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Importância da Contabilidade para as empresas

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164 
 
 
 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão 
e Finanças 
V. 1, N. 1, 2013 | ISSN 2317-5001 
http://ojs.fsg.br/index.php/rccgf 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA AS EMPRESAS: 
UM ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO DE CONTADORES COM 
EMPRESÁRIOS NA CIDADE DE PELOTAS/RS 
 
Guilherme Betemps 
gbetemps@gmail.com - UFPEL – FAT 
 
Alexandre Braga 
axvb@hotmail.com - UFPEL - FAT 
 
Resumo: Este trabalho investigou a importância da contabilidade para as empresas em um estudo sobre a 
relação de contadores com os empresários da cidade de Pelotas/RS, apresentando o contexto atual encontrado 
pelos contadores no que tange a realização da contabilidade das empresas, através da aplicação de um 
questionário para os contadores terceirizados, a fim de identificar as dificuldades encontradas por eles no 
relacionamento com as empresas dos diferentes tipos de enquadramento fiscal. Com isso foi perceptível que, 
quanto menor for o porte das empresas, maior será o número de problemas encontrados no relacionamento entre 
os contadores e as organizações. Por fim, foram sugeridas mudanças a fim de aperfeiçoar esse relacionamento. 
 
 Palavras-chave: contabilidade; tributação; relacionamento. 
 
Abstract: This study investigated the importance of accounting for companies in a study on the relationship of 
accountants with entrepreneurs in the city of Pelotas/RS, showing the current context encountered by 
accountants regarding the achievement of corporate accounting through the application of a questionnaire for 
outsourced accountants in order to identify the difficulties encountered by them in their relationship with 
companies of different types of tax environment. With it was noticeable that the smaller the company size, the 
greater the number of problems found in the relationship between accountants and organizations. Finally, 
changes were suggested in order to improve this relationship. 
 
Key-words: accounting, taxation; relationship. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 Uma das grandes preocupações dos empresários que investem o seu capital no 
Brasil é com a alta carga tributária e com a qual todos que praticam atividades econômicas no 
território brasileiro terão de arcar. Segundo uma pesquisa divulgada pela OEDC (2010) 
(Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), em 2010 o Brasil ocupou a 
14ª posição no ranking das maiores cargas tributárias do mundo, quando arrecadou R$ 1,291 
trilhão em tributos (35,04% do total do PIB nacional). Além dos altos impostos, ainda 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças v. 1, n. 1, p. 164-177, 2013 
 
 
 
 
165 
segundo a OEDC, entre os 20 primeiros países do ranking das maiores cargas tributárias, o 
Brasil é o pior no que tange aos benefícios fornecidos à população, dado esse que é obtido 
através de uma combinação entre o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e a própria 
carga tributária. 
Muito provavelmente associado a esses dados, podemos verificar um alto 
índice de mortalidade das empresas nacionais. Segundo o Sebrae (2011), 58% das micro e 
pequenas empresas no Estado de São Paulo encerram as suas atividades em até 5 anos. 
Obviamente que, além da carga tributária, podemos associar outros fatores gerenciais e 
econômicos determinantes para o insucesso dos empreendimentos, como a falta de 
qualificação dos empresários e (ou) de seus funcionários, crises setoriais, mudanças 
mercadológicas, etc. Porém os tributos afetam indistintamente todas as empresas, tornando-as, 
muitas vezes, inviáveis financeiramente. 
Outro fator importante a ser observado são os custos que as empresas arcam 
graças à complexidade do sistema tributário. Segundo o IBPT (2011), entre o período de 05 
de outubro de 1988 e 05 de outubro de 2010, foram editadas aproximadamente 249 mil 
normas em relação à matéria tributária. Diante da realidade apresentada, faz-se necessária 
uma boa contabilidade para a sobrevivência e o aperfeiçoamento das empresas. Porém, para 
que seja alcançada a sua boa qualidade, a contabilidade tem que, praticamente, ser dividida 
em duas: a contabilidade fiscal e a gerencial. A primeira, obviamente, terá de atender os 
quesitos impostos nas leis, além de se utilizar dos enquadramentos menos onerosos para as 
organizações. Já no segundo caso, a contabilidade representa um ¨[...] grande instrumento que 
auxilia a administração a tomar decisões” (IUDÍCIBUS; MARION, 2008, p. 1). Mas, da 
forma como é expressa na lei, a montagem das demonstrações contábeis não são as mais 
adequadas para uma análise gerencial, o que justifica a divisão da contabilidade em duas 
partes, já que “é imprescindível a preparação das peças contábeis para uma análise mais 
realista” (MARION; 2009, p. 10). 
Ainda, fundamentalmente para se fazer uma boa contabilidade, é preciso 
encontrar dados fidedignos com a realidade, o que, principalmente para os escritórios de 
contabilidade, que serão os objetos de análise deste trabalho, a verificação das informações 
passadas a esses é de difícil realização, uma vez que se encontram geograficamente distantes 
dos seus clientes. 
Com isso, é de suma importância, tanto para a empresa cliente, quanto para o 
escritório contábil, os mesmos possuírem uma relação de parceria a ponto que a empresa 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças v. 1, n. 1, p. 164-177, 2013 
 
