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APOSTILA DE CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

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 DIREITO TRIBUTÁRIO 05 
 Contabilidade Tributária – Profº. Volnei Ferreira de Castilhos, Mestre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diretor Clovis de Faro 
Direção Acadêmica Diretor Executivo Carlos Osmar Bertero e Diretora Adjunta Elisa Maria 
Rodrigues Sharland 
Central de Qualidade Coordenadora Prof Elisa Sharland 
Direção Executiva FGV Management Diretor Ricardo Spinelli de Carvalho 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
FGV Management 
 Diretor Executivo Ricardo Spinelli de Carvalho 
Superintendência de Núcleos 
 Rio de Janeiro Superintendente Mário Couto Soares Pinto e Superintendente Adjunto Márcio 
Pezzella Ferreira 
São Paulo Superintendente Paulo Mattos de Lemos 
Brasília Superintendente Silvio Roberto Badenes de Gouvea e Superintendente Adjunto Kleber 
Vieira Pina 
Superintendência de Rede Ricardo Spinelli de Carvalho 
Superintendentes Adjuntos: 
Magno Vianna e Maria Alice da Justa Lemos. 
MBA em Direito Tributário 
Coordenador Acadêmico Escola de Direito 
DIREITO FINANCEIRO E PLANEJAMENTO 
DO ESTADO 
 
Celso De Albuquerque Silva, Doutor 
 
 
 ii 
Sumário 
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1 
1.1 EMENTA 1 
1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL 1 
1.3 OBJETIVOS 1 
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 2 
1.5 METODOLOGIA 2 
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2 
1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 3 
CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR 4 
2. A CONTABILIDADE E O SIGNIFICADO DE SEUS CONCEITOS BÁSICOS 5 
2.1 O MUNDO SEM CONTABILIDADE 5 
2.2 A CONTABILIDADE É A LINGUAGEM MUNDIAL DOS NEGÓCIOS 7 
2.3 CONCEITOS DE CONTABILIDADE 8 
2.4 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE 9 
2.5 USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 10 
2.6 CONTABILIDADE – AMBIENTE E CAMPO DE ATUAÇÃO 11 
2.6.1 AMBIENTE 11 
2.6.2 CAMPO DE ATUAÇÃO 12 
2.7 LIMITAÇÕES DA CONTABILIDADE 13 
2.7.1 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E INTERNACIONAL 14 
2.8 PATRIMÔNIO 14 
2.9 ATIVO 16 
2.10 PASSIVO 17 
2.11 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 17 
2.12 RESULTADO 18 
2.13 RECEITA 18 
2.14 DESPESA 19 
2.15 REGIME DE COMPETÊNCIA E CAIXA 20 
2.16 PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE 21 
2.16.1 O PRINCÍPIO DA ENTIDADE 21 
2.16.2 CONTINUIDADE 22 
2.16.3 OPORTUNIDADE 23 
2.16.4 REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL 24 
2.16.5 ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA 26 
2.16.6 COMPETÊNCIA 26 
 iii 
2.16.7 PRUDÊNCIA 28 
2.17 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS OBRIGATÓRIAS 30 
2.18 BALANÇO PATRIMONIAL 31 
2.19 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) 34 
2.20 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR) 38 
2.21 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 39 
3. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 41 
3.1 ANÁLISE VERTICAL 42 
3.2 ANÁLISE HORIZONTAL 43 
3.3 INDICADORES DE LIQUIDEZ E CICLO OPERACIONAL 45 
3.3.1 LIQUIDEZ CORRENTE 45 
3.3.2 LIQUIDEZ GERAL 45 
3.3.3 LIQUIDEZ SECA 46 
3.3.4 CICLO OPERACIONAL 47 
3.4 ENDIVIDAMENTO 48 
3.5 RENTABILIDADE E LUCRATIVIDADE 49 
3.5.1 RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 50 
3.5.2 MARGEM LÍQUIDA 51 
4. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS - TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS 54 
4.1 TRIBUTAÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL 54 
4.2 TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO 55 
4.3 TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO REAL 57 
4.3.1 LUCRO REAL TRIMESTRAL OU ESTIMATIVA 57 
4.3.2 PAGAMENTO POR ESTIMATIVA 58 
4.3.3 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL NA APURAÇÃO LUCRO REAL 59 
 
 
 
Contabilidade Tributária 
1 
1. Programa da Disciplina 
1.1 Ementa 
Contabilidade como instrumento de planejamento e tomada de decisão. Usuários e 
fundamentos de Contabilidade. Regime de Competência e Regime de Caixa. 
Demonstrativos Contábeis. Conceitos de Custos, Despesas e Investimentos. 
Aspectos Introdutórios da tributação Lucro Presumido, Real, Simples. Análise dos 
Demonstrativos Contábeis e indicadores econômico-financeiros. 
 
1.2 Carga horária total 
24 horas / aula 
1.3 Objetivos 
 Proporcionar aos alunos conhecimentos básicos da linguagem contábil utilizada 
para o processo de tomada de decisão; 
 Identificar a relevância das Demonstrações Financeiras, como base para 
avaliação do desempenho econômico-financeiro; 
 Utilizar os indicadores de análise de balanço para analisar o desempenho da 
organização; 
 Retirar das Demonstrações Financeiras, as informações necessárias para a 
gestão; 
 Mostrar os benefícios da Contabilidade na realização do Planejamento 
Tributário. 
 
 
Contabilidade Tributária 
2 
1.4 Conteúdo programático 
A Contabilidade e o Significado de 
seus Conceitos Básicos 
 A Contabilidade como Linguagem 
dos negócios 
 Conceitos Básicos e Usuários da 
Contabilidade 
 Limitações da Contabilidade 
 Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido 
 Apuração do Resultado do Exercício 
 Regime de Competência e Caixa 
 Princípios Fundamentais de 
Contabilidade 
 Legislação Brasileira e Internacional 
 Demonstrações Financeiras 
Obrigatórias 
 Exercícios 
Análise das Demonstrações 
Financeiras 
 Análise Vertical e Horizontal 
 Indicadores de Liquidez 
 Índices de Liquidez 
 Ciclo Operacional 
 Endividamento 
 Rentabilidade do Patrimônio Líquido 
– ROE 
 Margem Líquida 
 Ebitda / Lajida 
 Exercícios 
Aspectos Introdutórios da 
Tributação das Pessoas Jurídicas 
 Introdução aos Conceitos da 
Tributação do IR e CS no Simples, 
Presumido e Lucro Real. 
 Exercícios 
1.5 Metodologia 
Exposição dialogada dará suporte aos debates, estudos de casos vivências e 
exercícios em grupos. 
1.6 Critérios de avaliação 
O aluno será avaliado através dos seguintes critérios: 
 
 30% referente a trabalhos em grupo, e trabalhos a serem entregues após a 
conclusão da disciplina; 
 70% prova no final da disciplina. 
 
Recomendável o uso de calculadora (obrigatória) e computador pessoal ( 
facultativo) para as aulas. 
 
 
Contabilidade Tributária 
3 
1.7 Bibliografia recomendada 
 
ASSAF NETO, Alexandre. LIMA, Fabiano Guasti. Curso de Administração 
Financeira São Paulo: Atlas, 2009. 
 
ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque 
econômico-financeiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
CHAVES, Coutinho Francisco. Planejamento Tributário na Prática. 2. ed. São 
Paulo: Atlas, 2010. 
 
HONG, Yuh Ching. Contabilidade e Finanças para não especialistas. 3.ed. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 
 
HONG, Yuh Ching. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 
2006. 
 
LIMEIRA, André Luís Fernandes et al. Contabilidade para Executivos. 9.ed. Rio 
de Janeiro: Editora FGV, 2010. 
 
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
 
MATARAZZO, Dante. Análise Financeira de Balanços. 8.ed.São 
Paulo:Atlas,2006. 
 
MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis. 5.ed. São Paulo: 
Atlas, 
2010. 
 
SZUSTER, Natan. Contabilidade Geral: Introdução à Contabilidade 
Societária. São Paulo: Atlas, 2008. 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Tributária 
4 
Curriculum vitae do professor 
Volnei Ferreira de Castilhos é Mestre em Administração de Empresas pela 
Universidade Federal do RS - UFRGS, especialista em Contabilidade Avançada pela 
Fundação Getúlio Vargas - FGV. Avaliador de artigos do Congresso de 
Iniciação Científica em Contabilidade da USP. Sua experiência profissional 
inclui os cargos de Controller, Gerente Administrativo e Gerente Administrativo-
Financeiro em empresas de médio e grande porte, docênciaem cursos de 
Administração e Ciências Contábeis na Graduação e Pós-Graduação, bem como 
consultoria em diversas empresas. Autor de artigos sobre Finanças e Contabilidade. 
 
Prêmios Recebidos: Destaque Acadêmico pela FGV Direito Rio no ano de 
2010 pelo excelente desempenho como docente. Melhor Professor do MBA 
em Gestão Educacional 01 e MBA em Direito Tributário 06, ano de 2009, na 
Conveniada Decision em Porto Alegre-RS. 
 
