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caderno do volume 3 - 2009 PROFESSOR 3a SÉRIE M AT EM ÁT IC A ensino médio Governador José Serra Vice-Governador Alberto Goldman Secretário da Educação Paulo Renato Souza Secretário-Adjunto Guilherme Bueno de Camargo Chefe de Gabinete Fernando Padula Coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas Valéria de Souza Coordenador de Ensino da Região Metropolitana da Grande São Paulo José Benedito de Oliveira Coordenador de Ensino do Interior Rubens Antonio Mandetta Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Fábio Bonini Simões de Lima EXECUÇÃO Coordenação Geral Maria Inês Fini Concepção Guiomar Namo de Mello Lino de Macedo Luis Carlos de Menezes Maria Inês Fini Ruy Berger GESTÃO Fundação Carlos Alberto Vanzolini Presidente do Conselho Curador: Antonio Rafael Namur Muscat Presidente da Diretoria Executiva: Mauro Zilbovicius Diretor de Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação: Guilherme Ary Plonski Coordenadoras Executivas de Projetos: Beatriz Scavazza e Angela Sprenger COORDENAÇÃO TÉCNICA CENP – Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: matemática, ensino médio - 3ª- série, volume 3 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Nílson José Machado, Roberto Perides Moisés, Walter Spinelli.– São Paulo : SEE, 2009. ISBN 978-85-7849-362-2 1. Matemática 2. Ensino Médio 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Inês. II. Granja, Carlos Eduardo de Souza Campos. III. Mello, José Luiz Pastore. IV. Machado, Nílson José. V. Moisés, Roberto Perides. VI. Spinelli, Walter. VII. Título. CDU: 373.5:51 S239c A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegi- dos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº 9.610/98. * Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais. Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas Coordenação do Desenvolvimento dos Conteúdos Programáticos e dos Cadernos dos Professores Ghisleine Trigo Silveira AUTORES Ciências Humanas e suas Tecnologias Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo, Regina Célia Bega dos Santos e Sérgio Adas História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers Ciências da Natureza e suas Tecnologias Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti e Sérgio Roberto Silveira LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos Matemática Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie Equipe de Produção Coordenação Executiva: Beatriz Scavazza Assessores: Alex Barros, Beatriz Blay, Carla de Meira Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark, Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias Moretti Equipe Editorial Coordenação Executiva: Angela Sprenger Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa Projeto Editorial: Zuleika de Felice Murrie Edição e Produção Editorial: Edições Jogo de Amarelinha, Conexão Editorial e Occy Design (projeto gráfico) APOIO FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação CTP, Impressão e Acabamento Esdeva Indústria Gráfica Caras professoras e caros professores, Tenho a grata satisfação de entregar-lhes o volume 3 dos Cadernos do Professor. Vocês constatarão que as excelentes críticas e sugestões recebidas dos profis- sionais da rede estão incorporadas ao novo texto do currículo. A partir dessas mesmas sugestões, também organizamos e produzimos os Cadernos do Aluno. Recebemos informações constantes acerca do grande esforço que tem caracte- rizado as ações de professoras, professores e especialistas de nossa rede para promover mais aprendizagem aos alunos. A equipe da Secretaria segue muito motivada para apoiá-los, mobilizando todos os recursos possíveis para garantir-lhes melhores condições de trabalho. Contamos mais uma vez com a colaboração de vocês. Paulo Renato Souza Secretário da Educação do Estado de São Paulo São Paulo faz escola – Uma Proposta Curricular para o Estado 5 Ficha do Caderno 7 Orientação geral sobre os Cadernos 8 Situações de Aprendizagem 12 Situação de Aprendizagem 1 – Grandezas, interdependência: um panorama sobre funções 12 Situação de Aprendizagem 2 – Construção de gráficos: um olhar “funcional” 21 Situação de Aprendizagem 3 – As três formas básicas de crescimento ou decrescimento: a variação e a variação da variação 27 Situação de Aprendizagem 4 – Os fenômenos naturais e o crescimento ou decrescimento exponencial: o número ℮ 37 Orientações para Recuperação 50 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 52 Considerações finais 53 Conteúdos de Matemática por série/bimestre do Ensino Médio 54 SUMáRiO 5 SãO PAUlO FAz ESCOlA – UMA PROPOStA CURRiCUlAR PARA O EStAdO Prezado(a) professor(a), É com muita satisfação que lhe entregamos mais um volume dos Cadernos do Professor, parte integrante da Proposta Curricularde 5ª- a 8ª- séries do Ensino Fundamental – Ciclo II e do Ensino Médio do Estado de São Paulo. É sempre oportuno relembrar que esta é a nova versão, que traz também a sua autoria, uma vez que inclui as sugestões e críticas recebidas após a implantação da Proposta. É também necessário relembrar que os Cadernos do Professor espelharam-se, de forma objetiva, na Base Curricular, referência comum a todas as escolas da rede estadual, e deram origem à produção dos Cadernos dos Alunos, justa reivindicação de professores, pais e famí- lias para que nossas crianças e jovens possuíssem registros acadêmicos pessoais mais organi- zados e para que o tempo de trabalho em sala de aula pudesse ser melhor aproveitado. Já temos as primeiras notícias sobre o sucesso do uso dos dois Cadernos em sala de aula. Este mérito é, sem dúvida, de todos os profissionais da nossa rede, especialmente seu, professor! O objetivo dos Cadernos sempre será o de apoiar os professores em suas práticas de sala de aula. Podemos dizer que este objetivo está sendo alcançado, porque os professores da rede pública do Estado de São Paulo fizeram dos Cadernos um instrumento pedagógico com bons resultados. Ao entregar a você estes novos volumes, reiteramos nossa confiança no seu trabalho e contamos mais uma vez com seu entusiasmo e dedicação para que todas as crianças e jo- vens da nossa rede possam ter acesso a uma educação básica de qualidade cada vez maior. Maria Inês Fini Coordenadora Geral Projeto São Paulo Faz Escola 6 7 FiChA dO CAdERnO Funções como relações de interdependência: qualidades, gráficos, transformações, variações nome da disciplina: Matemática área: Matemática Etapa da educação básica: Ensino Médio Série: 3a Volume: 3 temas e conteúdos: A ideia de função: um panorama de exemplos Construção e análise de gráficos de funções Análise da variação das funções: crescimento, decrescimento, taxas 8 ORiEntAçãO GERAl SObRE OS CAdERnOS Os temas escolhidos para compor o conteú- do disciplinar de cada bimestre não se afas- tam, de maneira geral, do que é usualmente ensinado nas escolas, ou do que é apresenta- do pelos livros didáticos. As inovações pre- tendidas referem-se à forma de abordagem desses temas, sugerida ao longo dos Cader- nos de cada um dos bimestres. Em tal abor- dagem, busca-se evidenciar os princípios norteadores do presente currículo, desta- cando-se a contextualização dos conteúdos, as competências pessoais envolvidas, espe- cialmente as relacionadas com a leitura e a escrita matemática, bem como os elementos culturais internos e externos à Matemática. Em todos os Cadernos, os conteúdos estão organizados em oito unidades de extensões aproximadamente iguais, que podem corres- ponder a oito semanas de trabalho letivo. De acordo com o número de aulas disponíveis por semana, o professor explorará cada assunto com mais ou menos aprofundamento. A crité- rio do professor, em cada situação específica, o tema correspondente a uma das unidades pode ser estendido para mais de uma semana, enquanto o de outra unidade pode ser tratado de modo mais simplificado. É desejável que o professor tente con- templar todas as oito unidades, uma vez que, juntas, compõem um panorama do conteúdo do bimestre e, muitas vezes, uma das unidades contribui para a compreensão das outras. Insistimos, no entanto, no fato de que so- mente o professor, em sua circunstância parti- cular e levando em consideração seu interesse e o dos alunos pelos temas apresentados, pode determinar adequadamente quanto tempo de- dicar a cada uma das unidades. Ao longo dos Cadernos, são apresentadas, além de uma visão panorâmica do conteúdo do bimestre, quatro Situações de Aprendizagem (1, 2, 3 e 4), que pretendem ilustrar a forma de abordagem sugerida, instrumentalizando o professor para sua ação em sala de aula. As situações são independentes e podem ser exploradas pelo professor com mais ou me- nos intensidade, segundo o seu interesse e da sua classe. Naturalmente, em razão das limi- tações no espaço dos Cadernos, nem todas as unidades foram contempladas com Situa- ções de Aprendizagem, mas a expectativa é de que a forma de abordagem dos temas seja explicitada nas atividades oferecidas. São apresentados também em cada Cader- no, sempre que possível, materiais disponíveis (textos, softwares, sites, vídeos, entre outros) em sintonia com a forma de abordagem pro- posta que podem ser utilizados pelo professor para o enriquecimento de suas aulas. Compõem o Caderno ainda algumas con- siderações sobre a avaliação a ser realizada, bem como o conteúdo considerado indispen- sável ao desenvolvimento das competências esperadas no presente bimestre em cada Situa- ção de Aprendizagem. 