 
 
 
166 
consiga recolher e repassar as informações da forma correta para os contadores, e, em 
contrapartida, os escritórios auxiliarem as empresas no recolhimento dos dados econômicos a 
fim de possibilitar a realização de uma boa contabilidade. 
 
2 ELISÃO, ELUSÃO E EVASÃO FISCAL 
 
 A partir do novo discurso por parte das empresas da necessidade de reduzir 
custos, o planejamento tributário toma grande importância no que tange a diminuição do ônus 
com os tributos. Porém, muitos gestores ainda carecem de informações que, juntamente com o 
departamento contábil, podem escolher os melhores caminhos para a redução dos tributos. A 
partir disso, serão discutidos alguns conceitos que visam diferenciar algumas destas maneiras, 
as quais, inclusive, podem ser ilegais e trazerem prejuízos futuros às organizações. 
Mas antes de abordar tais conceitos, se faz necessário deixar claro que, dentre 
as doutrinas existentes, ocorrem muitas discordâncias entre elas e que, no presente trabalho, 
serão apresentados os conceitos mais aceitos e usados pelos profissionais da área. 
Para começar a análise dos conceitos, observamos que, segundo Dos Santos 
apud Oliveira (2008, p. 21), “(...) nas práticas evasivas há a ocorrência do fato gerador 
tributário, gerou-se a obrigação de pagamento. No entanto, por meio de um ardil, o 
contribuinte furta ou tenta se furtar de sua obrigação legal”. Ou seja, na evasão tributária, o 
contribuinte procura a economia nos tributos de forma ilícita pois a partir das suas ações já 
ocorreu o fato gerador, e que, a partir dessa ocorrência, legalmente as únicas ações por parte 
do contribuinte poderiam ser, no máximo, para visar a alteração dos prazos de pagamento. 
Já a elusão fiscal, pode ser considerada como: (...) o fenômeno pelo qual o 
contribuinte, mediante a organização planejada de atos lícitos, mas desprovidos de “causa” 
(simulados ou com fraude à lei), tenta evitar a subsunção de ato ou negócio jurídico ao 
conceito normativo do fato típico e a respectiva imputação da obrigação tributária. Em modo 
mais amplo, elusão tributária consiste em usar de negócios jurídicos atípicos ou indiretos 
desprovidos de “causa” ou organizados com simulação ou fraude à lei, com a finalidade de 
evitar a incidência de norma tributária impositiva, enquadrar-se em regime fiscalmente mais 
favorável ou obteralguma vantagem fiscal específica. (NISHIOKA 2010, p. 28). 
Um bom exemplo para melhor compreender a elusão fiscal seriam fusões entre 
empresas superavitárias e empresas deficitárias, com apenas o intuito por parte da 
superavitária de obter vantagens em relação ao pagamento de impostos. Assim, embora o 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças v. 1, n. 1, p. 164-177, 2013 
 
 
 
