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CONTESTAÇÃO JULIANA FLORES

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS / SP
Processo  nº 1234
Juliana Flores, já devidamente qualificada, nos autos da AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO, pelo rito comum, que lhe move SUZANA MARQUES, vem por seu advogado abaixo subscrito com endereço profissional na Rua…, nº…, bairro, cidade, oferecer a V. Exa. Sua 
CONTESTAÇÃO,
Expondo e requerendo o que segue:
I.DAS PRELIMINARES
I.II. DA INTEMPESTIVIDADE DA AÇÃO INICIAL
 	Registre-se, desde logo, Excelência, que a ação inicial no casoa em tela, resta-se fulminada pela ocorrência do prazo decadencial.
	Conforme se verificará na exposição dos fatos, a Autora alega que sofrera coação para que doasse o imóvel à instituição de caridade. Em outra oportunidade se abordará a inocorrência de tal afirmação. Contudo se faz necessário inicialmente trazer a informação de que a mesma pedira demissão do cargo que obtera no mês de abril de 2012.
	Portanto se realmente existiu a coação por parte da Sra. Juliana, ora ré, resta-se verificado que tal ação fora sanada no ato de seu desligamento, se não bem antes desse acontecimento, talvez até, no mesmo dia em que se deu a efetivação do negócio jurídico em questão, isto é, no dia 18 de março de 2012.
	A vista do exposto, Excelência, torna-se imperativo trazer à luz a data em que se deu o inicio da ação anulatória, como bem sabemos, fora proposta em 20 de janeiro de 2017, como se nota, com quase 5 anos depois do estabelecimento da avença.
	
II. DA PREJUDICIAL DO MÉRITO
 	O código Civil de 2002, traz em seu artigo 178, caput e no inciso I, o prazo decadencial de 4 anos para que se pleiteie a anulação do negócio jurídico. Com isso vislumbra-se que nas duas hipóteses, tanto no que diz o caput, quanto se levarmos em conta o dia em que cessou a coação, dispões o inciso I, resta-se decaído o pedido da Autora, não há como se anular um negócio jurídico já atingido pelo prazo decadencial. Nesse sentido:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: 
 I - no caso de coação, do dia em que ela cessar ; 
II - no de erro, dolo, fraude contra c redores , estado de perigo ou lesão, do di a em que s e realizou o negócio jurídico; 
III - no de atos de incapazes, do d ia em que cessar a incapacidade. (CC ) 
 
	Por tanto, pelo exposto, Excelência, constata-se de modo inequívoco, impossibilidade de sustentação do pedido da Autora, devendo, deste modo, ser extinto o processo com resolução de mérito por decorrência da argumentação supra referida. Nos termos do Art. 487, II, do NCPC/15
III. DO MÉRITO
III. I. D A INEXISTÊNCIA DE COAÇÃO 
 
 	A parte autora, alega que sofrera grave coação para efetivar a oferta do seu imóvel à instituição de caridade, contudo, como se verifica no caso em tela, a mesma não juntou provas inequívocas da ocorrência de tal vício de consentimento. Limitou-se a dizer que temia ser demitida caso fosse negado o pedido, assim diz, da Sra. Juliana. 
 
Ocorre, Excelência, que não houve pedido algum, o que ocorrera fora nada mais que incentivos da Sra. Juliana que, ressalte -se, não foram exclusivos à parte Autora desta ação. Trata-se de motivações que corriqueiramente eram feitas a todo o plantel da organização. Nada mais que estímulos a atitudes altruísticas, que, de bom grado, e conforme queriam, os funcionários bem faziam.
 
 	 Não se pode aceitar que simples sugestões se tornem , repentinamente, em ocorrências de graves vícios do consentimento, por tão somente serem proferidas pela parte gestora da organização, sob pena de se estar engessando a pessoa da chefia, que se verá receosa de até mesmo conversar com os seus subordinados . Nota-se que o teor do que afirma a Autora é tão carente de fundamentos que o mesmo pedido, com os mesmos fatos já foram julgados improcedentes em ação já atingida pelo manto da coisa julgada, e ainda, os demais funcionários, mesmo de religiões diferentes e recebendo as mesmas sugestões, não se reconheceram vítimas de coação, tanto é que jamais efetuaram qualquer esmola a instituição de caridade a qual a Sra. Juliana participa. 
 	A bem da verdade, nobre julgador, o caso exposto trata -se de inequívoca liberalidade da Sra. Suzana para instituição de caridade, sendo, pois, impassível de desfazimento, visto que não houvera qualquer das hipóteses previstas no artigo 555 do código civil brasileiro. Ademais, caso ainda se sustente a argumentação de que existira coação por parte da Ré, não há como se prevalecer tal afirmação, tendo em vista já toda a descrição dos fatos ocorridos, e que não se passa de simples temor reverencial da S ra. Suzana para com a Sra. Juliana, de que não houvera efetivo temor de dano iminente à pessoa da Autora. Por tanto, não há que se falar em vício de consentimento no caso em tela, de vendo, assim, ser declarado improcedente o pedido de anulação do negócio jurídico. Nesses termos: 
 
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo. (CC) 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.(CC ) 
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.(CC)
IV. DO PEDIDO 
Isto posto, requer à V. Exa: 
1- O acolhimento das preliminares peremptórias aludidas nesta peça, devendo ser declarada a extinção do presente feito com resolução do mérito, nos termos do artigo 485, II, em razão da intempestividade da ação inicial e ademais, pela ocorrência de rediscução de matéria já decidida em sentença transitada em julgado;
2 – Seja reconhecida a decadência extinguindo-se o processo com resolução do mérito nos termos do Art. 487, II, NCPC;
3 – Vencidas as preliminares e a prejudicial, que no mérito seja julgado improcedente o pedido autoral; 
4 - A condenação do autor ao pagamento das custas e honorários de advogado, estes a serem fixados em 20% sobre o valor da causa; 
V. DAS PROVAS 
 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos Arts 369 e seguinte do NCPC, em especial documental superveniente, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do autor. 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local, (Dia) de (Mês) de (Ano)
Assinatura 
Nome do Advogado OAB/(UF)

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