9 Matemática – 3a série – Volume 3 Conteúdos básicos do bimestre O conteúdo básico do 3o bimestre da 3a série é a ideia de função, que é a tradução, em linguagem matemática, da relação de in- terdependência entre duas ou mais grande- zas. Tal ideia já foi apresentada aos alunos anteriormente em diversas situações e seria interessante uma breve retomada de tais ocor- rências por parte do professor, antes de iniciar os trabalhos deste bimestre. O fundamento dessa noção pode ser en- contrado na 6a série do Ensino Fundamen- tal, no estudo da proporcionalidade direta ou inversa: quando duas grandezas são pro- porcionais, o valor de uma delas é deter- minado pelo valor da outra, ou seja, se y é proporcional a x, para cada valor de x existe em correspondência um e somente um valor para y, ou seja, y é uma função de x. No caso da proporcionalidade direta, expressamos tal fato escrevendo: y = kx; na proporcionali- dade inversa, traduzimos a interdependência escrevendo y = kx , sendo k uma constante, nos dois casos. Na 8a série, tal noção foi explorada um pouco mais, estudando-se as funções de 1o grau y = ax + b, que sempre traduzem uma proporcionalidade (entre y – b e x), e as fun- ções de 2o grau y = ax2 + bx + c, que sempre traduzem uma proporcionalidade entre uma grandeza e o quadrado de outra. De fato, uma vez que sempre podemos escrever o tri- nômio de 2o grau na forma y = k(x – u)2 + v, podemos dizer que y – v é diretamente pro- porcional a (x – u)2 . Na 1a série do Ensino Médio, retomamos o estudo das funções, procurando caracteri- zar melhor a situação de interdependência entre duas grandezas, uma das quais pode variar livremente – é a variável independen- te – sendo que a outra tem o seu valor deter- minado pelo valor da primeira – é a variável dependente. Assim, sendo x a variável inde- pendente, se a cada valor de x corresponde um único valor da variável dependente y, então dizemos que y é uma função de x e es- crevemos y = f(x). Nessa perspectiva, foram estudadas as funções de 1o grau f(x) = ax + b e a de 2o grau f(x) = ax2 + bx + c. Além disso, foram estudados dois tipos especiais de fun- ção, em que uma das variáveis aparece como expoente, como nos casos em que y = ax ou x = ay, sendo a uma constante positiva e di- ferente de 1. No primeiro caso, em que a variável independente está no expoente, te- mos a função exponencial f(x) = ax e, no se- gundo, em que a variável dependente está no expoente, escrevemos f(x) = logax, e temos a função logarítmica. Ambas as funções são especialmente importantes para representar matematicamente fenômenos que não envol- vem proporcionalidade direta ou inversa entre as grandezas, mas em que uma delas cresce ou decresce exponencialmente com a outra: crescimento de populações, juros compostos,desintegração radioativa são exemplos de fenômenos desse tipo. Na 2a série do Ensino Médio, fomos apre- sentados a um novo tipo de função, espe- cialmente adequada para a representação de fenômenos periódicos: as funções trigonomé- tricas f(x) = senx, g(x) = cosx, entre outras. 10 Em tais funções, embora os valores de x pos- sam variar livremente ao longo de toda a reta real, os valores correspondentes de f(x) repe- tem-se periodicamente, situando-se entre os extremos 1 e –1. Em todas essas situações, foram apre- sentadas certas qualidades das funções em questão, sobretudo as associadas aos res- pectivos gráficos e relativas ao crescimen- to ou decrescimento, bem como à eventual existência de valores máximos ou mínimos, por exemplo. A partir de agora, serão explo- radas de modo um pouco mais sistematizado as qualidades / características das funções já estudadas em séries anteriores, ampliando-se as possibilidades de construção de gráficos e da compreensão das formas básicas de crescimento ou decrescimento. Com isso, a possibilidade de utilização de funções para compreensão de fenômenos da realidade concreta será ampliada, e os alunos pode- rão apreciar com mais nitidez a riqueza da linguagem das funções. Para a organização dos trabalhos ao longo do bimestre, propomos a seguinte estrutura: Nas três primeiras unidades, serão apre- f sentadas as funções já estudadas em sé- ries anteriores (funções de 1o e 2o graus, funções polinomiais, funções exponencial e logarítmica, funções trigonométricas), tendo em vista não somente a recorda- ção de suas principais qualidades, mas também a construção de um panorama comparativo das relações de interdepen- dência já conhecidas (Situação de Apren- dizagem 1 – Grandezas, interdependência: um panorama sobre funções). Nas duas unidades seguintes, serão explo- f rados especialmente os recursos para a construção de gráficos envolvendo as fun- ções apresentadas nas três primeiras uni- dades, incluindo as transformações que se podem realizar sobre cada uma delas: composição, translações, etc. (Situação de Aprendizagem 2 – Construção de gráficos: um olhar “funcional”). Nas três últimas unidades, buscar-se-á f caracterizar as diferentes formas de cres- cimento ou decrescimento, as taxas de va- riação e suas relações com as concavidades (as inflexões). Ainda que a abordagem seja essencialmente qualitativa, serão calcula- dos os valores das taxas em alguns exem- plos simples (Situação de Aprendizagem 3 – As três formas básicas de crescimento ou decrescimento: a variação e a variação da variação). Será apresentada ainda uma re- trospectiva das funções das unidades ante- riores, tendo em vista um estudo simples do crescimento, do decrescimento e das taxas de variação, à guisa de conclusão (Situação de Aprendizagem 4 – Os fenôme- nos naturais e o crescimento ou decresci- mento exponencial: o número ℮). 11 Matemática – 3a série – Volume 3 Quadro geral de conteúdos do 3o bimestre da 3a série do Ensino Médio Unidade 1 – A ideia de função – Da proporcionalidade às funções polinomiais. Unidade 2 – Variável no expoente – Funções exponencial e logarítmica. Unidade 3 – Fenômenos periódicos e funções trigonométricas. Unidade 4 – Construção de gráficos – Em vez de “ponto a ponto”, um olhar “funcional”. Unidade 5 – Funções e transformações: composições, translações, inversões. Unidade 6 – Formas básicas de crescimento e decrescimento – Taxas de variação e concavi- dade; polinômios. Unidade 7 – O crescimento exponencial e a função f(x) = ℮x. Unidade 8 – Exercícios sobre funções, incluindo gráficos, taxas de variação, concavidade, crescimento exponencial. 12 SitUAçõES dE APREndizAGEM SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 1 GRANDEzAS, INTERDEPENDêNCIA: uM PANORAMA SObRE FuNçõES Muitas relações de interdependência entre grandezas já terão sido estudadas pelos alu- nos até o presente bimestre, desde as situações que envolviam grandezas proporcionais até aquelas que consideravam o crescimento ou o decrescimento exponencial, ou ainda as que se referiam a fenômenos periódicos, em que os valores de uma grandeza repetem-se capricho- samente a cada novo período. Nosso objetivo agora é recordar tais temas, munindo-os de uma linguagem e de recursos mais amplos, ou seja, abordando tais interde- pendências como funções. Ao mesmo tempo, procuraremos compor um panorama das funções até aqui estudadas, destacando suas qualidades essenciais e fazendo com que colaborem mutua- mente, favorecendo uma compreensão mais ampla de múltiplos fenômenos da realidade. As competências básicas – expressão, com- preensão, contextualização, argumentação, decisão – estarão presentes continuamente ao longo das atividades previstas, uma vez que, como já se afirmou anteriormente, buscamos com as funções uma linguagem adequada para compreender e expressar fenômenos de diferentes tipos, praticando efetivamente o movimento de apreender um contexto e representá-lo por meio da linguagem mate- mática, tendo sempre como meta a argumen- tação e a tomada de decisões em situações concretas. Sugere-se ao professor que utilize duas se- manas na construção do panorama sobre o estudo das funções já realizado até o presente momento nas séries anteriores. tempo previsto: 2 semanas. Conteúdos e temas: panorama/resumo sobre funções de 1o e 2o graus, funções exponencial e logarítmica, funções trigonométricas, com a apresentação de seus gráficos em situações simples e de suas propriedades fundamentais. Competências e habilidades: expressar e compreender fenômenos de diferentes tipos por meio da linguagem matemática, especificamente por meio da representação de funções; argumentar e tomar decisões na resolução de situações-problema vinculadas a fenômenos da realidade. Estratégias: apresentação, de forma sintética, dos conteúdos e temas, com destaque para a ideia de função como uma especial situação de interdependência; exploração de alguns exercícios exemplares dos vários tipos de função em estudo. 