 
167 
negócio jurídico seja legal, se configura um abuso de direito para alcançar um determinado 
objetivo que não o do negócio em si. 
E por último, podemos conceituar a elisão fiscal, segundo Fabretti e Fabretti 
(2009, p.143), como “a economia tributária resultante da adoção da alternativa legal menos 
onerosa ou de lacuna na lei (...). Logo, a elisão é legitima e lícita, pois é alcançada por escolha 
feita de acordo com o ordenamento jurídico”. Portanto a mesma se diferencia da evasão 
através da legalidade dos atos e da elusão através do não uso da fraude à lei ou abuso de 
direito. 
Ainda em relação à elisão fiscal, a mesma deve ser diferenciada do 
planejamento tributário, afinal, nem todos os atos considerados elisão podem ser considerados 
parte do planejamento tributário. Além da legalidade, ”somente poderia ser considerado como 
planejamento tributário aqueles atos realizados antes da incidência do tributo, ou seja, antes 
da ocorrência do fato gerador.” (LUKIC, 2012, p.30). E, em uma visão mais moderna, ainda 
segundo Lukic (2012, p.30), para ser considerado planejamento tributário, o ato “não basta ser 
lícito, é preciso ser eficaz perante o Fisco”. 
 
3 MÉTODO DE PESQUISA 
 
Para a realização da pesquisa foi adotado como universo para a análise os 
prestadores de serviços contábeis pessoas jurídicas situados na cidade de Pelotas, Estado do 
Rio Grande do Sul, registrados no Sindicato dos Contadores e Técnicos em Contabilidade da 
Cidade de Pelotas e Região (SINCOPEL), que, segundo a própria entidade possui 50 
associados nesta categoria. 
Para que seja realizada uma avaliação formativa, ou seja, para que se possa 
fazer um diagnóstico e propor melhorias, foi realizado um questionário, devidamente pré-
testado que, segundo Vergara, (2011, p. 52) “caracteriza-se por uma série de questões 
apresentadas ao respondente, por escrito, de forma impressa ou digital”, sendo que as 
perguntas serão fechadas de múltipla escolha, nas quais “(...) são fornecidas as respostas ao 
entrevistado, sendo que apenas uma alternativa de resposta é possível” (MORESI, 2003, p. 
65). 
 
 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças v. 1, n. 1, p. 164-177, 2013 
 
 
 
 
168 
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
Antes mesmo de começar a analisar as opiniões dos prestadores de serviços 
contábeis à cerca da importância dada à contabilidade pelos seus clientes dos diversos tipos de 
enquadramento fiscal, é importante visualizar a proporcionalidade da forma de tributação dos 
clientes dos respondentes da presente pesquisa. Nesse quesito, os valores médios encontrados 
foram de 67,43% optantes pelo Simples Nacional, 24,82% pelo Lucro Presumido e 7,75% 
pelo Lucro Real. 
Foram feitas perguntas aos contadores para avaliar de que forma eles enxergam 
a expectativa dos seus clientes em relação ao serviço prestado a eles. Através das repostas 
obtidas, também foi possível avaliar a opinião dos contadores referente à forma com que eles 
acreditam que são utilizadas as informações contábeis pelos seus clientes. 
 
 
 
Gráfico 1: Expectativa das empresas em relação ao serviço contábil 
Fonte: dados da pesquisa 
 
Em que: 
A. Apenas atender o fisco. 
B. Atender o fisco e possuir outras informações contábeis, mas os clientes não as solicitam já que os mesmos, 
talvez, não vejam utilidade para as mesmas. 
C. Atender o fisco e receber informações contábeis apenas para visualizarem a atual situação econômica das suas 
empresas. 
D. Atender o fisco e receber informações contábeis que auxiliem na tomada de decisão das suas empresas. 
E. Não possuo clientes optantes por esse regime de tributação. 
F. Outra resposta. 
 
