, “parte da premissa de que a linguagem tem natureza política, em função das relações de poder nela presentes”. Vale ressaltar que a concepção de crítico pode assumir diferentes interpretações a depender das escolas teóricas a que se vinculam. Porém, nesse trabalho adotamos a concepção de crítico vinculado ao LC entendido como uma habilidade de “percepção social, de construção de sentidos, do reconhecimento de outras formas de construção de conhecimento [...], de promoção de agência e de cidadania ativa, dentre outras habilidades que despontam e se fazem conhecidas” (MONTE MÓR, 2013, p. 45). 25124 Novos contextos, velhos desafios? Ao trazer as discussões do LC para o contexto das escolas de prestígio/elite é relevante situar este cenário sócio educacional na atualidade. De acordo com Megale (2009), estas escolas vêm crescendo de forma exponencial (mais de 25% nos últimos anos) principalmente de forma a responder às exigências da globalização. A Educação Bilíngue compreende a educação de surdos (CAVALCANTI, SILVA, 2007), a educação indígena (MAHER, 1998; CAVALCANTI,2005), as escolas bilíngues em contextos multilíngues ou escolas de fronteira (JUNG, GARCEZ, 2007) e as escolas de elite ou de prestígio (MOURA, 2009; MEGALE, LIBERALI, 2016), contexto a ser explicitado nesta seção. Segundo Liberali e Megale (2011, p.58), este último tipo de educação é assim denominado pelas “condições financeiras favoráveis dos alunos” que podem frequentá-la. Em contexto brasileiro, isso significa que tais escolas são voltadas para alunos de classe média alta ou classe alta na qual a instrução ocorre em duas ou mais línguas de forma simultânea. Nesse escopo, inserem-se as escolas internacionais e bilíngues que se diferenciam quanto à organização curricular e o tempo de exposição à língua estrangeira. Pesquisadores da área como Moura (2009) definem escolas internacionais como aquelas que ensinam em uma língua majoritária, como o inglês, e seguem, obrigatoriamente, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Embora algumas se definam como bilíngues, nem todas podem ser consideradas como tais pois não usam as duas línguas (materna e estrangeira) simultaneamente. Tradicionalmente, estas escolas foram criadas para atender filhos de famílias estrangeiras que vinham morar por um determinado tempo em função do trabalho dos pais. Porém, na atualidade, a procura por escolas internacionais tem crescido pela preocupação dos pais em preparar melhor seus filhos para o mercado de trabalho, cada vez mais competitivo. Já as escolas bilíngues, segundo Megale (2009, p.90), “[...] visam, em sua totalidade, promover o bilinguismo, oferecendo um ambiente escolar em que duas línguas são consideradas oficiais [...]”. Todavia, Moura (2009) nos alerta que estas não são credenciadas como tal pelo Ministério da Educação. Pela ausência de uma legislação brasileira mais específica, elas são regulamentadas como escolas regulares monolíngues que seguem os PCNs. Seu diferencial, porém, é ofertar, além da carga horária prevista, um segundo currículo em língua estrangeira, seja ela qual for. 25125 De acordo com estatuto da Organização das Escolas Bilíngues do Estado de São Paulo (OEB), única organização dessa categoria no Brasil conhecida até o momento, para que uma escola seja considerada bilíngue é preciso que ela oferte carga horária específica3: a) Educação Infantil: mínimo de 75% da carga horária diária deve ser em outro idioma, que não o Português. b) Ensino Fundamental I: mínimo de 1/3 da carga horária diária deve ser em outro idioma, que não o Português. c) Conta básica: somar carga horária em que os alunos estão em atividade (descontar somente almoço) e dividir por 3. A carga horária do segundo idioma tem que ser igual ou maior que esse valor. Entretanto, é relevante mencionar que há diferentes compreensões sobre a concepção de ensino bilíngue. Moura (2009), em pesquisa de mestrado sobre o tema, menciona a proliferação das escolas tradicionalmente monolíngues que se auto intitulam bilíngues com cargas horárias, propostas e métodos diversificados como diferencial para atrair mais alunos em meio