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4. PROJETANDO PRODUTOS SEGUROS MARCELO SOARES

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CAPÍTULO 16 
 
 
PROJETANDO PRODUTOS SEGUROS 
 
 
 
 
 
 
 Estratégias, métodos e recomendações para a identificação de perigos potenciais e para 
a redução de riscos a um nível aceitável são discutidos nestes capítulo. Seguindo uma breve 
apresentação do problema (Seção 16.1), as estratégias para a redução de riscos são 
consideradas na Seção 16.2. A Seção 16.3 discute os métodos para a identificação de perigos 
potenciais e avaliação de riscos incluindo a análise de cenário, análise de árvore de erro (fault 
tree analysis), avaliação de perigo, análise antropométrica e biomecânica de segurança e 
análise de segurança de software. Recomendações para prevenir perigos mecânicos, elétricos, 
térmicos e de embalagem são fornecidos na Seção 16.4. O capítulo conclui com uma 
discussão referente ao design de equipamentos de advertência ativa e passiva. 
 
 
16.1 DESIGN SEGURO: O ESCOPO DE RISCOS POTENCIAIS 
 
Existem muitas causas potenciais para acidentes relacionados a produtos. Bass (1986) sugere 
a seguinte taxonomia: 
 
• Perigos cinéticos 
• Perigos mecânicos 
• Perigos químicos 
• Perigos elétricos 
• Perigos térmicos 
• Perigos de pressão 
• Perigos por exposição a radiação 
• Perigos de ruído e vibração. 
 
Os perigos cinéticos são normalmente associados a partes moventes ou partes não moventes 
que podem ser ejetadas ou desprender-se do produto, máquina ou equipamento. Os perigos 
mecânicos incluem bordas afiadas e pontos contundentes. Corrosão, fogo e fumaça tóxica 
estão classificados como perigo químico. Os perigos elétricos podem causar choque elétrico e 
queimaduras. Os perigos termais envolvem temperaturas extremas em superfícies ou 
ambientes. Um recipiente pressurizado ou sob vácuo pode criar um perigo de pressão se este 
apresentar rupturas. Perigos por exposição a radiação estão associados com a exposição a 
níveis potencialmente perigos de radiação ionizante ou não-ionizante. Perigos de ruído ou 
vibração podem causar perda de audição ou outros danos. Veja a Tabela 16-1 para detalhes 
adicionais e exemplos de danos que cada tipo de perigo pode causar. 
 
 
 
 
 
 
Tabela 16-1 
Danos potenciais associados com perigos relacionados a produtos, máquinas e equipamentos 
 
Perigos Danos potenciais 
Perigos cinéticos 
• Partes moventes 
• Partes/fragmentos ejetados 
• Impactos 
• Partes soltas 
 
• Cortes e perfurações 
• Contusões 
• Quebra de ossos 
• Danos nos olhos 
 
Perigos mecânicos 
• Margens afiadas 
• Pontas contundentes 
• Falta de estabilidade/tombo 
• Peso 
 
 
• Cortes 
• Amputação de dedos 
• Esmagamento de membros 
• Distenção de músculos 
Perigos químicos 
• Corrosão 
• Fogo 
• Fumaça tóxica 
 
 
• Queimaduras 
• Asfixia 
• Câncer 
Perigos elétricos 
• Choque elétrico 
• Super-aquecimento 
 
• 
• Eletrocução 
• Queimaduras 
Perigos térmicos 
• Superfície quente 
• Ambiente quente 
• Ambiente frio 
 
 
• Queimaduras 
• Esgotamento pelo calor 
• Congelamento de extremidades 
Perigos por pressão 
• Ruptura de recipientes 
• Pressão excessiva 
 
 
• Ferimentos perfurantes 
• Danos aos olhos 
• Cortes e contusões 
 
Perigos por exposição a radiação 
• Radiação ultravioleta 
• Radiação de microondas 
• Raios X 
 
 
• Queimaduras 
• Câncer 
• Cegueira 
• Defeitos congênitos 
 
 
16.2 ESTRATÉGIAS PARA A REDUÇÃO DOS RISCOS 
 
Cinco estratégias para a redução dos riscos (Classe 1 – Classe 5) foram propostas por 
especialistas em segurança (Bass, 1986; Christensen, 1980; Ryan, 1982): 
 
• Projetar os produtos, máquinas ou equipamentos de forma que os perigos não possam 
ocorrer (Classe 1). 
• Isolar o usuário de situações perigosas (Classe 2). Isto pode ser acompanhado, por 
exemplo, pelo uso de robôs ou tecnologia de tele-operação. 
• Fornecer uma barreira física para prevenir contato com um componente perigoso ou 
materiais perigosos (Classe 3). 
• Fornecer um equipamento de advertência ativo ou passivo (Classe 4). 
• Fornecer instruções de segurança e/ou treinamento para o usuários (Classe 5). 
 
A eficiência destas estratégias para a redução dos riscos diminui da Classe 1 para a Classe 5. 
Por exemplo, uma modificação no design (Classe 3).é normalmente mais eficiente que um 
equipamento de advertência (Classe 4). Entretanto, todas as alternativas dentro de uma dada 
classe não será igualmente eficiente. Por exemplo, a proteção ou blindagem (Classe 3) que 
interfere com a operação de um produto deverá ser removida (Trump, 1980). Similarmente, as 
legendas de advertências (Classe 4) não serão eficientes se não puderem ser facilmente vistas 
e entendidas. 
 A estratégia da Classe 2 (isolar o usuário de uma situação perigosa), geralmente não se 
aplica à produtos de consumo ou produtos comerciais. No entanto, ela é apropriada para o 
ambiente industrial aonde robôs podem ser usados para substituir o trabalho humano. 
 