Nessa pergunta é evidente, na visão dos contadores, a maior proporção das 
empresas optantes pelo Lucro Real que utilizam as informações contábeis para o 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças v. 1, n. 1, p. 164-177, 2013 
 
 
 
 
169 
gerenciamento das organizações. Porém, é importante retomar ao que Santos e Oliveira (2008, 
p.5) observam que para esse tipo de empresa, a realização da contabilidade “(...) envolve 
maior complexidade na execução das rotinas contábeis e tributárias, para a completa 
escrituração das atividades e posterior apuração do lucro real”. Tal afirmativa nos possibilita 
concluir que, possivelmente, pela forma mais detalhada e qualificada como é realizada a 
contabilidade dessas empresas, faz com que elas utilizem essas informações de forma 
gerencial proporcionalmente mais do que as empresas optantes pelos outros enquadramentos 
fiscais. 
Em relação às respostas referentes aos clientes optantes pelo Simples Nacional 
não se consegue observar um comportamento uniforme da visão dos contadores dessas 
empresas. Mas ainda é possível observar que, dentre os três tipos de clientes, esse se destaca 
por ter o maior número de empresas que utilizam a contabilidade apenas para atender o fisco. 
 E em relação aos clientes optantes pelo Lucro Presumido existe também uma 
pequena tendência à utilização das informações contábeis para fins gerenciais, já que 
aproximadamente em 60% das repostas, os contadores acreditam que os seus clientes optantes 
por esse regime utilizam as informações contábeis para a obtenção do diagnóstico financeiro 
da empresa. 
Para complementar esse aspecto, também foram feitas perguntas a fim de 
diagnosticar a visão do contador sobre a importância da contabilidade para as empresas e, de 
maneira geral, a forma com que eles enxergam que os seus clientes veem a influência da 
contabilidade em suas organizações. No gráfico abaixo é feito um comparativo das respostas 
das duas questões, ambas possuíam as mesmas alternativas de resposta. 
 
 
 Gráfico 2: Importância da contabilidade 
 Fonte: Dados da pesquisa 
 
 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças v. 1, n. 1, p. 164-177, 2013 
 
 
 
 
170 
Em que: 
A. De maneira geral, a contabilidade é utilizada apenas para atender o fisco. 
B. A contabilidade, além de atender o fisco, contribui apenas na forma de diagnosticar a situação financeira das 
empresas. 
C. A contabilidade, além de atender o fisco, é de vital importância para as organizações, uma vez que ela fornece 
informações importantes para a tomada de decisão, além de diagnosticar a situação financeira das empresas. 
D. A contabilidade, além de fornecer informações importantes para a tomada de decisão no que tange ao 
gerenciamento e controle e atender o fisco, pode possibilitar a redução dos custos tributários através de 
planejamento tributário. 
F. Outra resposta 
 
Diante das respostas obtidas nesta questão, é de fácil percepção que, na sua 
maioria, os contadores entendem que a contabilidade, além de atender o fisco, é fonte de 
informação para o gerenciamento e controle, além de reduzir custos através de um 
planejamento tributário, que, como explica Lukic (2012, p.30), ”somente poderia ser 
considerado como planejamento tributário aqueles atos realizados antes da incidência do 
tributo, ou seja, antes da ocorrência do fato gerador.” Já, de maneiraantagônica na primeira 
questão, os contadores entendem que, na sua maioria, as empresas que são suas clientes 
enxergam a contabilidade como fonte de informação apenas para atender o fisco. Fato que 
possivelmente está interligado com as questões anteriores, visto que a grande maioria das 
empresas que são clientes dos pesquisados optam pelo Simples Nacional (67,43%). Conforme 
o Gráfico 1, esses clientes tem expectativas mais básicas do serviço contábil em comparação 
aos demais, o que faz com que, de maneira geral, os contadores entendam que a maioria dos 
seus clientes atribuem pouca importância a contabilidade para o andamento das organizações. 
Ainda em relação ao antagonismo das respostas é possível prever o 
aparecimento de conflitos entre os prestadores de serviços contábeis e os seus clientes. Uma 
vez que de um lado a contabilidade é extremamente valorizada, do outro, aproximadamente 
65% delas utilizam-na no máximo para diagnosticar a situação financeira das empresas, ainda 
que existam algumas organizações que valorizem a contabilidade. 
Nas situações em que a contabilidade é feita internamente, ou seja, quando um 
contador é contratado para trabalhar em uma empresa, o processo de sugestão é natural e 
geralmente bem recebido, uma vez que o contador é funcionário da empresa. Porém, para 
diagnosticar essa situação nos casos em que a contabilidade é terceirizada, foi perguntado aos 
respondentes como é a receptividade dos seus clientes dos diversos tipos de tributação em 
relação às possíveis sugestões nos processos internos das empresas para facilitar a obtenção 
de informações para a realização da contabilidade. 
 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças v. 1, n. 1, p. 164-177, 2013 
 
