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4 apostila minerais

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DOENÇAS CARENCIAIS E 
SUPLEMENTAÇÃO MINERAL 
 
 
 
 Paulo Marcos Ferreira 
 Antônio Último de Carvalho 
Elias Jorge Facury Filho 
 Sandra Gesteira Coelho 
 Ana Luiza Costa Cruz Borges 
 Marina Guimarães Ferreira 
 Rafael Guimarães Ferreira 
 
 
Escola de Veterinária de UFMG 
Centro de Extensão 
Abril de 2005 
 
 
 
1. HISTÓRICO 
Embora existam relatos de uso do sal (Cloreto de Sódio) na alimentação 
animal no início da era cristã, os primeiros e os mais importantes 
estudos sobre nutrição mineral ocorreram a partir do início do século 
passado. Existem relatos do uso medicinal do zinco pelos egípcios no 
tratamento das enfermidades cutâneas, na época da construção das 
pirâmides. No entanto, grandes descobertas na nutrição mineral 
ocorreram especialmente nos anos 70. O atual notável desenvolvimento 
genético das diversas linhagens de bovinos tem provocado grandes 
mudanças nas exigências nutricionais desses animais e os minerais têm-
se mostrado particularmente importantes na produtividade e saúde dos 
mesmos. 
 
 
2. INTRODUÇÃO 
No Brasil, o uso de minerais na alimentação dos bovinos passa quase 
sempre por produtos industrializados utilizados aleatoriamente, sem 
nenhuma avaliação de sua composição mineral. Esse mercado desperta 
grandes interesses comerciais de muitas indústrias que, 
freqüentemente, não dão o retorno desejável aos produtores. Não se 
pode nunca desprezar os valores minerais das gramíneas ou de outros 
alimentos, visto que muitas vezes representam a principal fonte de 
minerais e, com freqüência, atendem aos requisitos de alguns 
elementos. Além disto, muitos produtos são fabricados para todo o 
Brasil desconsiderando-se as grandes diferenças regionais ou locais. O 
custo gerado pela utilização de misturas minerais comerciais pode 
chegar a 30-40% das despesas de uma fazenda de gado de corte. Pode-
se estimar em animais destinados ao abate em 6-7% o valor final do boi 
gordo como custo de mineralização. Preocupante é o fato de que muitos 
minerais utilizados nessas misturas são dispensáveis ou podem estar 
contribuindo ainda mais para o desbalanceamento da fórmula, e outros, 
absolutamente necessários, podem estar sendo fornecidos abaixo dos 
requisitos. O exemplo mais comum é a utilização de ferro na maioria 
das fórmulas comerciais sendo que no Brasil o maior problema 
observado é exatamente o inverso, ou seja, excesso de ferro em nossas 
pastagens e, maior equívoco ainda, é a utilização do óxido de ferro não 
metabolizado pelos ruminantes. Por outro lado, observam-se níveis 
pobres de minerais como fósforo, enxofre, zinco, cobre e selênio, 
sabidamente deficientes na maioria das nossas pastagens, e 
freqüentemente mal suplementados. 
 
 
 2
3. MINERAIS 
São elementos inorgânicos, sendo que nem todos os elementos 
químicos do corpo animal são minerais como, por exemplo, carbono, 
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. A queima por combustão dos 
alimentos a altas temperaturas e a transformação em cinzas não 
medem corretamente a matéria mineral total do corpo animal, visto que 
elementos como enxofre, selênio, flúor e até sódio e cloro podem se 
perder neste processo. Os minerais são constituintes dos ossos e 
dentes, responsáveis pela manutenção e regulação da pressão osmótica, 
do equilíbrio ácido-básico, componente ou ativador de numerosos 
sistemas enzimáticos (aproximadamente 300 já identificados) ou 
hormonais entre tantas outras funções. 
 
9 Composição Mineral do Corpo: 
O corpo animal tem aproximadamente 4% de minerais, sendo o cálcio o 
mais abundante (2%). O fósforo representa 1% e a soma dos outros 
elementos restantes, 1%. Apesar desta composição, os minerais que 
apresentam maior mobilidade podem ter requisitos diários mais 
elevados como o Potássio, por exemplo. 
 
 
4. CLASSIFICAÇÃO DOS MINERAIS 
9 Macrominerais: 
Os macrominerais - Cálcio (Ca), Fósforo (P), Potássio (K), Magnésio 
(Mg), Enxofre (S), Sódio (Na) e Cloro (Cl), são os minerais exigidos em 
concentrações mais altas pelo organismo animal e relacionados em 
porcentagem (%) da matéria seca (m.s) diária. 
 
9 Microminerais: 
Os microminerais (elementos traços) são aqueles exigidos em 
concentrações menores, expressas em partes por milhão (ppm) ou 
mg/Kg da matéria seca diária. Os mais tradicionais são oito: Zinco (Zn), 
Ferro (Fe), Manganês (Mn), Cobre (Cu), Cobalto (Co), Iodo (I), Selênio 
(Se), Flúor (F), acrescentados do Molibdênio (Mo) e Cromo (Cr), já com 
funções bem definidas. A partir de 1970 foram incluídos na relação dos 
minerais essenciais, Arsênico, Boro, Chumbo, Lítio, Níquel, Silício, 
Estanho, Vanádio e Rubídio, determinados a partir de dietas purificadas 
em sistemas isolados, livres dos mesmos, avaliando-se efeitos benéficos 
sobre o organismo. Embora alguns destes elementos já tenham suas 
funções claramente definidas são requeridos em quantidades diminutas, 
não merecendo preocupação no fornecimento e sua presença, sendo 
suprida por contaminações dos alimentos. 
 
 
 3
5. REQUERIMENTOS E TOLERÂNCIA 
Têm sido determinados por organismos internacionais como NRC 
(National Research Council), ARC (Agriculture Research Council) e 
outros. Poucos trabalhos são realizados no Brasil buscando informações 
dos nossos rebanhos sob nossas condições. Os requerimentos são 
expressos em proporções da matéria seca da dieta/dia. Deve-se 
considerar que não existe requerimento único ou nível máximo de 
segurança tolerável, visto que estes variam em função de interações 
entre minerais e também pela regulação homeostática que muitas 
vezes protege contra deficiências ou excessos marginais através da 
alteração das taxas de absorção ou de excreção. 
Desta forma, animais com deficiências têm maior capacidade de 
absorção do que outros com “status” adequados, podendo além disso, 
reduzir a excreção via leite, urina, etc. As requisições podem ser 
alteradas em função dos níveis de produtividade, pois alguns minerais 
são componentes, por exemplo, da carne e do leite. A princípio pode-se 
considerar que não existe substância tóxica nem atóxica, mas sim 
concentrações tóxicas das substâncias. A água, por exemplo, pode ser 
consumida em níveis prejudiciais ao organismo. De forma geral, os 
níveis de tolerância dos macroelementos são 2-10 vezes o requisito, 
enquanto os dos microelementos variam de 4-1500 vezes. Estes níveis 
podem ser alterados em função do estado fisiológico, idade, produção, 
raça, adaptação, disponibilidade biológica da fonte, interrelações entre 
minerais e efeitos sazonais. 
 
 
6. DISPONIBILIDADE BIOLÓGICA 
O valor biológico dos minerais é analisado sempre de forma comparativa 
com outra fonte do mineral usada como referência. O melhor exemplo 
refere-se ao valor biológico das fontes de fósforo onde o fosfato 
tricálcico é o padrão 100%, o bicálcico comparativamente apresenta 
valor 95%, a farinha de ossos calcinados 90%, o fosfato monoamônico 
119%, o fósforo das forrageiras 60% e o do milho 30%. O cálcio das 
fontes minerais também apresenta uma grande diferença de 
disponibilidade quando comparado ao das forragens aproximadamente 
90% para 30%. Alguns minerais, independentemente das fontes, são 
altamente disponíveis como o potássio, sódio e cloro, e outros também 
são pouco disponíveis como o manganês, ferro e cobre. Em função da 
homeostase podem ocorrer grandes variações da absorção com o zinco 
que pode variar em função do “status” entre 10-80%. Geralmente as 
fontes de microelementos inorgânicos são consideradas com valores 
biológicos elevados e os orgânicos (proteinados) são superiores a estas. 
 
 
 4
7. AVALIAÇÃO DO “STATUS” MINERAL 
Nenhum parâmetro isolado é inteiramente confiável no diagnóstico dos 
problemas minerais. Para um diagnóstico deve-se lançar mão de vários 
métodos e compará-los. Os índices produtivos do rebanho, sinaisclínicos de doenças observados, análise dos alimentos, da água, do solo 
e dos tecidos animais são os métodos mais utilizados. O diagnóstico 
deve ser checado com a resposta positiva às correções realizadas. Os 
resultados das análises minerais e suas interpretações nos diversos 
tecidos se encontram na tabela 4. 
 
 
8. IMPORTÂNCIA DA ÁGUA, DO SOLO E DOS 
ALIMENTOS 
A água de muitas regiões pode ser uma importante fonte de minerais 
ou, mais freqüentemente, um sério problema para a mineralização 
adequada. Águas com excesso de sal (cloreto de sódio) dificultam a 
ingestão de misturas minerais já que o sal (NaCl) é o palatabilizante e o 
inibidor de consumo das mesmas. Em algumas regiões, a presença de 
águas duras, ricas em Ca e Mg especialmente, merecem ser avaliadas 
no balanceamento. Além disto, algumas vezes se detectam águas 
sulfurosas e ferruginosas que podem dificultar a criação de ruminantes. 
 
9. PRINCIPAIS MINERAIS 
9.1. Cálcio e Fósforo 
Estes elementos devem ser avaliados em conjunto, pois existe uma 
grande interrelação entre eles. Sua deficiência prolongada em animais 
jovens leva ao raquitismo e, em adultos, leva a osteomalácia. A 
deficiência de fósforo no Brasil, provavelmente se constitui no maior 
obstáculo aos programas de mineralização, pois representa o maior 
custo das misturas minerais (70-85% do valor total). A relação entre o 
cálcio e o fósforo só se constitui em problema para bovinos quando 
superiores a 7:1 ou inferiores a 1:1 (Ca:P). Em condições normais, os 
bovinos toleram bem estas relações, mas são utilizadas 
preferencialmente relações como 2:1 até 1,2:1. A homeostase de Ca e P 
é mantida graças a três hormônios: PTH (Paratormônio), 1,25 
dihidroxicolecalciferol (vitamina D) e a Calcitonina. A Calcitonina 
deprime a absorção intestinal do cálcio, a desmineralização óssea e a 
reabsorção renal quando os níveis de Cálcio se encontram elevados. A 
vitamina D estimula a absorção intestinal destes minerais quando 
necessário e o PTH aumenta a excreção de fósforo quando os níveis de 
cálcio estão baixos ou os de fósforo altos. Assim, o PTH é secretado nos 
casos de hipocalcemia, aumentando a reabsorção óssea. Os requisitos 
 5
de cálcio e fósforo da dieta aumentam em função do ganho de peso e da 
produção de leite especialmente. 
 
