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Investigação em Metodologias de Design

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE 
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO 
DEPARTAMENTO DE DESIGN 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luis Arthur Leite de Vasconcelos 
 
 
 
 
Uma Investigação em Metodologias de Design 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recife, Novembro de 2009 
Luis Arthur Leite de Vasconcelos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma Investigação em Metodologias de Design 
 
 
Projeto de Conclusão do Curso 
de Design apresentado como requisito 
para obtenção do título de Bacharel na 
Universidade Federal de Pernambuco – 
UFPE. 
Orientador: Professor Dr. André 
Neves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recife, Novembro de 2009 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha 
família, como um mínimo que eu 
poderia fazer. Não apenas ao pequeno 
círculo que me rodeia diariamente, mas 
também para aquele círculo familiar 
mais amplo e não menos importante: 
avós, tios, primos. Pelo pouco apego 
que eu possa demonstrar, me 
desculpem. Vocês foram, são e serão 
eternamente importantes e motivo de 
orgulho e muitas alegrias. 
Agradecimentos 
 
Por mais estranho que pareça ao normal leitor ocidental: chego à última parte 
deste trabalho, finalmente, aquela que tanto protelo — feia conjugação. O trabalho 
tido em ler e pesquisar, escrever e diagramar, agora me parece atividade recreativa 
perto da tarefa de agradecer devidamente a todos aqueles que influenciaram direta 
ou indiretamente na construção e desenvolvimento deste trabalho. 
Como contribuições diretas, devo iniciar os trabalhos por André, a mente mais 
pragmática e criativa, de infinitas soluções, e que está nessa comigo. O CNPq, pela 
oportunidade dada para que eu iniciasse esta pesquisa enquanto bolsista do PIBIC. 
Seu Clylton!, com quem mantive conversas constantes tão valiosas (e espero delas 
não sentir falta, por continuar as tendo) e por quem tenho enorme carinho e 
admiração. Dubberly, meu desconhecido mais agradecido. 
Ainda, os amigos e colaboradores Dennis, pela ajuda na sopa de letrinhas, 
Lucídio, pela discussão formal, Franklyn, por sua ortogonalidade, e Mateus e Vânia, 
pela atitude investigativa. 
Já as contribuições indiretas, parecem ser inúmeras. Para pensar um pouco 
melhor, acho válido dividi-las em duas classes: temporais — aquelas mais recentes, 
que aconteceram ao longo desses anos de faculdade — e atemporais — aquelas que já 
vêm de toda a vida. Utilizarei ainda como tática o uso de grupos em vez de nomes, 
para (tentar) não cair no erro provocado pelo esquecimento. 
Na primeira classe, encaixo todos dos laboratórios do Iraque, e principalmente 
aqueles do qual fiz (faço) parte, o GDRlab: grupo de pessoas bobas, amáveis e de 
ótimo humor e coração, disfarçado de grupo de pesquisa. Como fortes candidatos 
para este grupo: meus grandes amigos e futuros designers com quem muito me 
identifiquei logo no primeiro ano. Ainda no grupo dos bobos, eu poderia citar meus 
amigos “das Damas e agregados” — presente que me foi dado por Mari (essa fica pra 
mais adiante). 
Meus companheiros perronhas de longos anos e seu futebol arte (?), altamente 
nocivo para espectadores que sofrem do coração. O mestre Betão, João e todos os 
outros amigos e integrantes da relaxante capoeira das terças e quintas. E, por fim, o 
GRVM e todos os seus integrantes, que pouco sabem o quanto já foram importantes 
pra mim nesses poucos meses. 
 Na segunda classe, e a quem eu queria agradecer desde o princípio, o Colégio 
de Aplicação da UFPE. Primeiramente pela estranha entidade que ele é, formador de 
tantas pessoas fantásticas e ambiente do qual sempre terei enorme saudade, onde 
creio ter vivido os melhores anos da minha vida. Depois, pelos professores e 
servidores que fazem aquilo tudo funcionar (ou não) de um jeito, como já diz a 
música... “xuxu beleza!”. E claro, agradeço enormemente aos alunos e amigos que lá 
fiz. Estes que, por sete intensos anos, fizeram parte da minha vida, e muitos que 
ainda fazem. Finalmente, aos “aldeiandos”: obrigado por me tornarem a pessoa que 
sou. Acho que nunca terei palavras que expliquem a importância de vocês. 
 Bem, me recompondo, e continuando a segunda classe, agradeço ainda — e 
muito! — ao “Careca”, à “Véa”, “Juli” e “Tony”, meu pequeno círculo familiar que 
me acompanha já há quase 23 anos. Círculo este que apresenta alto potencial para 
crescimento, com a introdução de “Pedin” (e quaisquer outras “chegadas” dela 
decorrentes). E quem sabe, dona Mariana Arroxelas (a “gordinha”), talvez a pessoa 
mais fundamental para a elaboração deste trabalho, pela sua imensurável 
importância na minha vida e também por nela ter “reaparecido” em dois momentos 
cruciais, e, no segundo deles, me trouxe de volta ao mundo real, para que, entre 
outras coisas, eu pudesse concluir esta monografia. E me descomponho novamente. 
Enfim, obrigado a todos. 
 