 
 
 
171 
 
 Gráfico 3: Receptividade das sugestões 
 Fonte: dados da pesquisa 
 
Em que: 
A. Não estão abertas a sugestões. 
B. Estão abertas a sugestões, porém dificilmente as colocam em prática. 
C. Estão abertas a sugestões e tentam colocá-las em prática, porém demoram a começar os processos de 
mudança. 
D. Estão abertas a sugestões e tentam coloca-las em prática rapidamente. 
E. Não possuo clientes optantes por esse regime de tributação. 
F. Outra resposta. 
 
Primeiramente, um dos fatores que chama a atenção é o fato de que poucos 
respondentes visualizam que seus clientes não estão abertos a sugestões, independente da 
forma de tributação escolhida. 
Já ao analisarmos apenas as empresas optantes pelo Simples Nacional, na sua 
grande maioria, embora abertas às possíveis sugestões, os contadores entendem que eles não 
as colocam em prática ou demoram a começar tais processos de mudança, já que 81% das 
repostas válidas para esse regime de tributação encontram-se nas respostas “B” e “C”. 
Outro ponto importante para análise é que, apenas entre as empresas optantes 
pelo Lucro Real, segundo os contadores, além da receptividade de sugestões, é predominante 
também a colocação das mesmas em prática de forma rápida, qualificando e agilizando a 
obtenção de informações para a realização da contabilidade. Fato esse que pode ser explicado 
pela maior complexidade da realização da contabilidade dessas empresas, já que, como nos 
explica Oliveira (2011, p. 170), essas empresas são tributadas pelo lucro que é “[...] realmente 
apurado pela contabilidade, com base na completa escrituração contábil fiscal, com a estrita e 
rigorosa observância dos princípios contábeis e demais normas fiscais e comerciais”. Por isso, 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças v. 1, n. 1, p. 164-177, 2013 
 
 
 
 
172 
para essas empresas organizar-se internamente, para repassar as informações necessárias para 
a realização da contabilidade de forma eficiente, se torna muito importante. 
O Brasil, além de ter uma das mais altas cargas tributárias mundiais, oferece 
pouca estrutura para as empresas trabalharem, principalmente no que diz respeito à parte de 
transporte. Por isso, de acordo com Birnfeld e Birnfeld (2008, p.20), “a finalidade da 
arrecadação de qualquer imposto é uma só: encher os cofres públicos”. Por isso, tais tributos 
são vistos pelas organizações mais como um custo do que como um investimento. 
Assim, diante das situações expostas, faz-se entender que a redução da carga 
tributária através da elisão fiscal, que, retomando a forma com que Fabretti e Fabretti (2009, 
p.143) a conceituam, pode ser entendida como “a economia tributária resultante da adoção da 
alternativa legal menos onerosa ou de lacuna na lei”, é de extrema importância para a 
sobrevivência das empresas diante das exigências impostas a elas. Em face da importância 
percebida na redução dos impostos, os contadores foram questionados a cerca de qual a 
parcela dos seus diferentes tipos de clientes procuram-lhes para buscar alternativas para a 
redução das suas cargas tributárias. 
 
 Gráfico 4: Proporção das empresas que buscam a economia tributária 
 Fonte: Dados da pesquisa 
 
Em que: 
A. Entre 0% e 25%. 
B. Entre 25,1% e 50% 
C. Entre 50,1% e 75% 
D. Entre 75,1% e 100% 
E. Não possuo clientes optantes por este regime. 
 