a tantas outras escolas. Além disso, ela também pontua que, por vezes, o ensino bilíngue proposto é uma forma de ceder à pressão dos pais para que os filhos, ao se tornarem fluentes em uma língua estrangeira, estejam mais preparados para o mercado de trabalho. Nesse ponto, torna-se relevante registrar que não nos cabe generalizar a orientação da OEB e fiscalizar se as escolas ofertam um ensino bilíngue. Nos cabe, conforme exposto na introdução, entender as diversas formas pelas quais os sujeitos constroem sentidos e, sobretudo como os professores em atuação percebem suas próprias práticas e qual o espaço da LI em seus contextos. Um ponto em comum entre escolas internacionais e bilíngues é justamente a preocupação em ter filhos mais capacitados para atuarem em um mercado de trabalho globalizado e competitivo. Sem negar a importância da LI na atualidade uma vez que ela é utilizada como a língua de comunicação entre vários falantes do mundo, é preciso problematizar o status dessa língua nesses contextos. A LI assume o status de prestígio, sinônimo de possibilidade de ingresso, manutenção no mercado de trabalho e ascensão social posto que carrega uma “[...] imposição supostamente decorrente de um imperialismo linguístico alimentado pelas estruturas coloniais que insistem 3 Fonte: http://www.oebi.com.br/ Acesso em: 20 abril 2017. 25126 em orientar nossas relações com a alteridade que nos constitui [...]” (JORDÃO, MARTINEZ, 2015, p. 68). Nesse sentido Ferraz (2015, p. 47) defende que “o debate da comoditização da educação e das instituições públicas se faz essencial nos contextos onde a língua inglesa é ensinada”. Seguindo o mesmoraciocínio de Ferraz, Jordão e Martinez (2015) afirmam que as políticas de internacionalização dentro do contexto brasileiro metrópole parecem reproduzir relações de colônia-metrópole e, por isso exigem, por parte dos envolvidos no processo educacional, “análises críticas urgentes que a desafiem, especialmente no que se refere à visão de língua como objeto pertencente a estados-nações específicos, e como tal, um espaço de expressão e transmissão de culturas bem delimitadas e homogêneas” (JORDÃO; MARTINEZ, 2015, p. 63). Metodologia A geração de dados deste estudo consistiu na aplicação de um questionário composto por seis questões abertas via formulário do Google Drive para dez professoras4 atuantes em escolas bilingues e/ou internacionais. Dos dez questionários enviados apenas seis foram respondidos. As questões estavam vinculadas a aspectos como a concepção de língua, criticidade, o currículo e metodologias de ensino e avaliação que se davam na prática pedagógica dessas professoras. Quadro 1- Questionário aplicado as professoras das Escolas Bilingues/ Internacionais 1- Qual a concepção de língua presente no currículo de sua escola? A sua escola adota o Internacional Baccalaureate Diploma Programme (IB) ou algum outro currículo internacional? 2- Quais são os desafios com relação ao currículo adotado? 3- Qual é a perspectiva metodológica adotada pela escola para o ensino de inglês? 4- Como essa perspectiva metodológica é colocada em prática em suas aulas? (comente sobre sua rotina com relação ao ensino de língua inglesa na escola) 5- O que significa ensinar língua inglesa para você? Como o trabalho com a língua inglesa permite o desenvolvimento da criticidade e da cidadania? 6- Quais são os materiais adotados por você e pela sua escola no ensino de língua inglesa? Fonte: As autoras 4 Utilizaremos o feminino uma vez que, todas as participantes eram mulheres. 