 
Honra ao Mérito recebido em Setembro/2012 do Conselho Regional de 
Contabilidade do Rio Grande do Sul - CRCRS, pelo desenvolvimento da 
ciência e evolução da sociedade no exercício das funções de professor de 
ensino de Ciências Contábeis. 
 
Atualmente atua como Consultor de empresas de médio e grande Porte nas 
áreas de Contabilidade Gerencial, Finanças, Controladoria, Auditoria e 
Conselheiro de Empresas. Palestrante na área de Finanças Pessoais. 
 
 
 
Contabilidade Tributária 
5 
2. A Contabilidade e o significado de 
seus conceitos básicos 
2.1 O Mundo sem Contabilidade 
 
 
“Todos nascemos sem nada. Tudo o que adquirimos depois é LUCRO.” 
 Sam Ewing 
 
are por alguns segundos e pense ..... O que seria do mundo sem a 
existência da Contabilidade? 
 
Para que possamos desenvolver este raciocínio, devemos pensar em nosso 
cotidiano. O que você faz com o seu salário? Quando paga suas contas, 
decide comprar algum bem-uma casa, um carro, uma roupa- ou investir o 
seu dinheiro- em ações e fundos, por exemplo, assumir uma dívida ou 
pegar um empréstimo, você precisa saber se pode fazê-lo. É necessário 
efetuar um orçamento, registrar e controlar gastos pessoais, além de, ao final do 
ano, fazer a declaração de Imposto de Renda. Estes eventos, que afetaram sua 
vida, têm relação com a Contabilidade. 
 
Cada vez mais pessoas aprendem a lidar com suas finanças pessoais, sendo isso, 
inclusive, um assunto tratado em algumas escolas de ensino fundamental. 
 
Um dos problemas mais comuns é a mistura das finanças pessoais com as de seu 
negócio, criando situações que muitas vezes parecem “sem saída“. 
 
É o caso de Mariana da Silva, 37 anos. Mãe de duas filhas, de 12 e 10 anos, 
moradora da cidade de São Paulo, que divide suas despesas com seu namorado, 
Roberto, de 35 anos. 
 
Quando se separou do marido, há cinco anos, teve dificuldade de sustentar a 
família. Por sugestão de suas amigas, começou a comprar e vender bijuterias. 
 
P 
 
Contabilidade Tributária 
6 
Esta receita não é garantida, mas tem-lhe rendido mensalmente, cerca de R$ 
4.000,00. Sua falta de organização financeira, entretanto, fez com que assumisse 
muitas dívidas. 
Não sabendo o que fazer para sentir-se mais segura quanto às medidas a tomar 
para equilibrar suas finanças pessoais, solicitou a ajuda de um consultor financeiro. 
 
Para iniciar sua análise, este solicitou que Mariana relacionasse seus bens, direitos 
e dívidas, naquele exato momento. Ela fez a seguinte relação: 
 
BENS E DIREITOS VALORES 
Móveis 5.000,00 
Computador e Impressora 3.500,00 
Carro 23.000,00 
Poupança 420,00 
Estoque de Produtos 60.000,00 
Contas a Receber de Clientes 40.000,00 
 
TOTAL 131.920,00 
 
DÍVIDAS 
Empréstimos Familiares 37.000,00 
Cheque Especial 12.500,00 
Financiamento do Cartão de Crédito 14.800,00 
Financiamento do Carro 11.460,00 
Imposto de Renda 300,00 
Fornecedores 50.000,00 
Cheques Pré-Datados 15.000,00 
 
TOTAL DAS DÍVIDAS 141.060,00 
 
BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES (9.140,00) 
 
Fizeram, então, seu orçamento mensal, apurando quanto ganham, quais são suas 
despesas e qual sua situação no final de cada mês. Ficaram muito assustados, uma 
vez que seu patrimônio líquido era negativo (9.140,00), ou seja, o valor de suas 
dívidas (passivos = 141.060,00) era superior ao de seus bens e direitos 
(131.920,00). 
 
 
 
 
Contabilidade Tributária 
7 
2.2 A Contabilidade é a Linguagem Mundial dos 
Negócios 
 
Por que muitas empresas encerram suas atividades nos primeiros anos? 
Quais as principais causas? 
Segundo o grande investidor norte-americano Warren Buffet (O TAO de Warren 
Buffet, de Mary Buffet & David Clark. Rio de Janeiro: Sextante, 2007), existem 
muitas maneiras de descrever o que está acontecendo com uma empresa, mas seja 
lá o que se diga sempre se retorna à linguagem da Contabilidade. Quando uma filha 
de seu amigo perguntou as disciplinas que deveria cursar na Faculdade, respondeu: 
“Contabilidade, a linguagem mundial dos negócios”. Para interpretar as 
demonstrações financeiras de uma empresa, você tem que saber interpretar os 
números. Para isso, precisa aprender Contabilidade. Se você não sabe ler o placar, 
não sabe como anda o jogo, o que significa que não consegue distinguir os 
vencedores ou perdedores. 
 
Através da Contabilidade é que se traçam objetivos, se mensuram resultados e se 
avaliam desempenhos. É por meio dos relatórios elaborados com base no sistema 
de informações contábeis que gestores decidem quanto ao preço a ser praticado, ao 
mix de produtos a ser vendido e à tecnologia a ser utilizada. 
 
Como toda e qualquer linguagem, a Contabilidade utiliza sinais e símbolos 
cognitivos próprios, possui um vocabulário específico e seus princípios 
fundamentais de contabilidade para registrar as informações contábeis. 
 
Conhecer e entender o significado de seus relatórios permite entender o 
resultado econômico-financeiro de qualquer organização. 
 
Sem um conhecimento formal de Contabilidade, como seria a análise de uma 
empresa? Como calcularia sua capacidade de pagar as dívidas, sua lucratividade ou 
mesmo o retorno do capital investido? 
 
A Contabilidade se constitui nos dias atuais como o melhor sistema de 
informações que terá como objetivo mensurar, avaliar o resultado do 
negócio e auxiliar gestores a tomarem decisão. 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Tributária 
8 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: Lançamentos descentralizados e instantâneos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIOS DE GESTÃO 
 
 
Importante: A Contabilidade é a matéria-prima da Administração da 
Empresa. Quanto mais voltada para fins gerenciais, melhor será a 
qualidade das informações. O Direito e Contabilidade caminham juntos na 
boa gestão das empresas. 
 
2.3 Conceitos de Contabilidade 
 
A Contabilidade é a ciência social que tem por objetivo medir, para poder 
INFORMAR, os aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio de quaisquer 
entidades. Constitui um instrumento para gestão e controle das entidades, além de 
representar um sustentáculo da democracia econômica, já que, por seu intermédio, 
a sociedade é informada sobre o resultado da aplicação dos recursos conferidos a 
entidades. 
 
PLANO DE CONTAS 
BP – DRE – FLUXO DE CAIXA 
 
Contabilidade Tributária 
9 
A Contabilidade é o processo cujas metas são registrar, resumir, classificar e 
comunicar as informações financeiras. O input deste processo são as transações 
que a empresa efetua. O output são as Demonstrações Contábeis. Constitui-se no 
grande banco de dados de todas as empresas. Genericamente, pode-se dizer que a 
Contabilidade é uma indústria, tendo como matéria-prima os dados econômico-
financeiros que são captados pelos registros contábeis e processados de forma 
ordenada, gerando, como produto final, as DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS. 
 
Toda sua elaboração está de acordo com osPrincípios Fundamentais de 
Contabilidade, elaborados pelo Conselho Federal de Contabilidade e demais 
organismos da Contabilidade (CPC e IBRACON). Recentemente foi editada a Lei 
11.638/2007 que obrigará a partir de 2010 as empresas brasileiras a seguirem os 
pronunciamentos das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS). O objetivo 
dessa padronização é que um balanço elaborado no Brasil de uma empresa 
Americana tenha o mesmo resultado nos EUA ou na Inglaterra. 
 
A escrituração de cada empresa é elaborada de acordo com um Plano de Contas, 
onde terá uma relação de Contas de Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Receitas, 
Custos e Despesas. 
 
O Plano de Contas ordenará todas as contas nos seus centros de custos utilizados 
pela empresa e lançará os gastos de acordo com a área onde foram incorridos os 
gastos. 
 
2.4 Objetivos da Contabilidade 
 
Seu propósito básico é prover aos “tomadores de decisões“ (diretores, gerentes, 
administradores da empresa e a todos os interessados) informações úteis para a 
tomada de decisões. 
Seu grande produto é o provimento de informações para planejamento e controle, 
evidenciando informações referentes à situação patrimonial, econômica e financeira 
de uma empresa. 
Segundo a estrutura conceitual básica da Contabilidade, é objetivamente, “um 
sistema de informações e avaliação destinado a prover seus usuários com 
demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de 
produtividade no que tange à entidade objeto da contabilização”. 
 