 
 
Resumo 
 
Esta pesquisa é resultado de uma investigação dos processos e métodos de design 
empregados mundialmente em diversos segmentos da indústria, principalmente a 
partir da segunda metade do século vinte, utilizando uma abordagem histórica. Ela 
propõe uma classificação do material levantado, gerando assim um banco de dados 
claro e ágil, que visa facilitar o uso e esclarecimento dos processos de design para 
outras indústrias, bem como explicitar a evolução destes. Tem-se como resultado a 
criação de um documento que reúne vinte e seis metodologias criadas desde a 
década de sessenta até os dias atuais, classificadas de acordo com critérios bem 
definidos, com suas fases listadas e um breve resumo atrelado a cada uma delas, 
mostrando assim que as metodologias de design sofreram mudanças ao longo das 
décadas, mas que é possível identificar uma metodologia comum de design. Tal 
documento possibilita ainda a criação de dois outros artefatos apresentados neste 
trabalho. Por fim, apresentamos caminhos para estudos futuros e a possibilidade 
contínua do crescimento do conteúdo levantado. 
Palavras chaves: DESIGN; METODOLOGIA DE DESIGN; METODOLOGIA DE PROJETO; 
PROCESSOS DE DESIGN 
 
 
Abstract 
 
This research comes as a result of an investigation, using a historical approach, on 
design process and methods used world-wide by different sections of industry, 
especially after the sixties. It proposes a classification of the collected data by 
creating a neat and agile database which aims to make easier the understanding of 
design methods by other industries as well as the evolution of these methods. As a 
product, we have come to a document which contains twenty six design methods 
developed since the sixties until nowadays, properly labeled, having its phases listed 
and a short abstract attached. It demonstrates that design methods changed along 
the decades even though it is still possible to identify regular design methods among 
them all. The information on this document is also applicable on two other artifacts 
we show on this work: a .xml code and a design methods catalogue. Finally, we 
propose possible paths to forthcoming studies and the continuous possibility of 
increasing the collected data. 
Keywords: DESIGN; DESIGN METHODS; DESIGN PROCESS 
Sumário 
 
1. Introdução.....................................................................................09 
2. Modelos de classificação de metodologias de design.................................12 
 2.1 Modelo de Gui Bonsiepe...........................................................122.2 Modelo de Bomfim..................................................................14 
 2.3 Modelo de Ximenes e Neves.......................................................18 
 2.4 Modelo Proposto....................................................................19 
3. Medologia de Design........................................................................22 
 3.1 Metodologia de Design na Década de 60........................................26 
 3.1.1 Morris Asimow............................................................28 
 3.1.2 Christopher Alexander..................................................30 
 3.1.3 Bruce Archer.............................................................31 
 3.1.4 Mihajlo Mesarovic........................................................33 
 3.1.5 Watts......................................................................35 
 3.2 Metodologia de Design na Década de 70........................................36 
 3.2.1 Thomas Marcus e Thomas Maver......................................38 
 3.2.2 John Chris Jones.........................................................39 
 3.2.3 John Chris Jones.........................................................41 
 3.2.4 Siegfried Maser...........................................................43 
 3.2.5 Don Koberg e Jim Bagnall.............................................45 
 3.2.6 Bernhard Bürdek.........................................................46 
 3.2.7 Cal Briggs e Spencer Havlick...........................................47 
 3.2.8 Bernd Löbach.............................................................49 
 3.3 Metodologia de Design na Década de 80........................................51 
 3.3.1 Bryan Lawson.............................................................52 
 3.3.2 Bruno Munari.............................................................54 
 3.3.3 Vladimir Hubka...........................................................56 
 3.3.4 Gui Bonsiepe.............................................................58 
 3.3.5 VDI – Verein Deutscher Ingenieure....................................60 
 3.3.6 Bruno Munari.............................................................62 
 3.4 Metodologia de Design na Década de 90........................................64 
 3.4.1 John Gero.................................................................65 
 3.4.2 Steven Eppinger e Karl Ulrich..........................................66 
 3.4.3 Norbert Roozenburg e Johan Eekels..................................68 
 3.4.4 Nigel Cross................................................................69 
 3.5 Metodologia de Design no Século XXI (2000 - 2009)...........................70 
 3.5.1 RSC – Rational Software Corporation.................................72 
 3.5.2 Ernst Eder e Stanislav Hosnedl........................................74 
 3.5.3 André Neves..............................................................76
 3.6 Considerações.......................................................................78 
4. Resultados ou Artefatos Gerados.........................................................80
 4.1 Padrão .xml para Descrição das Metodologias.................................80
 4.2 Catálogo de Metodologias.........................................................83 
5. Contribuições e Desdobramentos....................................................88 
6. Referências...................................................................................89 
 
