Buscar

04 REGIMES PREVIDENCIÁRIOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

REGIMES PREVIDENCIÁRIOS
A Constituição Federal prevê sistema previdenciário que tem dois regimes: Regime Público e Regime Privado.
São regimes públicos o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o regime previdenciário próprio dos servidores públicos civis e o regime previdenciário próprio dos militares. Esses regimes previdenciários são de caráter obrigatório, isto é, a filiação independe da vontade do segurado.
É regime privado a previdência complementar, prevista no art. 202 da CF.
É regime de caráter facultativo, no qual se ingressa por manifestação expressa da vontade do interessado.
	REGIMES PREVIDENCIÁRIOS
	Regimes Públicos
	Regimes Privados
	Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o regime previdenciário próprio dos servidores públicos civis e o regime previdenciário próprio dos militares
	Previdência Complementar
	Filiação Obrigatória e Caráter Contributivo
	Filiação Facultativa
O REGIME PRIVADO DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
Os regimes públicos de Previdência Social, limitados a normas atuariais que viabilizam sua solvência, nem sempre se mostram aptos a garantir, na ocorrência da contingência, a cobertura das reais necessidades do segurado.
Os limites máximo e mínimo do valor dos benefícios previdenciários dos regimes públicos levam em conta os mesmos limites das bases de cálculo (salários de contribuição) das contribuições previdenciárias dos segurados.
Com os regimes previdenciários de natureza pública, o segurado deve ter garantido os mínimos necessários à sobrevivência com dignidade, calculado com base em suas contribuições para o custeio do sistema. Se desejar manter seu padrão de vida no momento da cobertura, deverá, por certo, socorrer-se da previdência complementar.
NATUREZA JURÍDICA
A Previdência Complementar tem fundamento constitucional no art. 202, com a redação dada pela EC 20/98:
	Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar.
§ 1º A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos.
§ 2º As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei.
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado.
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada.
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada.
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4º deste artigo estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão e deliberação.
O regime de previdência privada tem, então, as seguintes características:
Caráter complementar, 
Autonomia em relação ao RGPS; 
Facultatividade;
Constituição de reservas e disciplina por lei complementar.
Cabe à lei complementar estabelecer as normas gerais reguladoras da previdência complementar.
Caráter complementar
A previdência privada tem caráter meramente complementar dos regimes previdenciários públicos. Esses são de filiação obrigatória para todos os que exercem atividade econômica.
O regime privado “atua paralelamente à previdência social exercida pelo Estado, sem, contudo, substituí-la”.
A previdência privada se destina justamente a cobrir a diferença necessária para que seja mantido o padrão de vida do segurado — que não se contenta apenas com os mínimos vitais assegurados pelo regime público —, mediante adesão aos planos de natureza contratual.
Hermes Arrais de Alencar distingue a atuação da previdência complementar em “implementar” e “suplementar”. É implementar “sempre que o plano de previdência oferecido ao participante não atrelar sua fruição ao gozo dos benefícios de regime obrigatório de previdência (RGPS ou RPSP)”. O plano suplementar “vincula a percepção dos benefícios dispostos no contrato em favor do participante com a ocorrência de deferimento de benefício no regime obrigatório”.
Pela definição do autor, então, as entidades abertas oferecem os planos de natureza implementar. E os de natureza suplementar são típicos das entidades fechadas (fundos de pensão).
Súmula 291 do STJ: A ação de cobrança de parcelas de complementação de aposentadoria pela previdência privada prescreve em cinco anos.
Autonomia
Os regimes privados se organizam de forma autônoma em relação ao RGPS, com administração, gestão e cobertura próprias.
Exemplo da autonomia é o fato de que os beneficiários da previdência privada não são necessariamente filiados ao RGPS.
Os regimes privados são, também, autônomos em relação à concessão de seus benefícios.
Em interessante caso que tramitou pela Justiça Federal da 3ª Região, questionava-se a aplicabilidade, ao regime privado, do instituto da contagem recíproca do tempo de serviço/contribuição. Ficou decidido que a contagem recíproca do tempo de serviço só se configura entre regimes previdenciários públicos, ou seja, entre o RGPS e o regime dos servidores públicos, podendo haver contagem de períodos de atividades concomitantes para fins de aposentadoria pelo regime de previdência privada:
Facultatividade: natureza contratual
Ao contrário dos regimes públicos, de filiação obrigatória para todos os que exercem atividade econômica, a previdência privada tem caráter facultativo, em que a manifestação de vontade é a principal característica. A natureza contratual lhes dá caráter eminentemente privado.