25127 O perfil profissional dessas docentes era bastante variado. Três delas tinham formação em Letras Português-Inglês, as demais tinham formação em Pedagogia ou Fonoaudiologia. Todas já possuíam ou estavam cursando Especialização (Lato Senso). Uma delas possuía o título de mestre em Educação e Linguagem. Com relação ao tempo de atuação como professoras de língua inglesa, cinco delas atuavam numa média de seis a sete anos. Apenas uma delas afirmou possuir vinte e cinco anos de experiência nessa área. Sobre o tempo de atuação como professoras na Educação Bilíngues/ Internacional, a média de tempo variou entre três e sete anos. No entanto, uma das entrevistadas respondeu atuar como diretora escolar nesse contexto. Após a contextualização de como se deu a coleta dos dados, bem como o perfil dos participantes, na próxima seção discutiremos as respostas fornecidas pelas professoras. Apresentação e discussão dos dados Para compreender melhor como se configuram as interpretações das participantes com relação aos questionamentos propostos, apresentamos, nessa seção, as respostas fornecidas procurando articulações com o viés teórico proposto (LC) e discussões recentes sobre formação de professores, criticidade, ensino e concepção de língua no contexto global. Nossa análise está pautada pela perspectiva interpretativista o qual pressupõe que a realidade não é algo externo aos sujeitos e que não há como “[...] observar o mundo independente de suas práticas sociais e significados vigentes [...]” (BORTONI-RICARDO, 2008, p. 32), sempre se atendo ao fato de que essas práticas sociais são interpretadas pelo pesquisador-observador. Nesse sentido, a análise proposta não busca evidências que comprovem ou não hipóteses pré-estabelecidas, mas almeja compreender como os participantes envolvidos constroem significados (ABRAHÃO, 2006). Com relação a concepção de língua adotada pela escola e a utilização de currículos internacionais, as respostas dadas pelas participantes foram bastante divergentes. Uma das professoras mencionou que em seu contexto há predominância do uso da língua materna, ou seja, 25% apenas das aulas são em língua inglesa. Apenas duas delas afirmam a adoção de um currículo internacional sendo um deles o (OEB5) e o outro de origem britânica não trazendo maiores especificações. A respeito da concepção da língua apenas duas das respondentes 5 Na verdade, a escola não segue o currículo da OEB, mas sim as orientações sobre carga horária. 25128 mencionou algum tipo de abordagem educacional ou de ensino específicas. Assim, uma delas citou a construtivismo que tem como seu fundador Jean Piaget e é baseado na ideia de que o aluno constrói sua própria aprendizagem por meio da experimentação e interação6. Outra professora mencionou a adoção do sócio interacionismo que tem como grande representante Vigostsky7 cuja discussão está ancorada na ideia de que o desenvolvimento humano tem seu alicerce nas interações humanas, ou seja, na influência no meio social. De acordo com os dados analisados, percebemos diferentes concepções de língua adotadas nos contextos em que as professoras atuam. Reiteramos a necessidade de que, como profissionais cuja “matéria-prima” se configura no trabalho com língua/ linguagem, é primordial termos clareza diante do entendimento de tais conceitos haja vista que nossa concepção de língua/ linguagem norteia nossas práticas pedagógicas. Se o professor pensa, por exemplo, a língua dentro de uma concepção estruturalista, consequentemente, suas práticas enfatizaram o uso e o reconhecimento de estruturas. Por outro lado, se língua é vista dentro de uma concepção discursiva que implica no “entendimento de nossas práticas de linguagem como práticas de (re) significarmos o mundo e o que acontece em nossa volta, a forma como percebemos a realidade” (JORDÃO; FOGAÇA, 2007, p. 87), valorizaremos práticas pedagógicas que englobam a variedade de linguagens e semioses presentes no mundo atual reconhecendo diferentes formas de construção de sentidos. Nesse sentido, Jordão (2007, p. 24) nos esclarece que tais formas “representam procedimentos interpretativos específicos, não pode[ndo] prescindir de um trabalho escolar crítico, sem o qual podem ter os mesmos efeitos limitados e limitadores que a educação vem oportunizando historicamente”. Ao serem questionadas sobre as perspectivas metodológicas e os desafios do currículo implementado na escola, as docentes sinalizam que há dificuldades da adaptação, por parte dos próprios professores, em adequarem suas aulas para o uso mais frequente do inglês, ao passo que os alunos têm bastante resistência na utilização da língua. Nessa direção, a contribuição de Celani (2009) torna-se válida por