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Aula 5 As correntes fundamentais do pensamento Antropológico

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LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 18. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. Primeira parte -Tópico 3, pgs. 17-24. 
ROCHA, Everardo; FRID, Marina (orgs.). Lévi-Strauss. Os antropólogos. Petrópolis, RJ, Vozes; Rio de Janeiro, Editora PUC Rio, 2015, pp. 167-180. 
Aula 5: As correntes fundamentais do pensamento Antropológico - o estruturalismo, o determinismo biológico e geográfico 
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 18. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. Primeira parte -Tópico 3, pgs. 17-24. 
ROCHA, Everardo; FRID, Marina (orgs.). Lévi-Strauss. Os antropólogos. Petrópolis, RJ, Vozes; Rio de Janeiro, Editora PUC Rio, 2015, pp. 167-180. 
A CRÍTICA AOS DETERMINISMOS
O DETERMINISMO BIOLÓGICO
O DETERMINISMO BIOLÓGICO
Os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais.
As diferenças se explicam, antes de tudo, pela história cultural de cada grupo.
O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo que chamamos de endoculturação.
O DETERMINISMO BIOLÓGICO
Margaret Mead: Sexo e Temperamento
Arapesh
A cultura não estabelece um padrão comportamental distinto para homens e mulheres
Docilidade
O DETERMINISMO BIOLÓGICO
Margaret Mead: Sexo e Temperamento
Mundugumor
A cultura não estabelece um padrão comportamental distinto para homens e mulheres
Agressividade
O DETERMINISMO BIOLÓGICO
Margaret Mead: Sexo e Temperamento
Tchambuli
Inversão total dos padrões comportamentais ocidentais.
O DETERMINISMO GEOGRÁFICO
O DETERMINISMO GEOGRÁFICO
O determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural.
A partir de 1920, a antropologia refutou este tipo de determinismo e demonstrou que existe uma limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais. E mais: que é possível e comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico.
Ex.: Lapões e os esquimós; Os índios Pueblo e Navajo, do sudoeste americano; O Parque Nacional do Xingu.
Claude Lévi-Strauss
(1908-2009)
Claude Lévi-Strauss foi um dos pensadores mais influentes do século XX.
O personagem mais notório do Estruturalismo – uma perspectiva sobre a ciência que afetou enormemente as ciências humanas, especialmente nas décadas de 1960 e 1970.
Nascido em 1908, em Bruxelas, na Bélgica.
Durante a Segunda Guerra, por conta do antissemitismo, abrigou-se da ameaça nazista nos Estados Unidos, onde trava contato com a linguística de Ferdinand de Saussure (1857-1913).
1949: publica As estruturas elementares do parentesco, causando imenso impacto nos meios científicos.
Sustentou que a interdição do incesto, por ser exclusividade humana, fundava a Cultura e estabelecia uma separação em relação à Natureza.
1953: estabelece uma teoria da comunicação para entender as relações entre os grupos sociais e a própria sociedade. Para ele, há pelo menos três estruturas de comunicação inter-relacionadas:
Comunicação de mensagens propriamente linguísticas;
Comunicação de bens e serviços;
Trocas de mulheres ou de homens entre os grupos sociais.
Comunhão x comunicação
Comunhão pressupõe ascendência e hegemonia da semelhança, enquanto comunicação constitui um jogo complexo de semelhanças e diferenças, de aproximações e afastamentos, de convergências e de divergências.
Comunicação nunca chega à comunhão, este estado de convergência total em que comunicar não tem mais razão de ser, pois idênticos nada têm a trocar.
Na sua obra Antropologia estrutural, explicitou sua concepção de estrutura social, que provocou tanto impacto nas ciências humanas e sociais contemporâneas.
Estrutura seria um conceito encontrável nos plano das representações mentais, ou seja, é uma construção intelectual que o analista efetua, elaborando taticamente modelos a partir das relações sociais que puderam ser observadas.
Para Lévi-Strauss cada uma das várias ciências corresponde a um ponto de vista particular sobre o mundo. Não há, então, uma única estrutura.
1952: publica Raça e história, a pedido da Unesco no sentido de que o antropólogo se manifestasse sobre os problemas da raça e do racismo diante da ciência moderna.
Nega a validade científica do conceito de raça para a compreensão das diferenças humanas, abordando a questão da diversidade das culturas.
Enfatizou a o jogo de aproximações e diferenças que as sociedades desenvolvem no esforço de diferir das sociedades vizinhas, em ser ela mesma.
Entendida como comunhão, a ideia de uma civilização mundial seria impossível teoricamente e a iminência dela seria a iminência do fim.
Para o autor, a humanidade se vê constantemente às voltas com dois processos, dos quais um tende a instaurar a semelhança e a unificação, enquanto o outro procura manter e restabelecer a diversidade.
Nos anos 1960 tornou a provocar impacto nas Ciências Humanas com a publicação de O totemismo hoje e de O pensamento selvagem, ambos em 1962, e de sua portentosa obra em quatro volumes, Mitológicas, começada em 1964 e terminada e 1971.
O totemismo hoje (1962):
Em vez de propriedade característica de povos “primitivos” ou “pré-lógicos”, o autor mostrou que aquilo que se designava por totemismo correspondia a um modo universal de operação do pensamento.
Assim, quando determinada sociedade “primitiva” designa seus clãs como “urso”, “raposa”, “cão” e “lobo” realiza a mesma operação intelectual que efetuamos no brasil quando nomeamos as torcidas de futebol como “furacão”, “urubu”, “peixe”, “porco” ou “gavião” e as famílias como Carneiro, Coelho, Rocha, Pereira, Limoeiro, Pinho, Montes ou Mata.
Da mesma forma, um desenho animado que mostre um tigre abastecendo um automóvel não é intelectualmente muito distinto do mito indígena que narra o casamento de uma onça com um jabuti.
O pensamento selvagem (1962):
Demonstra a inexistência de qualquer desigualdade entre o modo de operação cognitiva dos povos ditos primitivos e o das sociedades consideradas civilizadas.
A existência nestas ultimas de um pensamento “domesticado” (ciência, filosofia, teologia, etc.) não implica que nelas tenha deixado de ser operante o pensamento em estado selvagem, baseado em comunicação direta com a natureza, os órgãos da sensibilidade e o intelecto, como acontece na arte, por exemplo.
Ambos operam com observação metódica da natureza, que possibilitaram as “artes fundamentais da civilização”: o controle do fogo, a cerâmica, a tecelagem, a domesticação dos animais, a agricultura, a culinária, entre outras.
O pensamento em estado selvagem, embora partindo de premissas diferentes, é tão lógico, tão coerente e tão rigoroso quanto o é o pensamento domesticado.

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