 
16.3 MÉTODOS PARA A IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS E AVALIAÇÃO DE 
RISCOS 
 
Uma variedade de métodos analíticos qualitativos e quantitativos podem ser usados para 
a identificação de perigos e avaliação de riscos. Análise de cenário, análise da árvore de erros 
e avaliação de perigo são métodos qualitativos. Eles tentam identificar situações perigosas que 
podem ocorrer durante o uso do produto. Métodos qualitativos como a análise biomecânica, 
por outro lado, tentam predizer a seriedade do perigo ou o nível de risco. 
 
 
16.3.1 Análise de cenário 
 
A Análise de cenário procura identificar modelos de comportamento e outras 
condições que precedam acidentes envolvendo um produto específico. Esta informação é 
valiosa durante o redesign de um dado produto ou o design de um produto similar. 
 Se uma análise de cenário é bem sucedida (isto é, se um padrão de comportamento 
pode ser identificado), o comportamento de risco pode ser algumas vezes previsto pela 
melhoria no design do produto. A análise de cenário tem sido aplicada para investigação de 
produtos que variam de substâncias perigosas (Godfrey, Fontenelle, Brems, Brelsford e 
Laughery, 1986) até limpadores de neve (Kreifeldt, 1987). 
 Cenários dos danos provados por produtos são desenvolvidos a partir de dados 
comportamentais relacionados a condição do produto e do ambiente. Os dados 
comportamentais consistem em dados de tarefas (p. ex. a tarefa ou tarefas que os usuários 
tentavam desempenhar no momento do acidente) e o perfil do usuário. A condição do 
produto, por outro lado, está relacionado a configuração do produto (p. ex. o estado de seus 
equipamentos de segurança) e o modo de operação (p. ex. ligado/desligado/modo de espera, 
mecanismos de controle ativados ou desativados, percentagem de operação máxima, etc.) 
quando o acidente ocorreu. As condições ambientais que são freqüentemente importantes 
nesta análise de cenário incluem a temperatura ambiente e os níveis de umidade, iluminação e 
ruído. As análise de cenário identificam os fatores críticos – aqueles que são mais 
freqüentemente associados com os acidentes. 
 
 Para muitos produtos as ações de poucos usuários contam para a maioria dos 
acidentes. Por exemplo, Kreifeldt (1987) encontrou que a maioria dos acidentes envolvendo 
limpadores de neve ocorreram quando o usuário tentava remover a neve acumulada na calha 
de escoamento. O acidente ocorre se a mão toca as lâminas giratórias na base da calha. Uma 
vez que o sistema propelente não é normalmente visível, os usuários podem não notar o 
perigo presente. 
 
 
 16.3.2 Árvore de análise de erro 
 A árvore de análise de erro é um método formal para determinar as causas da “falhas’ 
potenciais do produto atribuídas a defeitos no produto e/ou ação humana. A Fig. 16-1 mostra 
uma árvore de análise de erro para um hipotético produto químico para limpar e desentupir 
pia. 
 Para construir uma árvore de análise de erro para um produto,o analista deve 
identificar primeiro os tipos de acidentes que podem ocorrer. Uma lista de perigos típicos e 
acidentes potenciais é dado na Tabela 16-1. Se existem diversos tipos possíveis de acidentes, 
é requerido uma árvore de acidentes para cada um. A árvore de análise de erro mostrada na 
Fig. 16-1 descreve alguma das causas para queimadura química que podem ocorrer enquanto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 16-1 Árvore de análise de erro para um produto hipotético de limpeza e desentupimento de pia. Ver Seção 
16.3.2 para detalhes. 
 
Queimadura química 
Vazamento 
Solta 
gotas 
Transbordamento 
Embalagem 
vira 
Embalagem 
rompe 
Respingo 
Reação 
com a água 
Embalagem 
pesada 
Localizada 
perto 
dos pés
Localizada 
perto de 
crianças
Forma 
instável 
ou ou ou
ou ou ou ou 
ou ou Pega 
escorregadia 
Pega muito 
pequena 
o produto está sendo usado. Cada nível da árvore identifica as causas prováveis para os 
eventos descritos no nível anterior (o nível imediatamente acima). A análise continua até a 
decomposição não ser mais possível. Neste ponto as soluções de design devem ser óbvias. Por 
exemplo, a última célula para a ramificação da esquerda na árvore de erro na Fig. 16.1 sugere 
que derrubar a embalagem do produto pode ser prevenido através de uma embalagem mais 
leve, uma pega mais larga e o fornecimento de superfícies de textura sobre a pega para evitar 
que as mãos deslizem. 
 
 
16.3.2 Avaliação de perigo 
A avaliação de perigo é uma outra técnica qualitativa estruturada para a análise de 
produtos seguros. Como a árvore de análise de erros, ela pode ser usada para determinar as 
prováveis causas para potenciais acidentes relacionados a produtos, máquina ou 
equipamentos. No entanto, a avaliação de perigo não fornece soluções de design. A Fig. 16-2 
mostra um quadro de avaliação de perigo para o mesmo produto químico de limpeza 
considerado no exemplo da árvore da análise de erro (Fig. 16-1). 
 