criticar a forma como projetos, propostas e currículos novos são colocados aos professores. Segundo a pesquisadora da área, existe a percepção de que professores são meros aplicadores de decisões administrativas e pedagógicas, “ [...] sempre capacitados a compreender novo e a pô-lo em prática, sem necessidade de uma especial 6 Para mais informações consulte: http://www.pedagogia.com.br/conteudos/construtivista.php 7 Para mais informações consulte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/socio- interacionismo-de-vigotsky/34160 25129 preparação. ” (CELANI, 2009, p.9) Outra dificuldade seria a prática mais frequente da língua inglesa em variados momentos como nos conteúdos de artes e demais projetos para que se torne algo mais natural. Diante do que foi exposto, percebe-se que o currículo, bem como as perspectivas metodológicas adotadasestão bastante vinculadas a noção de inglês como meio de instrução (English as Medium Instruction - EMI). Dearden (2015) explica que o EMI vem sendo adotado amplamente nos continentes europeus e asiáticos e tem sido uma prática em rápida expansão. Martinez (2016) afirma que, dentro do processo de internacionalização no Brasil, o Ciências Sem Fronteiras foi bastante influenciado pelos programas de EMI uma vez que grande parte das universidades escolhidas pelos estudantes para a realização do intercâmbio era em países de língua inglesa. Para Green e Whitsed (2015, p. 50) mudar simplesmente o meio de instrução para o inglês (ou qualquer outra língua) para um grupo internacional de estudantes não constitui em um currículo internacional. É o conteúdo, a abordagem metodológica e os objetivos de aprendizagem assim como os serviços de apoio que precisam ser internacionalizados para se oferecer uma experiência internacional significativa para todos os estudantes. Essas modificações exigem compromisso institucional com a mudança, mas também, e mais importante, engajamento acadêmico. Uma abordagem que se afaste de proporcionar experiências isoladas para alguns alunos e aproxime-se de promover experiencias internacionalizadas de aprendizagem para todos8. Nesse raciocínio, a utilização da língua não é e nem garante a internacionalização de um currículo, o que parece se materializar nas práticas pedagógicas das professoras entrevistadas, uma vez que elas reconhecem as dificuldades da implementação do uso da língua inglesa. Desta forma, concordamos com Edmundo (2016, p. 212) que sugere a instituição de “longos e constantes espaços para reflexão nas escolas, para negociar, construir, recontextualizar, problematizar, revisitar propostas curriculares internacionalizadas de LI para além da capacitação dos estudantes para conhecer a língua/ cultura inglesa” ou ampliar suas possibilidades de interação com falantes do idioma. Ao serem questionadas sobre suas rotinas pedagógicas com relação ao ensino da língua 8 Tradução livre: “switching the medium of instruction to English (or any other language) for an international group of students does not constitute an internationalised curriculum. It is the content, the pedagogical approach and the learning outcomes, as well as the support services, that need to be internationalised if a meaningful international experience is to be offered to all students. These changes require institutional commitment to change, but also, most importantly, academic engagement. An approach that moves away from providing isolated experiences to a few students and towards providing internationalised learning for all. (Green e Whitsed ,2015, p. 50) 25130 inglesa e os materiais didáticos adotados, as professoras explicam que trabalham de forma bastante intensa com a oralidade, sendo que três delas afirmam trabalhar apenas utilizando a língua alvo em sala. Todas comentam que recorrem ao uso de diferentes materiais como músicas, vídeos, gêneros textuais diversos, jogos e livro didático além de materiais autênticos como a revista National Geographic. Com relação as práticas avaliativas, duas professoras afirmaram que as quatro habilidades9 (reading, writing, listening e speaking) são avaliadas de forma individualizada