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DIREITO ADMINISTRATIVO I 15/02: INTRODUÇÃO O Direito Administrativo é o direito da atividade administrativa. Baseia-se na supremacia do direito público sobre o direito privado e regulamenta a atividade do Estado. O Direito Administrativo é entendido como o conjunto de normas e princípios que têm por objeto a administração pública; Dicotomia importante entre Autoridade (do poder do Estado) e a Liberdade (dos indivíduos); Preliminarmente, para a compreensão do Direito Administrativo brasileiro faz-se necessária a compreensão das peculiaridades do Estado brasileiro. O Estado exerce três funções principais: Legislar: criar leis Jurisdicionar: julgar Executar: administrativo Conceitos de Direito Administrativo: Hely Lopes Meirelles: “Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.”. Maria Sylvia Zanella di Pietro: “Ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública.”. Marçal Justen Filho: “Direito Administrativo é o conjunto das normas jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas necessárias à efetivação de direitos fundamentais e a organização e funcionamento das estruturas estatais e não estatais encarregadas de seu desempenho.”. Características: ∙ É um ramo autônomo; ∙ De criação recente (mais ou menos 200 anos); ∙ Surgimento na França em 1800; ∙ Direito de origem na atividade jurisprudencial, mas muito legislado no Brasil; ∙ Não codificado; ∙ Forte relação com o Direito Constitucional e o Direito Internacional Público (o Direito Administrativo chega a ser ultra estatal, disciplinando as relações entre Estados); ∙ Relaciona-se com o Direito Tributário; ∙ Relaciona-se com o Direito Penal (crimes contra a administração pública); ∙ Relaciona-se com áreas do Direito que antes pertenciam ao Direito Administrativo, mas ganharam independência, por exemplo, o Direito Ambiental e o Direito Urbanístico (Direito Administrativo geral e especial). Sistemas Administrativos: a) Contencioso Administrativo: Própria AP decide conflito com particulares administrador-juiz (França); b) Jurisdição Una: Controle judicial (Brasil). Fontes: a) Lei: Fonte primária (desde CF até regulamentos executivos); b) Doutrina: Sistema teórico de princípios aplicáveis ao Direito Positivo; c) Jurisprudência: Reiteração de julgados; d) costume: Prática administrativa (diferente de praxe administrativa). 22/02: Direito Administrativo Regime jurídico administrativo: Bipolaridade a) Autoridade da Administração b) Liberdade do Indivíduo Princípios do Direito Administrativo: - Normas de caráter geral, com elevada carga valorativa, que fundamentam as regras jurídicas: funções hermenêutica e integrativa; - Robert Alexy: Diferença estrutural * Princípio: mandamentos de otimização * Regra: válidas ou não. Supra Princípios (Celso Antônio Bandeira de Mello) - Supremacia do interesse público sobre o privado - Indisponibilidade do interesse público Supremacia do Interesse Público ∙ Estabelece a supremacia do interesse público sobre o interesse privado; ∙ As atividades administrativas são desenvolvidas pelo Estado para benefício da coletividade; ∙ Conceito jurídico indeterminado. Interesse Público - Primário: Interesse da coletividade como um todo (”dimensão coletiva dos interesses privados”); - Secundário: Interesse da pessoa jurídica estatal. Direito Administrativo: Por não ser um direito codificado, com grande profusão de legislação, os princípios servem como parâmetros de uniformidade dessa legislação. Função Administrativa: Conjunto de poderes jurídicos destinados a promover a satisfação de interesses essenciais, relacionados com a promoção dos direitos fundamentais, cujo desempenho exige uma organização estável e permanente, exercitados sob regime jurídico infra legal e que se exteriorizam em decisões destituídas de natureza jurisdicional (Marçal Justen Filho). Atividades Administrativas ∙ Sequência conjugada de ações e omissões por meio das quais se exercita a função administrativa; ∙ Relação com o papel do Estado em cada momento histórico; ∙ O Direito Administrativo (início do Século XIX) disciplina jurídica da relação entre Estado e indivíduo; ∙ Embora já houvesse centralização do Estado (Absolutismo), o Direito Administrativo surge em um momento historio de limitação do poder do Estado; ∙ Mudança da Administração Pública Patrimonialista para a Administração Pública Burocrática; ∙ Resquícios de patrimonialismo: nepotismo (vide Súmula Vinculante nº 13). Serviço Público: É uma atividade pública administrativa de satisfação concreta de necessidades individuais ou transindividuais, materiais ou imateriais, vinculadas diretamente a um direito fundamental, insuscetíveis de satisfação adequada mediante os mecanismos da livre iniciativa privada, destinada a pessoas indeterminadas, qualificada legislativamente e executada sob regime de direito público (Marçal Justen Filho). Poder de Polícia: É a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público (Maria Sylvia Zanella di Pietro). Fomento: É uma atividade administrativa de intervenção no domínio econômico para incentivar condutas dos sujeitos privados mediante a outorga de benefícios diferenciados, inclusive mediante a aplicação dos recursos financeiros, visando a promover o desenvolvimento econômico e social (Maria Sylvia Zanella di Pietro). Regulação: É o conjunto de regras de conduta e de controle da atividade privada do Estado, com a finalidade de estabelecer o funcionamento equilibrado do mercado (Maria Sylvia Zanella di Pietro). 08/03: Princípios Constitucionais Princípios Constitucionais: CF, art. 37, caput - “LIMPE”. Legalidade: Estrita legalidade (legalidade administrativa) - Art. 5º, II, CF. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; - Art. 84, IV, CF. sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; - Lei 9.784/1999, art. 2º, I: atuação conforme a lei e o Direito. Impessoalidade Lei 9.784/1999, art. 2º, III: Objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades. a) Igualdade de administrados b) Não promoção pessoal de administradores Art. 37, § 1º, CF. “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos” Moralidade Lei 9.784/1999, art. 2º, IV: Atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. Publicidade Lei 9.784/1999, art. 2º, V: Divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição. - Divulgação oficial dos atos; - Requisito de validade; - Controle; - Art. 5º, XXXIII, CF: Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. - Lei de Acesso à Informação: Lei nº 12.527/2011 (conceito de transparência ativa) - Três grupos: Ultrassecretas, secretas e reservadas (extinto o grau confidencial). Eficiência Lei 9.784/1999, art. 2º, IX: Adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados. - Mecanismos para tornar a atividade administrativa célere e de qualidade; - Administraçãopública gerencial. Outros princípios infraconstitucionais: Lei 9.784/1999, art. 2º: A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
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