 
 
Nível I QUEIMADURA ENVENENAMENTO 
Nível II • O produto químico entra em 
contato com a pele 
• A água fervendo entra em 
contato com a pele 
• Inalação de vapor 
• Ingestão de química 
Nível III • O produto química fora da 
embalagem toca as mãos 
• A embalagem vira 
• A embalagem rompe 
• O usuário espalha o líquido 
sem proteção 
• O líquido salpica o usuário 
quando a química reage com a 
água 
• O produto químico combina 
com a água para formar gás 
tóxico 
• O material que causa o 
entupimento reage com a 
química para formar gás tóxico 
• A química toca na boca 
Nível IV • Bico que vaza 
• Lacre que não veda a tampa 
• Perfuração de dentro do lacre 
contamina outras partes do 
recipiente 
• Design de pega ruim 
• Pega ou material da embalagem 
escorrega quando molhado 
• Falta de instabilidade na 
embalagem, tomba facilmente 
• O usuário não usa luvas 
• O usuário não drena a água 
parada antes de aplicar o 
produto 
• O usuário falha em drenar a 
água parada 
• O usuário falha em 
compreender a natureza e 
propósito do produto (p. ex. 
criança) 
 
Fig. 16-2 Quadro de avaliação do perigo para um produto hipotético de limpeza e desentupimento de pia. Ver 
Seção 16.3.3 para detalhes. 
 
 
 
 
 
 A análise de avaliação de perigo tem quatro níveis (Hill, 1980): 
 
Nível I: Um tipo de acidente que poderia ocorrer durante o uso do produto. 
Nível II: Circunstâncias que podem ser associadas com o acidente ocorrido no Nível I. 
Nível III: Lista de prováveis causas para as circunstâncias (Nível II) levam ao acidente 
(Nível I). 
Nível IV: Os riscos que podem ser responsáveis por um acidente têm uma das causas 
listadas no Nível III. 
 
Cada nível sucessivo fornece um olhar mais detalhado na etiologia do acidente potencial. 
 Para o exemplo mostrado na Fig. 16-2 a mais provável circunstância de nível II para 
queimadura seria o contato da pele com um agente ativo do componente químico. O nível III 
forneceria uma lista de causas potenciais. O contato com a pele pode ser causado, por 
exemplo, por espalhar o produto sem proteção. O nível IV identifica riscos específicos. Estes 
incluem o bico que vaza, um lacre que não veda adequadamente a tampa ou uma pega que 
escorrega quando molhada. Os designers devem se ater a cada perigo potencial listado no 
nível IV. Se todos os perigos potenciais puderem ser removidos, a probabilidade de ocorrer 
um acidente será bastante reduzida. 
 A Fig. 16-3 sugere formas para eliminar os perigos que foram identificados durante o 
processo de avaliação de perigo (nível IV, Fig. 16-2). Todos, exceto os últimos dois perigos 
listados na Fig. 16-3 podem ser eliminados modificando o design do recipiente. Este é o tipo 
preferido de ação corretiva porquê não requer o envolvimento do usuário. Os dois últimos 
perigos – o usuários não usa luvas e o usuário não drena a água para – não podem ser 
eliminados tão facilmente. Entretanto, a probabilidade de um acidente associado a estes 
perigos pode ser reduzida pelo fornecimento de equipamento de proteção (luvas), instruções e 
legendas de advertências. 
 
 
 
 
Causa do problema (nível IV) Solução de design proposta 
• Bico que vaza 
 
• Lacre que não veda a tampa 
 
• Perfuração de dentro do lacre contamina outras 
partes do recipiente 
 
• Design de pega ruim 
 
• Pega ou material da embalagem escorrega quando 
molhado 
 
• Falta de instabilidade na embalagem, tomba 
facilmente 
 
• O usuário não usa luvas 
 
• O usuário não drena a água parada antes de aplicar 
o produto 
 
• Redesign do bico 
 
• Melhorar o encaixe através de uma tampa maior 
ou melhor tolerância das partes 
• Projetar um lacre que proteja as partes do 
recipiente quando aberto 
 
• Redesign para acomodar usuários do 5º e 95º 
percentis 
• Uso de textura e material não deslizante na 
superfície 
 
• Enlarguecer a base do recipiente 
 
 
• Fornecer luvas com o produto e fornecer 
advertências 
• Fornecer advertências e instruções para um uso 
apropriado 
 
Fig. 16-3 Soluções de design para problemas identificados durante a avaliação de perigo mostrada na Fig. 16-2. 
 
16.3.4 Análise antropométrica e biomecânica de segurança 
 
 Uma análise antropométrica de segurança de um protótipo ou produto pode ser usada 
para determinar o potencial de risco para os dedos, mãos e pés a partir de partes moventes tais 
como lâminas, engrenagens e correias. Por outro lado, uma análise biomecânica de segurança 
pode ser usada para determinar a extensão muscular requerida para o uso eficiente do produto. 
Informações gerais referentes a antropometria e biomecânica podem ser encontradas no 
Capítulo 13. Dados específicos para o design e recomendações relacionadas a segurança serão 
apresentadas adiante neste capítulo. 
 Modelos antropométricos de partes do corpo humano podem ser usados para avaliar a 
eficiência da proteção e outros equipamentos de segurança projetados para proteger os 
usuários de partes moventes se o uso de uma amostra de usuários for considerado inseguro. 
Persensky e Gagnon (1980), por exemplo, discutem o uso de uma mão artificial e um 
modelagem computacional para avaliar segurança num cortador de grama elétrico (Fig. 16-4). 
O modelo da mão humana pode ser usado para determinar se os dedos podem se acidentarem 
ao alcançar a calha de escoamento de material, ao alcançar o compartimento da lâmina ou por 
segurar o compartimento da lâmina para levantar o cortador de grama. O uso de pessoas nos 
testes iria obviamente expô-las a um alto risco. 
 