Não há obrigatoriedade de adesão a plano de previdência privada. Tanto é assim que a legislação não utiliza o termo “segurado”, mas, sim, denomina “participantes” “àqueles que, por vontade própria, subscreveram o contrato de adesão oferecido pelas EAPC e EFPC, e de ‘assistido’ ao participante, ou seu beneficiário, quando em gozo de benefício de prestação continuada”.
Por se tratar de adesão voluntária, a contribuição para o custeio do plano privado também é voluntária.
O vínculo entre os participantes, patrocinadores ou instituidores e as entidades de previdência complementar se firma por contrato.
À empresa — patrocinadora — pode ser conveniente instituir EFPC (fundo de pensão) para seus empregados, porque poderá ter a seu favor maior motivação, resultando em maior produtividade individual, ou poderá recrutar os melhores profissionais.
A patrocinadora pode ser provedora ou mantenedora. 
É provedora quando fica a seu encargo o custeio total. 
É mantenedora quando, além dos participantes, também aporta recursos para o custeio dos planos.
Constituição de reservas
Os planos privados de previdência devem constituir reservas técnicas que lhes garantam a solvência, isto é, o pagamento dos benefícios contratados.O equilíbrio financeiro e atuarial deve estar garantido.
A constituição dessas reservas técnicas, provisões e fundos é feita em conformidade com as diretrizes do Conselho Monetário Nacional.
Disciplina por lei complementar
Antes da EC 20/98, a previdência privada era regulada pela Lei n. 6.435, de 15.07.1977, que foi regulamentada pelos Decretos n. 81.240/78 (entidades fechadas) e n. 81.402/78 (entidades abertas).
Para cumprir o comando constitucional, foi editada a Lei Complementar n. 109, de 29.05.2001, cujo art. 1º reitera o caráter complementar, a autonomia, a facultatividade e a constituição de reservas do regime complementar privado:
Art. 1º O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, é facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício, nos termos do caput do art. 202 da Constituição Federal, observado o disposto nesta Lei Complementar.
A LC 109/2001 estabelece normas gerais sobre a atuação das Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC) e das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) (Fundos de Pensão).
ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR (EAPC)
As EAPCs são de livre acesso a todos que queiram participar de seus planos previdenciários.
Algumas têm fins lucrativos: seguradoras, empresas de capitalização e previdência. 
Outras não visam lucro: montepios, associações e fundações.
Constituem-se unicamente sob a forma de sociedades anônimas, geralmente seguradoras ou bancos, que têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios previdenciários. Porém, as seguradoras autorizadas a operar a previdência complementar são apenas as que operam exclusivamente no ramo “vida” (art. 36, parágrafo único).
Os benefícios previdenciários pagos pelas EAPCs podem ser de prestação continuada ou de parcela única.
O órgão regulador tem papel importante no cenário das EAPCs, enumeradas no art. 37, além de outras que a lei poderá definir. Destaca-se que lhe cabe regular a investidura nos cargos de direção da entidade, vedando o acesso a quem tenha condenação criminal transitada em julgado, penalidade administrativa por infração a normas da seguridade social ou como servidor público, bem como fixar normas de contabilidade, auditoria, padronizando planos de contas, balanços gerais etc., e sua remessa ao órgão fiscalizador.
Ao órgão fiscalizador incumbe prévia e expressamente autorizar a constituição e funcionamento das EAPCs, a comercialização dos planos de benefícios etc.
O regime financeiro é o de capitalização.
Relação jurídica
Nas entidades abertas, 2 são os sujeitos da relação jurídica contratual: o segurador e o segurado. Os dependentes do segurado são beneficiários.
Trata-se de relação contratual, submetida às normas do direito privado.
O segurador é sempre pessoa jurídica de direito privado, com ou sem fins lucrativos.
O segurado é sempre pessoa física, também denominado sócio, associado e participante. Não se exige que tenha vinculação profissional com qualquer instituição. A participação está aberta à pessoa física com capacidade civil e que preencha os demais requisitos para firmar contrato de seguro.
O objeto da relação jurídica é a cobertura contratada.
Planos de benefícios
Os planos de benefícios das entidades abertas são acessíveis à população em geral.
Os planos podem ser individuais ou coletivos.
São individuais quando acessíveis a quaisquer pessoas físicas (art. 26, I).
São coletivos quando garantem benefícios previdenciários a pessoas físicas vinculadas, direta ou indiretamente, a uma pessoa jurídica contratante. Podem ser contratados por uma ou mais pessoas jurídicas (art. 26, II). O vínculo indireto se configura nos casos em que o contrato coletivo é feito por uma entidade que representa outras pessoas jurídicas para fins de proteção a grupos de pessoas físicas que lhes são vinculadas.
Há situações em que o participante deseja se desvincular da entidade aberta para, depois, filiar-se a outra, de natureza aberta ou fechada. Nessa situação, a lei garante a portabilidade, isto é, a transferência dos recursos financeiros correspondentes à sua participação para outro plano de previdência complementar.