Diante do que foi respondido, é possível observar que as empresas tributadas 
pelo Simples Nacional tendem a buscar menos a redução dos impostos, o que pode ser 
explicado pelo fato de que existem menos alternativas para as mesmas, pois o cálculo dos 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças v. 1, n. 1, p. 164-177, 2013 
 
 
 
 
173 
seus tributos, como foi visto anteriormente, é feito apenas de acordo com o faturamento e a 
atividade exercida. 
Já os clientes optantes pelas outras formas de tributação acabam 
proporcionalmente buscando mais os contadores para encontrar alternativas para a redução 
das suas cargas tributárias, porém ainda é possível observar que, mesmo sendo um fator muito 
importante para as suas organizações e possuindo formas de economizar em impostos, ainda 
assim alguns contadores respondentes visualizam pouca procura por parte dos seus clientes 
em relação a esse assunto. 
Conforme o que foi explicitado no referencial teórico deste trabalho, para a 
realização de uma boa contabilidade, é necessário que o fluxo de informação que chega até os 
contadores seja eficiente. Por isso, os respondentes foram questionados a cerca da forma com 
que as empresas disponibilizam essas informações a fim de identificar possíveis problemas 
encontrados nesse processo de troca de dados. 
Para responder estas perguntas foi definido aos contadores participantes da 
pesquisa que adotassem o conceito de boa contabilidade como aquela que atende o fisco de 
maneira legal e menos onerosa para o contribuinte, além de ser um ¨(...) grande instrumento 
que auxilia a administração a tomar decisões operacionais e estratégicas” (IUDÍCIBUS; 
MARION, 2008, p. 1). A presença dessa observação se justifica porque as perguntas foram 
desenvolvidas adotando tal conceito e, principalmente porque o conceito de boa contabilidade 
poderia variar dependendo do que pensa cada respondente, tornando assim as questões 
inválidas. 
 
 Gráfico 5: Como ocorre o acesso às informações 
 Fonte: Dados da pesquisa 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças v. 1, n. 1, p. 164-177, 2013 
 
 
 
 
174 
 
Em que: 
A. Algumas informações são de difícil acesso porque as empresas buscam torná-las sigilosas. 
B. Algumas informações são de difícil acesso por causa da falta de organização das empresas, as quais, muitas 
vezes não conseguem obtê-las de forma precisa. 
C. Embora as empresas disponibilizem todasas informações o mesmo se dá de forma demorada, já que, na sua 
generalidade, as empresas optantes por este enquadramento podem ser menos organizadas e, por isso, acabam 
retardando a disponibilidade das mesmas. 
D. Fácil acesso. As empresas, de forma geral, disponibilizam todas as informações e de forma rápida. 
E. Não possuo clientes optantes por esse regime de tributação. 
F. Outra resposta. 
 
Na visão dos contadores existem duas tendências muito claras em relação a 
esse aspecto. Primeiramente, no que se refere às empresas do Simples Nacional, existe uma 
grande dificuldade de conseguir as informações com exatidão e rapidez devido à falta de 
organização interna das mesmas, já que, dos respondentes que possuíam esse tipo de cliente, 
aproximadamente 70% responderam as alternativas “B” e “C”. Isso se deve ao fato que, 
diante dos pré-requisitos para o enquadramento fiscal no Simples Nacional vistos no 
referencial teórico, as empresas desse grupo são de menor porte do que as dos demais grupos 
visto que, além de outros pontos, as mesmas são obrigatoriamente Microempresas ou 
Empresas de Pequeno Porte. 
Outro ponto a ser destacado é em relação a maior facilidade de acesso às 
informações quando solicitadas para as empresas do Lucro Real, pois 43% dos respondentes 
que possuem clientes do Lucro Real entendem que, quando solicitadas às empresas optantes 
por esse enquadramento fiscal, o acesso à informação é fácil. Já em relação a outro aspecto, 
pelo fato dos contadores terceirizados não trabalharem nos locais onde são exercidas as 
atividades econômicas das empresas, muitas vezes, não possuem meios de se certificarem da 
possível existência de informações que não são repassadas a eles e que são importantes para a 
realização de uma boa contabilidade. Por isso, foi perguntado aos participantes da pesquisa 
qual a parcela dos seus clientes que possivelmente tentam omitir algumas dessas informações 
que são importantes para a realização dos seus trabalhos. 
 