9 Funções 
O Cálcio é essencial na formação do esqueleto(99%), coagulação 
sangüínea, regulação do ritmo cardíaco, excitabilidade neuromuscular, 
ativação de diversos sistemas enzimáticos e permeabilidade de 
membranas. 
O fósforo participa também da formação do esqueleto(80%), estando 
ainda distribuído nos tecidos moles, hemácias, músculos e tecidos 
nervosos. É essencial a microbiota ruminal especialmente para as 
bactérias celulolíticas, tendo papel fundamental nas reações de 
produção de energia (ATP). Além disto é importante no tamponamento 
do sangue, na atividade de vários sistemas enzimáticos e metabolismo 
das proteínas. 
 
9 Requerimentos 
Os requisitos de cálcio para a produção de leite variam em função do 
teor de gordura e da matéria seca, sendo em torno de 1,22g/litro para a 
vaca Holandesa (4% de gordura) e de 1,45g/L para a Jersey. Para 
ganho de peso é de 17g por Kg de peso (vivo)/ganho. Os requisitos para 
mantença são de ±0,06% m.s. Para o fósforo, estima-se para produção 
de leite 0,9g por litro de leite (4 % de gordura), e para crescimento 
varia de 9g p/Kg p.v jovem até 6g p/Kg para animais mais maduros. 
 
TABELA 1- Requisitos de Cálcio, Fósforo e Magnésio 
MINERAIS MANTENÇA + 
LACTAÇÃO 
ENGORDA 
Kg 
PRENHEZ LACTAÇÃO 
Kg/Leite 
CÁLCIO 0,06% + 
0,06% 
8-17g 1,0g 1,2-1,4g 
FÓSFORO 0,06% + 
0,06% 
9g 1,5g 0,9g 
MAGNÉSIO 0,06% 0,45g 0,33 0,6g 
 
 
9 Deficiências 
Geralmente, as pastagens brasileiras apresentam níveis médios de 
cálcio e níveis baixos ou muito baixos de fósforo. Para gado de corte, 
estes níveis de fósforo se constituem no maior obstáculo à produção, 
exigindo por parte de técnicos e criadores uma atenção especial. Em 
algumas pastagens do cerrado os níveis são tão baixos que sua correção 
através do consumo voluntário de misturas minerais se torna muito 
difícil. Para gado leiteiro, o fornecimento de concentrados quase sempre 
reduz o problema com o fósforo, já que os grãos são mais ricos neste 
 6
elemento do que as forragens. A preocupação passa a ser o 
balanceamento de ambas nas rações em função dos diferentes níveis de 
produção. As deficiências crônicas destes elementos levam em bovinos 
jovens ao raquitismo e à Osteomalácia nos adultos. As deficiências 
agudas causam os quadros de Hipocalcemia Puerperal (HP). 
 
Hipocalcemia Puerperal: 
A deficiência aguda de cálcio em vacas recém-paridas (hipocalcemia), se 
constitui em um problema metabólico grave, em função da dificuldade 
do organismo em promover uma homeostase rápida da calcemia, com o 
aumento da demanda na produção de colostro. Os níveis de cálcio no 
colostro são de 2,2 gramas por litro (bem mais elevados do que os do 
sangue) e, os do leite são de 1,3 gramas por litro, o que significa que 
para produzir 9 litros de colostro deveria ser mobilizado todo o cálcio 
sangüíneo. Isto torna imprescindíveis os processos de reabsorção óssea 
e absorção intestinal do cálcio. A doença ocorre em vacas leiteiras, entre 
48 – 72 horas após o parto, principalmente a partir da terceira parição. 
Sua incidência vem aumentando à medida que o nível de produção das 
vacas vem se elevando. 
 
Etiologia: 
Ainda se constitui em assunto de pesquisa, pois não se conhecem 
detalhadamente todos os seus mecanismos. Na manutenção da calcemia 
estão envolvidos o PTH, o metabólico ativo da vitamina D - 1,25 
(OH)2D3 e os receptores específicos presentes nos rins, ossos e 
intestinos. Entre as teorias endócrinas da doença citam-se a 
insuficiência da paratireóide, o hipercalcitonismo e o metabolismo 
anormal da vitamina D. Entretanto, alguns estudos têm demonstrado 
que a maioria das vacas que apresentam a hipocalcemia possuem 
concentrações normais de PTH. Somente 20 a 30% têm problemas de 
atraso na liberação do PTH ou da vitamina D, sendo exatamente os 
animais que não respondem ao tratamento. Estudos recentes indicam 
que a resposta dos rins e do tecido ósseo ao PTH está diminuída nestes 
casos e que se modifica em função da dieta do pré-parto, especialmente 
por causa dos cátions (Na e K) que promovem uma leve alcalose 
metabólica. Além disto a presença do Mg pode influir nos efeitos do PTH 
sobre o tecido ósseo. A conclusão que se pode chegar é que a alcalose 
do pré-parto predispõe as vacas à hipocalcemia. A calcitonina imobiliza 
o cálcio no osso por diminuição da atividade osteoclástica, mas os níveis 
de calcitonina nos casos de hipocalcemia não diferem dos normais. 
Os principais fatores relacionados à hipocalcemia em vacas leiteiras são 
o manejo da dieta do pré-parto e pós-parto: 
ƒ Excesso de Ca (às vezes de P) no período de transição; 
ƒ Deficiência de Mg no período seco; 
 7
ƒ Excesso de NNP (influência sobre o Mg); 
ƒ Alta relação de carboidratos solúveis/estruturais, dificultando a 
função ruminal e causando engorda excessiva; 
ƒ Excesso de cátions na dieta do pré-parto (K). Alguns autores 
chegam a considerar a hipocalcemia como uma seqüela da 
intoxicação por K, causando alcalose, reduzindo atividades dos 
receptores tissulares e baixando a absorção do Mg; 
ƒ Deficiência de Ca, P e Mg no pós-parto. 
 
Sinais Clínicos: 
No início da doença pode ocorrer excitação, ranger de dentes, tetania ou 
flacidez, especialmente nos membros posteriores. A evolução leva a 
decúbito esternal, sonolência, cabeça voltada para o flanco, depressão 
da consciência, extremidades frias, dilatação pupilar, e diminuição dos 
reflexos. Em fase mais avançada ocorre decúbito lateral, extensão dos 
membros, dispnéia, gemidos e morte. 
 
Prevenção: 
Uma das alternativasde prevenção da doença é reduzir a administração 
de Ca no pré-parto a um mínimo compatível com o uso de forrageiras 
(máximo de 45g vaca/dia) mantendo a relação Ca:P 1:1 ou menor que 
este nível. Na Argentina, em animais com lactações até 5.500 kg/305 
dias, esta medida, acompanhada pela administração de 35-40g de 
Mg/vaca dia, mostrou-se eficiente. Para animais com lactações maiores 
de 7.000 kg, ou quando as forragens eram ricas em K e NNP, o balanço 
cátion-aniônico (DCAD) negativo na ordem de menos 50 a menos 200 
mEq/kg/m.s., usado nas últimas 4 a 6 semanas da gestação, foi mais 
eficiente. Para isto, foram administrados cloretos e sulfatos (sais 
aniônicos) na dieta. O uso de 150 g de cloreto de cálcio, 150 g de 
sulfato de amônio e 29 g de óxido de magnésio vaca/dia, reduziu 
significativamente a prevalência de hipocalcemia. Entretanto, a 
utilização das equações de DCAD negativas não são práticas na rotina 
das fazendas. 
DCAD = (Na + K) – (Cl + S) ou 
DCAD = (0,2 Ca + 0,16 Mg + Na + K) – (Cl + 0,6 S + 0,64 P) 
Esta equação tem sido usada na determinação do balanço catiônico, 
mas tem sido sugerido como bom parâmetro do risco da hipocalcemia, a 
medição do pH urinário nas últimas 3 semanas da gestação sendo que, 
para vacas holandesas o pH ideal está entre 6,2–6,8 e, para as jerseys, 
entre 5,8-6,3. Quando a dieta está rica em cátions o pH fica acima de 
8,2 o que indicaria a necessidade de redução dos mesmos ou a 
administração de sais aniônicos. Após a mudança da dieta, o pH pode 
ser reavaliado a cada 48 horas. A utilização oral do propionato de cálcio 
e do propileno-glicol fornecendo 90g de Ca e administrado 24-48 horas, 
 8
no pré-parto e 6 horas no pós-parto, tem se mostrado muito eficientes, 
demonstrando ainda efeitos anti-cetogênicos. 
 
9 Toxidade 
Atenção especial deve ser dada a rações com altos níveis de cálcio para 
vacas de altas produções e forragens originárias de regiões calcáreas. 
Embora o cálcio seja um elemento de baixa toxidade pode ser 
responsável por distúrbios metabólicos quando elevado. 
 
 
9.2. Magnésio 
Mineral bastante importante, sendo que sua homeostase não está 
relacionada a nenhum mecanismo hormonal. Os rins têm papel 
importante na manutenção, através do mecanismo 
excreção/reabsorção. O hormônio da paratireóide (PTH) liberado nas 
hipocalcemias aumenta os níveis plasmáticos de magnésio, mas não 
aumenta nos casos de hipomagnesemia. Desta forma, a homeostase do 
magnésio depende principalmente do fornecimento na dieta. 
 
9 Funções: 
Essencial para formação dos ossos e dentes, estando envolvido no 
metabolismo dos carboidratos, lipídios, ácidos nucléicos e proteínas 
como catalisador de diversas enzimas. 
Importante no metabolismo energético, na transmissão de impulsos 
nervosos, na contração muscular e na integridade da membrana celular. 
 
9 Requerimentos: 
A presença de níveis elevados de K na dieta (+ 4% m.s.dos alimentos) 
afeta significativamente a absorção do Mg pelo epitélio do rúmen. A 
ocorrência de tetania das pastagens está associada principalmente a 
este antagonismo e também à presença do NH4 no rúmen. Esta 
alteração é mais importante em gado de corte do que em gado de leite. 
Nossos minerais comerciais praticamente não contêm Mg para 
atendimento dos requisitos. A principal fonte de fornecimento é o óxido 
de magnésio, sendo que o calcário dolomítico é indisponível para 
bovinos. Para vacas leiteiras tem-se mantido uma relação Ca:P:Mg em 
função da produção de leite. A exigência de magnésio varia de 0,10% 
da matéria seca para gado de corte até 0,40% para vacas leiteiras de 
alta produção. O uso de mais de 5% de MgO no sal mineral pode torná-
lo pouco palatável. 
 