 
16.3.5 Análise de segurança de software 
 O software não é um produto inerentemente perigoso. Entretanto, produtos com 
microprocessadores podem apresentar mal funcionamento se o software de controlecontiver 
erros. A possibilidade sempre existe que um erro de programação pode resultar em um 
componente do produto ser ativado no momento errado e ferir o usuário. A técnica mais 
aceita para a avaliação de segurança de um software é aplicar a árvore de análise de erro 
(Seção 16.3.2). A análise pode ser aplicada ao diagrama de fluxo funcional de um software ou 
ao nível de código da fonte. 
A segurança de software é particularmente importante para produtos médicos tais 
como equipamentos de raio-x. O software que controla estes produtos devem verificar que 
valores, para todos os parâmetros de entrada pelo usuário (o técnico), estão dentro dos limites 
aceitáveis para o tipo de exame ou terapia. Esta salvaguarda irá garantir que o paciente não 
sofrerá danos por conta de um erro do operador. Até recentemente, a maior parte dos produtos 
deste tipo não tinham características de segurança incluídas no seu software de controle. 
Hansen (1987) recomenda que todos os software relacionados a segurança sejam 
fundidos dentro de módulo único ou pequenos grupos de módulos. Isto torna mais simples e 
mais acurado o processo de teste e a manutenção do software. 
 
 
16.3.6 Produtos concorrentes e revisão da literatura 
Muitos tipos de produtos devem ser periodicamente atualizados para que se 
mantenham de acordo com o estado-da-arte em termos de segurança do produto para 
minimizar perdas advindas de litígios judiciais. Uma das estratégias mais eficientes para 
determinar os estado-da-arte é a revisão da literatura de segurança de produto (jornais 
técnicos, publicações comerciais e patentes) em bases regulares e examinar as características 
de segurança apresentadas por produtos concorrentes no comércio ou em feiras e exibições. A 
informação requerida pode ser facilmente obtida com um investimento modesto em termos de 
tempo e dinheiro. Isto será bastante útil quando se considerar as modificações de design nos 
produtos atuais ou quando se avaliar alternativas de design para novos produtos. 
 
 
16.4 RECOMENDAÇÕES PARA O DESIGN DE PRODUTOS SEGUROS 
 
 As próximas quatro seções fornecem recomendações de design para a garantia de 
segurança no produto. A prevenção de perigos mecânicos é discutida na seção 16.4.1. A 
prevenção de perigos elétricos e térmicos é considerada na Seção 16.4.2 e 16.4.3. A quarta 
seção (Seção 16.4.4) refere-se a questões relacionadas a segurança na embalagem. 
 
16.4.1 Recomendações para a prevenção de perigos mecânicos 
Recomendações para a melhoria da segurança de equipamentos mecânicos são 
fornecidas na Tabela 16-2. A estratégia mais útil para proteger o usuário dos perigos 
mecânicos é aplicar uma proteção ou blindagem para qualquer parte movimente ou partes que 
possam causar ferimentos sérios. Os mecanismos de proteção não devem reduzir a capacidade 
funcional ou a usabilidade do produto. Se isto ocorrer, o usuário pode remover o mecanismo. 
 
 
Tabela 16-2 
Recomendações para a prevenção de perigos mecânicos 
 
• Cubra as partes moventes tais como lâminas, engrenagens, correias e eixos de tração. 
• Forneça recinto apropriado para as partes presas através de molas. Projete as partes de forma que, quando 
em manutenção, elas se soltem longe do corpo do usuário. 
• Quando possível, use materiais a “prova de fratura” e absorventes de energia. 
• No caso de produtos auto-propelentes tais como limpadores de neve e cortadores de grama, forneça um 
botão de acionamento que pare o motor se cessar a pressão. Isto irá prevenir movimentos para a frente do 
produto quando o usuário estiver numa posição insegura. Ele irá também parar o produto se o usuário perder 
o controle. 
• Projete produtos de forma que ele não requeira apoio do usuário para permanecer de pé. 
• Forneça equipamentos de advertência para indicar a necessidade de manutenção ou troca de componentes 
mecânicos críticos. 
• Forneça mecanismo redundante para cobrir apoios enquanto o produto está sendo limpo ou esteja em 
manutenção. 
 
Algumas vezes é desejável que se forneça mais de um equipamento para proteger o 
usuário de perigos mecânicos sérios. Alguns limpadores de neve, por exemplo, possuem dois 
elementos para prevenir as mãos de ferimentos que possam ser causados pelo contato 
acidental com as lâminas. O primeiro previne o propulsor da lâmina de girar a menos que o 
limpador de neve esteja movendo para a frente. O segundo garante que o usuário esteja de pé 
numa posição segura (atrás da máquina) quando o propulsor estiver ativo. O usuário deve 
aplicar pressão continuamente para que o botão de acionamento (localizado em uma das pegas 
atrás da máquina) mantenha o motor em ação. Se a mão for retirada do botão de acionamento, 
o motor para imediatamente. 
 