A Contabilidade Financeira (ou Societária), a linguagem dos negócios, 
objetiva demonstrar a saúde financeira da empresa e o apurar o resultado 
de qualquer projeto. 
 
 
 
Contabilidade Tributária 
10 
2.5 Usuários da Informação Contábil 
A coleta (obtenção), o registro e a sumarização da informação econômica visam 
fundamentar o processo decisório de todas as pessoas relacionadas com as 
entidades, tais como os administradores, os investidores, o Governo, os 
empregados, os financiadores e toda a sociedade, ou seja, aqueles que constituem 
os agentes econômicos internos e externos. 
De acordo com o objetivo de cada usuário-decisão quanto a investimentos ou 
financiamentos, distribuição de resultados, entre outros, existe uma demanda 
diferenciada de informações contábeis. Por esse motivo, podemos dividir os 
usuários da informação do seguinte modo: 
 
ACIONISTA CONTROLADOR, SÓCIOS E QUOTISTAS 
Irá avaliar o retorno do capital comparado com o risco, valorização da empresa, 
lucro e dividendos. O controlador observará quantos anos retornará seu dinheiro 
investido na empresa e o desempenho de toda a gestão. 
 
 
ADMINISTRADORES 
Através de ferramentas de gestão atingir o retorno do capital e do ativo, otimização 
dos gastos realizados, otimização das decisões futuras, lucratividade do mix de 
produtos e participação nos lucros. 
 
FINANCIADORES 
Capacidade de pagamento e grau de endividamento. 
 
GOVERNO 
Tributação e arrecadação de impostos, taxas e contribuições, além da formulação 
de diretrizes da política econômica e das atividades do Judiciário e de agências 
reguladoras. 
 
ACIONISTA MINORITÁRIO 
Fluxo regular de dividendos e valorização da empresa. 
 
EMPREGADOS 
Capacidade de pagamento dos salários, perspectivas de crescimento da empresa e 
participação nos lucros. 
 
As informações contábeis possuem duas finalidades para os vários tipos de 
usuários: 
1) Controle: Além de uma boa gestão pelas informações, o controle é fundamental 
para evitar fraudes, desvios, furtos. 
2) Planejamento: Através das informações contábeis extraídas das 
Demonstrações „Financeiras e relatórios gerenciais, traçar planos para o futuro 
da organização e garantir o retorno desejado pelos acionistas. 
 
 
Contabilidade Tributária 
11 
 
 
2.6 Contabilidade – Ambiente e Campo de Atuação 
2.6.1 Ambiente 
 
A contabilidade é um produto de seu meio. Ela resulta das condições: sócio, 
econômico, político, legais, bem como de suas limitações e influências, que variam 
no tempo. Seu campo de atuação é muito amplo, podendo abranger as pessoas 
físicas e as entidades de finalidades não lucrativas e entidades de Direito Público, 
como Estado, Município, União e demais Autarquias. 
 
Uma pessoa física mensalmente realiza de forma resumida sua contabilidade 
pessoal. 
 
Apesar dessa abrangência, o presente texto irá pautar seus exemplos e aplicações 
em entidades que objetivam lucro, havendo uma regulamentação própria para a 
Contabilidade Pública, bem como peculiaridades nas organizações sem fins 
lucrativas. 
 
 
Fornecedores 
Bancos 
Sindicato 
Órgãos de 
Classe 
Outros Governo 
Concorrentes 
Funcionários 
Investidores 
EMPRESA 
USUÁRIOS DA CONTABILIDADE 
 
Contabilidade Tributária 
12 
2.6.2 Campo de Atuação 
 
A atuação segmentada da Contabilidade Gerencial, da Contabilidade Financeira e da 
Contabilidade Fiscal retrata esse processo que fornece, no conjunto, as informações 
mais utilizadas no mundo dos negócios: 
 
A Contabilidade Gerencial ou Interna 
Abrange as informações a serem fornecidas aos gestores da entidade, isto é, às 
pessoas internas à organização responsáveis para dirigir e controlar suas 
operações. Estas informações são utilizadas para traçar metas, avaliar o 
desempenho dos setores da empresa, bem como de seus funcionários, decidindo 
sobre a produção de novos produtos ou não, além de todos os tipos de decisões 
gerenciais. Também devem ser incluídas informações não contábeis, tipo: 
qualidade de produto, satisfação do cliente e produtividade; 
 
A Contabilidade Financeira/Externa/Societária 
 
É a contabilidade geral, necessária a todas as empresas. 
 
Referem-se a recursos financeiros, obrigações e atividades da entidade legal. Sua 
informação é destinada a priori, ao público externo à entidade, e busca orientar 
investidores e credores ao decidirem onde alocar seus recursos. Tais decisões são 
importantes para a sociedade, uma vez que serão determinadas quais empresas 
irão ou não receber recursos para seu crescimento. Muitas outras pessoas utilizam 
essas informações, tais como os executivos e empregados da empresa, os 
acionistas, os fornecedores e outros externos à empresa; 
 
A Contabilidade Fiscal ou Tributária 
 
Representa um setor de especialização da Contabilidade. Objetiva fornecer 
informações a órgão tributante, como o Governo, através da Receita Federal do 
Brasil. Através dessa contabilidade podemos realizar o planejamento tributário da 
empresa. O planejamento tributário significa a antecipação dos “efeitos dos 
impostos” nas transações e na estruturação das operações, de modo que se 
minimize a carga tributária, licitamente. Vale ressaltar que a Declaração do Imposto 
de Renda é baseada na informação proveniente da Contabilidade Financeira. 
 
A Contabilidade de Custos localiza-se em uma área intermediária entre a 
Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial, pois serve as duas. 
 
A Contabilidade Financeira utiliza as informações geradas pela Contabilidade de 
Custos para avaliar os estoques e com isso apurar o Balanço Patrimonial, 
determinando o Custo dos Produtos Vendidos, com o objetivo de apurar o 
RESULTADO DO PERÍODO. 
 
 
Contabilidade Tributária 
13 
Importante: Já a Contabilidade Gerencial utiliza as informações providas 
pela Contabilidade de Custos para identificar que preço deve ser cobrado 
para cobrir o custo do produto, as despesas operacionais, e ainda 
remunerar, adequadamente o capital investido. 
2.7 Limitações da ContabilidadeDeve-se reconhecer que, infelizmente, as informações contábeis que não podem 
reproduzir o patrimônio da empresa com total fidelidade e certeza de forma a 
atender com plenitude as necessidades informacionais de todos os usuários. A 
Contabilidade utiliza de avaliações, e como todo sistema de mensuração, tem 
limitações, inclusive de custo-benefício, pois deve conciliar a utilidade da 
informação com os requisitos da praticabilidade e objetividade. 
O fato de a Contabilidade se concentrar na avaliação monetária apresenta um 
grande aspecto positivo, mas também enseja limitações, posto que é impossível a 
quantificação monetária de todos os eventos econômicos. O processo de avaliação 
é agravado pelo problema da flutuação de preços, que impacta de forma definitiva 
a avaliação do patrimônio líquido e do resultado ao longo do tempo. Portanto, a 
informação do lucro líquido não deveria ser a única medida de avaliação do sucesso 
de uma empresa durante um período. 
Com a entrada em vigor da Lei 11.638/2007, um de seus objetivos é trabalhar com 
ajustes monetários para apurar o resultado real das organizações e seguir as 
Normas Internacionais de Contabilidade. 
Uma das limitações também da Contabilidade é trabalhar com o custo de aquisição 
e não de reposição, com isso os números não são atualizados. 
Também em 1995, com a extinção da Correção Monetária de Balanço, os números 
informados nos Balanços deixaram serem atualizados pela inflação do período. 
Os prazos de recebimentos e pagamentos não são apurados pela 
contabilidade, sendo seu reflexo demonstrado através do resultado final no 
Balanço Patrimonial. 
Também o Demonstrativo de Resultado, apresenta o resultado econômico da 
empresa, onde a transformação para recursos financeiros no fluxo de caixa, 
dependendo do prazo de giro dos estoques, recebimento de clientes e o pagamento 
de fornecedores. 
A ausência de Auditoria Externa pode diminuir a transparência das 
informações. 
 
 
Contabilidade Tributária 
14 
2.7.1 Legislação Brasileira e Internacional 
 
Para realizar a escrituração contábil no Brasil, as principais legislações são: 
- Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades Anônimas aplicável às demais sociedades; 
- Decreto Lei 1598/77; 
- Regulamento do Imposto de Renda – Decreto 3000/99; 
- Lei 11.638/2007; 
- Lei 11.941/2009; 
- Resolução 1055/2005 que cria o Comitê de Pronunciamentos Contábeis-CPC, com 
o objetivo de publicar Pronunciamentos, Orientações e Interpretações com o 
objetivo de adaptar a Contabilidade no Brasil as Normas Internacionais de 
Contabilidade (IFRS). 
 