Hipomagnesemia 
Uma vaca de 550 kg tem aproximadamente 250g de Mg, sendo 70% 
nos ossos e 30% intracelular. O Mg é absorvido, principalmente no 
 9
rúmen, dependendo da atividade da bomba Na/K – ATPase. Presença de 
grandes quantidades de ácidos graxos de cadeia curta estimulam a 
absorção do mesmo. O K e o NNP dificultam o metabolismo do Mg. A 
absorção do Mg parece não ser regulada por nenhum mecanismo 
hormonal. O nível sangüíneo é praticamente dependente da ingestão 
diária do mineral. No final da gestação e início da lactação ocorrem 
grandes mobilizações do Mg extra-celular. Para produção de 8 litros de 
leite ocorre a mobilização de todo o Mg do plasma. Se a ingestão é 
insuficiente, inicialmente há uma redução do Mg na excreção urinária e 
depois ocorre hipomagnesemia sub-clínica (níveis entre 1,2 e 1,5mg/dl), 
contribuindo para a ocorrência de hipomagnesemia quando do parto, 
menor desenvolvimento da glândula mamária, menor produção de leite 
e redução de seu nível de gordura e aparecimento do quadro clínico. Em 
vacas de alta produção o stress térmico, a acidose ruminal e a cetose 
sub-clínica contribuem para o aparecimento da hipomagnesemia por 
redução do consumo de alimentos. O diagnóstico é baseado nos sinais 
clínicos, nos níveis plasmáticos inferiores a 1mg/dl e, na urina, inferiores 
a 0,5mg/dl. 
Os principais sinais clínicos observados são andar vacilante, olhar fixo, 
irritação nervosa, paresia espástica, tremores musculares 
principalmente da musculatura da cabeça, pescoço, e orelhas. Nas fases 
mais avançadas ocorrem violentos ataques espasmódicos, convulsões 
generalizadas, dilatação pupilar, perda da visão, salivação espumosa 
abundante e intensa movimentação da língua. 
 
9 Toxidade: 
O magnésio apresenta baixa toxidade e os mecanismos homeostáticos 
regulam sua absorção em função das demandas diretamente a partir da 
dieta. Níveis elevados no mineral (+5%) podem levar a diminuição do 
consumo voluntário da mistura. 
 
9.3. Sódio e cloro 
O sódio e o cloro são os minerais mais antigos do mundo, sendo que o 
sal era utilizado como forma de pagamento de soldados romanos. A 
principal fonte é o cloreto de sódio, sendo a única fonte mineral que os 
bovinos ingerem voluntariamente e que é responsável por regular a 
ingestão da mistura mineral. Desta forma, o sal funciona como 
palatabilizante das misturas minerais e também como inibidor do 
consumo, quando atingidos os requisitos de sódio. 
As concentrações de Na nas plantas são muito pequenas e quase não 
influenciam no atendimento dos requisitos. No entanto, em algumas 
regiões a presença de águas salobras (salgadas) pode atender 
parcialmente ou totalmente as necessidades de Na e Cl, dificultando 
tremendamente o consumo de misturas minerais pelos animais, embora 
 10
o mecanismo de excreção via urinária permita a tolerância de níveis 
elevados na dieta. 
 
9 Funções: 
A principal função do Na e Cl, juntamente com o K, é a manutenção da 
pressão osmótica e do equilíbrio ácido-básico. Além disto, o Na e K têm 
papel essencial na transmissão e condução de impulsos nervosos, na 
função cardíaca, no transporte de nutrientes para dentro e fora das 
células (Bomba de sódio-potássio). A manutenção da concentração 
interna de sódio é controlada pelo hormônio antidiurético e aldosterona, 
que agem para manter constante a proporção Na:K. A aldosterona 
regula a reabsorção renal de sódio, enquanto o hormônio antidiurético é 
responsável pelas mudanças da pressão osmótica dos fluidos 
extracelulares. O sistema renina-angiotesina-aldosterona (RAA) ajusta a 
reabsorção de Na. 
 
9 Requerimentos: 
O sal (cloreto de sódio) é utilizado para suprir a exigência de Na, 
desestimulando estudos sobre o Cl quando suprido através do NaCl. A 
exigência de sódio varia de 0,04-0,25, sendo que, para bezerros recém-
nascidos até 90 dias, é de 0,4%. 
Animais em lactação e animais em climas quentes com excesso de 
transpiração ou em stress térmico apresentam grandes perdas de sal e 
água. Assim, as exigências dependem da capacidade de adaptação dos 
animais e da atividade dos mesmos. 
O nível de potássio na dieta também se relaciona com a exigência de 
sódio, poiso K em níveis elevados aumenta o requisito do sódio. 
Entretanto, dentro da necessidade normal do K o consumo de Na é 
menor. Quando os níveis são inferiores aos requisitos, pode ocorrer 
grande consumo de cloreto de sódio (NaCl). Este fato tem sido 
observado em alguns confinamentos de bovinos onde se utilizam 
dejetos suínos com níveis deficientes de potássio. As forragens verdes 
quando comparadas às secas, promovem maiores consumos de NaCl. A 
maioria das plantas contém níveis pouco expressivos de Na, no entanto, 
os alimentos de origem animal apresentam níveis consideráveis. 
Deve-se ressaltar a importância da água salgada de algumas regiões 
conforme comentado anteriormente. 
 
9 Deficiências: 
A deficiência de Na e Cl leva principalmente à perversão do apetite, 
sendo que os animais lambem o suor dos outros animais, lambem 
madeiras, solo e ingerem grandes quantidades de água, devido à ânsia 
por sal. Pode ocorrer redução da produção leiteira. 
 
 11
 
9.4. Potássio 
É o terceiro mineral mais abundante do corpo, apresentando um dos 
maiores requisitos diários. 
As plantas podem ser boas fontes, especialmente aquelas provenientes 
de terras férteis. O estágio de maturação tende a diminuir os níveis 
deste elemento. Algumas vezes, níveis adequados nas gramíneas tenras 
podem se tornar baixos quando estas forrageiras são submetidas a 
ações climáticas como sol e chuva. Dietas ricas em grãos podem conter 
níveis deficientes de potássio. 
O potássio é o principal cátion intracelular, sendo que suas funções 
estão correlacionadas especialmente ao sódio e cloro. Este mineral é 
importante no transporte de O2 e CO2, no sangue, necessário na 
transmissão de impulsos nervosos batimentos cardíacos, e ativador ou 
cofator de vários sistemas enzimáticos. 
 
9 Requerimentos: 
Os bovinos necessitam de níveis que variam de 0,65-1,3% da matéria 
seca. Estes níveis estão condicionados especialmente à produção de 
leite, stress calórico (suor), excitação, febre, diarréia e interações com o 
Na. Quando o Na se encontra em níveis elevados, a necessidade de K 
aumenta também. Além disto, quando se substitui a proteína vegetal 
por nitrogênio não protéico (NNP), pode abaixar os níveis de potássio da 
dieta. 
As raízes comestíveis, proteínas vegetais e o melaço constituem-se em 
boas fontes deste elemento. No milho freqüentemente os níveis podem 
ser baixos. 
 
9 Deficiência: 
Perda do apetite, ingestão excessiva de água, redução do crescimento, 
fraqueza muscular, paralisia, diarréia e desordens nervosas são 
sintomas da deficiência deste mineral. Deficiências marginais podem 
ocasionar, algumas vezes,o excesso de consumo de mineral por avidez 
pelo NaCl, o que contribui ainda mais para a redução do K. 
O melhor parâmetro de avaliação é a análise bromatológica dos 
alimentos. 
 
9 Suplementação: 
A principal fonte de suplementação seria o KCl (45 % K). No entanto é 
pouco palatável e de difícil administração. A adubação de pastagens e a 
utilização de forragens verdes garantem uma melhor ingestão. O 
potássio da dieta é absorvido quase que totalmente. 
 
 
 12
9 Toxicidade: 
Alguns autores têm citado que o máximo tolerável seria de 3% da m.s 
na dieta. No entanto, este valor não parece estar correto visto que, 
freqüentemente, as forragens verdes chegam a apresentar 4-5% de 
potássio, sem acarretar qualquer tipo de problema aparente para os 
animais, graças aos mecanismos de excreção que são muito eficientes. 
 
 
9.5.Enxofre 
Este elemento representa, aproximadamente, 0,15-0,20% do peso 
corporal animal, está ligado a vários aminoácidos essenciais como 
metionina, cistina e cisteína, fazendo parte do sulfato de condroitina das 
cartilagens, ossos, tendões e paredes dos vasos sangüíneos. É 
componente de hormônios como insulina, oxitocina, estrógenos e 
vitaminas como tiamina e biotina. Os microorganismos do rúmen 
incorporam o Enxofre inorgânico em compostos orgânicos, através da 
incorporação à proteína microbiana. A deficiência de Enxofre reduz a 
população da microbiota celulolítica. Os tecidos dos mamíferos não são 
capazes de sintetizar substâncias como metiomina, tiamina e biotina. 
Devem ser supridos pela dieta ou por síntese da microbiota quando são 
fornecidos os substratos adequados como enxofre, nitrogênio e energia. 
Neste caso, podem ser sintetizados em quantidades suficientes para 
atender às demandas diárias dos ruminantes. Para vacas de alta 
produção pode ocorrer que a quantidade produzida não atenda 
inteiramente os requisitos, especialmente em função das dietas que, 
com freqüência causam acidoses subclínicas dificultando o metabolismo 
ruminal. 
 
9 Requerimentos: 
O requerimento de enxofre diz respeito basicamente às necessidades da 
microbiota nas sínteses descritas. Nos casos de deficiência, poucos 
microorganismos transformadores de celulose se acham presentes no 
rúmen. A recomendação para gado de corte é de 0,15% da m.s. da 
dieta e, para gado leiteiro, é de 0,20-0,30%. A relação da taxa de N:S 
deve ser em torno de 10:1, para uma adequada síntese celular. 
 
9 Deficiência: 
Os produtos minerais industrializados comercializados no Brasil, 
praticamente não contêm Enxofre. Nos casos de bovinos criados em 
pastagens pobres em proteína, a deficiência de enxofre é um problema 
esperado. Estes animais contam somente com o enxofre presente nos 
vegetais que, freqüentemente é baixo e insuficiente para atender às 
necessidades. Em pastagens de leguminosas os níveis podem ser 
adequados. Mas nos de braquiárias os níveis de proteínas podem ser 
 13
baixos. Merecendo desta maneira cuidados especiais nas formulações 
específicas. 
 
9 Toxidade: 
A toxidade do Enxofre pode ocorrer principalmente quando o 
fornecimento ocorre em níveis elevados (+ 0,4%)m.s, ou por interações 
entre Cobre: Molibdênio: Enxofre. Níveis elevados de enxofre na 
ausência de molibdênio podem levar à deficiência de Cobre por 
formação de Sulfeto de Cobre. Níveis elevados de molibdênio na dieta 
(+ de 5ppm) podem levar à redução dos níveis de cobre por formação 
de tio ou tetra molibdatos cúpricos Dietas ricas em Enxofre reduzem a 
absorção do molibdênio. Devido à semelhança da estrutura química 
pode haver competição entre o enxofre e o selênio. O excesso de 
enxofre pode levar à formação de sulfatos causando a destruição da 
tiamina (B1) e quadro de Polioencefalomalácia. Algumas águas 
sulfurosas podem apresentar níveis elevados de enxofre e causar 
intoxicações. 
 
 
 
 
9.6. Zinco 
Utilizado no tratamento de lesões de pele por muitas culturas antigas 
como a egípcia, o zinco passou a ter importância na nutrição de 
ruminantes a partir de 1960, embora já houvesse descrição de sua 
importância em enzimas como anidrase carbônica e de sua utilização no 
tratamento da paraqueratose em suínos.Freqüentemente se acha 
associado a outros elementos como Cd, Pb, Cu e Fe. Nos cerrados 
brasileiros tem sido encontrado, quase sempre, em níveis muito baixos. 
O Zinco é um elemento distribuído uniformemente pelos tecidos 
epidermidérmicos como pele e pêlos. A maior absorção em ruminantes 
ocorre no rúmen. Sua absorção pode ser prejudicada por alguns fatores 
como níveis elevados de Ca, fitatos, fibras, P, Cu, Cd e Cr e, pode 
aumentar, com caseína, extrato de fígado, óleo de milho, farinha de 
sangue e vitamina D. A capacidade de absorção animal está relacionada 
com as demandas fisiológicas: 
Condições normais: aproximadamente 50% 
Deficiências: aproximadamente 80% 
Excessos: aproximadamente 10% 
Dietas com níveis baixos para vacas em lactação podem promover 
decréscimo da excreção pelo leite e fezes, algumas vezes levando a 
deficiências de bezerros em amamentação. 
 
