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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVIL DA COMARCA DE MACAÉ/RJ GERSON, brasileiro, solteiro, médico, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., endereço eletrônico, domicílio, residente em Vitória /ES, por seu advogado, com endereço profissional ..., vem a este juízo, propor AÇÃO ANULATÓRIA DO NEGÓCIO JURÍDICO, pelo procedimento comum , em desfavor de BERNADO, nacionalidade, viúvo , profissão, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF sob o nº..., endereço eletrônico , domicílio, residente em Salvador/Ba, JANAINA , menor representada por sua genitora..., nacionalidade, estado civil, médico, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF sob o nº..., endereço eletrônico, domicílio, residente em Macaé/Rj, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor. DOS FATOS Ocorre que o requerente realizou um negócio jurídico com o 1º requerente que diz respeito a uma nota promissória de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), chegada a data do pagamento o 1º requerente não realizou o pagamento. Depois do vencimento o 1º requerente realizou uma doação de dois imóveis localizados na cidade de Aracruz e outro localizado em Linhares, ambos no Espirito Santos, no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) para o 2º requerente. Além disso, o 1º requerente será usufruto vitalício. Salienta-se que se as dívidas do 1º requerente ultrapassa o valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais). Sentindo-se lesado com essa situação vem por meio desta presente ação requerer a reparação do dano. Dessa forma, como será demonstrado a seguir, o autor tem direito a ação anulatória do negócio jurídico. DAS PRELIMINARES DA JUSTIÇA GRATUITA A requerente não possui condições para arcar com o pagamento dos autos do processo processuais e honorários de sucumbência, sem comprometer o sustento próprio e de sua família, com fundamento no art.98 do CPC. DOS FUNDAMENTOS Excelência, o negócio jurídico do caso ora sob aná lise , não d eixa dúvidas sobre passividade de anulação , visto tratar-se de patente meio ilícito utilizado pelo devedor com o fito de resguardar o s imóveis d e uma possível execução judicial, proveniente, pois, das inúmeras dívidas que o Réu possui. Tanto é que as doações se deram , de modo impudico , a crescente -se, logo após o vencimento da dívida contraída , tornando -se insolvente . Restando em nítida fraude contra os credores, sujeitando-se, assim, a anulação d as transações, em consonância ao que dita o artigo 158 do código civil pátrio . Nesse sentido: Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por ele s reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, com o lesivos dos seus direitos. (CC ) Cumpre ressaltar que o negócio jurídico, também, está eivado do vício de nulidade, haja vista a flagrante simulação da doação ocorrida a menor impúbere, com o estabelecimento de cláusula de usufruto vitalício para o Réu, mantendo este , o domínio de fato sobre os bens, e que outro objetivo não seria tal cláusula , se não burlar a justiça e os direitos dos credores , em uma ação executiva judicial? Nesse sentido expõe o artigo 167 do código civil : Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1 Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I - Aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem , ou transmitem; (CC ) O art. 171, II, é outro dispositivo, previsto no Código Civil que corrobora com a anulação do negócio jurídico que estiver viciado com a lesão que será, em regra, anulável, ou seja, terá a sua nulidade relativa declarada com efeito ex nunc. Deste modo, por todo exposto, requer o Autor , a anulação do negócio jurídico gratuito que o correrá no caso aqui discutido, tendo em vista o claro objetivo deferir o direito do credor. DOS PEDIDOS Por todo o exposto, uma vez constatado a efetiva anulabilidade do negócio jurídico celebrado, requer o Autor : A - Gratuidade de justiça; B- Designação da audiência de conciliação ou mediação e intimação do réu para seu comparecimento; C- Citação do réu para integrar a relação processual; D- A intimação do Ministério Público para atuar no caso; E- Que seja julgado total procedente o pedido para anulação do negócio jurídico; F- Que seja julgado procedente o pedido para condenar o réu nas custas processuais e nos honorários de sucumbências. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Nestes termos, espera deferimento. Loca, 15/08/2017 . Advogado OAB...
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