As Normas Internacionais de Contabilidade (International Accounting Standard - 
IAS em inglês), atualmente conhecidas como normas IFRS (International Financial 
Reporting Standard) são um conjunto de pronunciamentos de contabilidade 
internacionais publicados e revisados pelo IASB (International Accounting standards 
Board). 
As normas IFRS foram adotadas pelos países da União Européia, a partir do 31 de 
dezembro de 2005 com o objetivo de harmonizar as demonstrações financeiras 
consolidadas publicadas pelas empresas abertas européias. A iniciativa foi 
internacionalmente acolhida pela comunidade financeira. Atualmente numerosos 
países têm projetos oficiais de convergência das normas contábeis locais para as 
normas IFRS, inclusive o Brasil. 
2.8 Patrimônio 
 
O que é Patrimônio? 
O patrimônio do sócio é o mesmo da empresa? 
Pode-se usar os bens da empresa pelo sócio? 
 
 
 
Uma informação fundamental apresentada pela Contabilidade é a avaliação do 
patrimônio da empresa e a quantificação de sua variação ao longo dos anos. De 
forma sintética, pode-se dizer que Balanço Patrimonial é formado por três 
componentes, a saber, Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Tributária 
15 
Sua posição financeira é refletida pela relação entre estes. O termo Balanço indica o 
equilíbrio entre eles, como pode ser demonstrado pela equação: 
 
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO ou 
 
ATIVOS – PASSIVOS = PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
As mutações que são produzidas no Patrimônio, pelos atos e negócios financeiros, 
praticados em razão de atividade econômica da empresa ou entidade. 
 
Essas mutações (alterações) patrimoniais devem ser registradas e controladas de 
tal forma que, ao final do período de tempo determinado em lei, contrato ou 
estatuto, seja possível avaliar a situação do patrimônio. 
 
Isso é feito mediante a escrituração contábil e a elaboração das demonstrações 
financeiras exigidas pela Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76 e 
11.638/2007). 
 
Com a publicação da Lei 11.638/2008, foram introduzidas duas novas 
Demonstrações Contábeis: Demonstração do Valor Adicionado e Fluxo de Caixa. 
 
As normas de Contabilidade e demonstrações financeiras introduzidas pela Lei das 
Sociedades por Ações representaram grande progresso para a ciência contábil 
brasileira, razão pela qual passaram a ser adotadas também para os outros tipos de 
sociedades, empresárias ou simples. 
 
A contabilidade surgiu nas cavernas com o homem controlando de forma 
rudimentar o inventário (estoque) de instrumentos de caça, pesca e animais. 
 
Clóvis Beviláqua define: “Patrimônio é o complexo das relações jurídicas de uma 
pessoa apreciáveis economicamente”. 
 
O objeto de estudo da contabilidade é a PATRIMÔNIO, para acompanhar o 
desempenho econômico-financeiro das empresas para apurar o LUCRO ou 
PREJUÍZO. 
 
Além de gerar informações para medir desempenho na gestão de uma empresa é 
necessário ter bons Controles Internos para evitar desvios, roubos ou fraudes. 
 
 Além de gerar informações para medir desempenho na gestão de uma empresa é 
necessário ter bons Controles Internos para evitar desvios, roubos ou fraudes. 
 
 
 
 
Contabilidade Tributária 
16 
A VISÃO DO PATRIMÔNIO 
 
 BENS 
(+) 
DIREITOS EQUAÇÃO 
( - ) PATRIMONIAL 
OBRIGAÇÕES 
(=) 
PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
 
 
2.9 Ativo 
Entende-se por ATIVO, a aplicação de recursos da qual se espera a geração de 
benefícios econômicos futuros. Pode-se dizer também, que o Ativo, representa, de 
forma estática, os bens e os direitos da entidade, ou seja, tudo o que a 
empresa possui aplicado de recursos, quer em giro ou em capitais fixos. 
 
São todos os bens e direitos de propriedade da empresa, avaliáveis em dinheiro, 
que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa. 
 
O termo ATIVO significa valores que estão sendo usados para aplicações nas 
atividades da empresa. 
 
Bens: Máquinas, terrenos, estoques, dinheiro, ferramentas, veículos. 
 
Direitos: Valores a receber, representados por contas a receber (duplicatas a 
receber das vendas a prazo). 
 
O Ativo aumenta de valor pelo reconhecimento contábil de uma receita, pela 
obtenção de recursos com terceiros ou com sócios da entidade, ou pela venda de 
outro ativo com lucro. Resumindo, ativo é onde são aplicados os recursos de 
uma empresa. 
 
 O pronunciamento Conceitual básico divulgado pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis tem a seguinte definição para ATIVO: 
 “ATIVO é um recurso controlado pela entidade como resultado de 
eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios 
econômicos para a entidade. 
 
 Repare-se que a figura do controle (e não da propriedade formal) e a 
dos futuros benefícios econômicos esperados são essenciais para o 
reconhecimento de um ativo. Se não houver a expectativa de contribuição 
futura, direta ou indireta, ao caixa da empresa, não existeo ativo”. 
 
Contabilidade Tributária 
17 
2.10 Passivo 
 
 Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos 
já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos 
capazes de gerar benefícios econômicos. 
 
Entende-se por Passivo, a origem de recursos financiados por terceiros, além das 
obrigações assumidas pela entidade que exigirão desembolso de recursos no futuro, 
ou seja, contas a pagar, salários a pagar, impostos a pagar, entre outros. 
 
São as dívidas da empresa para com terceiros (Fornecedores). A maioria das contas 
do Passivo é identificada pela expressão: “a pagar” ou “a recolher”. 
 
O Passivo é uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida vencer 
será exigida (reclamada) a sua liquidação. Por isso é mais adequado denominá-la 
de Passivo Exigível. 
 
As dívidas são de curto prazo (até 12 meses) e longo prazo (acima de 12 meses). 
 
O lado do Passivo, tanto Capital de Terceiros (Passivo Exigível) como Capital 
Próprio (Patrimônio Líquido), representa toda a fonte de recursos, toda a origem de 
capital. Nenhum recurso entra na empresa se não for via Passivo ou Patrimônio 
Líquido. 
 
O Passivo aumenta de valor pela captação de um empréstimo ou financiamento, 
pela compra a prazo de um ativo ou pelo reconhecimento contábil de uma despesa 
ainda não paga. 
 
Por outro lado, o Passivo diminui de valor pelo efetivo pagamento ou pelo 
reconhecimento contábil de uma receita que havia sido recebida antecipadamente, 
como um adiantamento de clientes. 
 
2.11 Patrimônio Líquido 
 Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois 
de deduzidos todos os seus passivos – Pronunciamento Conceitual Básico – 
CPC. 
 
 
 
Assim como o Passivo, o Patrimônio Líquido (PL) também representa origem de 
recursos, sendo que o PL corresponde aos recursos financiados pelos sócios da 
entidade, na forma de capital, também pelos Lucros Retidos. 
 
 
Contabilidade Tributária 
18 
O Patrimônio Líquido aparece no lado direito do Balanço Patrimonial, junto com o 
Passivo somente para fechar a equação Patrimonial, pois o mesmo não é dívida. 
 
O Patrimônio Líquido aumentará com os Lucros gerados pela empresa e haverá 
redução com prejuízos gerados ou pagamentos para retiradas de sócios. 
2.12 Resultado 
O resultado deriva do confronto das receitas com as despesas e, 
consequentemente, pode ser positivo (Lucro), se as receitas forem maiores que as 
despesas, ou negativo, prejuízo, se as receitas forem menores do que as despesas. 
 
No caso de lucro, representa a riqueza gerada pela empresa durante determinado 
período de tempo, que pertence aos acionistas da entidade. 
 
Quando uma empresa incorre em prejuízo, ocorre uma destruição da riqueza dos 
acionistas. 
 
Os conceitos de Criação de Valor ao Acionista ou Destruição de Valor ao Acionista 
devem estar bem presentes na gestão de qualquer empresa. 
2.13 Receita 
 
 Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o 
período contábil sob a forma de entrada ou aumento de ativos ou 
diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio 
líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da 
entidade. Pronunciamento Conceitual Básico – CPC. 
 
 
Corresponde à geração de recursos provenientes da venda de mercadorias (como 
no setor varejista), da prestação de serviços (como em consultas médicas), entre 
outros. Resulta em um aumento em caixa ou em contas a receber. 
 
 
 
Contabilidade Tributária 
19 
2.14 Despesa 
 Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o 
período contábil sob a forma de saída ou redução de ativos ou incrementos 
em passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido e que não 
sejam provenientes de distribuição de resultado ou de capital aos 
proprietários da entidade. 
 
Corresponde ao consumo de recursos decorrentes das mesmas atividades que 
deram origem às receitas, tais como a venda de Estoque (Custo das Mercadorias 
Vendidas -CMV ou Custo dos Produtos Vendidos - CPV). Também integram o grupo 
das Despesas Operacionais: Despesas com Vendas, Administrativas, Financeiras e 
Outras Despesas Operacionais. 
As despesas são os gastos necessários, normais e operacionais para a geração de 
receitas. 
 