 
 14
9 Funções 
Desempenha papel importante em numerosos sistemas enzimáticos 
tanto fazendo parte da molécula como com função de ativação; na 
estabilização e metabolismo do RNA,DNA e ribossomos; na produção, 
armazenagem e secreção de hormônios (insulina, corticóides); na 
reprodução (desenvolvimento dos órgãos sexuais, espermatogênese e 
na fêmea do estro até o parto e também na lactação); no crescimento e 
proteção das membranas; como função antioxidante e no crescimento 
da microbiota ruminal. 
 
9 Requerimentos 
Os requerimentos para bovinos variam de 60-100ppm dependendo da 
idade, estado fisiológico, ambiente e saúde do animal. Animais mais 
velhos apresentam menor capacidade de absorção, assim como animais 
que já deixaram de crescer. Quanto maior a taxa de crescimento, maior 
é o requerimento. Infestações parasitárias, coccidiose e sudoração 
excessiva aumentam a exigência. 
 
 
9 Fontes 
As leguminosas apresentam níveis mais elevados que as gramíneas. A 
grande maioria das forragens tem menos d 40ppm. Os níveis tendem a 
diminuir com a maturação das plantas. Produtos de origem animal são 
ricos em Zinco. O colostro tem uma concentração mais elevada de 
Zinco, enquanto no leite é de aproximadamente 4ppm em condições 
naturais. A suplementação deve ser contínua porque a capacidade de 
estocagem é muito pequena. 
As principais fontes inorgânicas são os sulfatos (aproximadamente 35% 
Zn) e os óxidos (70-80% Zn), a fonte orgânica é o zinco–metionina com 
10-15% de Zn. 
 
9 Deficiência 
A deficiência deste elemento pode apresentar redução do crescimento, 
paraqueratose, pelagem áspera, perda de pêlo, pele escamosa, 
alopecia, depressão no funcionamento das gônadas, redução da 
capacidade imunológica, problemas articulares, rachaduras na pele 
próxima aos cascos, arqueamento das pernas, menor consumo de 
alimentos, em ovinos, perda de lã, problemas reprodutivos. Os níveis 
elevados de cálcio na dieta podem prejudicar o metabolismo do Zinco e, 
menos comumente, observa-se que níveis elevados de Cu (200 ppm) 
aumentam as exigências de Zinco na dieta. 
 
 
 
 15
9 Toxidade 
O Zinco é considerado um mineral pouco tóxico, considerando-se como 
de risco, o nível de 1000ppm. 
 
 
9.7. Ferro 
Utilizado desde 1500 AC por diversas culturas antigas, o Ferro é um dos 
mais abundantes minerais nas forrageiras, podendo, freqüentemente, 
ter nas plantas níveis muito elevados. No Brasil, não se conhecem 
deficiências naturais em ruminantes adultos. A homeostase é controlada 
pela absorção já que a capacidade de excreção é limitada, sendo 
absorvido como Fe(++) e metabolizado como Fe(+++) complexado no 
organismo através da transferrina. 
Altos níveis de Fósforo reduzem a absorção do Fe. O Ca, Cu, Mn e Pb 
desencadeiam competições pela absorção. O principal local de 
armazenamento é o fígado. A metabolização do Fe depende de uma 
enzima Ceruloplasmina que é Cu dependente. A perda do Fe absorvido 
só ocorre por hemorragias. O Fe liberado da hemoglobina é, na sua 
maioria, reabsorvido e parte pode ser excretada pela bile. 
 
9 Funções 
O Fe participa de diversas reações bioquímicas como o transporte de 
oxigênio, hemoglobina, mioglobina, transporte de elétrons (citocromos) 
e o ciclo do ácido cítrico; está presente em várias enzimas ou ativa 
outras; tem função importante no ciclo do ácido tricarboxílico,sendo que 
todas as vinte quatro enzimas possuem Fe; faz parte da composição do 
Lactoferrino que é uma glicoproteína das células da glândula mamária 
com papel semelhante a antibiótico. 
 
9 Requerimentos 
Existem grandes diferenças individuais na capacidade de absorção, 
ocorrendo especialmente durante as deficiências. Os requerimentos para 
ruminantes estão entre 40-100 ppm. Bezerros alimentados com leite 
apresentam o maior requerimento (100 ppm) e podem ser os únicos 
animais do rebanho a apresentarem deficiência. O Cu, Mn, Pb e Cd 
competem com o Fe por locais de absorção e o excesso de Ca e P 
podem também ser prejudiciais. 
 
9 Fontes 
A terra contém 20-100 vezes a concentração de Ferro das plantas, 
podendo ser uma fonte importante. As forragens quase sempre contêm 
níveis de Ferro acima dos requisitos e os alimentos de origem animal 
são ainda mais ricos. A média de ferro determinada nas forragens 
brasileiras está acima de 200 ppm. O leite de vaca tem entre 0,18-0,31 
 16
ppm. A biodisponibilidade é maior nas fontes de origem animal. Para 
suplementação mineral, utiliza-se o Sulfato Ferroso(++), sendo que o 
Óxido de Ferro(+++) não é metabolizado adequadamente. A maioria 
dos minerais comerciais do Brasil contém Óxido de Ferro. 
 
9 Deficiência 
A deficiência de Ferro pode levar à anemia Microcítica Hipocrômica que 
pode ocorrer em ruminantes jovens alimentados exclusivamente de 
leite. Animais com anemia tornam-se apáticos, magros e com baixo 
consumo de alimentos, podendo haver elevada ocorrência de doenças 
por reduzir a resposta do sistema imunológico. Em adultos, podem 
ocorrer por perdas sangüíneas, hemorragias e verminoses. Teor em 
alimentos inferior a 100 ppm justificam a suplementação. 
 
 
 
 
9 Toxidade 
No Brasil é comum a toxidade, uma vez que encontramos 
freqüentemente pastagens com níveis elevados e, às vezes, também, 
águas com excesso de Ferro (+0,4 ppm). Na água, o ferro se apresenta 
sob a forma de sulfato que, por ser hidrossolúvel, é capaz de neutralizar 
seu mecanismo de bloqueio da absorção. Consideram-se 1000 ppm 
como nível tóxico. Níveis elevados podem interferir em outros minerais 
como Cu e Zn. Existe descrição de deficiência de Cu com Fe entre 250-
500 ppm em bovinos e ovelhas. Se a absorção da dieta superar a 
capacidade de ligação da transferrina no sangue e tecidos, o Fe livre é 
capaz de provocar oxigênio reativo (radicais livres) levando a “stress” 
oxidativo e causando danos aos tecidos. Alguns estudos têm 
demonstrado que esta situação em vacas gestantes pode contribuir para 
a presença de edema de úbere. Por esta razão, tem-se recomendado o 
uso de minerais e vitaminas com função anti-oxidativas em vacas no 
final de gestação (Zn, Cu, Se e Vitamina E). 
 
 
9.8. Cobre 
Mineral extremamente importante na suplementação mineral dos 
ruminantes que apresentam situações comuns de deficiência, 
merecendo cuidados com relação à toxidade. Este elemento 
desempenha importantes funções no organismo participando como 
componente de diversas enzimas como Citocromo-Oxidase, Lisil 
Oxidase, Elastina, Ceruloplasmina, Tirosinase, Superóxido-Dismutase e 
Dopamina entre outras. 
 
 17
9 Funções 
A Ceruloplasmina (ferroxidase) é necessária para oxidação do Ferro para 
que possa ser transportado pelo organismo (transferrino). A Citocromo-
oxidase é necessária ao transporte de elétrons durante a respiração 
aeróbica (redução de Oxigênio na água) e formação da mielina. A Lisil-
oxidase catalisa formação de colágenos nos ossos e da elastina na 
parede arterial. A Tirosinase é importante na formação da melanina. A 
Dopamina atua como neurotrasmissor. Tem importantes efeitos nas 
células T e B, nos neutrófilos e macrófagos, sendo que níveis baixos 
suprimem a Interleucina. A Superóxido Dismutase tem papel importante 
no metabolismo dos lipídeos e função contra stress oxidativo. 
 
9 Requerimentos 
Os requisitos de cobre variam de 10 – 25 ppm. Níveis elevados de Zinco 
na dieta podem interferir na absorção do cobre (+1000 ppm). A 
disponibilidade do Cobre diminui na presença de Enxofre e do 
Molibidênio que podem formar um complexo tetratiomolibdato insolúvel. 
Teores elevados de Ferro exigem a elevação do Cobre (15% para cada 
200 ppm quando acima de 400 ppm). Grandes ingestões de terra 
podem reduzir a disponibilidade do Cobre por presença excessiva de 
Ferro. A presença de Molibdênio acima de 5 ppm pode interferir no 
metabolismo do Cobre e níveis de Enxofre superiores a 0,3% da dieta 
também. 
 
9 Fontes 
A principal fonte mineral é o Sulfato de Cobre (25–35%de Cu). As fontes 
orgânicas são melhor metabolizadas, mas o custo é muito elevado (tem 
aproximadamente 10% de Cu).O Cobre das plantas apresenta níveis 
bastante variáveis sendo que no Brasil quase sempre abaixo dos 
requisitos. No cerrado brasileiro os níveis costumam ser mais baixos. 
Nas plantas os níveis decrescem com a maturidade, mas a 
disponibilidade aumenta (provavelmente pela diminuição do Mo). Em 
cereais é mais disponível do que em gramíneas. 
 
9 Deficiência 
Os principais sinais clínicos são a anemia (microcítica, Hipocrônica), 
despigmentação da pele e dos pêlos, diarréia, problemas ósseos, 
aneurisma arterial, falência cardíaca, redução do crescimento, aumento 
da sensibilidade a doenças, manqueira, infertilidade e ataxia neonatal 
(especialmente em ovelhas). 
 
9 Toxidade 
Pode ocorrer em qualquer espécie animal, mas os ruminantes são 
bastante susceptíveis, especialmente os ovinos. Os bovinos toleram até 
 18
100 ppm enquanto os ovinos podem morrer com 20 ppm na dieta. Os 
caprinos são um pouco mais resistentes do que os ovinos, mas menos 
que os bovinos. Existem algumas diferenças entre as raças de bovinos e 
de ovinos com relação a susceptibilidade à toxicidade do cobre. Os sinais 
de intoxicação são de hemólise intensa, icterícia, hemoglobinúria, 
necrose hepática e morte. O uso de cama de frango pode levar à 
intoxicação por Cu, pela presença alta deste elemento na mesma. A 
ataxia enzoótica neonatal ocorre por deficiência crônica de cobre em 
ovelhas gestantes, levando a desmielinização simétrica cerebral e 
degeneração dos tratos motores da medula espinhal, doença esta, já 
descrita também em caprinos e ovinos. 
 