13 Matemática – 3a série – Volume 3 Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 1 Conteúdos e temas Seria interessante que o professor recor- dasse as características principais das funções referidas anteriormente, quais sejam: f Função de 1o grau: y = ax + b, com a e b constantes, a ≠ 0 Estudada na 6a série do Ensino Funda- mental, na 8a série do Ensino Fundamental, na 1a série do Ensino Médio e no 1o bimestre da 3a série do Ensino Médio, essa função ex- pressa a proporcionalidade direta entre y – b e x. O coeficiente a representa a variação de y por unidade a mais de x, a partir de qual- quer ponto. f Função do 2o grau: y = ax2 + bx + c, com a, b e c constantes, a ≠ 0 Estudada na 8a série do Ensino Funda- mental, na 1a série do Ensino Médio e no 1o bimestre da 3a série do Ensino Médio. O si- nal do coeficiente a indica a concavidade da curva que é o gráfico (parábola): quando a > 0, a concavidade é para cima e a função tem um valor mínimo no ponto (u,v), sendo u b a = – 2 e v = f(u); quando a < 0, a concavidade é para baixo e a função tem um valor máximo no ponto (u,v), sendo u b a = – 2 e v = f(u). Função f y = kx , com k constante, k ≠ 0 Estudada na 6a série do Ensino Funda- mental e na 3a série do Ensino Médio, essa função representa a proporcionalidade inver- sa entre as grandezas y e x; podemos dizer que y é inversamente proporcional a x ou que x é inversamente proporcional a y. A curva que representa o gráfico é uma hipérbole. f Funções exponencial e logarítmica: y = ax e y = loga x, com a > 0 e a ≠ 1 Estudadasna 1a série do Ensino Médio, as funções exponenciais e logarítmicas po- dem ser entendidas com base na mesma rela- ção y = ax, a partir da qual se pode escrever x = loga y. De modo geral, representam situações em que uma variável encontra-se no expoente, caracterizando um crescimento ou decresci- mento exponencial. Quando a variável inde- pendente está no expoente, temos a função exponencial; quando a variável dependente está no expoente, temos a função logarítmica. f Funções trigonométricas: y = senx, y = cosx, y = tgx, y = secx, entre outras Estudadas na 2a série do Ensino Médio. Vale a pena destacar que o cosseno de um arco x é o seno do arco complementar de x, ou seja, o seno de π 2 – x , de modo que todas as propriedades da função cosseno podem ser deduzidas a partir da função seno. Algo similar ocorre com a função cossecante de x, que é a secante do comple- mento de x, e cotangente de x, que é a tan- gente do complemento de x. Assim, as duas funções trigonométricas fundamentais são y = senx e y = tgx. A construção dos gráficos corresponden- tes na forma básica poderá ser apresentada 14 8ª PROVA Vanzolini – CP Matemática 3 MAT_CP_3a_vol3_P8 Ricardo10a PROVA P.I. Kleber ou recordada com maior ou menor ênfase, uma vez que uma ampliação nos recursos para a construção de gráficos será realizada nas uni- dades 4 e 5 (Situação de Aprendizagem 2). uma estratégia a ser explorada nesta Si- tuação de Aprendizagem, para a apresenta- ção dos conteúdos e temas acima descritos, é a seguinte: apresentação de forma sintética dos con- f teúdos e temas, com destaque para a ideia de função como uma especial situação de interdependência; exploração de alguns exercícios exemplares f dos vários tipos de função em estudo. Apresentação dos conteúdos e temas uma grandeza é algo que pode ser medi- do; seu valor é o resultado dessa medida e pode ser constante ou variável em cada situa- ção concreta. Chamaremos uma grandeza variável (ou constante) apenas de variável (ou constante). Quando uma variável y de- pende de outra variável x de tal forma que a cada valor que atribuímos livremente a x cor- responde um único valor para y, dizemos que y é uma função de x, e escrevemos y = f(x). Dizemos que x é a variável independente e que y é a variável dependente. Naturalmente, qualquer letra pode representar as variáveis dependente e independente; quando escreve- mos w = f(z), por exemplo, queremos dizer que a variável dependente w é uma função da variável independente z. uma grandeza pode depender dos valores atribuídos a duas outras; a área A de um retân- gulo depende dos comprimentos de seus dois lados, x e y. Dizemos, nesse caso, que A é uma função das duas variáveis independentes x e y. Na escola básica, somente estudamos funções de uma variável, mas podemos facilmente imaginar situações práticas em que uma grandeza depen- de simultaneamente de várias outras, sendo uma função de diversas variáveis. Alguns exemplos simples de funções são apresentados a seguir: Exemplo 1 – O comprimento C de uma circun- ferência é uma função de seu raio x: C = 2πx Exemplo 2 – O preço p a pagar por uma corrida de táxi de x quilômetros é uma função de x: p = f(x) 15 Matemática – 3a série – Volume 3 Exemplo 3 – A área A de um quadrado é uma função de seu lado x: A = x2 • Exemplo 4 – A distância vertical y percor- rida por um corpo em queda livre é uma fun- ção do tempo t de queda: y = f(t). (próximo à superfície da Terra temos y = 4,9t2, y em metros e t em segundos) • Exemplo 5 – A massa m de uma substância radioativa diminui com o tempo, ou seja, é uma função do tempo de decomposição t: m = f(t). Para certa substância, tem-se m = mo . 2 –0,1t, em que mo é a massa inicial e t o tempo de decomposição em horas. Exemplo 6 – Mantendo-se constante a tem- peratura, a pressão P de um gás no interior de um recipiente de volume variável V é uma função de V: P = f(V). No caso, temos P k V = , onde k é uma constante. Exemplo 7 – uma pequena bola é presa a uma mola perfeitamente elástica; afastada da posição O de equilíbrio de uma distância a, a bola oscila em torno da mola, deslocando-se em uma superfície lisa, horizontal; a distância x da bola até o ponto O depende do instante t considerado, ou seja, é uma função de t: x = f(t). No caso, temos x = a . cos(kt), onde k é uma constante que depende da elasticidade da mola e da massa da bola. 16 Exercícios exemplares Alguns exercícios propostos a seguir po- derão servir de pretexto para uma revisão do que já foi estudado sobre funções até o pre- sente momento. Com base em cada um dos exercícios, o professor poderá sugerir ou criar outros exercícios análogos. Atividade 1 Na figura seguinte está representada uma viga reta Ab, que sustenta um arco Ab de parábola, construído de ferro e apoiado em hastes verticais. A largura l do vão é de 40 m e a flecha f do arco de parábola tem 5 m. Sa- bendo que as hastes verticais são igualmente espaçadas no vão, calcule seus comprimentos y1, y2 e y3. Escolhendo o sistema de coordenadas XOY indicado na figura, a parábola será o gráfico da função f(x) = ax2 + c, com a < 0. Como as hastes são igualmente espaçadas, os comprimentos das hastes serão os valores de f(x) para x1 = 5, x2 = 10 e x3 = 15. Como a flecha do arco de parábola é f = 5, segue que c = 5 e f(x) = ax2 + 5. Como o ponto B tem abscissa x = 20 e ordenada y = 0, segue que f(20) = 0 e então, 0 = a . 202 + 5, ou seja, a = – 1 80 . Logo, f(x) = – 1 80 x2+5 e os valores procurados são: y f x f m1 1 5 75 16 4 69= = = ≅( ) ( ) , y f x f m2 2 10 15 4 3 75= = = ≅( ) ( ) , y f x f m 3 3 15 35 16 2 19= = = ≅( ) ( ) , Atividade 2 Entre todos os retângulos de perímetro 24 m, qual deles tem a maior área? 1 m 6 m 6 m Um retângulo de perímetro 24 m pode ser bem “magrinho”, tendo área muito pequena. Chamando de x e y os lados de um retângulo, seu perímetro será p = 2x + 2y e sua área será A = xy. Como devemos ter p = 24, 11 m 17 Matemática – 3a série – Volume 3 a cada valor de x escolhido corresponderá um valor para y, ou seja, y é uma função de x. No caso, temos y = 12 – x. A área do retângulo é uma função de x e y, mas como y = 12 – x, segue que a área A é uma função de x: A = f(x) = x.