 
9 
 
1. Introdução 
 
A motivação para se fazer esta pesquisa em metodologias de design é a busca 
pela facilidade na compreensão e uso dos processos de design para os próprios 
designers, bem como para outros profissionais da indústria, tornando os processos de 
design mais comunicáveis, como comentou Bürdek (2006): 
 
“Por meio de intensa discussão com a metodologia, o Design 
se tornou quase que pela primeira vez ‘ensinável’, 
‘aprendível’ e, com isto, comunicável. O contínuo e constante 
significado da metodologia do design para o ensino é hoje a 
contribuição para o aprendizado da lógica e sistemática do 
pensamento. [...]” 
 
Porém, quando se trata de uma investigação a respeito de metodologias de 
design, é comum se ter como resultado uma longa lista de autores com seus 
esquemas e processos, geralmente de maneira extensa e de acesso pouco ágil às 
informações, e estas informações ainda se apresentam de maneira não padronizada. 
Este trabalho tem seu início desta maneira, através de um levantamento de 
vinte e seis metodologias diferentes utilizadas como auxílio para concepção de 
soluções para problemas desde a segunda metade do século passado. Entretanto, é 
fundamental tornar as informações adquiridas padronizadas, possibilitando uma 
consulta eficiente e de fácil compreensão. 
Assim, uma vez que tal base de dados é formada, percebe-se a necessidade, e 
possibilidade, de estruturar a informação em classes que permitam cumprir tal 
objetivo, não apenas oferecendo uma compreensão mais ampla do cenário das 
metodologias de design como tornando clara a informação coletada, gerando uma 
ferramenta que auxilia a aperfeiçoar os processos de design e guia o desenvolvimento 
de novas metodologias. 
O nosso trabalho é uma extensão de trabalhos anteriores, desenvolvidos em 
1984 por Bonsiepe [BOSNSIEPE 1984] e revisitado em 1995 por Bomfim [BOMFIM 
1995]. Especificamente, estendemos um trabalho de pesquisa iniciado por Ximenes 
em 2008, sob a orientação do professor André Neves [XIMENES & NEVES 2008]. No 
trabalho atual, foram inseridos novos instrumentos para classificação que tornam 
mais claras as associações entre as metodologias. 
 
10 
 
O modelo proposto nesse trabalho utiliza quatro características importantes 
na definição de esquemas metodológicos: 
� A atitude metodológica ou tipologia da metodologia; 
� A estrutura das etapas das metodologias; 
� A flexibilidade dessas etapas; e, 
� A presença ou ausência de feedbacks entre as etapas. 
Deste modo, tem-se como objetivo principal dessa investigação a definição de 
tais características e o agrupamento das metodologias de design de acordo com estes 
conceitos, consolidando então um modelo de classificação para os demais esquemas 
metodológicos de design e gerando dados padronizados e bem estruturados. 
Além dos conceitos utilizados para classificar e diferenciar as metodologias, 
foram adicionados também dados referentes ao autor do modelo, desenvolvimento 
da metodologia e sua estrutura, para que pudessem ser mais bem compreendidas. 
Desde modo, foram associados à base de dados: 
� O Nome da metodologia, quando identificado, pois para algumas 
metodologias apenas seus autores foram passíveis de identificação; 
� O Autor ou autores da metodologia investigada; 
� Uma breve biografia sobre o(s) autor(es); 
� A Data de elaboração da metodologia, podendo ser representada por 
um ano específico ou um grupo de anos de até uma década, quando não foi possível 
identificar um ano preciso ou diferentes fontes se chocavam; 
� As Fases da metodologia, que definem o número de fases ou etapas, 
quais são estas fases e ainda, as subfases que as formam, quando possível identificá-
las. Geralmente, as metodologias descritivas não possuem ou possuem poucas 
subfases; e, 
� Um resumo do processo, que consiste numa breve explicação sobre a 
metodologia em si e o contexto no qual ela foi desenvolvida. 
Para se trabalhar com os dados levantados e apresentá-los, foi constatado que 
o nome do autor que desenvolve a metodologia se mostra a maneira mais indicada, 
já que as metodologias são mais associadas aos seus criadoresque aos nomes dados 
por eles, ao contrário de métodos como o “brainstorming” ou a “caixa morfológica”. 
Como resultado final deste trabalho, construímos um fichário ou catálogo de 
metodologias que traz como principais contribuições a facilidade na consulta e 
manuseio das fichas de maneira conjunta ou individual, e possibilidade do uso desse 
material para auxílio no ensino da teoria no design. 
 