 
9.9. Manganês 
Manganês é um elemento essencial ao metabolismo animal funcionando 
como constituinte e ativador de diversos sistemas enzimáticos. No 
Brasil, a deficiência de Manganês não é muito esperada, pois a maioria 
de nossas pastagens contêm níveis adequados deste mineral. Pode ser 
acumulado no fígado, ossos, pâncreas e rins. A absorção é baixa em 
ruminantes adultos sendo mais elevada nos jovens. Altas concentrações 
de Ca, P e K reduzem a disponibilidade do mesmo e aumentam sua 
excreção. Níveis baixos de Fe induzem a uma maior absorção e o 
excesso de Mn pode induzir a deficiência de Fe. A homeostase ocorre 
através dos mecanismos de absorção x excreção, sendo que 25 – 30% 
dos requisitos devem ser ingeridos diariamente. 
 
9 Funções 
As principais enzimas que contêm Mn são a Arginase, Piruvato 
Carboxilase, Mn Superóxido-dismutase e Glicosil-transferase. A 
Piruvato-carboxilase tem importância no metabolismo das gorduras e 
dos hidratos de carbono. A Mn-Superóxido-dismutase é importante 
como agente antioxidante juntamente com as enzimas Superóxidos-
dismutase do Cu e do Zn . A Glicosil- transferase está envolvida na 
formação de protrombina, na síntese de glicoproteínas e de 
mucopolissacarídeos. 
 
9 Requerimentos 
Os requerimentos de Mn são de 40 ppm na matéria seca. As gramíneas 
tendem a ter níveis mais altos do que as leguminosas que assim como o 
leite são pobres em Mn. A maioria das misturas comercial de minerais 
contém níveis adequados de Mn para suprir “possíveis deficiências” que 
não devem ser muito esperadas. 
 
 
 19
9 Fontes 
As matérias primas mais utilizadas na confecção de minerais são o 
Sulfato de Mn (25% Mn) e o Óxido de Mn (50% Mn), ambos com boa 
disponibilidade. 
 
9 Deficiência 
A deficiência de Mn compromete o crescimento, podendo causar 
anormalidade do esqueleto (deformações ósseas), problemas 
reprodutivos (redução do cio e baixa taxa de concepção), ataxia devido 
ao não desenvolvimento do ouvido e contratura tendinosa. As 
deficiências podem ocorrer especialmente por níveis baixos na dieta 
associados a níveis elevados de Ca, P e Fe. 
 
 
9 Toxidade 
É bastante improvável a intoxicação por Mn. Ovelhas e bovinos toleram 
níveis de até 1000 ppm na matéria seca. Podem ocorrer alterações no 
metabolismo do Ferro e do Iodo. 
 
 
9.10. Iodo 
O Iodo é um dos elementos mais antigos conhecidos desempenhando 
importante função para o homem e os animais. É necessário para a 
síntese dos hormônios tireoidianos (Tiroxina T4 e Triidotironina T3) que 
regulam o metabolismo energético. Estes hormônios têm a função de 
aumentar o metabolismo basal para produção do calor. As 
concentrações nas forragens variam em função do tipo de solo e da 
proximidade do oceano (são mais elevados quando próximos do mar). A 
água do mar contém iodato que os ruminantes absorvem. 
 
9 Funções 
A única função conhecida do iodo é a de participar da síntese dos 
hormônios da tireóide. A Tiroxina (T4) contém 65% de Iodo. A maior 
parte do Iodo ingerido é absorvido pelo rúmen (70–80%) e 
abomaso(10%). Os hormônios da tireóide são responsáveis pelo 
desenvolvimento físico e mental, maturação dos tecidos, funcionamento 
neuro-muscular, formação de pele e pêlos, metabolismo de nutrientes, 
ação sobre outras glândulas (gônodas), metabolismo celular, receptores 
da vitamina A, receptores de hormônios esteróides e outros. 
 
9 Requerimentos 
O clima e o ambiente alteram a secreção dos hormônios da tireóide 
durante o verão. Substâncias bociogênicas (repolho, mandioca, caroço 
 20
de algodão, grão de soja, amendoim, babaçu) aumentam em até duas 
vezes o requisito que tem variado entre 0,3 – 0,6 ppm. 
 
9 Fontes 
Alguns óleos e sementes são ricos em Iodo (0,1–0,2 ppm) e o estágio 
de maturação das plantas contribui para redução do seu teor. Os 
derivados do leite, também são listados como boas fontes do mineral. 
As fontes usadas comercialmente para fabricação de suplementos 
minerais são o Iodato de Cálcio ou Potássio que contêm 
aproximadamente, 60% de Iodo com boa disponibilidade. Os Iodetos 
não devem ser utilizados, pois são facilmente volatilizados. 
 
9 Deficiência 
A principal manifestação clínica da deficiência deste mineral é o 
aparecimento do bócio, podendo ainda ser observados a fraqueza, o 
nascimento de animais cegos e sem pêlos, irregularidades ou supressão 
do estro, aborto, infertilidade e mau desenvolvimento cerebral. O 
diagnóstico é feito pelo bócio e avaliação dos hormônios T3 e T4. 
 
9 Toxidade 
Os níveis máximos toleráveis para bovinos e ovinos são de 50 ppm. O 
excesso de Iodo inibe os hormônios da tireóide. Os animais apresentam 
anorexia, lerdeza, lacrimejamento excessivo, descarga nasal e tosse. A 
resposta imunológica pode se tornar reduzida assim como os níveis de 
T3. 
 
 
9.11. Cobalto 
O Cobalto é componente da vitamina B12 Cobalamina, sendo muito 
importante para o desempenho adequado dos microorganismos do 
rúmen. A maior parte do Cobalto no corpo se encontra no fígado e rins, 
sob a forma de vitamina B12 principalmente. A transferência via 
placentária não é grande e as reservas, ao nascimento, são pequenas. 
Quando a suplementação é adequada para vacas leiteiras, os níveis no 
leite são mais elevados. Nas pastagens, freqüentemente, os níveis se 
apresentam baixos e os solos com menos de dois ppm também são 
considerados deficientes. Em algumas regiões do Brasil os níveis são tão 
baixos que inviabilizam a criação de bovinos quando não 
suplementados. 
 
9 Funções 
Componente da vitamina B12 que é co-fator da coenzina 
adenosilcobalamina necessária para a conversão do propionato em 
succinato e da metilcobalamina para metionina. A vitamina B12 
 21
relaciona-se com a síntese de proteínas, carboidratos e gorduras. Além 
disto promove a síntese e maturação das hemácias, a integridade do 
sistema nervoso e influencia no sistema imunológico. 
 
9 Requerimentos 
A partir de 6-8 semanas a microbiota do rúmen já está apta a sintetizar 
a vitamina B12. A grande maioria dos autores recomenda 0,1 ppm como 
nível adequado de Cobalto. Alguns estudos atuais têm, no entanto, 
sugerido níveis mais elevados como 0,3 – 0,5 ppm para melhor 
atividade da microbiota. Bovinos alimentados com dietas com teores de 
fibra elevados apresentam melhor digestibilidade com 1,0ppm de 
Cobalto. 
9 Fontes 
Freqüentemente, os alimentos concentrados apresentam níveis 
adequados de Cobalto, o que não ocorre nas forragens. A principal fonte 
de fornecimento do mineral é o Sulfato de Cobalto (20% Co). 
 
9 Deficiência 
Os ruminantes são muito sensíveis à deficiência de B12 devido à 
importância da gliconeogênese a partir do propionato para succinato 
atendendo os requisitos de glicose dos tecidos. O ácido propiônico é 
uma das mais importantes fontes de energia para os ruminantes. O 
aparecimnto do ácido metilmalônico na urina é uma boa indicação da 
deficiência de B12. Esta deficiência pode reduzir a produção de 
metionina e a retenção de nitrogênio. Animais jovens são mais sensíveis 
às deficiências de Co e apresentam baixa taxa de desenvolvimento, 
emagrecimento, anemia macrocítica normocrômica, baixa resistência a 
infecções (redução da atividade dos neutrófilos) e degeneração 
gordurosa do fígado. A atividade da microbiota ruminal desaparece após 
alguns dias de deficiência na dieta dificultando a produção de ácido 
propiônico. 
 
9 Toxidade 
O Cobalto apresenta baixa toxidade para todas as espécies estudadas. A 
vitamina B12 em doses elevadas é também bastane segura. 
Recomenda-se como nível máximo tolerável 10 ppm de Cobalto. A 
intoxicação pode levar a policitemia, poliúria, diarréia, sialorréia, 
depressão respiratória e baixa taxa de hemoglobina. O excesso de 
Cobalto leva a problemas como metabolismo do Ferro. 
 
 
9.12. Selênio 
A primeira preocupação com o elemento referia-se a estudos sobre sua 
toxidade, o que permaneceu até 1957. Até hoje muitas formulações 
 22
minerais não contêm Selênio ou têm níveis extremamente baixos não 
atendendo satisfatoriamente os requisitos por medo das intoxicações. O 
Selênio não é um elemento abundante no solo, sendo o mais pobre dos 
elementos tóxicos. A elevação dos níveis de Cobalto na dieta aumenta a 
excreção urinária do elemento e, quando os níveis são baixos, a 
capacidade de retenção é elevada. 
 
9 Funções 
É o menos abundante e o mais tóxico dos elementos essenciais. 
Componente necessário à enzima glutationa peroxidase que tem 
importante função na proteção dos tecidos contra danos oxidativos 
causados por radicais livres. Existe uma relação estreita entre os teores 
de Se da dieta e os níveis séricos da glutationa perixidase. A vitamina E 
também neutraliza os radicais peróxidos, mas sua ação está limitada às 
membranas celulares. O Se elimina indiretamente os radicais livres 
antes de atingirem as membranas celulares. Algumas funções 
importantes desempenhadas pelo Se não podem ser realizadas pela 
vitamina E como, por exemplo: 
• Preservação e integridade do pâncreas, permitindo digestão 
normal das gorduras e absorção da vitamina E; 
• Redução da quantidade de vitamina E para a manutenção das 
membranas lipídicas; 
• Auxílio na retenção da vitamina E no plasma. 
Por outro lado, a vitamina E reduz o requerimento de Selênio de duas 
maneiras: 
• Mantendo o Selênio no corpo de forma ativa e prevenindo a 
perda; 
• Prevenindo a destruição das membranas lipídicas ao inibir as 
hidroperóxidases e ao reduzir a quantidade de Glutationa 
Peroxidase necessária à destruição dos peróxidos. 
O Se realiza suas funções principalmente através das selenoproteínas 
sendo que já foram detectadas de 30-35 delas nos tecidos da glândula 
mamária. É essencial para o metabolismo do hormônio da tireóide 
(triiodotironina-T3) que se apresenta reduzida nas deficiências do 
elemento. Importante para as contrações uterinas, em trabalho 
realizado com ovinos promoveu uma elevação de 25% o número de 
contrações uterinas, possivelmente contribuindo para a redução das 
retenções placentárias 
 
 
9 Requerimentos 
Diversos trabalhos indicam que dietas com 0,1 ppm de Se garantiam 
boas condições de saúde aos bovinos. Entretanto diversos trabalhos 
atuais vêm recomendando como ideal 0,3 ppm por Kg da m.s./dieta/dia 
 23
com melhores resultados. A homeostase dentro de certos limites é 
controlada pela excreção urinária. 
 