(12 – x) = 12x – x2. Esta função é um trinômio de 2o grau que se anula para x1 = 0 e para x2 = 12. Seu gráfico é uma parábola com a concavidade voltada para baixo, ou seja, a função área apresenta um valor máximo no ponto de coordenadas (u; v), sendo (x1 + x2) 2 u = e v = f(u). Logo, u = 6 e Amáx = f(6) = 36. O retângulo de perímetro 24 m e área máxima é, pois, o quadrado de lado 6 m; a área máxima é igual a 36 m2. Atividade 3 A população n de determinado município cresce exponencialmente desde a sua funda- ção, há 20 anos, de acordo com a expressão N = 3 000 . 100,1t, sendo t em anos. a) Esboce o gráfico de n como função de t. A população N é uma função do tempo t, contado a partir da fundação: N = f(t)= 3 000 . 100,1t. O gráfico de f(t), neste caso, é o de uma função exponencial crescente, cujo valor inicial (para t = 0) é 3 000. b) Calcule o valor da população n, 15 anos após a fundação do município. O valor de N para t = 15 é N = f(15) = = 3 000 . 100,1.15 = 3 000 . 10 3 2 ≅ ≅ 94 868 habitantes c) Depois de quanto tempo, após a funda- ção, o valor de n atingiu 216 000 habi- tantes? O valor de N será 216 000 para um valor de t tal que f(t) = 216 000,ou seja, 3 000 . 100,1t = 216 000 Logo, 100,1t = 72 e 0,1t = log72 Consultando uma tabela de logaritmos ou usando uma calculadora, obtemos log72 = 1,86; segue que t ≅ 18,6 anos. Atividade 4 Certa substância radioativa se decompõe de tal forma que sua massa m reduz-se à metade do valor inicial a cada 4 horas, ou seja, m = mo. 2 – 0,25t, sendo mo o valor inicial da massa (t em horas). Partindo de 60 g da substância, pede-se: a) o gráfico de m como função de t; A função m = f(t) = 60 . 2–0,25t é uma expo- nencial decrescente, a partir do valor inicial 60. N t 216 000 94 868 3 000 0 15 18,6 18 b) a massa m restante após 8 h; O valor de f(t) para t = 8 é: m = f(8) = 60 . 2 – 0,25 . 8 = 15 g c) a expressão de t como função de m; Expressando t em termos de m, ou seja, escrevendo t como uma função de m, obtemos sucessivamente: 60 . 2–0,25t = m 2 60 0 25− =, t m – 0 25 602 , logt m= t = – 4 . log m 602 d) após quanto tempo a massa restante será igual a 12 g? Para saber após quanto tempo a massa m será igual a 12 g podemos usar a expressão de m em função de t, ou a expressão de t em função de m obtida no item c: t = – 4 . log 12 60 = – 4 . log 1 5 = 4 . log 52 2 2 Usando uma calculadora, obtemos o valor log25 ≅ 2,32; segue que t ≅ 9,28 h. Atividade 5 uma pequena bola é presa a uma mola per- feitamente elástica, apoiada em uma superfície horizontal lisa, conforme mostra a figura. Com a mola em seu comprimento normal, a bolinha fica em equilíbrio, parada. Afastando-se a boli- nha 10 cm da posição de equilíbrio, a mola fica esticada; abandonando-se, então, a bolinha, ela passa a oscilar em torno da posição inicial, realizando um movimento de vai e vem. É pos- sível mostrar que o afastamento x da bolinha em relação à posição de equilíbrio é uma fun- ção periódica do tempo t, e pode ser expressa pela fórmula x = 10 . cos(kt), com x em centí- metros e t em segundos. Notando que a boli- nha retorna à posição em que foi abandonada (x = 10) a cada 4 segundos: a) determine o valor de k; Sabemos que para t = 0, x = 10 e que para t = 4, temos x = 10 (primeiro retorno à posição inicial), resulta, então: 10 = 10 . cos(k . 4) Logo, cos(4k) = 1, o que implica: 4k = 2π, ou seja, k = π 2 Note que para t = 8, também temos 10cos(k . 8) = 10, e cos(8k) = 1; também temos 8k = 4π (segundo retorno à posição inicial). m 60 m = 60 . 2 – 0,25t 8 t ? 19 Matemática – 3a série – Volume 3 b) calcule o valor de x para t = 1s, t = 2s, t = 3s e t s= 10 3 . Sendo, x = 10.cos calculemos os valores de x para os valores indicados de t: t =1 x = . =10= .10= . 2 0 cmcos π t = 2 s cx = . .s c.s c s c s c s c s cs cs c s c s cs c s c s c s cs c s c s c s c s c s cs c s cs c= =s c10= .10= . 2 2 1s c2 1s c 2 1 s c s c2 1s c s cs c s c2 1s c s cs cs c2 1s cs c 2 1 s c s cs c s c2 1s c s cs c s cs c s cs c s c2 1s c s cs c s cs c= =s c2 1s c= =s c0 1s c0 1s c= =0 1= =s c= =s c0 1s c= =s c −0 1− 0 cmco 0 1os0 1= =0 1= =os= =0 1= = π 0 1π0 1= =0 1= =π= =0 1= = t = 3 x = . . 10= .10= . 2 3 0 cm3 0 cm 3 0 cm 3 0 cm 3 0 cm 3 0 cm =3 0 cm=cos π t = 10 3 s cx = . s c⋅s c s c s c s c s cs cs c s c s cs c s c s c s cs c s c s c s c s c s cs cs c s c s cs c s c s c s cs c s cs c= .s c10= .10= . 2 10 3 co π ππ π10π π10 s cs c= .s c = . =10s c10s cs c= .s c10s c= .s c 5 3 10= .10= . 1 2 os π ππ π 10 π π 10 5π π5 5 cm55 cm5 c) construa o gráfi co de x como função de t. O gráfi co da funçãox f t tt t= =x f= =x f t t= =t t.t t.t t t t t t t t t tt tt tt t t tt t t t t t t tt t t t ( )t t( )t t= =( )= =t t= =t t( )t t= =t tt tcot tt tst t10t t10t t 2 π é mostrado a seguir: Atividade 6 Esboçar o gráfi co da função polinomial f(x) = (x – 1).(x – 2).(x – 5). Notamos que o gráfi co corta o eixo x nos pontos (1;0), (2;0), e (5;0), ou seja, que x = 1, x = 2 e x = 5 são raízes da equação polinomial de grau 3 correspondente à igualdade f(x) = 0. Isso é sufi ciente para um esboço do gráfi co de f(x) pelas seguintes razões: a curva que representa o gráfi co de uma fun- f ção polinomial é contínua, suave, assumindo todos os valores intermediários entre dois valores dados; o número de raízes reais de uma equação poli- f nomial (algébrica) de grau 3 é no máximo 3; em consequência, o gráfi co não cortará o f eixo x em outro ponto, além dos 3 já iden- tifi cados; o valor de f(0) é (–1).(–2).(–5), ou seja, é –10. f Reunindo as informações anteriores, temos o esboço do gráfi co: Construindo o gráfi co efetivamente, usando um software, obtemos: É interessante notar que, na função poli- nomial f(x) = ax3 + bx2 + cx + d, quando x assume valores muito altos, os valores de f(x) f(x) = (x–1).(x–2).(x–5) x521 –10 0 y t tt t.t t.t t t t t t t t t tt tt tt t t tt t t t t t t tt t t t t tcot tt tst t10t t10t t 2 π 20 acompanham de perto os valores absolutos de ax3, sendo muito altos, se a > 0, ou muito bai- xos, se a < 0. No exemplo, como a = 1, temos valores de f(x) muito altos para valores mui- to grandes de x e valores de f(x) muito baixos para valores muito pequenos de x. Atividade 7 Esboçar o gráfico da função polinomial f(x) = x.(x + 1).(x – 2).(3x – 7). De modo análogo ao que foi feito na ativi- dade 6, temos: as raízes da equação polinomial de grau 4 f representada pela igualdade f(x) = 0 são x = 0, x = –1, x = 2 e x = 7 3 ; sendo a equação de grau 4, ela terá no máxi- f mo 4 raízes reais, ou seja, o gráfico somente cortará o eixo x nos pontos correspondentes às quatro raízes mencionadas; notamos, mesmo sem efetuar os cálculos, que f o coeficiente do termo em x4 é positivo e igual a 3, ou seja, quando os valores de x crescem muito, os valores de f(x) são “dominados” pelos valores de 3x4, ou seja, tornam-se cada vez maiores; o mesmo ocorre quando x se tor- na muito pequeno (–1 000 000, por exemplo), uma vez que o maior expoente de x é par; segue o esboço do gráfico de f(x): f Construindo efetivamente o gráfico usando um software, obtemos: Considerações sobre a avaliação Ao final deste percurso de aprendizagem, a expectativa é que os alunos reconheçam situações de interdependência entre grandezas em contex- tos característicos, como o da proporcionalidade direta e inversa, o do crescimento exponencial e logarítmico e dos fenômenos periódicos, as- sociados a funções do tipo seno ou cosseno. As características das funções polinomiais de 1o e 2o graus, estudadas já na 8a série do Ensino Fundamental, devem aqui ser consolidadas. Os gráficos das funções estudadas podem ser apresentados apenas na forma básica, sem explo- ração maior das transformações que podem ser realizadas sobre eles, uma vez que tal estudo será realizado mais adiante. As atividades apre- sentadas no roteiro desta Situação de Aprendi- zagem representam uma amostra da expectativa sobre o resultado final do panorama composto.Como dito inicialmente, a construção de um panorama sobre as situações de interdependên- cia teve como estratégia a exploração de algu- mas atividades consideradas exemplares, que constituiriam meros pretextos para o professor, a partir deles, recordar ou apresentar as caracte- rísticas das funções envolvidas. f(x) =x.(x+1).(x–2).