 
16.4.2 Recomendações para a prevenção de perigos elétricos 
As recomendações para a prevenção de vazamento de corrente de produtos elétricos e 
para a proteção dos usuários e outros de curto circuitos são fornecidas na Tabela 16-3. 
O limiar para a percepção da corrente elétrica (uma leve sensação de formigamento) é 
em torno de 0.4 mA a 60 HZ AC. O isolamento é requerido para prevenir o vazamento de 
corrente de um produto acionado eletricamente para a proteção do corpo do usuário. Materiais 
não condutivos tais como plástico ou madeira podem ser usados para este propósito. 
Prendedores de metal do lado de fora de um produto não devem tocar nenhuma parte dos 
componentes mecânicos se estes conduzirem eletricidade. 
O segundo problema de segurança relacionado a eletricidade, que é o fornecimento de 
proteção no caso de curto circuito, deve ser tratado diferentemente porquê as vítimas de 
Tabela 16-3 
Recomendações para a prevenção de perigos elétricos 
 
• Garanta um aterramento elétrico apropriado. 
• Forneça proteção adequada ao risco de choques pelo uso de materiais não condutivos tais como plásticos, 
madeira e borracha para as pegas e revestimento de produtos. 
• Sempre forneça fusis resistentes a sobrecarga. 
• Forneça sistemas que interropam automaticamente o fornecimento de energia quando coberturas ou portas 
de compartimentos se abram. 
• Projete ferramentas manuais de forma que a corrente elétrica não possa circular entre a superfície de corte 
ou a lâmina e a pega. Isto irá prevenir acidentes sérios ou morte se o usuário tocar em partes descobertas do 
cabo de força enquanto estiver usando a ferramenta. 
• Forneça legendas de advertências e instruções de segurança quando for necessário. Ver Seção 16.5.2 para 
recomendações específicas. 
 
 
 
acidentes potenciais podem não ser o próprio usuário. Por exemplo, acidentes foram relatados 
aonde crianças foram eletrocultadas na banheira porquê o secador de cabelo cai 
acidentalmente dentro da água. Para prevenir este tipo de acidente, equipamentos de 
prevenção a choques podem ser instalados (Elder, 1986). 
 
 
16.4.3 Recomendações para a prevenção de perigos térmicos 
O perigo apresentado por um objeto quente depende da temperatura da superfície do 
objeto, sua massa e suas propriedades térmicas. Outros fatores de contribuição são a 
temperatura inicial da pele, a finura da epiderme no ponto de contato com o objeto e a 
duração do contato (Faulkner, 1976). Diferentes níveis de proteção são requeridos para 
prevenir o desconforto, dor e queimadura. 
Dados e recomendações para a prevenção de desconforto e acidentes são fornecidos 
nas Tabelas 16-4, 16-5 e 16-6. De maneira geral, o desconforto térmico resultante do toque 
em objetos aquecidos pode ser prevenido mantendo-se a temperatura da superfície abaixo dos 
35o C. Dados para a temperatura máxima permitida em diferentes materiais e usos são 
fornecidos nas Tabelas 16-5 e 16-6. Note que o limiar para a dor e queimadura varia 
significativamente de acordo com o tipo do material. 
 
 
Tabela 16-5 
Temperatura de superfícies de vários materiais para o limiar de dore queimadura de primeiro grau 
 
Material Limiar de dor Limiar para queimadura de 
primeiro grau 
Alumínio 45o C 60o C 
Vidro 54o C 82o C 
Fenólicos 61o C 99o C 
Poliestileno 77o C 138o C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 16-6 
Temperatura máxima de superfícies para vários materiais e usos 
 
Uso da superfície Materiais 
 Metais Vidros Plásticos 
Pegas 50o C 55o C 60o C 
Superfície perto da pega 55o C 65o C 75o C 
Outras superfícies 
 (sem advertências) 
65o C 75o C 110o C 
Outras superfícies 
 (com advertências) 
70o C 90o C 110o C 
 
 
 
 
16.4.4 Recomendações para segurança na embalagem de produtos 
 As recomendações para segurança na embalagem de produtos são apresentadas na 
Tabela 16-7. O foco primário é a proteção das crianças dos perigos potenciais associados com 
embalagens abertas e embalagens descartadas. 
 
 
 
16.5 PROJETO PARA EQUIPAMENTOS DE ADVERTÊNCIA 
 
 O Código de Defesa do Consumidor responsabiliza os fabricantes por qualquer dano 
associado ao uso de seus produtos. Assim, é necessário aplicar legendas de advertência e 
fornecer instruções de segurança no caso em que o uso ou mal uso do produto possa resultar 
em acidente. 
 A Tabela 16-8 lista os fatores que influenciam a eficiência das informações de 
advertências no produto. De maneira geral, as advertências serão mais efetivas se 
apresentadas de forma que convença o usuário de que um acidente pode ocorrer se a 
advertência for ignorada (Wogalter, Desaulniers e Brelsford, 1986; Horst, McCarthy, 
Robinson, McCarthy e Krumm-Scott, 1986). 
 