 
Resumindo: os ativos da empresa contribuem para sua continuidade e seu futuro 
crescimento. As receitas e despesas irão afetar o Patrimônio Líquido, 
sendo apuradas para determinar se a empresa apurou um Lucro 
(Receitas > Despesas e Custos) ou prejuízo (Despesas e Custos > 
Receitas). 
 
CUSTOS podem ser definidos como o preço pago para um bem ou serviço. Um 
custo correto no negócio se constitui nos dias atuais como um fator de 
sobrevivência do negócio. 
 
Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou 
serviços. 
 
O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no 
momento da utilização dos fatores de produção (bens ou serviços, para a fabricação 
de um produto ou execução de um serviço). 
Exemplos: a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se 
tornou investimento, e assim ficou durante o tempo de sua Estocagem; no 
momento de sua utilização na fabricação de um bem, surge o Custo da matéria-
prima como parte integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, é de novo um 
investimento, já que fica ativado até sua venda (Eliseu Martins, 2003). 
A energia elétrica é um gasto, no ato da aquisição, que passa imediatamente para 
custo (por sua utilização – rateio da fábrica), sem transitar pela fase de 
investimento. A máquina provocou um gasto em sua entrada, tornado investimento 
(ativo) e parceladamente transformado em custo, via Depreciação, à medida que é 
utilizada no processo de produção de utilidades. 
 
Contabilidade Tributária 
20 
INVESTIMENTOS: Na classificação do Balanço Patrimonial, pode ser 
identificados como investimentos em outras empresas ou investimentos 
em mercado financeiro, debêntures e títulos do governo. Na linguagem 
gerencial de gestão também pode identificar gastos com o Ativo 
Imobilizado da empresa com a finalidade de modernizar o parque fabril da 
empresa. 
 2.15 Regime de Competência e Caixa 
 
O regime de competência é adotado pela Contabilidade das empresas, visando 
dotá-las de uma fiel expressão monetária de todos os seus Bens, Direitos e 
Obrigações representativos da Estrutura Patrimonial. 
A adoção desse regime é consubstanciada na Lei das Sociedades Anônimas (SA's). 
Lei 6.404/76, em seu artigo 177, e no & 1º do artigo 187. 
 
As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de seu 
recebimento, serão lançadas no momento em que incorrerem. 
 
Os custos e despesas independem do seu pagamento, deverão reconhecidos pelo 
regime de competência (no dia e mês que acontecerem e não pelo seu 
pagamento). 
 
Essas conceituações da Lei representam basicamente dois conceitos fundamentais 
da Contabilidade: 
 Competência ou Realização da Receita 
 Confronto das Despesas com as Receitas e com os Períodos Contábeis. 
 
Segundo a Realização da Receita, essas conceituações são reconhecidas no 
exercício em que ocorrer o evento econômico, com a venda de bens ou prestações 
de serviços, ou seja, quando do fornecimento de bens ou serviços em troca de 
outros bens ou direitos. 
 
Pela confrontação de despesas com receitas e períodos contábeis, os gastos só 
devem ser reconhecidos, contabilmente, como despesas, quando for possível 
confrontá-los com a receita relacionada, no mesmo período em que a receitafoi 
reconhecida. 
 
Esses dois conceitos formam o que se chama de Regime de Competência, em 
que receitas e gastos são contabilizados como tais no período da ocorrência do seu 
fato gerador, não quando são recebidos ou pagos. 
 
O Regime de Caixa consiste, assim, em classificar e reconhecer operações de uma 
pessoa jurídica pelo efetivo Ingresso e Desembolso de Bens Numerários. Mas 
precisamente, sua adoção está, a rigor, voltada ao Fluxo Financeiro, ou FLUXO DE 
CAIXA de seu empreendimento. 
 
 
Contabilidade Tributária 
21 
O princípio da Competência dos Exercícios determina o Regime de Competência 
para escrituração contábil no Brasil. Outro princípio, fundamental na gestão é o 
Princípio da Entidade. Esse princípio determina que o Patrimônio da empresa não se 
confunda com o Patrimônio dos sócios. 
2.16 Princípios de Contabilidade 
Os princípios fundamentais da contabilidade representam a essência das doutrinas 
e teorias relativas à ciência da contabilidade, de acordo com o entendimento 
predominante nos universos científico e profissional de nosso país. São eles: da 
entidade, da continuidade, da oportunidade, do registro pelo valor original, da 
atualização monetária, da competência e da prudência (conforme a Resolução nº 
750/93 e 774/94, do Conselho Federal de Contabilidade). 
 
 
A Resolução 1282/10, alterou o nome de Princípios Fundamentais de 
Contabilidade para Princípios de Contabilidade, sendo que a Resolução 
750/93 foi atualizada e Consolidada. 
 
 
2.16.1 O Princípio da Entidade 
 
Reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade e afirma a autonomia 
patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no 
universo de patrimônios existentes, independente de pertencer a uma pessoa, a um 
conjunto de pessoas, a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou 
finalidade, com ou sem fins lucrativos. 
 
Por consequência, nessa acepção, o patrimônio não se confunde com aquele dos 
seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Por exemplo, os 
sócios não devem lançar gastos na empresa que são de seu uso particular, distintos 
da atividade-fim da empresa. O patrimônio dos sócios não se confunde com o 
patrimônio da empresa, são dois entes separados. 
 
 
 
 
 
Contabilidade Tributária 
22 
2.16.2 Continuidade 
A resolução 1.282 alterou o artigo 5º da Resolução 750/93 ficando a seguinte 
redação: 
 
O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em 
operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos 
componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância (Resolução 
1.282/2010). 
 
 A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, 
devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações 
patrimoniais, quantitativas e qualitativas. 
A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o 
valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da 
ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível. 
A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação 
do Princípio da COMPETÊNCIA por efeito de se relacionar diretamente à 
quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de se 
constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado. 
Presume-se, em geral, que a entidade operará por tempo indefinido. Portanto, esse 
princípio influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o 
vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da entidade tem prazo 
determinado, previsto ou previsível. 
Idêntico ao princípio da continuidade e ao pressuposto básico da continuidade. 
A menos que haja boa evidência em contrário, a contabilidade assume que a 
empresa continuará operando por um período de tempo indeterminado. 
Esse princípio, que tem grande validade do ponto de vista prático, apresenta 
importantes conseqüências para a contabilidade. De fato, se aceitarmos a hipótese 
de que a duração da empresa é indeterminada, a filosofia de avaliação de ativos 
pelos valores de entrada a ser adotada deverá ser oposta àquela que adotaríamos 
no caso de liquidação da empresa, quando interessam os valores de liquidação do 
passivo e de realização do ativo. 
 
 
 
 
Contabilidade Tributária 
23 
2.16.3 Oportunidade 
O artigo 6º da Resolução 750/93 passa vigorar com a seguinte redação: 
 
O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e 
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir 
informações íntegras e tempestivas. 
 
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na 
produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a 
perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação 
entre a oportunidade e a confiabilidade da informação (Resolução 
1.282/2010). 
 
 
Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE: 
 
I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve 
ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência; 
 
II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando 
os aspectos físicos e monetários; 
 
III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no 
patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária 
para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão. 
 
Aspectos conceituais 
 
O Princípio da OPORTUNIDADE exige a apreensão, o registro e o relato de todas as 
variações sofridas pelo patrimônio de uma Entidade, no momento em que elas 
ocorrerem. Cumprido tal preceito, chega-se ao acervo máximo de dados primários 
sobre o patrimônio, fonte de todos os relatos, demonstrações e análises 
posteriores, ou seja, o Princípio da Oportunidade é a base indispensável à 
fidedignidade das informações sobre o patrimônio da Entidade, relativas a um 
determinado período e com o emprego de quaisquer procedimentos técnicos. É o 
fundamento daquilo que muitos sistemas de normas denominam de “representação 
fiel” pela informação ou seja, que esta espelhe com precisão e objetividade as 
transações e eventos a que concerne. Tal tributo é, outrossim, exigível em qualquer 
circunstância, a começar sempre nos registros contábeis, embora as normas 
tendem a enfatizá-lo nas demonstrações contábeis. 
 
O Princípio da Oportunidade deve ser observado, como já foi dito, sempre que haja 
variação patrimonial, cujas origens principais são, de forma geral, as seguintes: 
 
Contabilidade Tributária 
24 
a) transações realizadas com outras Entidades, formalizadas mediante acordo de 
vontades, independentemente da forma ou da documentação de suporte, como 
compra ou venda de bens e serviços; 
b) eventos de origem externa, de ocorrência alheia à vontade da administração, 
mas com efeitos sobre o Patrimônio, como modificações nas taxas de câmbio, 
quebras de clientes, efeitos de catástrofes naturais, etc; 
c) movimentos internos que modificam predominantemente a estrutura 
qualitativa do Patrimônio, como a transformação de materiais em produtos 
semifabricados ou destes em produtos prontos, mas também a estrutura 
quantitativo-qualitativa, como no sucateamento de bens inservíveis. 
 