11 
 
Ao concluirmos o trabalho, apontamos uma série de desdobramentos 
possíveis, dentre os quais destacamos a investigação mais ampla de outros autores 
que propõem modelos para classificação de metodologias de design, ampliando nossa 
base de estudos. 
Este documento está dividido em cinco seções. Na seção 1 foi feita a 
introdução ao trabalho realizado. Na seção 2 temos os modelos de classificação de 
metodologias propostos por Bonsiepe, Bomfim e Ximenes e Neves, finalizando com a 
proposta apresentada com este trabalho. Na seção 3 é trabalhado o conceito de 
design e metodologia de design, tanto num âmbito geral como através de uma 
evolução histórica ao longo de cinco décadas. Ainda nesta seção, são apresentadas 
todas as metodologias pesquisadas e classificadas dispostas em fichas, e 
considerações decorrentes da análise dos dados metodológicos. Na seção 4 temos 
dois artefatos ou produtos que foram gerados como resultados da pesquisa realizada. 
Por fim, na seção 5 são discutidas as contribuições de todo o trabalho realizado e 
desdobramentos futuros aos quais ele dá margem. 
 
12 
 
2. Modelos de Classificação de Metodologias de Design 
 
2.1 Modelo de Gui Bonsiepe 
 
O modelo de classificação de metodologias proposto por Bonsiepe (1984), gera 
quatro grupos, definidos por ele como tipos de classificação de macroestrutura do 
processo projetual. Estes grupos levam em conta a linearidade, para o tipo um, a 
presença de feedback, para o tipo dois, a circularidade, para o tipo três, e 
flexibilidade entre etapas, para o tipo quatro. 
Para cada um desses tipos, Bonsiepe dá um exemplo metodológico ilustrado 
com o nome do seu respectivo autor. 
Temos então: 
 
� Tipo 1: Linear 
Processo de Bruce Archer 
 
 
� Tipo 2: Feed Back 
Processo de Bernhard E. Bürdek 
 
 
13 
 
� Tipo3: Circular 
Processo de Bob Borzak 
 
 
� Tipo 4 
Processo alemão VDI 
 
 
Este modelo apresenta parâmetros que não são ortogonais, não ficando claro 
assim quais os critérios que diferenciam as metodologias. As metodologias só 
poderiam então ser classificadas em quatro grandes grupos, de acordo com um único 
parâmetro. 
Além disso, outro aspecto que carece de informação é sobre os conceitos em 
si, que não são apresentados com uma explicação prévia — apenas com um exemplo 
ilustrativo — para que o modelo possa ser aplicado corretamente. 
 
14 
 
2.2 Modelo de Bomfim 
 
 Em seu modelo, Gustavo Amarante Bomfim (1995) define tipos de 
metodologias, chamadas por ele de “métodos”, como procedimentos lógicos 
auxiliares no desenvolvimento de projetos. As definições, segundo o próprio autor, 
foram baseadas em citações de John Christopher Jones [BOMFIM 1995]. 
 São apresentados ao todo oito diferentes tipos de procedimentos: 
 
� Método 1: linear, no qual há sequência de ações ou etapas nas quais 
cada etapa sempre dependerá do resultado da etapa anterior, podendo 
apresentar feedbacks no interior das etapas. 
 
 
� Método 2: cíclico, que apresenta como característica principal a 
possibilidade de retornos entre etapas, porém o retorno não é 
predeterminado ou obrigatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
� Método 3: cíclico com retornos pré-determinados, semelhante ao 
modelo cíclico, diferenciando-se pelo fato de que os retornos aqui são determinados 
previamente pelo autor. 
 
 
� Método 4: de ramificações, que apresenta etapas independentes que 
podem ser realizadas paralelamente, possibilitando mais atividades em menos tempo 
durante o processo de design. Entretanto, próximas etapas só podem ser iniciadas 
depois de finalizadas etapas anteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
� Método 5: adaptativo, no qual apenas a primeira etapa é decidida. A 
decisão sobre etapas posteriores vem em função dos resultados apresentados pela 
primeira etapa. 
 