 
 
Tabela 16-7 
Recomendações gerais para a segurança na embalagem de produtos 
 
• Quando possível, use materiais que não sejam inflamáveis. 
• Use materiais que não sejam tóxicos. 
• Use materiais inquebráveis ou a prova de choques. 
• Faça as partes da embalagem grandes o suficiente para prevenir que sejam ingeridas pelas crianças. 
• Não use materiais de embalagem com pontas ou cantos afiados. 
• Não use cordões ou fios que as crianças possam acidentalmente estrangular outra crinaça. 
• Não use partes metálicas que uma criança possa inserir numa tomada elétrica. 
• Não use elementos de articulação que possam prender os dedos ou mãos de uma criança. 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 16-8 
Fatores que influenciam na eficiência da informação de advertência em produtos 
 
Situação Eficiência da advertência 
 Baixa1 Alta2 
O usuário é familiar com o produto X 
O usuário nunca usou o produto antes X 
Alta taxa de acidente associada com o produto X 
A probabilidade de ocorrer um acidente é baixa X 
Conseqüência de um acidente é severa X 
O usuário está com pressa X 
O usuário está desmotivado X 
O usuário está fatigado ou intoxicado X 
O usuário já foi previamente acidentado no uso do produto X 
O usuário conhece as práticas da segurança X 
As legendas de advertências estão próximas ao fator de perigo X 
As legendas de advertências são legíveis e fáceis de entender X 
O alerta de advertência é usado apenas quando alguma ação é necessária X 
A advertência ativa freqüentemente dá falso alarme X 
O produto é coberto por uma legenda de advertência que parece inapropriada X 
As advertências contêm apenas as informações essenciais X 
A fonte de informação de advertência merece crédito X 
 
Baseado parcialmente nas informações de Horst et al. (1986). 
1 Baixa probabilidade de mudança de comportamento. 
2 Alta probabilidade de mudança de comportamento. 
 
 
 
 
Os equipamentos de advertências podem ser ativos ou passivos. O mecanismo de 
advertência ativa consiste de um sensor e um equipamento de alerta. O sistema de advertência 
ativo em alguns cortadores de grama é um exemplo típico. Quando o sensor lateral detecta 
uma situação potencialmente perigosa (p. ex. ângulo lateral no qual o cortador possa se tornar 
instável e virar), ele aciona o equipamento de alerta que emite um som ou uma luz pisca. O 
usuário, tendo sido alertado, deve então tomar a ação de precaução devida. As advertências 
passivas, por outro lado, consistem em legendas afixadas ao produto e instruções de segurança 
nos manuais de usuários. As advertências passivas transferem ao usuário o reconhecimento 
das condições perigosas. Elas podem também requerer que o usuário se lembre de 
informações adquiridas previamente e que as aplique na situação atual. 
 
 
16.5.1 O design de equipamentos de advertências ativos 
 As advertências ativas são normalmente mais eficientes que as passivas porquê elas 
alertam o usuário apenas quando é necessário tomar alguma ação de precaução. Em outras 
palavras, as advertências ativas fornecem informações de segurança somente quando estas são 
relevantes. 
 Sinais visuais, auditivos ou táteis podem ser usados para apresentar informações de 
advertências. Um mostrador visual, como uma luz de advertência, pode ser ineficiente a 
menos que seja utilizado em conjunto com um equipamento de sinalização auditiva que 
direciona a atenção do usuário para o mostrador. A Seção 6.2.1 (Capítulo 6) especifica 
informações relacionadas ao design de sinais de advertências auditivas. Outras informações 
relacionadas podem ser encontradas em outras partes da Seção 6.2. 
 Um bom exemplo de um equipamento de advertência auditivo é o material de fricção 
do freio de disco de alguns automóveis. Ele emite um sinal sonoro quando se aproxima do 
final de sua vida útil. A advertência ocorre somente quando os freios forem aplicados. Assim, 
a mensagem é apresentada dentro de um contexto apropriado. O equipamento é muito 
confiável porquê ele não requer um interlocutor ou qualquer suporte eletrônico. 
 Os equipamentos de advertências táteis possuem utilidade limitada exceto pelo 
fornecimento de mensagens redundantes. Estes equipamentos podem não apresentar 
eficiência se existir outras fontes de vibração (p. ex. um motor) que possa mascarar a 
informação da advertência tátil. Adicionalmente, a sensibilidade ao estímulo tátil se reduz a 
temperaturas mais baixas tornando o equipamento inadequado para uso num ambiente frio. 
 Um problema comum associado as advertências ativas é o “falso alarme” (Lerner e 
Williams, 1987). Todos os equipamentos sensoriais têm o potencial de produzir alarmes 
falsos. Se isto ocorrer muito freqüentemente o usuário irá simplesmente ignorar o sinal de 
advertência vindo do alarme. 
 
 
16.5.1 O design de equipamentos de advertências passivos: legendas e sinais 
 As legendas de advertências devem ser afixadas a qualquer produto de consumo que 
possa ser inseguro se usado incorretamente. Produtos comerciais, por outro lado, requerem 
poucas legendas porquê os operadores são normalmente treinados antes de usar o produto pela 
primeira vez. 
 Quatro tipos de advertências estão associadas a produtos de consumo e comerciais: 
 
• Regulamentares 
• Proibitivas 
• De precaução 
• Informativas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 16-5 Dois modelos diferentes de legenda para interruptor elétrico. 
 