 
 
 
 
9 Deficiências 
A Doença do Músculo Branco (Distrofia Muscular Nutricional) levando à 
necrose muscular dos músculos estriados é uma alteração comum em 
bezerros e cordeiros ocorrendo também em outras espécies domésticas. 
As lesões são mais freqüentes nos músculos dos posteriores e ombros, 
sendo bilaterais e simétricas. Em vacas leiteiras está associada à 
retenção de placenta e à mastite. A redução da resposta imune 
relacionada a baixos níveis de Selênio na dieta tem sido 
responsabilizada pela maior ocorrência de infecção nos ruminantes. 
Outros problemas descritos são a infertilidade, menor mobilidade do 
espermatozóide, alterações do eletrocardiograma e menos resistência 
das hemácias, apresentando ainda redução dos níveis plamáticos de T3 e 
elevação dos de T4. 
 
9 Fontes 
As fontes orgânicas são melhor metabolizadas. O Selenito de Sódio 
(45% de Se) é a fonte mais utilizada nas misturas minerais. O enxofre e 
o arsênico são os principais antagonistas. Dietas ricas em enxofre 
comprometem o selênio quando este se encontra em nível menor que 
0,3 ppm. As plantas perdem selênio com a maturidade. A alfafa e 
também alguns grãos de cereais são fonte rica em selênio. 
Suplementos de selênio, especialmente os injetáveis, devem ser 
utilizados cuidadosamente. 
 
9 Toxidade 
É o elemento essencial mais tóxico. A literatura cita 2-5 ppm como nível 
tóxico, mas em ovelhas, em experimento realizado durante um ano, 
com 10 ppm não resultou em toxidade. Os sinais clínicos agudos da 
toxidade são lesões hepáticas e renais, salivação excessiva, hemorragias 
pulmonares, ascite, cegueira e marcha cambaleante. Na forma crônica 
aparecem claudicações, perda de pêlos, malformações dos cascos, 
dificuldade de locomoção, erosões articulares, anorexia e edemas. 
 
 
 
 
 
 24
10. OUTROS MINERAIS (MO, F, CR) 
10.1. Molibdênio 
Componente essencial de diversas enzimas como xantina oxidase, 
sulfeto oxidase e aldeído oxidase, encontrados no leite e muitos tecidos. 
Estas enzimas estão envolvidas no metabolismo das purinas, 
pirimidinas, aldeídos e oxidação de sulfitos. O requerimento não é bem 
conhecido, mas é muito baixo e está relacionado a suas interações com 
o Enxofre e o Cobre. Níveis acima de 10 ppm são tóxicos e podem 
interferir no metabolismo do Cobre. Se os níveis são baixos os requisitos 
de Cobre diminuem. 
 
10.2. Flúor 
Elemento benéfico aos dentes e ossos, mas que pode ser tóxico em 
função dos níveis administrados. As principais causas de fluorose nos 
ruminantes são as águas contaminadas e os fosfatos com alto teor do 
elemento. O flúor das águas por ser solúvel é mais bem absorvido e de 
maior risco de intoxicação. Tem afinidade pelos ossos e dentes 
combinado ao cálcio, sendo importante na prevenção da placa 
bacteriana. Os níveis tóxicos do flúor para ovelhas vão de 60-150 ppm 
sendo mais sensíveis as jovens e para bovinos, o limite está entre 30-50 
ppm. Os principais sinais clínicos de fluorose são as deformidades do 
esqueleto, as lesões dentárias, diarréia e laminite. As dietas ricas em 
cálcio reduzem a toxidade do flúor. 
 
 
10.3. Cromo 
Foi identificado como substância potencializadora da insulina, 
melhorando a tolerância à glicose. Foi demonstrado ainda que o Cr 
melhorava a imunidade dos bovinos por proliferação dos linfócitos. 
Alguns autores recomendam o uso na dieta de 0,5 ppm. A melhor forma 
de suplementação é a fonte orgânica do picolinato de Cromo, mas é de 
uso proibido em alguns países. No organismo é encontrado no ácido 
nicotínico, ácido glutânico, glicina e cisteína. A administração no homem 
é bem aceita para o metabolismo normal da glicose. 
 
 
11. SUPLEMENTAÇÃO MINERAL 
Apesar de se utilizar diversos parâmetros no diagnóstico das deficiências 
minerais, a avaliação dos alimentos ebalanceamento da dieta em 
função destas análises, é o melhor método que se pode empregar. 
Evidentemente exige acompanhamento permanente do desempenho dos 
animais, uso de análises de amostras representativas dos alimentos 
 25
consumidos e determinação do consumo das misturas utilizadas, para 
que se corrijam possíveis consumos irregulares. 
No balanceamento das misturas deve-se estar atento às diversas 
interações minerais e procurar corrigir possíveis prejuízos de elementos 
causados por antagonismos ou por baixo consumo. Para implementação 
de programas as análises do solo são pouco representativas devendo-se 
preferenciar as de forragens. As amostras devem ser colhidas da forma 
mais representativa possível da área de pastagem utilizando-se faca ou 
tesoura e cortando-se a parte aérea representando a de pastejo dos 
animais. As amostras colhidas devem ser uniformizadas para retirada de 
número menor de amostras conforme a situação local. Nas nossas 
condições os meses de janeiro e agosto representam freqüentemente as 
melhores e as piores amostras para a maioria dos minerais. Na 
literatura atual existe grande diversidade de tabelas tanto para gado de 
leite quanto de corte, o que nos leva a utilizar as consideradas mais 
confiáveis. 
 
 
Na determinação dos suplementos deve-se ter em conta sempre que os 
requisitos minerais para saúde são mais elevados do que para a 
produção, e que animais submetidos a condições de “stress” necessitam 
destes níveis. Mas não devem ser utilizados níveis tóxicos dos minerais. 
Veja o gráfico a seguir: 
 26
 Gráfico 1 
MINERALIZAÇÃO
N
ív
ei
s 
N
ut
ri
ci
on
ai
s
Programa
Nutricional
1
Programa
Nutricional
2
Forrageira
de Boa
Qualidade
Forrageira
de Má
Qualidade
Status Saúde
NRC/ARC
Deficiência
Tóxico
 27
 
EXEMPLO DE CÁLCULO DE MISTURA MINERAL 
 
MINERAIS ANÁLISE 
FORRAGE
M 
NECESSIDAD
E 
DEFICIT VACA 400 kg 
de p.v. com 10 
kg de m.s.dia 
Cálcio 0,15% 0,20% 0,05% 5 g 
Fósforo 0,10% 0,18% 0,08% 8 g 
Magnésio 0,08% 0,10% 0,02% 2 g 
Enxofre 0,07% 0,10% 0,03% 3 g 
Potássio 1,5 % 0,60-1,2% ↑ - 
Sódio - 0,10% 0,10% 10 g 
Zinco 20 ppm 80 ppm 60 ppm 600 mg 
Cobre 4 ppm 10 ppm 6 ppm 60 mg 
Ferro 200 ppm 60 ppm ↑ - 
Manganês 150 ppm 30 ppm ↑ - 
Cobalto - 0,3 ppm 0,3 ppm 3 mg 
Iodo - 0,6 pm 0,6 ppm 6 mg 
Selênio - 0,3 ppm 0,3 ppm 3 mg 
 
Cálculo: Inicia-se pelo Ca:P, calculando inicialmente o de menor deficit. 
Cálcio: Deficit 5 g 
 
Fosfato bicálcico = 22% de cálcio 
100g - 22g de Ca 
 X - 5 X = 22,7g de Fosfato bicálcico 
 
Além do cálcio o fosfato bicálcico contém fósforo que deve ser calculado 
e abatido do total requerido: 
100g - 18 de P 
 22,7 - X X = 4,08 de fósforo 
 
Fósforo : Déficit inicial 8–4 = 4 g 
 
Fosfato monoamônico (Map) contém 23% fósforo 
100 23% 
 X 4 X = 17,39g de Map 
 28
 
 
 
 
Magnésio - Deficit 2 g 
Óxido de Magnésio (50% de Mg) 
100 – 50g 
 2 - X X = 4 g de MgO 
 
Enxofre- Deficit : 3 g 
Enxofre ventilado (100% de S) 
 100 - 100 
 3 - X X = 3 g de S 
 
Sódio- Deficit : 10 g 
NaCl (36% de Na) 
36g - 100 
10 - X X = 27,78 de NaCl 
 
Zinco- Deficit : 600 mg 
Óxido Zinco (75% de Zn) 
75 g - 100 
0,6 - X X = 0,8 de ZnO 
 
Cobre- Deficit : 60 mg 
Sulfato de Cobre (25% de Cu) 
25 g - 100 
0,06 - X X = 0,24 de CuSO4 
 
Cobalto- Deficit : 3 mg 
 Sulfato de Co (20% Co) 
20g - 100 
0,003 - X X = 0,015 de CoSO4 
 
Iodo- Deficit : 6 mg 
Iodato de K (60%de I) 
60 g - 100 
0,006 - X X = 0,010 de KI03 
 
Selênio- Deficit : 3 mg 
Selenito de Na (45% de Se) 
45 g - 100 
0,003 - X X = 0,0067 de Selenito 
 29
 
 
TOTAIS Correção para 100 
Fosfato Bicálcico 22,7 29,93 
Map 17,4 22,94 
MgO 4,0 5,27 
S 3,0 3,95 
NaCl 27,8 36,678 
ZnO 0,67 0,88 
CuS04 0,24 0,31 
CoS04 0,015 0,02 
Iodato 0,010 0,013 
Selenito 0,0067 0,009 
Somas 75,84 100,00 
 
Obs.A soma total das matérias primas (75,84g) representa o consumo 
esperado da mistura, alterações no NaCl devem ser feitas para 
correções deste consumo sempre que for diferente. Isto pode ocorrer, 
pois o sódio foi calculado pela média de consumo esperado (0,10%) e 
pode apresentar variações de ingestões de 0,04 – 0,18% da matéria 
seca. 
 