O Princípio da OPORTUNIDADE abarca dois aspectos distintos, mas 
complementares: a integridade e a tempestividade, razão pela qual muitos autores 
preferem denominá-los de Princípio da UNIVERSALIDADE. 
 
O Princípio da OPORTUNIDADE tem sido confundido algumas vezes, com o da 
COMPETÊNCIA,embora os dois apresentem conteúdos manifestamente diversos. 
Na oportunidade, o objetivo está na completeza da apreensão das variações, do seu 
oportuno conhecimento, enquanto, na competência, o fulcro está na qualificação 
das variações diante do Patrimônio Líquido, isto é, na decisão sobre se estas o 
alteram ou não. Em síntese, no primeiro caso, temos o conhecimento da variação, 
e, na competência, a determinação de sua natureza. 
 
2.16.4 Registro pelo Valor Original 
A resolução 1.282/2010 alterou o art.7º da Resolução 750/93, ficando a seguinte 
redação: 
O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do 
patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das 
transações, expressos em moeda nacional. 
 
§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e 
combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: 
 
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem 
pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que 
são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são 
registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da 
obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no 
curso normal das operações; e 
 
 
Contabilidade Tributária 
25 
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes 
patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos 
seguintes fatores: 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos 
equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações 
contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para 
liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; 
 
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma 
forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e 
equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para 
liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da 
Entidade; 
 
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do 
fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item 
no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo 
valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se 
espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das 
operações da Entidade; 
 
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo 
liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação 
sem favorecimentos; 
 
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da 
moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o 
ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes 
patrimoniais. 
 
§ 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: 
 
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa 
unidade constante em termos do poder aquisitivo; 
 
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações 
originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a 
fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos 
componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e 
 
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o 
ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de 
indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da 
moeda nacional em um dado período.” 
 
Contabilidade Tributária 
26 
 
A atualização dos bens do Imobilizado em 2010 foi permitida de acordo 
com a ICPC 10 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis-CPC. 
 
2.16.5 Atualização Monetária 
 
Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser 
reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal 
dos valores dos componentes patrimoniais. Até o ano de 2005 eram atualizados 
pela UFIR os valores das contas do Ativo Permanente, Patrimônio Líquido e outras 
contas determinadas pela legislação legal. 
 
O princípio da Atualização monetária foi revogado pela Resolução 
1282/2010 - CFC. 
 
2.16.6 Competência 
 
A Resolução 1.282/2010 determina a alteração do artigo 9º da resolução 
750/93: 
“O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e 
outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, 
independentemente do recebimento ou pagamento. 
Parágrafo único: O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade 
da confrontação de receitas e de despesas correlatas”. 
 
As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período 
em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, 
independentemente de recebimento ou pagamento. 
O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no 
passivo resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido, estabelecendo 
diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância 
do Princípio da OPORTUNIDADE. 
 
Contabilidade Tributária 
27 
O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é 
conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. 
As receitas consideram-se realizadas: 
I - nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou 
assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na 
propriedade de bens anteriormente pertencentes à Entidade, quer pela fruição 
de serviços por esta prestados; 
II - quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o 
motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou 
maior; 
III - pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de 
terceiros; 
IV - no recebimento efetivo de doações e subvenções. 
Consideram-se incorridas as despesas: 
I - quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua 
propriedade para terceiro; 
II - pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; 
III - pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. 
 As variações patrimoniais e o Princípio da Competência 
A compreensão do cerne do Princípio da COMPETÊNCIA está diretamente ligada ao 
entendimento das variações patrimoniais e sua natureza. Nestas encontramos duas 
grandes classes: a daquelas que somente modificam a qualidade ou a natureza dos 
componentes patrimoniais, sem repercutirem no montante do Patrimônio Líquido, e 
a das que o modificam. As primeiras são denominadas de "qualitativas", ou 
"permutativas", enquanto as segundas são chamadas de "quantitativas", ou 
"modificativas". Cumpre salientar que estas últimas sempre implicam a existência 
de alterações qualitativas no patrimônio, a fim de que permaneça inalterado o 
equilíbrio patrimonial. 
A COMPETÊNCIA é o princípio que estabelece quando um determinado componente 
deixa de integrar o patrimônio, para transformar-se em elemento modificador do 
Patrimônio Líquido. Da confrontação entre o valor final dos aumentos do Patrimônio 
Líquido – usualmente denominados "receitas" – e das suas diminuições –normalmente chamadas de "despesas" –, emerge o conceito de "resultado do 
período": positivo, se as receitas forem maiores do que as despesas; ou negativo, 
quando ocorrer o contrário. 
Observa-se que o Princípio da Competência não está relacionado com recebimentos 
ou pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas geradas e das despesas 
 
Contabilidade Tributária 
28 
incorridas no período. Mesmo com desvinculação temporal das receitas e despesas, 
respectivamente do recebimento e do desembolso, a longo prazo ocorre a 
equalização entre os valores do resultado contábil e o fluxo de caixa derivado das 
receitas e despesas, em razão dos princípios referentes à avaliação dos 
componentes patrimoniais. 
Quando existem receitas e despesas pertencentes a um exercício anterior, que nele 
deixarem de ser consideradas por qualquer razão, os competentes ajustes devem 
ser realizados no exercício em que se evidenciou a omissão. 
O Princípio da COMPETÊNCIA é aplicado a situações concretas altamente variadas, 
pois são muito diferenciadas as transações que ocorrem nas Entidades, em função 
dos objetivos destas. Por esta razão é a COMPETÊNCIA o Princípio que tende a 
suscitar o maior número de dúvidas na atividade profissional dos contabilistas. 
Cabe, entretanto, sublinhar que tal fato não resulta em posição de supremacia 
hierárquica em relação aos demais Princípios, pois o status de todos é o mesmo, 
precisamente pela sua condição científica. 
 2.16.7 Prudência 
O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os 
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se 
apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações 
patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. 
A resolução 1.282/2010 alterou a resolução 750/93 em seu artigo 10 com a 
seguinte redação: 
 
Parágrafo único: O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau 
de precaução no exercício dos julgamentos necessários às 
estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que 
ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e 
despesas não sejam subestimados, atribuindo maior 
confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos 
componentes patrimoniais. 
 
 
O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor 
patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante 
dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade. 
O Princípio da Prudência somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-
se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da Competência. 
A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando, para definição dos 
valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que 
envolvem incertezas de grau variável. 
 
Contabilidade Tributária 
29 
 Aspectos conceituais 
A aplicação do Princípio da Prudência – de forma a obter-se o menor Patrimônio 
Líquido, dentre aqueles possíveis diante de procedimentos alternativos de avaliação 
– está restrita às variações patrimoniais posteriores às transações originais com o 
mundo exterior, uma vez que estas deverão decorrer de consenso com os agentes 
econômicos externos ou da imposição destes. Esta é a razão pela qual a aplicação 
do Princípio da Prudência ocorrerá concomitantemente com a do Princípio da 
Competência, conforme assinalado no parágrafo 2°, quando resultará, sempre, 
variação patrimonial quantitativa negativa, isto é, redutora do Patrimônio Líquido. 
A PRUDÊNCIA deve ser observada quando, existindo um ativo ou um passivo já 
escriturado por determinados valores, segundo os Princípios do REGISTRO PELO 
VALOR ORIGINAL e da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA surge dúvida sobre a ainda 
correção deles. Havendo formas alternativas de se calcularem os novos valores, 
deve-se optar sempre pelo que for menor do que o inicial, no caso de ativos, e 
maior, no caso de componentes patrimoniais integrantes do passivo. Naturalmente, 
é necessário que as alternativas mencionadas configurem, pelo menos à primeira 
vista, hipóteses igualmente razoáveis. A provisão para créditos de liquidação 
duvidosa constitui exemplo da aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA, pois sua 
constituição determina o ajuste, para menos, de valor decorrente de transações 
com o mundo exterior, das duplicatas ou de contas a receber. A escolha não está 
no reconhecimento ou não da provisão, indispensável sempre que houver risco de 
não-recebimento de alguma parcela, mas, sim, no cálculo do seu montante. 
Cabe observar que o atributo da incerteza, à vista no exemplo referido no parágrafo 
anterior, está presente, com grande freqüência, nas situações concretas que 
demandam a observância do Princípio da Prudência. Em procedimentos 
institucionalizados, por exemplo, em relação aos "métodos" de avaliação de 
estoques, o Princípio da PRUDÊNCIA, raramente, encontra aplicação. 
No reconhecimento de exigibilidades, o Princípio da PRUDÊNCIA envolve sempre o 
elemento incerteza em algum grau, pois, havendo certeza, cabe, simplesmente, o 
reconhecimento delas, segundo o Princípio da OPORTUNIDADE. 
 