(3x–7) y x 0–1 2 7 3 21 Matemática – 3a série – Volume 3 Convidamos o professor, nesta Situação de Aprendizagem, a explorar uma forma es- pecial de construir o gráfico de uma função y = f(x), que pode ser muito interessante. Nosso objetivo é apresentar uma nova es- tratégia, que complementa a estratégia mais frequente, qual seja, a atribuição de valores à variável independente x, a determinação dos valores da variável dependente y, a cons- trução de tabelas com os valores de x e y e a representação dos pontos (x;f(x)) no pla- no cartesiano. Esse procedimento “ponto a ponto” pode ser muito interessante quando já sabemos o tipo de curva que será o grá- fico, mas é bem pouco efetivo quando não dispomos dessa informação. Com os conhecimentos que já temos sobre as funções apresentadas na Situação de Apren- dizagem 1, vamos agora procurar desenvolver um olhar “funcional” sobre a expressão y = f(x), procurando identificar as funções mais sim- ples componentes da expressão f(x). Para obter o gráfico de f(x) = x2 + 5, por exemplo, basta construir o gráfico de y = x2 e deslocá-lo para cima 5 unidades, na direção do eixo y. Muitas transformações simples podem ser realizadas a partir dos gráficos das funções em sua forma básica, como foi apresentado na Situação de Aprendizagem 1. As mesmas competências básicas asso- ciadas aos conteúdos e temas da Situação de Aprendizagem 1 estarão presentes nesta Situa- ção de Aprendizagem 2, com destaque para a expressão e compreensão. Sugere-se que o professor utilize duas se- manas na exploração dessa nova estratégia para a construção de gráficos. SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 2 CONSTRuçãO DE GRáFICOS: uM OlhAR “FuNCIONAl” tempo previsto: 2 semanas. Conteúdos e temas: apresentação dos gráficos das funções recordadas na Situação de Apren- dizagem anterior; construção de gráficos de situações de interdependência envolvendo composições, translações, ampliações, reduções, apresentadas de modo informal. Competências e habilidades: expressar fenômenos diversos por meio de gráficos; compreen- der transformações realizadas sobre eles em diferentes contextos. Estratégias: apresentação de exemplos ilustrativos da construção de gráficos segundo um olhar “funcional”; proposição e exploração de exercícios representativos das diferentes transformações referidas. 22 Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 2 Conteúdos e temas Construção de gráfi f cos em situações em que a interdependência entre grandezas en- volve composições de funções, apresentada de modo informal. Translações, ampliações, reduções e ou- f tras transformações a serem realizadas nos gráficos das funções já conhecidas em sua forma básica. Por exemplo, uma fun- ção como f(x) = (x + 5)2 pode ser inter- pretada como a função f(X) = X2, sendo X = (x + 5); já a função f(x) = sen(x – 5) pode ser interpretada como a composi- ção da função f(X) = senX com a função X = (x – 5), e assim por diante. Também aqui a estratégia será a apresen- tação de uma série de exemplos ilustrativos da construção de gráficos segundo um olhar “funcional”, que podem servir de pretex- to para o professor explicar os conteúdos propostos. A seguir, uma série de exercícios exemplares representativos dos vários tipos de transformações vistas anteriormente será proposta para a exploração por parte do pro- fessor, que poderá criar a partir deles muitos outros igualmente significativos ao tema. Exemplos ilustrativos Para ilustrar o que se pretende explorar na presente Situação de Aprendizagem, vamos examinar a construção de alguns gráficos. Exemplo 1 – Gráfico de f(x) = x2 – 7 Temos que representar os pontos (x,y) em que y = x2 – 7. Podemos imaginar o gráfico de y = x2 deslocado 7 unidades para baixo na direção do eixo y. 0 5 10 –5 –2– 4–6 642 y x f(x) = x2–7 Exemplo 2 – Gráfico de f(x) = 2 + senx Podemos representar o gráfico de f(x) = 2 + senx deslocando o gráfico de y = senx 2 unidades para cima na direção do eixo y. 0 y x −5−10−15 5 10 15 2 4 −2 −4 y = senx f(x) = 2+senx Exemplo 3 – Gráfico de f(x) = (x – 3)2 Podemos imaginar o gráfico de y = x2 des- locado 3 unidades para a direita na direção do eixo x. O gráfico de y = (x – 3)2 é como se fosse o de y = X2, sendo X = x – 3. O vértice da pa- rábola desloca-se do ponto em que x = 0 para o ponto em que x = 3. y = x2 23 Matemática – 3a série – Volume 3 y x0 1 –2 4 2 –1 5 7 3 6 8 9 0–1 3 6 7–2 2 5–3 1 4 f(x) = (x–3)2 y =x2 Exemplo 4 – Gráfico de f(x) = 3(x+ 2) Podemos imaginar o gráfico de y = 3x des- locado para a esquerda na direção do eixo x. O gráfico de y = 3(x+2) é como se fosse o de y = 3X, sendo X = x + 2. É como se o eixo y se deslocasse horizontalmente de tal forma que o antigo ponto em que x = 0 fosse coincidir com o novo ponto em que x = –2 (ou seja, X = 0). y 0 1 –2 –4 –2–3 –1 1 2 3 74 85 9 10 11 12 13 4 2 –1 5 7 3 6 8 9 y = log2(x–5) y = log2x f(x) = 4 + log2(x–5) 6 x Exemplo 6 – Gráfico de f x x ( ) = + 1 12 Para construir o gráfico de f(x) podemos co- meçar com o de y = x2. Depois, fazemos o de y = x2 + 1, deslocando o de y = x2 uma unidade para cima, na direção do eixo y. A partir daí, para obter o gráfico de f(x), representamos os pontos (x,y) tais que o valor de y seja o inverso de x2 + 1, para cada valor de x. –1 50 6–3 3–5 1–2 4– 4 2–6 y x 1 2 3 y = x2+1 y = x2 f x x ( ) = + 1 12 É importante notar que: no ponto onde x = 0, x f 2 + 1 vale 1 e o inver- so de x2 + 1 é igual a 1; em todos os outros pontos x f 2 + 1 é positivo e maior do que 1, logo, seu inverso é positi- vo e menor do que 1; assim, o gráfico de f f x x ( ) = + 1 12 situa-se sempre acima do eixo x, aproximando-se mais e mais dele à medida que o valor de x aumenta, pois quanto maior for o valor de x2 + 1, menor será o valor de seu inverso. Exemplo 5 – Gráfico de f(x) = 4 + log2(x – 5) Para obter o gráfico de y = log2(x – 5) pode- mos imaginar o gráfico de y = log2 x deslocado de 5 unidades para a direita, como se estivéssemos construindo o gráfico de y = log2 X , sendo X = x – 5. Depois, deslocamos o gráfico assim obtido para cima, na direção do eixo y, 4 unidades. y x0 3 6 11 14 17 19 21 23 1 –2 4 9 7 12 15 18 20 22 2 –1 5 10 –1 1 2 3–2 13 16 8 f(x) = 3(x+2) y = 3x 24 Resumindo, na construção do gráfico de f x x ( ) = + 1 12 , podemos seguir os seguintes passos: construir o gráfico de y = x f 2 ; construir o gráfico de y = x f 2 + 1; construir o gráfico de f f x x ( ) = + 1 12 . Exemplo 7 – Gráfico de 7 1− =f x x ( ) Podemos fazer o gráfico de y = x e repre- sentar, para cada valor de x, a ordenada y que é o inverso de x. y x2 4 6 8 90 1 1 2 3 4 3 5 7–8 –6 –4 –2 –1–9 –4 –3 –2 –1 –7 –5 –3 f x x ( ) 1 y = x É importante notar que: quando x = 0 não existe o inverso de f x, ou seja, a função f(x) não está definida; quanto mais próximo de 0 é o valor de f x, maior é o valor absoluto do inverso de x, sen- do quevalores de x positivos têm inversos po- sitivos, e valores de x negativos têm inversos negativos; quanto maior é o valor absoluto de f x, tanto positivo quanto negativo, mais próximo de 0 é o inverso de x, sendo o sinal de x sempre igual ao sinal de seu inverso. Exemplo 8 – Gráfico de f x x ( ) – = 1 12 Podemos fazer o gráfico de y = x2, depois o de y = x2 – 1 e em seguida representar os pontos com abscissa x e ordenada o inverso de x2 – 1. y x –4 1–2 3–3 2–1 –1 5 –2 4 –3 3 –4 2 –5 1 0 0 4 y = x2 f x x ( ) = + 1 12 y = x2–1 É importante notar que: quando x f 2 – 1 = 0, ou seja, quando temos x = 1 ou x = –1, então a função f(x) não está definida; quando f x assume valores próximos de 1 ou de –1, os valores absolutos dos inversos tornam-se muito grandes. Se x se aproxima de 1 por valores maiores do que 1, os inver- sos tornam-se muito grandes (positivos), enquanto se x se aproxima de 1 por valores menores do que 1, os inversos tornam-se muito grandes em valor absoluto, mas ne- gativos. Algo similar ocorre quando x se aproxima de –1. Exemplo 9 – Gráfico de f(x) = 3senx O gráfico é análogo ao de y = senx, com a amplitude aumentando de 1 para 3 unidades, ou seja, os valores de f(x) oscilarão entre +3 e – 3. 