 
 
12. DIAGNÓSTICO DAS DEFICIÊNCIAS E 
INTOXICAÇÕES 
O diagnóstico dos problemas minerais deve passar por uma metodologia 
de trabalho envolvendo análise clínica e zootécnica do rebanho, análise 
da água, do solo e da forragem, determinações bioquímicas em tecidos 
e fluídos orgânicos e respostas às suplementações, utilizando dados 
zootécnicos do rebanho. 
As observações clínicas do rebanho, detectando animais que 
apresentem sinais clínicos de deficiências/toxidade para investigação 
detalhada, são de extrema importância no diagnóstico. Paralelamente os 
dados zootécnicos do rebanho dizem muito de seu estado de saúde e os 
resultados, a partir de possíveis correções, são extremamente 
importantes na avaliação do “status”. 
A análise da água, freqüentemente demonstra presença de minerais em 
níveis pouco significativos, mas em alguns casos, pode ser bastante 
importante pela presença de minerais como Na, Cl, Ca, Mg, S, F e Fe. 
A análise do solo tem importância pela ingestão que os ruminantes 
fazem dele, chegando em algumas regiões a 0,5-1,0 Kg dia, 
acrescentando microelementos que podem ser mais ricos na terra do 
que nas plantas como, por exemplo, o Al,Fe e Mn. 
 30
A análise da forragem, especialmente para gado de corte onde se 
constitui no único alimento, deve ser uma ferramenta a ser explorada e 
da maior utilidade. Para isto, é muito importante que as amostras 
colhidas representem o alimento ingerido pelos animais. Deve-se colher 
amostras bem representativas em relação à área estudada e, 
especialmente, da parte onde os animais estejam pastejando. As 
plantas variam em suas capacidades de reter minerais em função da 
espécie forrageira, época do ano, solo e outros, mas espelham de 
alguma maneira a fertilidade do solo. Alguns minerais se apresentam 
em níveis mais elevados nas plantas verdes como P, K e Zn, enquanto 
outros nas maduras como o Mg. As leguminosas, de forma geral, são 
mais ricas em minerais e também só se desenvolvem bem em solos 
mais férteis. As braquiárias se desenvolvem em qualquer tipo de solo, 
mas refletem bem a qualidade dos mesmos em sua composição mineral. 
As análises de tecidos e fluídos orgânicos são definitivas nos 
diagnósticos dos casos de deficiência/toxidade e representam melhor o 
“status” mineral animal. 
 
 
13. MINERALIZAÇÃO 
 
Gado de Corte 
9 Análise da forragem duas vezes ao ano no meio de cada estação 
(verde-seca); 
9 Complementação da dieta com suplemento mineral através de 
cálculo específico estimando o consumo em função do teor de Na 
(sal) e ajustando possíveis diferenças para + ou -, elevando ou 
reduzindo seu teor na mistura; 
9 Verificação dos resultados zootécnicos comparando-os com os 
anteriores ao programa implementado; 
9 Realização de testes bioquímicos dos animais, por amostragem, em 
casos de dúvidas. 
 
Gado de leite 
9 Implementação de programa de mineralização, utilizando dieta total 
(TMS), subdividindo o rebanho no maior número possível de lotes, 
em função da produção. 
9 Em animais mestiços ou de menor nível de produção, utilização de 
programa para suplementar na ração os teores de Ca, P, Mg 
ajustados por kg leite produzido. Exemplo: 1 kg ração para 3 kg de 
leite contendo 6g Ca, 4,5g P, 3g Mg. Outros elementos não ajustados 
diretamente com a produção podem ser oferecidos em mistura livre 
de bom consumo. 
 31
TABELA 1- PRINCIPAIS FONTES DE MINERAIS 
 
PRODUTOS ELEMENTOS% 
FOSFATO MONOAMÔNEO Fósforo 
Magnésio 
23 
0,5 
 
 
 
FOSFATO BICÁLCICO 
 (serrana) 
 
Cálcio 
Fósforo 
Magnésio 
Ferro 
Enxofre 
Manganês 
Cromo 
 
24,3 - 24,9 
 18,4 - 18,7 
1,72 - 1,78 
0,35 - 0,46 
0,28 - 0,61 
0,07 
5 ppm 
 
FARINHA DE OSSOS 
CALCINADOS 
Cálcio 
Fósforo 
36-38 
16-17 
CARBONATO DE CÁLCIO Cálcio 32 - 46 
ENXOFRE VENTILADO Enxofre 99 
ÓXIDO DE MAGNÉSIO Magnésio 54 - 55 
CLORETO DE SÓDIO Sódio 
Cloro 
34-38 
56-62 
CLORETO DE POTÁSSIO Potássio 45 – 63 
ÓXIDO DE ZINCO “90” 
ZINCO QUELATADO 
Zinco 72 – 75 
15 
SULFATO DE COBRE 
COBRE QUELATADO 
Cobre 25 – 35 
15 
SULFATO FERROSO 
QUELATO DE FERRO 
Ferro 25 
15 
SULFATO DE MANGANÊS Manganês 25 
SULFATO DE COBALTO 
QUELATO DE COBALTO 
Cobalto 20 
15 
IODATO DE CÁLCIO Iodo 60 
SELENITO DE SÓDIO Selênio 45 
RUMENSIN Monoensina 10 
MOLIBDATO DE SÓDIO Molibdênio 39-40 
CLORETO DE CROMO 
CROMO QUELATADO 
Cromo 
 
46? 
10 
CLORETO DE NÍQUEL Níquel 45 
 
 
 32
 
Tabela 2-NÍVEIS DE MINERAIS E VITAMINAS RECOMENDADOS 
PELO NRC PARA VACAS LEITEIRAS EM LACTAÇÃO 
MACRO 
ELEMENTOS 
MINERAIS 
VACAS 
PEQUENAS 
BAIXA 
PRODUÇÃO 
VACAS 
GRANDES ALTA 
PRODUÇÃO 
MÁXIMO 
TOLERÁVEL 
CÁLCIO % 
0.43 0.77 2.0 
FÓSFORO % 0.28 0.48 1.0 
MAGNÉSIO % 0.20 0.25 0.5 
POTÁSSIO % 0.90 1.00 3.0 
SÓDIO % 0.18 0.18 - 
CLORO % 0.25 0.25 - 
ENXOFRE % 0.20 0.25 0.40 
 
MICROELEMENTOS 
MINERAIS 
EXIGÊNCIAS MÁXIMO TOLERÁVEL 
ZINCO ppm 40.0 500.0 
FERRO ppm 50.0 1000.0 
MANGANÊS ppm 40.0 1000.0 
COBRE ppm 10.0 100.0 
COBALTO ppm 0.1 10.0 
IODO ppm 0.6 50.0 
SELÊNIO ppm 0.3 2.0 
 
VITAMINAS 
U.I. P/ Kg m.s. da 
dieta 
EXIGÊNCIAS MÁXIMO TOLERÁVEL 
A 3.200 30.000 
D 1.000 4.500 
E 15 900 
Tabela 3- Recomendações de algumas Universidades Americanas 
RECOMENDAÇÕES DE MICROELEMENTOS DIFERENTES DO NRC 
REFERÊNCIA COBRE FERRO MANGANÊS ZINCO 
UNIV.ILLINOIS 
15 ppm 100 ppm 60 ppm 60 ppm 
UNIV.FLÓRIDA 
22 ppm 110 ppm 45 ppm 45 ppm 
NC STATE UNIV. 20 ppm 50 ppm 60 ppm 100 ppm 
 33
 
 
Tabela 4- Diagnóstico das Deficiências Minerais 
Mineral Material Preferencial Normal Subclínico Clínico 
Cálcio 
(Aguda) 
(Crônica) 
Soro (mg/dl)– Ca total 
% mineral da costela 
Urina (mg/dl) 
8,0-10,5 
30-38% 
2,0-50,0 
5,5-7,5 
25-30% 
 
<5,3 
<25% 
<0,1 
 
Fósforo Soro (mg/dl) 
% mineral da costela 
4,5-6 
17-20% 
3,5-4,5 
15-17% 
<3,0 
<12% 
Magnésio Soro (mg/dl) 
Urina 
Líquor 
1,9-2,3 
10 – 25 
2,0-2,5 
1,5-1,85 
2,0-2,5 
- 
 
<1,5 
<0,5 
<0,5 
Enxofre Somente na Dieta 
Sódio Urina (meq/L) 
Soro (meq/L) 
10-50 
135-152 
- 
130-135 
<1,0 
<125 
Potássio Soro (meq/L) 4-5,5 - <2,5? 
Zinco Fígado (ppm/ms) 100-400 50-150 <50 
Cobre Fígado (ppm/ms) 
Soro (ceruloplasmina-UI/L) 
Hemácias- 
Cu/ZnSuperóxido- 
(mg/g hemoglobina) 
100-400 
40-50 
 
<0,3 
40-100 
10-30 
<40 
<5 
<0,3 
Iodo Soro I(µg /dl) 
Soro (tiroxina µg /ml) 
Leite I (mg/L) 
 
10-50 
20-100 
30-300 
5-10 
<10 
<10 
<5 
 
Cobalto Soro(Vit. B12- µg /ml 
 
 
(Ác.Metilmalônico)mmol/ml 
<0,4 
 
<1,5 
0,25-4 
 
2,5-5 
<0,2 
>5 
 
 
 
 34
 
 
 
 
 
Selênio Sangue-etileno diamino 
(EDTA) 
 - Glutationa 
peroxidase 
 
Fígado (ppm/ms) 
0,2-1 mg/ml 
 
20-35 mmol 
 
0,25-0,60 
0,1-
0,2 
 
10-20 
 
 
<0,1 
<10 
<0,15 
 
Manganês Fígado (ppm/ms) 10-25 5-10 <4 
Ferro Sangue-Volume Globular 
Fígado (ppm/ms) 
33% 
200-1500 
<25 <20 
<150 
 
Goff,J.P.,2004
 35
 
 
 
 
Tabela 5- Cálculo Dos Minerais Nas Fórmulas Químicas 
Elementos PesoAtômico Fórmula 
Química 
Porcentagens 
CÁLCIO 40,0 CaCo3 
CaHPO4.2H2O 
32-46 
22-25 
CARBONO 12,0 
CLORO 35,4 NaCl 61 
CROMO 52,0 Quelato 
CrCl 
10 
46 
COBALTO 59,0 CoSO4.7H2O 20-21 
COBRE 63,5 CuSO4.5H2O 
Quelato 
25-35 
15 
ENXOFRE 32,0 S (Elementar) 99 
FERRO 56,0 FeSO4.H2O 25-35 
FÓSFORO 31,0 NH4H2PO4 23-24 
FLÚOR 19,0 
HIDROGÊNIO 1,0 
IODO 127,0 KI03 , CaI2 60 
MAGNÉSIO 24,3 MgO 50-54 
MANGANÊS 55,0 MnSO4.H2O 
MnO 
29 
50-55 
MOLIBDÊNIO 96,0 Na2MoO4.H2O 39-40 
NÍQUEL 58,7 NiCl 50 
NITROGÊNIO 14,0 
OXIGÊNIO 15,0 
POTÁSSIO 39,1 KCl 45-52,5 
SELÊNIO 78,0 SeNa203 45 
SÓDIO 22,4 NaCl 39 
ZINCO 65,4 ZnO 
ZnSO4 
Quelato 
70-75 
35 
15 
 
 
 36
 
Def. de Cu – Clareamento e perda de pêlos(acromotriquia) 
 
 
 
Deficiência Cu –Anemia e perda da pigmentação da pele 
(Dr.Diomedes Barbosa PA) 
 
 
DEFICIÊNCIA DE ZINCO
DEFICIÊNCIA DE ZINCO
 
Deficiênia de Zinco – Paraqueratose 
 37
 
Deficiênia de Zinco – Paraqueratose 
 
Deficiência de Cobalto: Emagrecimento (Gentileza Dr.Diomedes 
Barbosa -PA) 
 
Deficiência Fósforo Deformidades e Osteofagia (Gentileza Dr. 
Diomedes Barbosa -PA) 
 38
14. VITAMINAS 
 (Tradução de parte do capítulo de vitaminas do NRC 2001) 
 
As vitaminas são classificadas como lipossolúveis (A, D, E, K) e 
hidrossolúveis (vitaminas do complexo B e vitamina C). Possuem 
diversas funções como participação em rotas metabólicas, imunidade e 
regulação genética. 
Deficiências clínicas ou sub clínicas de vitaminas podem levar a doenças 
ou queda no desempenho animal. 
O gado de leite requer vitaminas A, D, E e K. No entanto elas são 
sintetizadas no próprio organismo animal (luz solar), ou são 
suficientemente fornecidas na dieta (forragens frescas). 
A tendência da criação intensiva em confinamento, diminui o acesso a 
forragens frescas e diminui a síntese de vitamina D, levando à 
necessidade de suplementação das vitaminas A, D e E. 
A atividade da vitamina A é definida em equivalentes retinol. Uma UI de 
vitamina A corresponde a 0,3µg de trans retinol. O retinol não é 
encontrado nas plantas, mas muitos alimentos contêm β-caroteno e 
outros carotenóides podem ser convertidos em vitamina A pelos 
animais. Entretanto, a eficiência de conversão é pobre e a maioria dos 
alimentos não os possuem em quantidades suficientes. As forragens 
contêm β caroteno, porém os grãos ou subprodutos são pobres em β-
caroteno. 
A degradação ruminal da vitamina A pode ser grande. Dados in vitro 
sugerem que a degradação ruminal de vitamina A foi aproximadamente 
20% quando os bovinos receberam dietas à base de forragens, mas foi 
a 70% quando receberam dietas com 50% a 70% de concentrado. De 0 
a 35% do β-caroteno da dieta é destruído no rúmen. 
 