Contabilidade Tributária 
30 
Para melhor entendimento da aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA cumpre lembrar 
que: 
- os custos ativados devem ser considerados como despesa no período em que 
ficar caracterizada a impossibilidade de eles contribuírem para a realização dos 
objetivos operacionais da Entidade; 
- todos os custos relacionados à venda, inclusive aqueles de publicidade, mesmo 
que institucional, devem ser classificados como despesas; 
- os encargos financeiros decorrentes do financiamento de ativos de longa 
maturação devem ser ativados no período pré-operacional, com amortização a 
partir do momento em que o ativo entrar em operação. 
2.17 Demonstrações Financeiras Obrigatórias 
De acordo com o artigo 176 da Lei 6.404/76, ao fim de cada exercício social, a 
diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da Companhia, as 
seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação 
do Patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
 
1) Balanço Patrimonial (Art. 178 Lei 6404/76); 
2) Demonstração de Resultado do Exercício (Art. 187); 
3) Demonstração dos Fluxos de Caixa (Art. 188 Lei 6404/76 - Lei 11.638/2007), 
substituindo o DOAR; 
4) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (Art. 186); 
5) Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) CPC 26; 
6) Demonstração do Valor Adicionado, para as Companhias Abertas (Art. 188); 
7) Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido ( DMPL) – Exigência da CVM 
 
Acompanham as Demonstrações Financeiras: Notas Explicativas, Relatório de 
Diretoria e Parecer dos Auditores Independentes. 
 
Para as companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a 
R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e 
publicação da demonstração dos fluxos de caixa. 
 
O CPC 26 cria a Demonstração do Resultado Abrangente ( DRA ). A DRA 
pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro da 
DMPL. 
 
 
Contabilidade Tributária 
31 
2.18 Balanço Patrimonial 
É a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa, assim como 
as obrigações em determinada data. A diferença entre o Ativo e Passivo é chamado 
de Patrimônio Líquido e representa o capital investido pelos proprietários da 
empresa, quer através de recursos trazidos de fora da empresa, quer gerados por 
esta em suas operações e retidos internamente. 
Robert N. Antony, conceituado autor americano, afirma que o balanço mostra: 
1. As fontes de onde provierem osrecursos utilizados para a empresa operar 
(Passivo e Patrimônio Líquido); 
2. Os bens e direitos em que seus esses recursos se acham investidos. 
 
Palavra de origem grega, que significa bi = dois, lancis = pratos de uma balança, 
de onde vem o equilíbrio patrimonial. 
 
Mostra a posição financeira de uma empresa em um momento específico e informar 
a capacidade de geração dos fluxos futuros de caixa. É a fotografia financeira da 
empresa numa determinada data. 
 
As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente de liquidez 
e classificadas nos seguintes grupos: 
 Circulante 
 Não Circulante: Realizável a longo prazo, Investimentos, Imobilizado e 
Intangível 
 
 
Principais Grupos do Ativo 
 
Ativo Circulante 
 
As principais contas são Caixa, Disponível, Clientes, Estoques. 
São todos os direitos que a empresa vai receber até um prazo de 12 meses. 
O CPC 26 inclui como sugestão para o disponível, o uso da conta caixa e 
equivalente de caixa. 
 
São aplicações de recursos em despesas de exercício seguinte. 
É o grupo conhecido como Capital de Giro da Empresa. 
 
Com a publicação da Medida Provisória 449/2008 é criado o Ativo Não 
Circulante, composto pelos grupos Realizável a Longo Prazo, Investimento, 
Imobilizado e Intangível. A Medida Provisória 449/2008 foi transformada 
na Lei 11.941/2009. 
 
 
 
Contabilidade Tributária 
32 
Ativo Não Circulante 
 
Ativo Realizável a Longo Prazo 
 
Direitos realizáveis após o prazo de 12 meses. 
Direitos derivados de adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou 
controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia. 
Exemplos de contas: Depósitos Judiciais, Impostos a Recuperar. 
 
Investimentos: participações permanentes no capital social de outras sociedades 
e outros direitos permanentes que não se destinam à manutenção das atividades 
da sociedade. Exemplo: Investimento em ações, obras de arte. 
 
Imobilizado: direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à 
manutenção das atividades da companhia ou exercidos com essa finalidade e os 
decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e 
controle desses bens. Exemplo: Terrenos, edifícios, máquinas e equipamentos. 
 
Diferido: despesas pré-operacionais e gastos de reestruturação que irão contribuir, 
efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um exercício social. 
Exemplos: Gastos pré-operacionais. Esse grupo foi eliminado com a Lei 
11.638/2007. 
 
Intangível: Grupo novo previsto com a Lei 11.638/2007. Direitos que tenham por 
objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com 
essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. 
 
Passivo 
 
 
As contas do ativo devem ser dispostas em ordem crescente de 
exigibilidade e classificadas nos seguintes grupos: 
 
As contas do passivo são classificáveis nos seguintes grupos: 
 Circulante; 
 Não Circulante (Antigo Exigível a Longo Prazo). 
 
 
São obrigações da empresa, contraídas junto a outra(s) pessoa(s) físicas ou 
jurídicas. 
São as origens que financiam a empresa, podendo ser de curto prazo ou longo 
prazo. 
Evidencia toda a obrigação, dívida, que a empresa tem com terceiros; contas a 
pagar, fornecedores, impostos a pagar, financiamentos. O Passivo é uma obrigação 
exigível, isto é, no momento em que a dívida vencer será exigida, reclamada a sua 
liquidação. Por isso é mais adequado chamá-lo de passivo exigível. 
 
Contabilidade Tributária 
33 
O Passivo Circulante: É esperada sua liquidação dentro dos 12 meses seguintes à 
data final do Balanço. Exemplos de contas: Fornecedores, empréstimos, impostos a 
pagar, encargos sociais a recolher, salários a pagar. 
 
 
Com as alterações feitas pela Lei 11.638/2007, Medida Provisória 
449/2008, Lei 11.941/2009 e Resolução 1.157 do CFC fica criada a 
seguinte estrutura para o Passivo: Passivo Circulante e Passivo Não 
Circulante ( Antigo Exigível a Longo Prazo). 
 
 
Passivo Não Circulante 
 
As obrigações com vencimento após o término do exercício social seguinte, ou seja, 
no prazo superior a 12 meses seguintes à data do Balanço: Fornecedores de Longo 
Prazo. As antigas contas do Grupo Resultado de Exercícios Futuros serão 
classificadas nesse grupo. 
 
Patrimônio Líquido 
 
Evidencia recursos dos proprietários aplicados no empreendimento. O investimento 
inicial dos proprietários é denominado de Capital. Se houver outras aplicações por 
parte dos proprietários e acionistas, teremos acréscimo ao Capital. Aumenta pelos 
lucros gerados ao longo dos anos, por novas integralizações dos acionistas e reduz 
com os prejuízos gerados ao longo. É conhecido como o capital próprio da empresa. 
Exemplos das contas do Patrimônio Líquido: Capital Social, Reservas de Capital, 
Reservas de Lucros, Reservas de Reavaliação e Prejuízos Acumulados. 
 
Estrutura do Balanço Patrimonial 
 
Observe o Balanço Patrimonial abaixo e suas principais contas. Todos os balanços 
das Companhias Abertas estão disponíveis no site http:// www.cvm.gov.br ou no 
site da empresa na parte de relação com investidores. 
Ativo Valores Passivo Valores 
Circulante Circulante 
Caixa 700,00 Fornecedores 2.100,00 
Bancos 1.500,00 Empréstimos 1.000,00 
Clientes 2.000,00 Salários a Pagar 3.000,00 
Estoques 4.000,00 
 Não Circulante 
 
Não Circulante Patrimônio 
Líquido 
 
Edifícios 4.500,00 Capital Social 2.500,00 
Máquinas Equip 1.200,00 Reservas Lucros 5.300,00 
 
Total Ativo 13.900,00 Total Passivo+PL 13.900,00 
 
Contabilidade Tributária 
34 
Resumindo: O Balanço Patrimonial sempre é uma demonstração que informa a 
posição financeira da empresa na data em que for elaborado. 
2.19 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
 
A demonstração de Resultado do Exercício é uma forma estruturada de se 
evidenciar a composição do resultado econômico da entidade, ou seja, é 
um critério de se organizarem as receitas auferidas e as despesas 
incorridas no período para apurar o Lucro ou o Prejuízo 
 
A demonstração de Resultado do Exercício é uma forma estruturada de se 
evidenciar a composição do resultado econômico da entidade, ou seja, é um critério 
de se organizarem as receitas auferidas e as despesas incorridas no período. 
Antes da Lei 6.404/76 era conhecido como Demonstração de Lucros e Perdas. 
 