25 Matemática – 3a série – Volume 3 –2 –1 y x 0 2 4 5 76 8 0 2 1 1 –2 –3 3 –1 3–3 Exemplo 10 – Gráfico de f(x) = 3x.senx Para construir o gráfico de f(x) = 3x.senx, basta imaginar o gráfico de y = A.senx, sendo que o valor de A varia de acordo com x se- gundo a reta y = 3x. Assim, o gráfico oscilará entre as retas y = 3x e y = –3x, conforme ob- servamos na figura a seguir: 0–5 5 10 15 2520 30 y 20 –20 –40 –60 40 60 x Exercícios exemplares Muitos outros gráficos poderiam ser obtidos sem dependermos das conclusões a que uma re- presentação de pontos isolados nos conduziria. Para praticar o caminho sugerido nos exemplos anteriores, o professor poderá ex- plorar os exercícios seguintes. Atividade 1 Esboçar no mesmo sistema de coordenadas os gráficos das seguintes funções: a) f(x) = x2 + 9 b) g(x) = x2 – 9 c) h(x) = 9 – x2 d) m(x) = –9 – x2 y = –3x f (x) = 3x.senx y = 3x Atividade 2 Esboçar no mesmo sistema de coordenadas os gráficos das funções indicadas: a) f(x) = cosx b) g(x) = 5 + cosx c) h(x) = –3 + cosx d) m(x) = 5cosx Atividade 3 Esboçar no mesmo sistema de coordenadas os gráficos das funções indicadas: a) f(x) = 3x b) g(x) = 3x–1 c) h(x) = 3x+1 d) m(x) = 3–x e) n(x) = 3–x+1 4 –12 –14 –16 12 –6 16 –2 2 6 10 –8 14 –4 18 20 0–1 4 5–2 2–4–5 1 x y m(x) = –9 – x2 h(x) = 9 – x2 g(x) = x2– 9 f(x) = x2+9 8 –3 –10 3 x g(x) = 5 + cosx 1 –5 2 –4 3 –3 5 –1 4 –1–3 y –5–6–7–9–11 m(x) = 5cosx f(x)=cosx h(x)= –3 + cosx –2 –8–10 0 765321 9 104 8 11–2–4 26 24 16 8 20 12 4 22 0 1–1–2 32 4 14 6 18 10 2 x y m(x) = 3–x g(x) = 3x–1 n(x) = 3–x+1 h(x) = 3x+1 f(x) = 3x Note que o valor de g(x) para x = 0 é igual a 1 3 , ou seja, é o inverso do valor de f(x) para x = 0, que é 3. Atividade 4 Esboçar no mesmo sistema de coordena- das os gráficos das funções indicadas: a) f(x) = –x2 b) g(x) = 3 – x2 c) h x x ( ) = − 1 3 2 x y 2 –2 4 6 –1–2–3 3 4 5–4 2–5 1 –4 –6 h x x ( ) = − 1 3 2 g(x) = 3 – x2 f(x)=–x2 − 3 + 3 Atividade 5 Esboçar no mesmo sistema de coordena- das os gráficos das funções indicadas: a) f(x) = 3x2 b) g(x) = –3x2 c) h(x) = senx d) m(x) = 3x2.senx x y 2 4 6 8 10 –2 –10 –12 –14 –18 –24 –16 –22 –20 –26 –6 –4 –8 16 14 20 26 12 18 24 22 0 1–7 4–4 2–6 5–3 3–5 6–2 7–1 f(x) = 3x2 m(x) = 3x2.senx g(x) = –3x2 h(x) = senx Considerações sobre a avaliação Ao final deste percurso, a expectativa é que os alunos tenham aprendido a “ler” a expressão f(x), que traduz analiticamente uma situação de interdependência funcional, sendo capazes de tomar iniciativas de decompor tal função em outras mais simples, já estudadas anteriormen- te. Assim, a construção do gráfico de funções mais complexas pode ser vislumbrada a partir dos gráficos das funções mais simples. As competências desenvolvidas na prática de tal interpretação/decomposição depende- rão do número de exercícios realizados, em sintonia com a disponibilidade e as circuns- tâncias dos professores em sua realidade concreta. Naturalmente, não se pode preten- der o desenvolvimento de uma competência absoluta, uma capacidade de construção de qualquer tipo de gráfico, em tal nível de ensi- no. Por outro lado, não se pode considerar a meta inicialmente proposta atingida se os alu- nos não assimilaram a nova estratégia para a construção de gráficos, isto é, se não acharem naturais transformações como deslocamentos verticais para cima e para baixo, deslocamen- tos horizontais para a direita e para a esquer- da, inversões de sentido, por exemplo. 27 Matemática – 3a série – Volume 3 As representações gráficas das relações de in- terdependência entre grandezas são importantes para a visualização das variações das grandezas representadas, como a identificação de seus sinais e valores, dos intervalos de crescimento ou de decrescimento da variável dependente, ou, ain- da, o reconhecimento de pontos de máximo ou de mínimo, quando eles existirem. Isso já foi fei- to anteriormente, particularmente para as fun- ções de 1o e 2o graus. Agora buscaremos estender para as demais funções que compõem o panora- ma que estamos construindo. Nesta Situação de Aprendizagem, vamos procurar ir além da constatação do crescimen- to ou do decrescimento, procurando qualifi- cá-lo, tentando caracterizar a rapidez com que ocorre o crescimento ou decrescimento por meio da taxa de variação, ou seja, da variação da variável independente por unidade a mais da variável dependente. Apesar de tal preocupação com as taxas de variação não ser muito comum no estudo das funções no Ensino Médio convidamos o professor a nos acompanhar nesta viagem. Te- mos certeza de que ela será muito proveitosa, tanto para o estudo das funções na escola básica, quanto para descortinar uma série de ideias simples sobre variação de funções que serão muito úteis para a compreensão de inúmeros fenômenos, naturais ou econômicos, envolvendo variações e taxas de variação, como a descrição dos movimentos, ou a compreensão das taxas de inflação, por exemplo. Todas as competências básicas podem ser desenvolvidas por meio de tal tratamento quali- tativo das funções: a expressão/compreensão de fenômenos, a argumentação/tomada de decisão, a contextualização/abstração de relações. Sugere-se ao professor que utilize duas se- manas com o material ora apresentado. SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 3 AS TRêS FORMAS báSICAS DE CRESCIMENTO Ou DECRESCIMENTO: A VARIAçãO E A VARIAçãO DA VARIAçãO tempo previsto: 2 semanas. Conteúdos e temas: a ideia geral de função como interdependência, explorando-se as funções já estudadas até o presente momento na perspectiva do crescimento ou decrescimento, com a caracterização da rapidez com que crescem ou decrescem. Competências e habilidades: compreender fenômenos envolvendo crescimento ou decresci- mento, bem como expressar a rapidez com que crescem ou decrescem a partir de qualidades expressas nos gráficos das funções representadas. Estratégias:inicialmente será apresentada a ideia de que existem três formas básicas de cresci- mento ou decrescimento: a das funções de 1o grau, a das funções que crescem ou descrescem mais rapidamente do que ela e a das funções que crescem ou decrescem mais lentamente do que a de 1o grau. uma lista de exemplos ilustrativos, seguidas de exercícios exemplares representativos das diversas situações apresentadas, será oferecida para exploração por parte do professor. 28 Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 3 Conteúdos e temas A ideia geral de função como relação de f interdependência. As funções de 1 f o e 2o graus, com suas carac- terísticas já conhecidas, que servirão de base para a compreensão do estudo das variações e das taxas de variação. Todas as funções já apresentadas aos alu- f nos até o presente momento, analisadas agora sob a perspectiva do crescimento/ decrescimento e das taxas de variação. Inicialmente serão apresentadas as ideias de crescimento, decrescimento, taxa de varia- ção, a partir das funções que expressam a pro- porcionalidade direta, ou seja, as associadas à função de 1o grau f(x) = ax + b (a ≠ 0). Tais funções ou são crescentes (a > 0) ou são de- crescentes (a < 0), e o crescimento ou decresci- mento são constantes, isto é, a variação de f(x) por unidade a mais de x é sempre a mesma, que corresponde ao coeficiente a. Todas as outras funções podem ter seu crescimento ou decrescimento comparado com o padrão determinado pelas funções de 1o grau, sendo possível crescer mais rapidamente do que o padrão de 1o grau ou mais lentamente do que ele: esta é a ideia principal a ser desenvolvida. uma lista de exemplos ilustrativos acom- panhará a exposição, seguindo-se uma série de exercícios exemplares representativos das diversas situações apresentadas. A forma-padrão de crescimento ou decrescimento: f(x) = ax + b Como já foi visto desde a 8a série do Ensino Fundamental, as funções de 1o grau são cres- centes (a > 0) ou são decrescentes (a < 0), sen- do que o coeficiente a representa a variação em f(x) quando x aumenta de 1 unidade a partir de qualquer valor inicial. O valor de a é chamado de taxa de variação unitária de f(x), ou somente taxa de variação de f(x). Natural- mente, se a = 0, ou seja, se a taxa de variação é zero, então a função f(x) é constante: f(x) = b. x De modo geral, dizemos que uma função f(x) é crescente nos intervalos em que ocorre o seguin- te: se os valores de x crescem, então os correspon- dentes valores de f(x) também crescem. Dizemos que f(x) é decrescente nos intervalos em que ocorre o seguinte: se os valores de x crescem, en- tão os correspondentes valores de f(x) decrescem. O significado do crescimento ou do decrescimen- to no gráfico de f(x) é bastante expressivo: x1 x2 x aumenta x y y2 y1 y aumenta f(x) crescente y x x1 x2 x aumenta f(x) decrescente y1 y2 y diminui y 1 1 a b (a > 0, função crescente) (a < 0, função decrescente) taxa de variação = a = variação de f(x) por unidade a mais de x a = f(x + 1) – f(x) = constante a = 0 (função constante) a f(x) = ax + b 29 Matemática – 3a série – Volume 3 Consideremos uma função que não é de 1o grau, ou seja, cujo gráfico não é uma reta. A primeira constatação que ocorre é o fato de que a taxa de variação unitária de f(x), ou seja, a variação de f(x) por unidade a mais de x, não é mais constante, isto é, a diferença f(x + 1) – f(x) passa a depender do valor de x a partir do qual ela é calculada. Por exemplo, se f(x) = 5x + 7, então f f(x + 1) – f(x) = 5(x + 1) + 7 – (5x + 7) = 5, ou seja, a taxa de variação de f(x) = 5x + 7 é constante e igual a 5; no entanto, se f(x) = 5x f 2 + 7, então f(x + 1) – f(x) = 5(x + 1)2 + 7 – (5x2 + 7) = = 10x + 5, ou seja, a taxa de variação unitária de f(x) = 5x2 + 7 é igual a 10x + 5, variando, portanto, com o valor de x para cada ponto considerado. No que segue, chamaremos de taxa de variação unitária de uma função, para cada valor de x, o valor da diferença f(x + 1) – f(x). x1 x2 x aumenta x y y2 y1 y aumenta f(x) crescente y x x1 x2 x aumenta f(x) decrescente y1 y2 y diminui Quando uma função f(x) cresce a taxas crescentes, seu