partindo do uso de avaliações formais, ou seja, com dia e hora marcada. Já as outras quatro professoras mencionaram que a avaliação pode se dar dentro de um processo mais informal em que procuram reconhecer o desenvolvimento dos alunos através de suas produções em sala. A concepção de avaliação dessas quatro professoras está atrelada ao que Luckesi (2004, s/n) propõe ao fazer distinção entre o ato de examinar e avaliar. Para o autor, “o ato de avaliar a aprendizagem implica em acompanhamento e reorientação permanente da aprendizagem. Ela se realiza através de um ato rigoroso e diagnóstico de reorientação da aprendizagem”. Isto é, Luckesi nos mostra que a avaliação serve para que possamos coletar informações sobre o aprendizado do nosso aluno e de nossa própria prática docente por meio de acompanhamento, observação e replanejamento do ensino. A avaliação é um fator que subsidia a tomada de decisões, ou seja, reorienta os caminhos da aprendizagem para obter melhorias e mais eficácia no ensino. Se entendemos avaliação como sinônimo de provas ou testes, o sentido de avaliar acaba tendo um fim em si mesmo. Em seguida, ao serem questionadas sobre o que significa ensinar inglês e como o ensino dessa língua poderia estar vinculado com o desenvolvimento da criticidade e cidadania, as professoras sinalizaram os seguintes apontamentos: Prof. 1 – Acredito que o aluno tem o poder de conhecer o mundo. E através de uma língua estrangeira, esse aluno tem o poder de conhecer o mundo e toda a sua cultura através de leitura, de imagens e de conversa. Como professora, espero ampliar a visão de mundo que meus alunos possuem. Prof. 2 – Significa a inclusão em um mundo de oportunidades. Permite ao aluno se tornar um ser com mais opinião e mais qualificado para o mercado de trabalho. 9 Embora estudos recentes, bem como os documentos oficiais como as OCEMs (2006) e PCNs (2004) entendam e recomendem a concepção de língua e suas modalidades como práticas discursivas, as professoras utilizaram o termo habilidades (skills). Como forma de manter as entrevistas no original/sem intervenção optamos por manter os termos utilizados pelas entrevistadas. 25131 Prof. 3 – Ensinar outra língua é garantir aos alunos novas possibilidades de entendimentos de diversos contextos, diferentes formas de produzir sentido nos “mundos” em que se insere. Prof. 4 – O ensino de inglês permite o contato com diferentes realidades, culturas e contextos socioculturais, expandindo interações dos alunos e permitindo a problematização de diversos temas essenciais para a construção de sua identidade. Prof. 5 – Eu não ensino língua, eu propicio um ambiente de imersão no qual a criança adquire a língua inglesa de forma natural. Prof. 6 – É o meio pelo qual os alunos se comunicam em um ambiente linguístico e culturalmente diverso. Percebemos entendimentos que se aproximam bastante com relação aos questionamentos propostos. O aspecto cultural (professoras 1, 4 e 6) e a ampliação para novas possibilidades na vida foram bastante enfatizados. As respostas das professoras 5 e 6 reforçam a concepção de língua voltada para fins comunicativos. Já a professora 3 trabalha com uma noção de língua bastante semelhante ao que a abordagem do LC defende destacando a importância de legitimar diferentes formas de produção de sentido. Com relação a questão cultural defendida pelas professoras, é importante compreender os aspectos que tangem esse encontro com o outro, ou o desconhecido. As noções de ensino de inglês como possiblidade de acesso às culturas parecem olhar para o desenvolvimento de competências que podem ser caracterizadas como uma propriedade individual de um sujeito que tem conhecimento sobre algo e, sendo assim, tem o poder para exercer tal função. Nessa noção de competências, não se problematiza a complexidade existente nos encontros culturais permeados por relações de conflitos. Para discutirmos essa questão recorremos a Walsh (2010) que propõe a noção de interculturalidade crítica, cuja criticidade é entendida não como algo dado, mas construído. Segundo a autora, a interculturalidade crítica figura-se como estratégia