 
As leis sobre segurança adotadas pelos governos requerem que o usuário seja provido de 
informações referentes aos perigos as características de segurança associados aos produtos. 
Desta forma, tais advertências são classificadas como advertências regulamentares. As 
advertências proibitivas tentam modificar o comportamento do usuário para prevenir 
acidentes e as advertências de precaução referem-se a perigos específicos no produto. As 
advertências informativas são fornecidas em apoio a literatura do produto, p. ex. o manual do 
usuário. Elas freqüentemente referem-se a questões relacionadas a operação normal e 
manutenção do produto. 
 É muito importante testar todos os propósitos das legendas de advertências antes de 
coloca-las no produto. Aquelas consideradas ineficientes devem ser re-projetadas e re-
testadas. O Capítulo 4 e as Seções 15.3.4 e 15.6 no Capítulo15 apresenta detalhes adicionais. 
Veja também Lehto e Miller (1986) e Miller e Lehto (1986). 
 
 Uso de texto versus gráfico 
 As legendas de advertência e cartazes podem conter textos, gráficos, imagens ou a 
combinação dos três. Uma prática comum é o uso de gráficos com textos redundantes. 
Entretanto, o formato mais eficiente depende das capacidades e experiências prévias dos 
usuários. Os gráficos e as figuras são usados freqüentemente em países com mais de uma 
língua oficial. Nos Estados Unidos (aonde a maioria dos adultos é alfabetizado) é comum que 
as legendas de advertências apresentem apenas textos. 
 Mesmo legendas simples, como as legendas com as posições ON e OFF de um 
interruptor, pode afetar a segurança de um produto. A Fig. 6-5 compara o modelo 
internacional e o americano para as legendas em interruptores elétricos. O usuário de um 
interruptor com a legenda no modelo internacional deve conhecer (através de experiência 
prévia) que o círculo significa “desligado” e que a linha vertical significa “ligado”. Isto 
também pode ser interpretado como uma escolha binária de “0” e “1”. As legendas textuais 
ON/OFF, por outro lado, requerem que o usuário tenha a habilidade de leitura e compreensão 
do termo em inglês. 
 Símbolos gráficos, pictogramas e figuras podem ser usados para construir advertências 
não-textuais. A apresentação pictórica normalmente envolve imagens derivadas de fotografia. 
Os símbolos e pictogramas gráficos freqüentemente custam menos que as figuras com 
qualidade fotográfica e, por conta de sua simplicidade, pode ser reconhecida a longas 
distâncias. Os símbolos, entretanto, requerem um aprendizado antes que eles possam ser 
corretamente interpretados. Assim, símbolos padrões devem ser usados sempre que possível. 
A mensagem associada com o pictograma ou fotografia , por outro lado, pode ser auto-
evidente (Johnson, 1980). 
Veja também as Seções 7.5.1 e 7.5.3. 
 
 Formato das legendas de advertências 
 Uma legenda de advertência deve ter os quatro componentes seguintes (ver Fig. 16-6): 
 
• A palavra de advertência (Nível do perigo) 
• A identificação do perigo (Alta voltagem, lâmina afiada, etc.) 
• Conseqüência (O tipo de acidente que pode ocorrer se o perigo for ignorado) 
• Instruções (Como evitar o acidente). 
 
A palavra de advertência indica a seriedade do perigo. Fowler (1980) nota que os três 
sinais seguintes são usados freqüentemente: 
 
PERIGO: Usado para advertir o usuário de um perigo potencial relacionado ao produto, 
máquina ou equipamento e que pode causar acidente sério ou morte. 
ATENÇÃO: Usado par advertir o usuário sobre práticas perigosas que podem causar 
acidentes. 
CUIDADO: Usado para advertir o usuário que um produto é potencialmente inseguro se 
usado inapropriadamente mas que as conseqüências do mal uso não são sérias 
(p. ex. acidente menor ou danos a propriedade). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 16-6 Legenda de advertência de quatro componentes. Veja Seção 16.5.2 para detalhes. 
 
 
 
A palavra de advertência ajuda o usuário a determinar a importância relativa de cada legenda 
advertência. A atenção pode então ser focada sobre a advertência crítica. Se palavras de 
advertência não forem incluídas, o usuário pode ignorar todas as advertências para evitar 
sobrecarga de informação. 
 
O conteúdo dos outros três componentes das legendas de advertências (identificação 
perigosa, conseqüência e instruções) irão variar consideravelmente de produto para produto. 
Desta forma, não existem recomendações para o texto a ser usado. 
Wogalter, Desaulniers e Godfrey (1985) desempenharam uma série de experimentos 
para examinar a utilidade das legendas de quatro componentes. Os resultados do estudo 
sugerem que a eficiência da percepção é reduzida se um dos quatro componentes é removido. 
No entanto, algumas autoridades acreditam que legendas de advertências com menos 
componentes podem ser eficientes (p. ex. Horst et al., 1986). Adicionalmente, Leonard, 
Matthews e Karnes (1986) questionam a eficiência da palavra de advertência como forma de 
manipular a percepção do usuário quanto a severidade do perigo. No obstante esta falta de 
consenso, nenhum outro tipo de legenda de advertência tem se mostrado superior a legenda de 
quatro componentes. Desta forma, o seu uso é recomendado até que uma melhor abordagem 
seja encontrada. 
 