gráfico fica encurvado para cima; quando ela cresce a taxas decrescentes, seu gráfico fica encurvado para baixo. basicamente, em cada intervalo considera- do, estas são as três formas de crescimento: crescer linearmente, com taxa de variação f constante; crescer cada vez mais rapidamente, ou seja, f com taxas de variação crescentes, o que faz com que o gráfico resulte encurvado para cima; crescer cada vez mais lentamente, o que faz f com que o gráfico resulte encurvado para baixo. De forma análoga, em dado intervalo, uma função pode decrescer de três modos distintos: decrescer linearmente, com taxa de varia- f ção constante; decrescer cada vez mais rapidamente, ou f seja, com taxas de variação crescentes em valor absoluto (as taxas são negativas); B A C y x 1 1 1 a a’ a’’ a < a’ < a’’ f(x) cresce a taxas crescentes f(x) = ax + b cresce a taxa constante f(x) cresce a taxas decrescentes a a’ a > a’ > a’’ 1 1 1 1 1 a a a a’’ 1 f(x) cresce a taxas crescentes a < a’ < a” f(x) = ax + b cresce a taxa constante f(x) cresce a taxas decrescentes a > a’ > a” 30 t t t t P P P P P P P P t t t país A país B país E país F país G país H t país C país D decrescer cada vez mais lentamente, ou f seja, com taxas de variação decrescentes em valor absoluto (as taxas são negativas). O gráfico a seguir ilustra as três formas de decrescimento: B C 1 1 1 1 1 1 1 1 a 1 a a a a a’ a’ a’’ a’’ f(x) decresce a taxas decrescentes (em valor absoluto) f(x) decresce a taxa constante f(x) decresce a taxas crescentes (em valor absoluto) x y A Quando uma função decresce a taxas de- crescentes seu gráfico fica encurvado para cima; quando ela decresce a taxas crescentes, seu gráfico fica encurvado para baixo. Observação: no que segue sempre que fi- zermos menção a decrescimentos, as taxas se- rão consideradas em valores absolutos. Exercícios exemplares Atividade 1 Os gráficos a seguir representam o preço médio P dos alimentos da mesma cesta básica, em diferentes países, em função do tempo t, ao longo de determinado ano. t t t t P P P P P P P P t t t país A país B país E país F país G país H t país C país D t t t t P P P P P P P P t t t país A país B país E país F país G país H t país C país D t t t t P P P P P P P P t t t país A país B país E país F país G país H t país C país D t t t t P P P P P P P P t t t país A país B país E país F país G país H t país C país D 31 Matemática – 3a série – Volume 3 t t t t P P P P P P P P t t t país A país B país E país F país G país H t país C país D t t t t P P P P P P P P t t t país A país B país E país F país G país H t país C país D t t t t P P P P P P P P t t t país A paísB país E país F país G país H t país C país D Pergunta-se: a) Em que país os preços estiveram estabi- lizados ao longo do ano? No país A, os preços mantiveram-se cons- tantes. b) Em que país os preços cresceram à taxa constante? No país B, os preços variaram tendo como gráfico uma reta inclinada com inclinação positiva. c) Em que país os preços cresceram a taxas crescentes? No país D, os preços cresceram tendo o grá- fico encurvado para cima, o que significa taxas crescentes. d) Em que país os preços decresceram à taxa constante? No país C, os preços decresceram tendo como gráfico uma reta com inclinação negativa. e) Em que país os preços cresceram a taxas decrescentes? No país F, os preços cresceram tendo o grá- fico encurvado para baixo. f) Em que país os preços decresceram a taxas decrescentes? No país E, os preços decresceram tendo o gráfico encurvado para cima. P t P t 32 a) A função f(x) é positiva. Temos f(x) > 0 para x entre x2 e x7 e para x entre x10 e x12. b) A função f(x) é negativa. Temos f(x) < 0 para x entre x1 e x2 e para x entre x7 e x10. c) A função f(x) é constante. A função f(x) é constante para valores de x entre x4 e x5 e para x entre x8 e x9. d) A função f(x) é crescente. A função f(x) é crescente para x entre x1 e x4 , e para x entre x9 e x12. e) A função f(x) é decrescente. A função f(x) é decrescente para x entre x5 e x8. f) A função f(x) cresce a taxa constante. A função f(x) cresce a taxa constante nos intervalos em que o gráfico é um segmento de reta ascendente, ou seja, para x entre x1 e x3 e para x entre x10 e x11. g) A função f(x) decresce a taxa constante. A função f(x) decresce a taxa constante no intervalo em que o gráfico é um segmento de reta descendente, ou seja, para x entre x6 e x7. h) A função f(x) cresce a taxas crescentes. A função f(x) cresce a taxas crescentes no intervalo em que é crescente e o gráfico é encurvado para cima, ou seja, para x entre x9 e x10. i) A função f(x) cresce a taxas decrescentes. A função f(x) cresce a taxas decrescentes nos intervalos em que é crescente, mas o gráfico está encurvado para baixo, ou seja, para x entre x3 e x4 e para x entre x11 e x12. g) Em que país os preços inicialmente cresceram à taxa constante, e, posterior- mente, cresceram a taxas decrescentes? No país J, os preços inicialmente tiveram um gráfico retilíneo. Depois, seguiram uma cur- va voltada para baixo. h) Em que país os preços decresceram a taxas crescentes? No país G, os preços decresceram tendo o gráfico encurvado para baixo. i) Em que país os preços inicialmente cresceram a taxas crescentes, depois cres - ce ram a taxas decrescentes? No país H, os preços inicialmente tiveram um gráfico voltado para cima. A partir de certo ponto, o gráfico encurvou-se para baixo. j) Em que país os preços inicialmente decresceram a taxas crescentes, de- pois decresceram a taxas decrescentes? No país I, os preços decresceram segundo um gráfico voltado para baixo. Depois, se- gundo um gráfico voltado para cima. Atividade 2 No gráfico a seguir identifique os interva- los nos quais: x1 x9x5x3 x11x7 y x x2 x10x6x4 x12x8 33 Matemática – 3a série – Volume 3 j) A função f(x) decresce a taxas crescentes. A função f(x) decresce a taxas crescentes no intervalo em que é decrescente e o gráfico é encurvado para baixo, ou seja, para x entre x5 e x6. k) A função f(x) decresce a taxas decrescentes. A função f(x) decresce a taxas decrescentes no intervalo em que é decrescente e o gráfico é encurvado para cima, ou seja, para x entre x7 e x8. Atividade 3 Quando uma pedra é lançada vertical- mente para cima com uma velocidade inicial 40 m/s, a partir de uma altura inicial de 45 m, ela sobe com velocidade cada vez menor, até atingir uma altura máxima em relação ao solo, quando momentaneamente para. A partir daí, ela desce cada vez mais rapidamente até voltar ao solo. Sabemos que, por causa da for- ça da gravidade (peso), que age sobre a pedra, sua velocidade diminui a uma taxa constante de aproximadamente 10 m/s a cada segundo, no movimento da subida. Podemos descre- ver o movimento da pedra por meio de uma função de 1o grau, que representa sua velocida- de, e uma função de 2o grau, que representa sua altura em relação ao solo. Nesse caso, as funções que representam a velocidade e a altura são as seguintes: v = 40 – 10t. (a partir do valor inicial 40 m/s, a velocidade diminui 10 m/s a cada segundo, ou seja, a taxa de variação da velocidade –10 m/s por s, que se escreve –10 m/s2) h = 45 + 40t – 5t2 (a partir do valor inicial 45 m, a altura aumen- ta até um valor máximo, diminuindo poste- riormente até atingir o valor zero.) 0 v = 40 m/s 2 3 t = 0 45 m hmáx v = 0 1 Pede-se: a) construir o gráfico de v como função de t. b) construir o gráfico de h como função de t. c) determinar o valor máximo de h(t). d) determinar o valor de t quando a pedra voltar a passar pela posição inicial. e) calcular depois de quanto tempo a pe- dra atinge o solo. f) Observando os gráficos de h(t) e v(t), assinalar V (Verdadeiro) ou F (Falso) nas frases seguintes: ( ) “A velocidade decresce à taxa constante”. ( ) “A altura h cresce cada vez mais len- tamente até atingir o valor máximo; depois decresce cada vez mais rapi- damente”. ( ) “A altura cresce a taxas decrescentes até o valor máximo; depois decresce a taxas crescentes”. 34 v t v = 40 – 10t 1 –10 40 45 4 h hmáx 4 h = 45 + 40t – 5t2 0 0 8 9 t a, b, c , d, e O gráfico da velocidade v como função do tempo t é uma semirreta, com início no ponto (0; 40) e com inclinação negativa e igual a –10. Como v diminui de 10 m/s a cada segundo, após 4s a velocidade será igual a zero, ou seja, a semirreta corta o eixo x (ver figura a seguir). O gráfico da altura h em função do tempo t é um arco de parábola, iniciando no ponto (0; 45), com a concavidade para baixo. Seu ponto de máximo coincide com o instante em que a velocidade é igual a zero, ou seja, ocorre para t = 4s. A altura máxima é o valor de h(t) para t = 4, ou seja, é h(4) = 125 m. A pedra leva 4s subindo até a altura máxima e igual tempo descendo até a posição de partida; logo após 8s estará de volta à posição inicial. O instante em que ela toca o solo é o valor de t para h = 0, ou seja, é a raiz da equação 0 = 45 + 40t – 5t2; resolvendo, encontramos t = 9s. Todos esses resultados estão sintetizados nos seguintes gráficos: f) Observando os gráficos e especialmente as concavidades, concluímos que as três afirmações são verdadeiras. Atividade 4 Considere o gráfico da função de 2o grau f(x) = (x – 5).