 
 
 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças v. 1, n. 1, p. 164-177, 2013 
 
 
 
 
175 
 
 Gráfico 6: Omissão de informações 
 Fonte: dados da pesquisa 
 
Em que: 
A. Entre 0% e 25%. 
B. Entre 25,1% e 50% 
C. Entre 50,1% e 75% 
D. Entre 75,1% e 100% 
E. Não possuo clientes optantes por este regime. 
 
De maneira geral, poucos respondentes identificam que seus clientes omitem 
dados importantes para a realização de uma boa contabilidade, principalmente quando se trata 
dos optantes pelo Lucro Real. Portanto, ao analisarmos os gráficos 5 e 6, é possível identificar 
que, os problemas encontrados pelos contadores na busca por informações está muito mais 
ligado a falta de organização interna dos seus clientes de menor porte do que com omissão 
intencional de dados importantes. 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Diante do contexto empresarial, especialmente no Brasil, onde os locais no 
mercado são extremamente disputados e, muitas vezes, também ocorre que o 
desenvolvimento das organizações é barrado pela alta carga tributária, a contabilidade ganha 
grande importância em relação à sobrevivência das empresas diante das dificuldades 
encontradas. Além disso, muitas das empresas possuem como hábito terceirizar a realização 
da contabilidade, o que, dependendo do tipo de relação que se estabelece entre o contador e os 
seus clientes, pode acarretar em maiores dificuldades para a realização de uma contabilidade 
que seja positiva para o desenvolvimento econômico das organizações. 
Em frente a esse contexto, entendeu-se necessário diagnosticar de que forma se 
dá essa relação a fim de encontrar possíveis dificuldades constatadas na visão dos contadores, 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças v. 1, n. 1, p. 164-177, 2013 
 
 
 
 
176 
com o intuito de buscar potenciais soluções para as mesmas. Para isso, foram aplicados 
questionários para os contadores da cidade de Pelotas para avaliar quatro pontos dessa 
relação: a importância dada à contabilidade, a forma como são recebidas as sugestões dos 
contadores para as empresas, a busca por parte das empresas pela redução da carga tributária 
através da elisão fiscal e a qualidade das informações necessárias para a realização de uma 
boa contabilidade recebidas pelos contadores terceirizados. De forma generalista, com as 
respostas dos participantes, fez-se entender que a relação entre as partes ainda tem que evoluir 
muito em vários aspectos, porém também se diagnosticou que tal relação, quando dada com 
as empresas optantes pelo Lucro Real, está mais próxima ao que é visto na literatura como 
ideal. 
Outro ponto essencial nas respostas obtidas é que existe divergência entre o 
que os contadores entendem em relação à importância da contabilidade e o que os mesmos 
acreditam que seja a visão dos seus clientes. Na sua grande maioria, os contadores acreditam 
que a contabilidade deve ser utilizada para atender o fisco, gerar informações para auxiliar na 
gestão das empresas e para reduzir os custos tributários. Já quando questionados sobre qual 
seria a opinião dos seus clientes, a maioria acredita que estes entendem que a contabilidade 
possui como função apenas atender o fisco. Possivelmente, tal divergência de opiniões e a 
pouca importância dada à contabilidade por parte dos empresários, acarretam todas as demais 
dificuldades encontradas pelos contadores na realização de uma boa contabilidade. 
Assim, diante dos diagnósticos encontrados, constata-se que a pesquisa 
cumpriu com os objetivos traçados para a mesma, uma vez que foi possível evidenciar, em 
determinados aspectos, como é a relação entre os contadores e as empresas, além de sugerir 
mudanças para o aperfeiçoamento desta ligação que é tão importante para ambos os 
elementos. Portanto, em face do que foi exposto, sugere-se aos empresários que os mesmos 
comecem a valorizar mais os dados contábeis como fonte de informação que auxiliem na 
gestão das empresas e que, a relação entre eles e os contadores, seja de maior união e 
contribuição mútua do que foi diagnosticado nas respostas obtidas. Também se sugere que a 
presente pesquisa seja ampliada, sendo possível estudar os demais aspectos da relação entre as 
empresas e os contadores terceirizados a fim de buscar ainda mais o aperfeiçoamento desse 
vínculo. 
 
 
Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças v. 1, n. 1, p. 164-177, 2013 
 
 
 
 
177 
6 REFERÊNCIAS 
 
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