É uma demonstração que evidencia o resultado econômico da empresa, 
pois a transformação do Lucro em Fluxo de Caixa vai depender do ciclo 
financeiro da empresa (Prazo de Giro dos Estoques, Prazo Médio de 
Recebimento e Prazo Médio de Pagamento dos Fornecedores). 
 
A Demonstração de Resultados do Exercício é o relatório que evidencia de forma 
ordenada, o resumo das receitas e despesas ocorridas em determinado período. É 
apresentada de forma vertical, partindo das receitas e as devidas deduções, 
obtendo no final o resultado líquido (lucro ou prejuízo). 
 
A forma de evidenciação básica das Despesas na estrutura da Demonstração do 
Resultado do Exercício (DRE), até o resultado operacional, é construída para gerar 
informações através de 4 funções organizacionais da empresa: 
1- PRODUÇÃO 
2- COMERCIAL 
3- ADMINISTRATIVA 
4- FINANCEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Tributária 
35 
Forma de Apresentação: 
Receita Bruta 
Todas as receitas de vendas ocorridas no 
período, deduzidas do IPI s/Vendas. É o 
faturamento da empresa. 
(-) Deduções 
Neste grupo encontram-se as devoluções de 
mercadorias ocorridase os impostos incidentes sobre 
as vendas. (ICMS, PIS, ISS e COFINS) 
(=) Receita Operacional 
Líquida 
A diferença entre a Receita Bruta e as Deduções 
(-) Custo do Produto 
São os custos de fabricação dos produtos (CPV) ou 
comercializados (CMV) ou Custo dos Serviços 
Prestados (CSP) 
Lucro Bruto 
A diferença entre a Receita Líquida e o Custo do 
Produto Vendido ou Serviço Prestado 
(-) Despesas com Vendas 
Despesas referentes a comercialização dos produtos, 
diretamente vinculadas à venda. Exemplo: 
Propaganda, Comissões de vendas, Representantes, 
Fretes, etc. 
(-) Despesas 
Administrativas 
São as despesas incorridas para administrar a 
empresa, geralmente fixas. Exemplo: Despesas de 
pessoal da administração, Material de Expediente, 
Limpeza, Aluguel, Alimentação, etc. 
(+ /-) Equivalência 
Patrimonial 
Despesa ou Receita com o do Resultado da 
Equivalência Patrimonial 
Outras Receitas/ Outras 
Despesas 
A diferença entre as receitas e as despesas que não são 
da atividade operacional da empresa. Exemplo: Venda 
de Imobilizado e Outras Despesas/Receitas Operacionais 
Resultado Antes das 
Receitas e Despesas 
Financeiras 
Lucro Bruto, deduzido das despesas 
operacionais e resultado da Equivalência 
Patrimonial 
(-) Despesas Financeiras 
deduzidas das Receitas 
Financeiras 
São as despesas de juros incorridos de empréstimos 
bancários, despesas bancárias, deduzido das receitas 
obtidas através de juros, seja de aplicações 
financeiras, seja de juros cobrados por atraso de 
clientes. 
Resultado antes dos 
Tributos sobre o Lucro 
(Lucro ou Prejuízo 
Operacional ) 
Diferença entre o Resultado Antes das Receitas e 
Despesas Financeiras e as Despesas Financeiras 
Líquidas 
(-) Imposto de Renda / 
Contribuição Social 
Impostos calculados sobre o Lucro 
(-) Participações de 
Empregados e 
Administradores 
Valores Pagos a Empregados e Administradores que 
não se caracterizam como despesas 
Lucro Líquido 
Diferença entre o Lucro antes do IR/CS e os 
itens anteriores 
 
Contabilidade Tributária 
36 
O CPC 26 em seu item 82 sugere a inclusão de alguns itens a mais do DRE como: 
Resultado líquido das operações continuadas e o resultado líquido após tributos das 
operações descontinuadas para chegarmos ao Resultado líquido do período. 
 
 
O CPC 26 também trata também da “DEMONTRAÇÃO DO RESULTADO 
ABRANGENTE”. Os outros resultados abrangentes incluem as mutações do 
patrimônio líquido que não representam receitas e despesas realizadas. 
Inclui alterações que poderão afetar o resultado do período futuramente 
ou às vezes permanecerão sem esse trânsito. 
 
A Demonstração do Resultado Abrangente do Exercício (DRA) é elaborada a partir 
da soma do resultado líquido apresentando na DRE com os outros resultados 
abrangentes, conforme determinam Pronunciamentos, Interpretações e Orientações 
que regulam a atividade contábil. Logo, o Resultado Abrangente Total corresponde 
à total modificação no patrimônio líquido que não seja constituída pelas transações 
de capital entre a empresa e seus sócios (aumento ou devolução de capital social, 
distribuição de lucros ou compra e venda de ações e quotas próprias dos sócios). 
 
Um princípio contábil que norteia todo o Demonstrativo de Resultado e demais 
Demonstrações Financeiras é a aplicação do regime de competência para 
apropriação de receitas e despesas. Independente do pagamento ou recebimento, 
os lançamentos dentro do período em que incorrerem. 
 
Contabilidade Tributária 
37 
VISÃO SIMPLIFICADA DO BALANÇO PATRIMONIAL E DRE 
 
LEI DAS SOCIEDADES POR AÇÕES (6.404/76) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESULTADOS 
RECEITAS 
( - ) CUSTOS 
( - ) DESPESAS 
(=) RESULTADOS 
 
 
 
 
IMPORTANTE: O DRE demonstra o resultado Econômico em função de que as 
receitas, custos e despesas são lançados pelo Regime de 
Competência, independente de receber ou pagar. A apropriação 
acontece diariamente no Livro Diário na medida em que 
acontecerem, após o recebimento dos Clientes (Vendas a Prazo) e 
pagamento dos demais Custos e Despesas que reflete no fluxo de 
Caixa. 
 
 
 
ATIVO PASSIVO 
 
 
ATIVO 
CIRCULANTE 
 
(AC) 
 
PASSIVO 
CIRCULANTE 
 
(PC) 
 
REALIZÁVEL 
A LONGO PRAZO 
 
(RLP) 
PASSIVO NÃO 
CIRCULANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(ELP) 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
(PL) 
RESULTADOS 
 
INVESTIMENTO 
IMOBILIZADO 
DIFERIDO 
 
 
Contabilidade Tributária 
38 
2.20 Demonstração das Origens e Aplicações de 
Recursos (DOAR) 
Enquanto o Balanço apresenta, em determinado momento, de um lado (passivo), a 
origem dos recursos utilizados pela empresa e, do outro, as aplicações (ativo), a 
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos - DOAR, não mostra a 
totalidade das novas origens e aplicações, mas apenas aquelas ocorridas nos itens 
NÃO CIRCULANTES do BALANÇO, ou seja, no Exigível a Longo Prazo, Patrimônio 
Líquido, Ativo Permanente e Realizável a Longo Prazo. 
 
Dessa maneira, a DOAR é uma demonstração que evidencia a variação do Capital 
Circulante Líquido. Talvez por isso essa demonstração seja ainda pouco conhecida 
pelo grande público e mesmo por parte de muitos analistas de balanços: é que o 
Capital Circulante Líquido é um elemento de difícil interpretação. 
 
Modelo Básico da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
 
ORIGENS DE RECURSOS: 
I- As Origens dos recursos, agrupadas em: 
a) Lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e 
ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros; 
b) Realização do capital social e contribuições para reservas de capital; 
c) Recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo 
prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de 
investimentos e direitos do ativo imobilizado. 
II - As aplicações de recursos, agrupadas em: 
a) Dividendos distribuídos; 
b) Aquisição de direitos do ativo Imobilizado; 
c) Aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo 
diferido; 
d) Redução do passivo exigível a longo prazo. 
 
III – O excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações, 
representando aumento ou redução do capital circulante líquido; 
IV – Os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o 
montante do capital circulante líquido e seu aumento ou redução durante o 
exercício. 
 
 
Contabilidade Tributária 
39 
Quando: Ocorre: 
Total das Origens > Total das Aplicações Aumento do Capital Circulante Líquido 
Total das Origens < Total das Aplicações Redução do Capital Circulante Líquido 
 
A grande utilidade do uso do DOAR é a avaliação da liquidez (folga financeira) em 
curto prazo da empresa, ou seja, a diferença entre o ativo circulante e o passivo 
circulante (CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO). 
2.21 Demonstração do Fluxo de Caixa 
A Lei 11.638/07 tornou obrigatória a evidenciação da Demonstração dos Fluxos de 
Caixa. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis emitiu o Pronunciamento Técnico 
nº 03 apresentando as normas para sua elaboração. 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) mostra as origens e aplicações de 
caixa, que é a base para avaliação da situação financeira da empresa e sua 
capacidade de pagamento das obrigações. Esta demonstração auxilia a responder a 
perguntas vitais, como: Onde foi obtido o dinheiro? e “Onde o

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