de ação e de processo permanente de negociação das condições de respeito, legitimidade, equidade e igualdade.A resposta da professora 2 coloca em evidência a valorização do conhecimento da língua inglesa para a atuação no mercado de trabalho. A concepção trazida pela professora legitima a noção de inglês como commodity, ou seja, a língua assume “conotações funcionais como instrumento ou meio, e com elas adquire contornos internacionais” (JORDÃO, 2004, p. 5) perdendo, assim sua função voltada para a formação do indivíduo e direcionada para o atendimento das demandas do mercado dentro de uma lógica neoliberal. A resposta da professora 4 enfatiza um aspecto bem pertinente para os processos de 25132 globalização: a questão da identidade. Atrelado a noção de interculturalidade, o conceito de cidadania global, recorrente em estudos sobre a internacionalização, diz respeito ao desenvolvimento de um senso de si próprio, sobre quem é, sua própria cultura e sua posição sócio histórica a fim de poder perceber e conhecer a cultura do outro (CLIFFORD, 2016). Além disso, um cidadão global também tem “conhecimento de questões globais e uma sensibilidade moral à justiça social, à desigualdade e ao racismo e buscam ativamente uma vida que não se beneficia em detrimento dos outros” (CLIFFORD, 2016, p. 15). Considerações Finais Esse artigo teve por objetivo identificar a noção de ensino, de língua e de criticidade por parte de professores de língua inglesa atuantes no contexto das escolas bilingues e internacionais. Para isso, aplicamos um questionário on line cujas respostas foram analisadas sob a perspectiva da pesquisa interpretativista. Diante das respostas fornecidas pelas seis professoras participantes pudemos constatar as diferentes interpretações sobre a concepção de língua adotadas pelas escolas em que atuam. Isso nos revela o quanto as práticas de sala de aula são heterogêneas haja vista que as professoras entrevistadas são constituídas por experiências de mundo diferentes. Ademais, não se pode presumir que as percepções dos professores sobre suas práticas sejam imutáveis pois, conforme nos alerta Moita Lopes (1996, p.184), é preciso ter “uma visão de conhecimento enquanto processo”. Dito de outra forma, é preciso pensar que professores já formados precisam estar em constante busca pelo conhecimento e serem instigados a (re)pensarem sobre suas próprias práticas, sem a certeza de que a sala de aula é o espaço para comprovação de teorias aprendidas nos cursos de graduação. Como exemplo, três das professoras, depois de responderem ao questionário proposto, enviaram um email relatando que nunca haviam pensado sobre as perguntas em questão e, que o fato de terem parado para respondê-las, foi motivo para refletirem de forma mais crítica sobre suas práticas, exercício pouco realizado em função da carga horária de trabalho. As dificuldades ressaltadas pelas professoras, bem como os diferentes projetos, currículos e propostas em escolas bilíngues e internacionais nos fazem perceber, enquanto formadoras de professores, nossa responsabilidade para lidar com essas mesmas tensões, como nos ensina Celani (2009). A contribuição de pesquisas nas quais os professores são instigados a pensar sobre o seu 25133 próprio fazer estão em sintonia com a discussão de Canagarajah (1999) que, ao defender o papel dos professores como etnógrafos de suas práticas, propõe valorizar o olhar de quem está envolvido com seu contexto e pode, de fato, revelar as culturas escondidas em suas salas de aula. REFERÊNCIAS ABRAHÃO, Maria. Helena. Vieira. Metodologia na investigação das crenças. In: BARCELOS, Ana. Maria. F.; ABRAHÃO, Maria. Helena. Vieira. Crenças e ensino de línguas: foco no professor, no aluno e na formação de professores. Campinas, SP: Pontes Editores, 2006. BRASIL. Orientações curriculares para o ensino médio. Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Secretaria da educação básica - Ministério da educação, 2006. p. 87-126. _____. Parâmetros Curriculares Nacionais. Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 1998. 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