Terminologia 
Embora o conteúdo de uma mensagem é crítico para uma comunicação eficiente, 
muitas palavras comumente encontradas em advertências podem ser consideradas como 
vagas. De forma similar, raramente existe uma interpretação única e universal para 
advertências complexas. Além do mais, todas as legendas de advertências de muitos 
propósitos e outros materiais a elas relacionados devem ser testados pra determinar o quanto é 
compreendido pelo usuário. 
Kreifeldt e Rao (1986) sugerem o uso da fuzzy theory para definir como os usuários 
interpretam termos imprecisos (p. ex. “cuidadosamente”, “pouco”, “próximo”, “devagar”, 
“quente” e “rígido”) que são freqüentemente encontrados nas legendas de advertências. Os 
autores descrevem uma série de experimentos usando métodos que regulam o estímulo, a 
ordenação e produção para determinar a diversidade das interpretações para cada palavra 
numa amostra de usuários. 
 
PERIGO 
 
Alta voltagem 
Possibilidade de eletrochoque 
Mantenha-se afastado da umidade 
Amostra de uma legenda de advertência Conteúdo da informação 
Nível do perigo (palavra de 
advertência) 
 
 
Identificação do perigo 
Conseqüencia 
Instruções 
Forma e cor nas legendas de advertências 
A eficiência de uma legenda de advertência será garantida se o usuário associar a sua 
forma e cor com o conteúdo da mensagem. Os códigos de formas e cores que apresentam-se 
mais úteis são aqueles que os usuários freqüentemente usam, p. ex. códigos associados com 
sinais e símbolos de trânsito (Cochran, Riley e Douglass, 1981). Adicionalmente, as formas 
que parecem ser visivelmente instáveis (tais como um triângulo invertido apoiado sobre o seu 
vértice) podem também ser adequadas para as legendas de advertência (Riley, Cochran e 
Ballard, 1982; Cochran et al., 1981). 
 
Localização da informações de advertências em manuais de usuários e tipografia 
usada 
Em geral, as advertências e outras informações de segurança fornecidas nos manuais 
de usuários devem aparecer em seções separadas antes das instruções de operação do produto. 
A base para esta recomendação é, em parte, um estudo empírico de Strawbridge (1986) que 
demonstrou que as advertências não são eficientes quando misturadas com outras 
informações. 
As advertências críticas são uma exceção para as recomendações gerais apresentadas 
acima. De maneira ideal, elas devem ser localizadas na capa do manual do usuário (ou na 
seção de segurança) e também em localizações apropriadas dentro das instruções de operação. 
As mensagens de advertências textuais devem ser impressas em negrito para enfatizar 
a sua importância. Em alguns casos, as advertências com textos e associadas a elementos 
gráficos podem ser impressas em vermelho. 
 
 
 
Tabela 16-9 
Recomendações para o design de legendas de advertências 
 
• Use materiais duráveis para as legendas. Para a maioria dos produtos de consumo, as legendas de 
advertências devem durar pelo menos 20 anos. 
• Forneça uma palavra de advertência para indicar a seriedade do perigo. Use sentenças curtas ou frases. Use 
linguagem não técnica que seja facilmente compreendida. 
• Esteja certo que o tom e o conteúdo das mensagens são apropriados para a seriedade do perigo. Não 
subestime o nível do perigo. Se não existe perigo imediato, explique porquê a precaução é necessária. 
• Esteja certo que todos os usuários potenciais irão compreender a mensagem. Considere possíveis má 
interpretações de códigosde símbolos e cores devido a diferenças culturais dos usuários. 
• Use símbolos reconhecidos internacionalmente para as legendas gráficas. 
• Teste antes as legendas de advertências para se certificar que elas comunicam-se eficientemente tanto com a 
natureza do perigo quanto com o curso da ação que o usuário deseja tomar. 
• Localize cada legenda de advertência adjacente ao perigo a que se refere. 
Adaptado de Christensen (1980), Fowler (1980), Ryan (1985) e outras fontes. 
 
 
Recomendações para o design 
A Tabela 16-9 fornece recomendações para o design das legendas de advertências. 
Recomendações gerais para o design das informações de segurança para manuais de usuário e 
outras literaturas de apoio são dadas na Tabela 16-10. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 16-10 
Recomendações para o design de informações de segurança para manuais de usuário e literatura de apoio ao 
produto 
 
• Localize informações críticas de segurança na capa do manual de usuário. A prevenção de acidentes deve 
ser discutida dentro do manual. 
• As advertências devem aparecer em seção separada do manual do usuário antes das operações de 
instrução. As advertências críticas não devem ser misturadas com as instruções de operações. Estas 
advertências devem ser realçadas de forma a distingui-las das instruções de procedimentos. 
• A habilidade de leitura do usuário menos capaz deve ser considerada quando se prepara as informações 
textuais de segurança. Use sentenças curtas e estruturas simples. Revise quaisquer materiais que tenham se 
mostrado inadequado em testes com os usuários. 
• Use gráficos para ilustra perigos específicos. Se for possível o uso de cores, use-as de forma realística (p. 
ex. use vermelho para ilustrar sangue advindo de um corte). 
• Quando se referir, em alguma parte das instruções de segurança, a uma parte, componente ou sub-sistema, 
forneça um diagrama ou foto para ajudar o usuário na localização do item a que se refere. 
• Diga ao usuário como obter assistência se surgir algum problema não previsto, relacionado a segurança do 
produto, durante o processo de montagem ou operação. 
• Forneça instruções para tratamento de emergência no caso de acidentes ou ingestão de substâncias 
perigosas. Forneça o nome genérico para qualquer produto químico que possa causar acidente. 
 
Adaptado de Christensen (1980), Fowler (1980), Ryan (1985).

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