(x + 1) a seguir indicado. a) Identificar os intervalos em que f(x) > 0 e os intervalos em que f(x) < 0. b) Identificar os intervalos em que f(x) é crescente e os intervalos em que é decrescente. c) Qualificar o crescimento e o decresci- mento de f(x), informando se eles são a taxas crescentes ou a taxas decrescentes. Para construir o gráfico de f(x), sabemos que ele é uma parábola com a concavidade para cima, pois o coeficiente de x2 é positivo (igual a 1), e temos as raízes da equação f(x) = 0, que são x = –1 e x = 5. Sabemos v t v = 40 – 10t 1 –10 40 45 4 h hmáx 4 h = 45 + 40t – 5t2 0 0 8 9 t 35 Matemática – 3a série – Volume 3 ainda que o vértice da parábola encontra-se no ponto médio do segmento determinado pelas raízes, ou seja, no ponto em que x = 2. Logo, temos: x y 0 1–2–3 2 3 4 5 6 7 0 –81 –3 –7 2 –2 –6 –10 3 –1 –5 –9 f(x) = (x+1).(x–5) –1 –4 –11 Observando o gráfico, concluímos: a) f(x) > 0 para x > 5, ou então para x < –1; f(x) < 0 para x entre –1 e 5; b) f(x) é crescente para x > 2; f(x) é decrescente para x < 2; c) para x > 2, f(x) cresce a taxas crescentes (concavidade para cima); para x < 2, f(x) decresce a taxas decrescentes (concavidade para cima). Atividade 5 Construir o gráfico das funções: a) f(x) = 3x b) g(x) = 3–x c) h(x) = log3 x d) m x x( ) log= 1 3 Identificar em cada caso se a função é cres- cente ou decrescente, bem como se o crescimen- to é a taxas crescentes ou a taxas decrescentes. Basta notar a concavidade do gráfico em cada caso: 0 1–1–2 3 0 1 –1 –2 –3 –4 –5 2 3 4 5 y x 2 Concluímos que: f(x) cresce a taxas crescentes; g(x) decresce a taxas decrescentes; h(x) cresce a taxas decrescentes; m(x) decresce a taxas decrescentes. Atividade 6 Construir o gráfico das funções f(x) = senx e g(x) = cosx entre x = 0 e x = 2π no mesmo sistema de coordenadas. 60 0 1 1 2 3 4 5 7 x y f(x) = senx g(x) = cosx x π 2 π 3 2 π 2π 0 2π a) Identificar os intervalos em que f(x) e g(x) são crescentes e os intervalos em que são decrescentes. No intervalo considerado, temos: f(x) é crescente para x entre 0 e π 2 e para x entre 3 π 2 e 2π; f(x) é decrescente para x entre π 2 e 3 π 2 ; g(x) = 3–x f(x) = 3x h(x) = log3x m(x) = log1 3 x 36 g(x) é crescente para x entre π e 2π; g(x) é decrescente para x entre 0 e π. b) Comparar os gráficos de f(x) e de g(x), observando que os valores máximos de uma das funções ocorrem nos pontos em que a outra se anula e vice-versa. Notamos que o valor máximo de f(x) ocorre no ponto x = π 2 , e o valor mínimo ocorre no ponto x = 3 π 2 ; nesses pontos, temos g(x) = 0. Analogamente, o valor máximo de g(x) ocorre nos pontos x = 0 e x = 2π, e o valor mínimo, no ponto x = π; nesses pontos, temos f(x) = 0. c) Comparar os gráficos de f(x) e de g(x), ve- rificando que a concavidade de f(x) muda (de gráfico encurvado para baixo para gráfico encurvado para cima ou vice-ver - sa) nos pontos em que g(x) assume valores extremos (máximo ou mínimo) e vice-versa em relação a g(x). Notamos no gráfico que o gráfico de f(x) pas- sa de voltado para baixo a voltado para cima no ponto x = π, em que g(x) assume o valor mínimo. Analogamente, o gráfico de g(x) pas- sa de voltado para baixo a voltado para cima no ponto x = π 2 , que é de máximo para f(x), e volta a ficar voltado para baixo no ponto x = 3 π 2 , que é de mínimo de f(x). Considerações sobre a avaliação No final deste percurso de aprendizagem, a expectativa é que os alunos tenham aprendido que, ao observar o gráfico de uma função, é possível ir muito além da simples constatação do crescimento ou do decrescimento, passando a incorporar a ideia de que a rapidez com que uma função cresce ou decresce também é im- portante e pode ser vislumbrada qualitativa- mente no gráfico. Conforme foi visto, uma indicação da ra- pidez com que uma função cresce ou decresce pode ser obtida por meio da taxa de varia- ção unitária, ou seja, da variação de f(x) por unidade a mais de x, a partir de um ponto. É fundamental o reconhecimento de que exis- tem três formas básicas de crescer ou decres- cer: a taxas constantes, como as funções que traduzem algum tipo de proporcionalidade e têm como gráficos uma linha reta; a taxas crescentes, quando o gráfico é encurvado para cima; e a taxas decrescentes, quando o gráfico é encurvado para baixo. A exploração do significado de tais fatos em exemplos contextualizados e o reconheci- mento do tipo de crescimento e decrescimento nas funções já apresentadas nas Situações de Aprendizagem anteriores são o conteúdo mí- nimo a ser aprendido. 37 Matemática – 3a série – Volume 3 As funções são instrumentos fundamentais para a representação das relações de interde- pendência entre grandezas, conforme está sen- do visto no presente bimestre. Já vimos que as funções de 1o grau f(x) = ax + b prestam-se muito bem para representar relações que en- volvem proporcionalidade, que funções como f(x) = senx ou f(x) = cosx são interessantes na representação de fenômenos periódicos, que funções como f(x) = ax expressam crescimento ou decrescimento exponenciais, dependendo do valor do coeficiente positivo a (crescimen- to, se a > 1; decrescimento, se a < 1). uma característica fundamental da função exponencial é o fato de que a taxa de variação unitária, ou seja, f(x+1) – f(x) é diretamente proporcional ao valor de f(x) em cada ponto. uma função exponencial particularmente importante, que se encontra na representação de diversos fenômenos naturais, é aquela em que a base a é um número relativamente pou- co conhecido no Ensino Fundamental, mas muito importante na Matemática: trata-se do número representado pela letra ℮, cujo valor é 2,718281828459045... ou seja, é aproxima- damente igual a 2,7183. Tal como o número π = 3,141592... ou, aproximadamente, 3,1416, que representa a razão constante entre o comprimento de uma circunferência e seu diâmetro, o número ℮ tem um significado es- pecialmente importante quando se estudam as diversas formas de uma função f(x) crescer ou decrescer. Fenômenos que envolvem crescimento ou decrescimento de populações, desintegração radioativa, juros compostos, entre outros, quando analisados de modo adequado, tornam natural o aparecimento do número ℮, o que será mostra- do na presente Situação de Aprendizagem. Tal como o número π, o número ℮ é irracional e transcendente. Irracionais como 2 não são ra- zões entre inteiros, mas são raízes de equações al- gébricas com coeficientes inteiros (por exemplo, x2 – 2 = 0); um irracional é transcendente quando não existe equação algébrica com coeficientes in- teiros que o tenha como raiz, e esse é o caso de nú- meros como π e ℮. Tais fatos, no entanto, não nos interessarão no presente momento. Interessa-nos apenas conhecer uma particular função exponen- cial, que vai ampliar significativamente o repertó- rio de recursos para o tratamento matemático de diversos fenômenos em diferentes contextos. As competências básicas que podem ser de- senvolvidas pela exploração de tal tema são as capacidades de expressão, de compreensão de fenômenos, de contextualização e de formula- ção de propostas de intervenção na realidade. A despeito de o número ℮ não ser habitual- mente apresentado aos alunos do Ensino Médio, convidamos o colega professor para nos acompanhar em sua apresentação. Temos certeza de que o desafio terá como contrapar- tida o descortinar de uma temática que des- perta muito interesse nos alunos. Sugere-se que o professor utilize duas se- manas com o material ora apresentado. SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 4 OS FENôMENOS NATuRAIS E O CRESCIMENTO Ou DECRESCIMENTO EXPONENCIAl: O NúMERO ℮ 38 Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 4 Conteúdos e temas uma característica fundamental de uma f função exponencial, referente ao modo de crescimento e decrescimento. A existência de uma função exponencial f peculiar para representar o crescimento ou decrescimento exponencial. O número f ℮, base dessa função exponen- cial especial, bem como dos logaritmos correspondentes, os logaritmos naturais. Alguns exemplos de utilização da exponen- f cial e dos logaritmos naturais em diferentes contextos. Inicialmente, será destacada uma proprie- dade característica das funções exponenciais, cujo crescimento ou decrescimento difere muito das
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