O participante tem direito, ainda, ao resgate dos recursos das reservas técnicas, provisões e fundos, total ou parcialmente.
	Entidades Abertas de Previdência Complementar
	Acesso
	População em geral
	Finalidade
	Com fins lucrativos → seguradoras e empresas de capitalização e previdência → sociedades anônimas: seguradoras ou bancos;
Sem fins lucrativos → montepios, associações e fundações
	Regime Financeiro
	Capitalização
	Benefícios
	Prestação Continuada
Parcela única
	Segurador
	Pessoa jurídica de direito privado;
	Segurado
	Pessoa física → sócio, associado e participante;
	Beneficiários
	Individuais → acessíveis a qualquer pessoa física;
Coletivos → acessíveis a pessoa física vinculada direta/indiretamente com uma pessoa jurídica contratante.
	Portabilidade
	Transferência dos recursos financeiros correspondentes à participação para outro plano de previdência complementar.
ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR (FUNDOS DE PENSÃO) (EFPC)
As EFPCs são constituídas em forma de fundação ou sociedade civil e não têm fins lucrativos (art. 31, § 1º, da LC 109/2001).
As EFPCs são de acesso restrito aos sujeitos enumerados nos incs. I e II do
art. 35 da LC 109/2001:
	Art. 31. As entidades fechadas são aquelas acessíveis, na forma regulamentada pelo órgão regulador e fiscalizador, exclusivamente:
I — aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas e aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores; e
II — aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominadas instituidores.
As entidades fechadas não podem pedir concordata e não estão sujeitas a falência. Só podem ser dissolvidas por liquidação extrajudicial (art. 47).
Natureza jurídica contratual, desvinculada do contrato de trabalho
De natureza contratual, a relação jurídica se estabelece entre fundos de pensão, participantes e patrocinadores, e nasce com a adesão do empregado na condição de participante.
Trata-se de contrato de adesão, ao qual o participante se obriga, cujo regulamento define o plano de benefícios, regido pelo direito privado, mesmo que o patrocinador seja entidade pública e pela autonomia da vontade.
Importante frisar que a facultatividade de adesão ao plano afasta dessa relação jurídica a natureza trabalhista, sendo que quaisquer quantias relativas ao fundo de pensão não integram a relação trabalhista.
Além do mais, o § 2º do art. 202 da Constituição Federal prevê que as contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas
nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes.
Não se aplica a legislação trabalhista às relações jurídicas de previdência complementar, que, por isso, não é “simples salário indireto ou subproduto da política de recursos humanos da empresa”.
Não tendo natureza trabalhista, os litígios relativos aos planos de benefícios não são processados na Justiça do Trabalho, mas, sim, na justiça comum. Esse tem sido o entendimento do Supremo Tribunal Federal:
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREQUESTIONAMENTO PARCIAL. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. CONTROVÉRSIA. COMPETÊNCIA. (...) 2. A Justiça Comum é competente para processar e julgar controvérsia relativa à complementação de aposentadoria paga por entidade de previdência privada. (...)” (AI-AgR 695265, 2ª Turma, Rel. Min. Eros Grau, DJe 13.05.2008).
Há na doutrina controvérsia sobre estarem ou não esses contratos de previdência privada submetidos também àsnormas do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90).
O STJ sedimentou o entendimento de que as normas do CDC se aplicam tanto às entidades abertas quanto aos fundos de pensão na Súmula 321: o Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes.
Relação jurídica
Nos fundos de pensão, a relação jurídica envolve 3 sujeitos: patrocinador (que também pode ser provedor), gestor e participante. Os dependentes do participante são beneficiários.
O patrocinador é a pessoa jurídica de direito privado que institui o fundo de pensão para seus empregados.
O patrocinador é denominado provedor quando arca inteiramente com o financiamento do fundo de pensão.
Os fundos de pensão devem ter estrutura mínima de gestão (art. 35 da LC 109/2001): 
Conselho deliberativo, 
Conselho fiscal e 
Diretoria-executiva.
Planos de benefícios
Os planos de benefícios dos fundos de pensão têm normas gerais nos arts. 12 a 25 da LC 109/2001.
O art. 14 dispõe sobre os institutos que devem ser previstos pelo plano de benefícios, sempre com observância das normas estabelecidas pelo órgão regulador e fiscalizador: benefício proporcional diferido, portabilidade, resgate e autopatrocínio.
ATENÇÃO: quando a EFPC for constituída para atender a associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial (art. 31, II, da LC 109/2001), só poderá oferecer planos de benefício na modalidade contribuição definida.