14.1. Vitamina A 
A vitamina A é necessária para crescimento normal e desenvolvimento 
fetal, espermatogênese, manutenção do tecido esquelético e tecido 
epitelial. Vacas gestantes podem apresentar sintomas que indicam 
deficiências de vitamina A, como abortos, aumentos da prevalência de 
retenção de placenta e mortalidade de bezerros. A vitamina A também 
aumenta a resistência às doenças e tem efeitos na imunidade celular. O 
β-caroteno além da sua função de pró-vitamina A é antioxidante e 
melhora a capacidade imune dos neutrófilos. Existe uma clara evidência 
da necessidade da vitamina A para o desempenho reprodutivo. 
Revisando dados antigos, os requerimentos de vitamina A para animais 
em crescimento de rebanhos leiteiros aumentou a 80UI/kg de peso vivo. 
A exigência de vitamina A para bovinos adultos aumentou para 110 
UI/kg de peso vivo. 
 39
Vacas secas normalmente recebem dietas com baixas quantidades de 
concentrado e a biodisponibilidade de vitamina A pode ser maior que 
para vacas lactantes. 
Condições que justificam a suplementação de vitamina A: 
• Dietas pobres em forragens ou que contêm grandes quantidades 
de silagem de milho e baixas quantidades de feno; 
• Dietas que apresentam forragensde baixa qualidade; 
• Aumento da exposição de animais a agentes infecciosos; 
• Épocas onde ocorre a redução da atividade do sistema 
imunológico do animal. 
 
 
14.2. Vitamina D 
A vitamina D é um precursor necessário para a produção do hormônio 
regulador de cálcio, 1,23-diidroxivitamina D. Pode ser produzida na pele 
de alguns mamíferos (conversão fotoquímica), incluindo bovinos. A 
vitamina D convertida na pele é transportada para o fígado rapidamente 
evitando altas concentrações na corrente sangüínea. Do fígado, os 
produtos intermediários vão ao rim e são convertidos em 1,23-
diidroxivitamina D, aumentam o transporte ativo de cálcio e fósforo, 
além da manutenção da função imune. 
A deficiência de vitamina D reduz a capacidade de manter a homeostase 
de cálcio e fósforo, resultando num declínio para fósforo e para cálcio. 
Isso pode causar raquitismo e osteomalácia em animais jovens e 
adultos, respectivamente. A quantidade de vitamina D na dieta 
necessária para prover substrato para produção de 1,23-
diidroxivitamina D é difícil de ser definida. Animais expostos ao sol 
necessitam de vitamina D na dieta. As exigências de vitamina D para 
vacas de leite adultas pelo NRC (1989) foram fixadas em 30 UI/kg de 
peso vivo. Esses valores estão acima do que muitos estudos sugerem 
necessários para manutenção de concentrações plasmáticas normais de 
2 3-hidroxivitamina D (17 UI/kg PV) ou cálcio e fósforo (10UI/kg PV) no 
plasma. Baseado em todos os dados disponíveis, as exigências de 
30UI/kg PV estabelecidas previamente parecem justificáveis. 
 
 
14.3. Vitamina E 
A vitamina E é o nome genérico para uma série de compostos 
lipossolúveis chamados tocoferóis e tocotrienóis. A forma biologicamente 
mais ativa da vitamina E é a α-tocoferol, que é a forma mais 
comumente encontrada nos alimentos. O conteúdo de vitamina E dos 
alimentos é altamente variável. Dependendo da espécie e maturidade, 
forragens frescas contêm entre 80 e 200 UI de vitamina E/kg de MS. 
Silagem e feno contêm de 20 a 80% menos de α-tocoferol que 
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forragens frescas. Em geral, as concentrações de vitamina E em 
concentrados são baixas. Normalmente o tempo de estocagem diminui 
as concentrações de α-tocoferóis. 
A forma comercial do suplemento de vitamina E é rac-α-tocoferyl 
acetato. A forma esterificada é mais estável que a forma alcoólica. 
Perdas na atividade biológica da vitamina E são esperadas nos 
suplementos vitamínicos. 
A função melhor explicada da vitamina E é como antioxidante celular. 
Esta função, e talvez as outras, estejam envolvidas na manutenção de 
membranas celulares, no metabolismo do ácido araquidônico, na 
imunidade e na função reprodutiva. 
A doença do músculo branco é um sinal clássico de deficiência de 
vitamina E. Experimentos mais recentes com vitamina E têm enfocado a 
sua relação com desordens reprodutivas, mastite e função imune. A 
suplementação de vitamina E para vacas de leite no período pré-parto 
melhorou a função dos neutrófilos e macrófagos (Hogan et al., 1990; 
1992). 
As exigências para animais em pastejo provavelmente são menores pelo 
fato de que as forragens frescas são fonte de vitamina E. Benefícios 
adicionais na saúde de bezerros podem ser observados pelo aumento do 
consumo de vitamina E pelas vacas e novilhas no final da gestação. 
Aumento de consumo de vitamina E durante o período pré-parto, 
significativamente eleva a vitamina E do colostro. Para vacas lactantes, 
a recomendação de vitamina E mudou de 0.8 UI/kg PV se forragens 
conservadas eram fornecidas. 
A quantidade de vitamina E necessária para suplementação tende a ser 
mudada nas dietas: 
• Quando forragens frescas são fornecidas, a dieta requer cerca de 
67% menos vitamina E suplementar, se comparada com dietas à 
base de forragens conservadas; 
• Deve ser aumentada quando as dietas fornecidas contêm baixa 
proporção de forragens ou baixo nível de selênio; quando utilizam-
se gorduras protegidas e em períodos de imunodepressão; 
• Grandes quantidades de vitamina E podem reduzir os sabores 
oxidativos no leite. 
 
 
 
 
 
14.4. Vitamina K 
Vitamina K é um termo genérico usado para descrever um grupo de 
compostos de quinona que exibem efeitos anti-hemorrágicos. A forma 
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básica da vitamina K é 2-metil-1,4-naftoquinona. Os três isômeros mais 
comuns são filoquinonas, menaquinonas e menadiona. 
Os bovinos requerem vitamina K para a síntese de pelo menos uma 
dúzia de proteínas, entre elas, fatores sanguíneos e proteínas do 
sangue. Esses fatores protéicos dependentes da vitamina K são 
componentes de um sistema complexo que tem a função de prevenir a 
hemorragia pela ativação da trombina pela formação de coágulos. Uma 
deficiência de vitamina K raramente ocorre, pois vegetais são ricos em 
filoquinonas e as menaquinonas são sintetizadas pelas bactérias no 
rúmen. 
Os microorganismos ruminais sintetizam a maioria das vitaminas 
lipossolúveis: biotina, ácido fólico, niacina, ácido pantotênico, piridoxina, 
riboflavina, tiamina e vitamina B12 que também podem ser fornecidas 
pelos alimentos. A vitamina C é sintetizada pelos ruminantes. 
Deficiências dessas vitaminas são raras em animais com rúmen 
desenvolvido. 
 
14.5. Outras vitaminas 
 
9 A biotina age como cofator para muitas enzimas envolvidas nas 
reações de carboxilação. Sendo muito importante na formação da 
queratina dos cascos. Bactérias ruminais normalmente sintetizam a 
biotina e as concentrações excedem 9µg/L de fluido ruminal. 
Entretanto em condições de acidose ruminal subclínica a quantidade 
produzida pode não atender os requisitos. 
 
9 O ácido fólico participa de coenzimas para movimentação de 
compostos monocarbonados em rotas bioquímicas. O ácido fólico é 
necessário para a síntese de ácidos nucléicos. 
 
9 Inositol é um nutriente importante no metabolismo e no transporte 
de lipídeos, constituinte de fosfolipídeos e com atividade lipotrópica. 
As deficiências de inositol parecem não ocorrer, pois o ácido fítico, do 
qual o inositol faz parte, é degradado no rúmen. Contudo durante 
períodos de lipidose hepática e na síndrome do fígado gorduroso, a 
suplementação de inositol tem sido investigada. 
 
9 A niacina é o nome genérico para piridina ácido 3 carboxílico e seus 
derivados que demonstram atividades similares a forma amida 
(nicotinamida). A niacina funciona como uma coenzima no transporte 
de elétrons (NADH;NADPH). A niacina tem um papel importante na 
respiração celular e no metabolismo dos carboidratos, lipídeos e 
aminoácidos. 
 
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9 O ácido pantotênico é constituinte da coenzima A e é essencial 
para várias reações fundamentais no metabolismo, incluindo a 
oxidação dos ácidos graxos, catabolismo dos aminoácidos e síntese 
de acetilcolina. 
 
9 A riboflavina é constituinte de vários sistemas enzimáticos 
associados com metabolismo intermediário. As exigências tissulares 
aparentemente são encontradas através da síntese microbiana da 
vitamina no rúmen. 
 
9 A tiamina é uma vitamina hidrossolúvel com importante função de 
coenzima em várias rotas do metabolismo energético. Tem papel não 
muito bem definido no sistema nervoso. Deficiências de tiamina têm 
sido encontradas quando surgem associações de tiaminases nos 
alimentos ou ocorre destruição desta vitamina no rúmen. Dietas ricas 
em sulfato ou que causam diminuição do pH ruminal, podem causar 
deficiência de tiamina. Qualquer deficiência de tiamina pode causar 
desordens no sistema nervoso central. Polioencefalomalácia é a 
desordem mais comum por deficiência de tiamina. 
 
9 A vitamina B12 é um cofator para duas enzimas maiores, metil-
malonil coenzima A mutase e tetraidrofolatometiltransferase. A 
vitamina B12 não é encontrada nos tecidos das plantas e os 
microorganismos são única fonte desta vitamina. A deficiência de 
vitamina B12 tem sido demonstrada em bezerros que

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