 
� Método 6: tradicional, tido como o modelo em que o designer se 
utilizará de sua carga de experiência em projetos anteriores, sendo cada variável do 
problema tratada isoladamente, uma por vez. É geralmente empregado em redesign 
de produtos. 
 
 
� Método 7: aleatório, que se caracteriza pelo não planejamento de 
todas as etapas, como quando há vários pontos de partida para diversas pesquisas em 
campos complexos. Cada etapa pode ser definida sem haver conexão com as demais. 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
� Método 8: de controle, funcionando como um sistema auto-organizado, 
apresentando técnicas que avaliem a eficiência do próprio método empregado de 
acordo com prioridades estabelecidas anteriormente. 
 
 
 Assim como o modelo proposto por Bonsiepe, o modelo de Bomfim apresenta 
tipos de metodologias com parâmetros classificativos independentes e não ortogonais 
— os “métodos” são definidos de acordo com critérios que não se opõem, não 
apresentando correlações claras entre os que foram utilizados. 
Apesar de apresentar oito diferentes tipos de processos metodológicos, o 
modelo oferece apenas a possibilidade de enquadrar a metodologia de design de 
acordo com um único conceito, não havendo assim a possibilidade de atribuir outras 
características simultâneas às metodologias, assim como o modelo de Bonsiepe. 
 
18 
 
2.3 Modelo de Ximenes e Neves 
 
Para o modelo de Mateus Ximenes e André Neves, foram adotadas quatro 
características como elementos de diferenciação e ao mesmo de agrupamento das 
metodologias pesquisadas [XIMENES & NEVES 2008]: 
 
� [1] quanto à atitude adotada na concepção da metodologia, podendo 
ser Descritiva ou Prescritiva; 
� [2] quanto à ordem das etapas, podendo ser Linear ou Cíclica; 
� [3] quanto à flexibilidade das etapas, podendo ser Temporal ou 
Atemporal; e, 
� [4] quanto à sua estrutura, podendo ser Instrumental ou Processual. 
 
Ao contrário dos modelos estudados anteriormente, esta estrutura criada 
possibilita classificar as metodologias de acordo com quatro parâmetros claros, 
podendo assumir valores distintos e bem definidos. 
As metodologias podem então ser classificadas quatro vezes, apresentando 
características diferentes em cada uma das classificações. Esta possibilidade de 
classificação é interessante por oferecer agrupamentos e relações entre as 
metodologias, além de possibilitar um melhor detalhamento quanto a sua 
macroestrutura. 
Entretanto, não ficaram claras as definições utilizadas para estabelecer os 
parâmetros gerados, tornando a classificação bastante subjetiva, principalmente no 
que se refere ao último parâmetro: estrutura instrumental ou processual. Todas as 
metodologias pesquisadas pelos próprios autores, de acordo com tal modelo, 
apresentaram estrutura processual [XIMENES & NEVES 2008], sendo seu uso portanto 
não significativo. 
 
 
19 
 
2.4 Modelo Proposto 
 
Para a criação do modelo de dados e geração das fichas de metodologias 
apresentadas mais adiante, as metodologias pesquisadas foram classificadas 
principalmente por quatro características ou parâmetros que as diferenciavam. O 
parâmetro chave para a classificação das metodologias, em dois grandes grupos, se 
refere à atitude adotada pela metodologia. 
Tais parâmetros e os possíveisvalores que podem assumir são listados e 
explicados abaixo, e, quando necessário, um esquema ilustrativo os acompanha, para 
oferecer uma maior compreensão: 
 
� Atitude metodológica ou tipologia da metodologia, podendo ela ser: 
[1] descritiva — quando a metodologia apenas descreve um processo que já era 
anteriormente feito — ou [2] prescritiva — quando a metodologia funciona de 
maneira “normativa”, prescrevendo métodos e passos os quais devem ser seguidos 
para alcançar o desenvolvimento do produto; 
� Estrutura das etapas das metodologias, podendo ser: 
 
 
 
 
[1] linear — quando os processos 
internos seguem um fluxo vertical, 
com início e fim delimitados, nos 
quais cada fase só se inicia ao fim 
da anterior, ou 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
[2] cíclica — no caso das 
metodologias que apresentam 
retornos ou ciclos no interior de suas 
etapas, podendo ser repetidos várias 
vezes; 
 
 
 
 
 
� Flexibilidade dessas etapas, podendo assumir o valor de: 
 
[1] temporal — quando o 
fluxo das etapas é 
necessariamente contínuo e 
uniforme, não permitindo 
retornos flexíveis e 
processos concomitantes — 
ou, 
 