Benefício Proporcional Diferido (BPD)
Em caso de cessação da relação empregatícia com o patrocinador, ou do vínculo associativo com o instituidor, antes de ter adquirido o direito ao benefício pleno, o participante pode optar por receber o benefício proporcional, no futuro, quando cumpridos os requisitos.
O participante que faz essa opção deixa de contribuir para o custeio para obter, no futuro, benefício proporcional ao tempo em que aportou contribuições.
Portabilidade
A portabilidade permite que o participante de plano de fundo de pensão, após a cessação do seu contrato de trabalho com o patrocinador, transfira suas aplicações para outra entidade de previdência complementar.
A portabilidade só é possível antes do preenchimento dos requisitos para o benefício pleno (não proporcional) e depois de cumprida a carência estipulada no contrato, que não pode ser superior a 3 anos de adesão ao plano.
Se o benefício for concedido antecipadamente, não será mais permitida a portabilidade.
Resgate
Cessado o vínculo empregatício, o participante pode optar, ainda, pelo resgate: receberá o total das contribuições que pagou para o plano de benefícios. Porém, serão descontadas as verbas referentes ao custeio administrativo.
Assim como na portabilidade, o resgate só poderá ser feito se o participante não tiver já adquirido direito ao benefício pleno ou antecipado.
As parcelas resgatadas devem ser corrigidas monetariamente, conforme Súmula 289 do STJ: A restituição das parcelas pagas a plano de previdência privada deve ser objeto de correção plena, por índice que recomponha a efetiva desvalorização da moeda.
O participante resgata apenas os valores das contribuições que pagou, e não as do patrocinador. Nesse sentido, a Súmula 290 do STJ: Nos planos de previdência privada, não cabe ao beneficiário a devolução da contribuição paga pelo patrocinador.
Autopatrocínio
Em caso de rescisão do vínculo trabalhista ou de perda parcial da remuneração, o participante pode optar por permanecer no plano. Para tanto, deverá pagar o valor da sua contribuição e do patrocinador.
Também nesta hipótese é necessário não ter havido o cumprimento dos requisitos para o benefício pleno ou para o antecipado.
Financiamento dos fundos de pensão
As entidades fechadas de previdência complementar são custeadas principalmente com contribuições pagas pela patrocinadora, pelo participante e por aplicações financeiras.
Os fundos de pensão têm plano de custeio com periodicidade mínima anual, que deve preservar o equilíbrio financeiro e atuarial.
Os benefícios de pagamento em prestações programadas e continuadas estão submetidos ao regime financeiro de capitalização.
O valor das contribuições é estabelecido no plano de custeio, com vista à constituição de reservas suficientes para garantir o pagamento dos benefícios, fundos, previsões e demais despesas, tudo conforme os critérios fixados pelo órgão regulador e fiscalizador (art. 18).
O art. 19 classifica as contribuições: 
São normais as contribuições destinadas ao custeio dos benefícios do plano; 
São extraordinárias as contribuições destinadas ao custeio de déficits, serviço passado e outras finalidades não incluídas na contribuição normal.
As alíquotas de contribuição não estão fixadas em lei. O Professor Wladimir Novaes Martinez referia-se às disposições do Decreto n. 81.240/78, que fazia referência a “salários de contribuição” à previdência social, e fixava as alíquotas. Concluía, então, que a base de cálculo das contribuições para os fundos de pensão eram as mesmas do art. 28 da Lei n. 8.213/91.
Entretanto, o Decreto n. 81.240/78 foi revogado pelo Decreto n. 4.206/2002, que foi posteriormente revogado pelo Decreto n. 4.942/2003, atualmente em vigor, que nada dispõe sobre o tema.
Dessa forma, a nosso ver, cabe ao plano de custeio fixar as alíquotas e bases de cálculo da contribuição patronal e do participante.
O participante contribui para o custeio do plano mediante desconto da sua contribuição na remuneração. A contribuição do participante também está prevista no regulamento do plano.
As contribuições aportadas pelo patrocinador e pelo participante são objeto de aplicações financeiras e outros investimentos (imóveis, aluguéis etc.), sempre com vista a garantir a integralidade das obrigações do plano, com a manutenção de seu equilíbrio financeiro e atuarial.
	Entidades Abertas de Previdência Complementar
	Acesso
	Aos empregados de empresa/grupo de empresas; 
Aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (patrocinadores);
Associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial (instituidores).
	Dissolução
	Por liquidação extrajudicial impossível concordata ou falência;
	Natureza Contratual
	Desvinculada do contrato de trabalho benefícios não integram a remuneração;
	Patrocinador ou Provedor
	Pessoa jurídica de direito privado que institui o fundo de pensão para seus empregados.
	Segurador
	
	Segurado
	
	Beneficiários
	
	Portabilidade

Outros materiais