[2] atemporal — agora 
quando o fluxo das etapas 
pode ser constantemente 
interrompido, favorecendo 
retornos e avanços flexíveis 
e até mesmo a possibilidade 
de processos concomitantes; 
e, 
 
 
 
 
21 
 
� Presença ou ausência de feedback, agora podendo apresentar três 
estados: 
 
 
 
[1] sem feedbacks entre 
fases – que significa que a 
metodologia não possui 
retornos entre suas fases; 
 
 
 
[2] com feedbacks 
predeterminados entre 
fases — quando os 
feedbacks existem, porem 
são definidos anteriormente 
pelo autor, de maneira 
restritiva; e, 
 
 
 
[3] com feedbacks flexíveis 
entre fases — que 
favorecem retornos 
diversos, basicamente entre 
todas as fases do processo. 
 
 
 
Nesta proposta, em relação ao modelo proposto por Ximenes e Neves foi 
adicionada uma definição textual dos conceitos utilizados para a criação dos 
parâmetros bem como uma representação esquemática que exemplifica as estruturas 
das metodologias de acordo com os parâmetros; e, o último parâmetro, que se 
mostrou insignificante, foi substituído pela classificação das metodologias quanto aos 
seus retornos durante o processo. 
 
22 
 
3. Metodologia de Design 
 
Para uma melhor discussão sobre o tema de metodologias de design, é 
fundamental que seu conceito geral seja entendido e a compreensão de que há 
diversas definições sobre o termo. Tais definições, por mostrar diferentes pontos de 
vista de diferentes autores, dão margem a um uso diferenciado da metodologia de 
projetos, colaborando assim para o desenvolvimento de diferentes esquemas 
metodológicos. 
Visando prover a maior quantidade de opiniões e definições diferentes — e 
relevantes —, são apresentadas aqui em ordem cronológica as visões de diversos 
pesquisadores e autores em relação aos conceitos de design, processo de design e 
metodologia de design. 
De acordo com o dicionário Oxford, o conceito de design foi utilizado pela 
primeira vez em 1588, havendo três definições para o termo. A primeira delas, diz 
que design é um plano desenvolvido pelo homem ou um esquema que possa ser 
realizado. A segunda define design como o primeiro projeto gráfico de uma obra de 
arte. Finalmente, a definição de que o design seria um objeto das artes aplicadas ou 
que seja útil para a construção de outras obras [BÜRDEK 2006]. Nesse contexto, 
entende-se a metodologia de design como um conjunto de métodos ou processos que 
auxiliam o sujeito em tais atividades. 
Para Alexander (1964), o processo de design é o ato de inventar estruturas ou 
objetos reais que apresentam nova ordem física, organização e forma, em resposta à 
função. Ele comenta ainda que o problema de design possui requerimentos que 
devem ser definidos, mas também possui interações e relações entre estes, o que 
dificulta tal definição. 
 Asimow (1968), na mesma década, define resumidamente o design como a 
progressão do abstrato para o concreto, sendo um processo iterativo de 
desenvolvimento de problemas. 
O design industrial, por sua vez, é uma atividade cujo propósito é direcionado 
ao preenchimento e satisfação das necessidades humanas, especialmente aquelas 
que se relacionam com fatores tecnológicos ou culturais. Entretanto, é cada vez mais 
frequente o redesign de produtos que já existem, o que implica na necessidade em 
se desenvolver novas ferramentas e métodos de design. 
Löbach (2001) comenta que o design poderia ser deduzido como uma idéia, 
projeto ou plano para a solução de um problema, e o ato de design, então, seria dar 
corpo à idéia e transmiti-la aos a outros. 
 
23 
 
A elaboração de esboços, projetos, amostras e modelos, é o meio de tornar 
perceptível e visível a solução desse problema, finalizando com sua produção 
industrial. Dessa forma, o processo de design é entendido como um processo 
configurativo. 
Por design industrial, pode-se entender qualquer atividade que transforme 
uma idéia em produto industrial fabricável, sendo ainda um processo de 
comunicação, entre designer, empresário, objeto. Essa idéia, por sua vez, deve visar 
à satisfação de necessidades do público-alvo. 
Para Cross, a metodologia de design é caracterizada pelo estudo de princípios, 
práticas e procedimentos de design, com o objetivo de aprimorar a prática do design 
e apresentando uma orientação fortemente voltada ao processo [CROSS 1993 apud 
KROES 2002]. 
Após algum tempo de discussão e desenvolvimento em metodologias de 
design, na década de noventa se começa a ressaltar que as metodologias não eram 
determinantes para o sucesso do desenvolvimento de produtos, mas sim um processo 
auxiliar. 
Como exemplo de tal discurso, Bomfim (1995) defende que métodos devem 
ser considerados apenas como instrumentos de trabalho, de modo que sua utilização 
em projetos não é garantia de sucesso. Por mais que os métodos auxiliem na 
capacidade técnica e criativa de projetistas, oferecendo um suporte lógico ao 
desenvolvimento de produtos, o resultado de um projeto depende da capacidade 
técnica e criativa daquele que o desenvolve. 
Bomfim define ainda que metodologia é “a ciência que se ocupa do estudo de 
métodos, técnicas ou ferramentas e de suas aplicações na definição, organização, e 
solução de problemas teóricos e práticos”, sendo a metodologia de design “a 
disciplina que se ocupa da aplicação de métodos a problemas específicos e 
concretos.” 
De acordo com Roozenburg (1996), a metodologia de design "é o ramo da 
ciência que criticamente estuda a estrutura, métodos e regras para projetar 
produtos, no senso de artefatos materiais e sistemas." A metodologia pode se 
apresentar de duas maneiras: sendo descritiva — quando revelar o método aplicado à 
“estrutura lógica analítica” do pensamento do design é o principal objetivo — ou 
prescritiva (ou normativa) — quando a metodologia forma opinião com embasamentos 
em análises descritivas, recomendando ou demandando para determinados problemas 
a aplicação de certos métodos. 
 
24 
 
Ainda, analisando num contexto mais funcional, o autor diz que a metodologia 
de design dá ao designer maiores conhecimentos sobre o processo de design, como a 
compreensão dos modelos de design, representando a ação em projetar e a estrutura 
de pensar, além de oferecer método e técnicas que possam ser utilizadas no 
processo, concepção e terminologias correspondentes. A metodologiade design 
também oferece regras a serem usadas para projetar, “ensinando” o projetista como 
agir em determinadas situações [ROOZENBURG 1996 apud DEMARCHI 2002]. 
Kroes (2002) discorre sobre a metodologia de design, gerando uma discussão 
sobre as diferenças entre as metodologias de design e de pesquisa, ou científica. Ele 
defende que a metodologia de design apresenta uma postura normativa com respeito 
ao design e é muito orientada ao processo, enquanto que a metodologia de pesquisa 
é descritiva e fortemente orientada ao produto. 
Comenta ainda que, comparada à metodologia de pesquisa, a metodologia de 
design se apóia num tipo bem diferente de “reconstrução racional”, uma descrição 
esquematizada de procedimentos de design reais, com etapas racionalmente 
prescritas, que deve levar o desenvolvimento do produto a melhores resultados se 
comparado ao desenvolvimento sem o uso de metodologia. 
Para Bürdek (2006), o design é um processo criativo, porém a configuração do 
produto não ocorre num ambiente vazio. Cada resultado advém de um processo de 
desenvolvimento e seu andamento é determinado por condições e decisões, não 
apenas a configuração em si. 
Sobre os estudos em design, o autor comenta: 
 
“Teoria e metodologia do design são reflexos objetivos de 
seus esforços que se destinam a otimizar métodos, regras e 
critérios e, com sua ajuda, o design poderá ser pesquisado, 
avaliado e também melhorado. Uma visão mais próxima nos 
mostra que o desenvolvimento de teoria e método também é 
embebido de condições histórico-culturais e sociais. Praticar a 
teoria no design significa, em primeiro lugar, se voltar para a 
teoria do conhecimento. [...]” 
 
Deste modo, através de uma análise comum de definições de diversos autores, 
é possível estabelecer uma geral e mais abrangente de metodologia de design. 
A metodologia de design poderia ser entendida então como um processo 
esquematizado apoiado em etapas distintas, com o objetivo de aperfeiçoar e auxiliar 
 
25 
 
o designer (ou a equipe de design) no desenvolvimento ou concepção de soluções 
para um determinado problema através de um produto ou artefato, oferecendo um 
suporte de métodos, técnicas ou ferramentas. 
 
 
 
 
 
 
26 
 
3.1 Metodologia de Design na Década de 60 
 
Até meados da década de cinquenta, procedimentos metodológicos que 
guiassem o desenvolvimento de novos produtos eram inexistentes ou 
insuficientemente claros. Foi exatamente a partir desse momento que se iniciou o 
desenvolvimento da metodologia de design como hoje a conhecemos [JONES 1992], 
principalmente na Inglaterra e na Alemanha [BOMFIM 1995]. 
Em Setembro de 1962, no Imperial College, Londres, aconteceu a 
“Conferência de Métodos Sistemáticos e Intuitivos da Engenharia, Desenho Industrial, 
Arquitetura e Comunicação”. Nomes como Jones, Alexander e Archer participaram da 
conferência [JONES 2001], que pode ser considerada o ponto de partida para uma 
maior discussão sobre metodologias e seu desenvolvimento, bem como a transição do 
designer como projetista individual para uma equipe multidisciplinar de 
desenvolvimento [XIMENES & NEVES 2008]. 
A Escola de Ulm teve um papel fundamental para o desenvolvimento em 
metodologias de design, se dedicando à pesquisa e teoria do design com grande 
intensidade e desenvolvendo um novo princípio de estilo: “o funcionalismo 
ulminiano”. Um dos motivos para tal foi o aumento das tarefas que eram conferidas 
aos designers na indústria daquela época [BÜRDEK 2006]. 
Christopher Alexander (1964) já escrevia naquela época (tradução nossa): 
 
“Os problemas funcionais estão se tornando menos simples a 
todo o momento. Entretanto, designers raramente confessam 
a sua inabilidade para resolvê-los. Em vez disso, quando um 
designer não entende um problema claramente o suficiente 
para achar a ordem que ele realmente precisa, ele recua para 
alguma ordem formal arbitrária. O problema, por conta da 
sua complexidade, permanece não resolvido. Hoje, mais e 
mais problemas de design estão alcançando níveis insolúveis 
de complexidade. Apesar da simplicidade superficial de alguns 
problemas, mesmo estes têm um background de necessidades 
e atividades as quais estão se tornando muito complexas para 
serem tomadas intuitivamente.” 
 
Alexander enumerou assim argumentos para a definição de uma metodologia 
própria para o design, que comentavam sobre a complexidade dos problemas e a 
 
27 
 
maneira intuitiva com a qual eles eram antes resolvidos, a quantidade de 
informações com os quais o designer teria que lidar, a quantidade de problemas por 
si só, e a espécie dos problemas, que já não se resolviam facilmente com o 
experiências anteriores do designer [ALEXANDER 1964; BOMFIM 1995]. 
Tais argumentos foram posteriormente trabalhados por Jones, porém agora 
em forma de perguntas, levantando principalmente questão da complexidade dos 
novos problemas em oposição à antiga maneira de se fazer design tradicional [JONES 
1992]. 
 Desta maneira e com tais motivações, nomes como Asimow, Archer, 
Alexander, Mesarovic, e Watts se destacaram no desenvolvimento em metodologias 
de design na década de sessenta. Entretanto, tais nomes foram fortemente 
influenciados pela pesquisa aeroespacial, que apresentava problemas complexos, 
mostrando o esforço em seus modelos em dividir o processo em passos discretos e 
bem definidos [BÜRDEK 2006]. 
Archer, que desenvolveu uma metodologia sistemática em design, alertava 
que o fato de ser sistemático não é o mesmo de ser automatizado. Quando tudo 
estivesse dito e feito em relação à definição do problema de design e a análise dos 
dados, é aí então que restaria a dificuldade do ato de design — o salto criativo entre 
a compreensão da questão e a proposta de uma solução [DUBBERLY, 2004]. 
Por fim, na década de sessenta, percebem-se metodologias de atitude 
majoritariamente descritiva, seguindo o processo de explicitação das atividades que 
ocorriam na “caixa preta”. Tais metodologias apresentavam igualmente modelos 
cíclicos e lineares, completamente temporais, não apresentando ainda o conceito de 
feedback entre fases — exceto pelo modelo de Archer. 
Os seus autores advinham principalmente da engenharia, colaborando para 
que as metodologias criadas apresentassem um caráter mais matemático e lógico, 
numa busca pela melhor descrição dos métodos que ocorriam dentro das indústrias, 
focando-se no processo de produção em si e não apresentando cuidados relacionados 
ao usuário ou ao produto em seu pós venda, por exemplo. 
 
 
28 
 
3.1.1 
 
(1) Morris Asimow 
 
Morris Asimow (1906—1982) foi, durante 30 anos, professor da University of 
California, e teve uma carreira distinta e versátil. Nascido nos Estados Unidos, filho 
de emigrantes da Rússia, cresceu e formou-se numa escola politécnica em Los 
Angeles, onde seguiu até seu Ph.D. em engenharia e desenvolveu várias pesquisas na 
área de gerenciamento e processos de produção [UNIVERSITY OF CALIFORNIA 2009]. 
 
Nome: Morphology of Design 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1962 
Atitude metodológica: Descritiva 
Estrutura das etapas: Cíclica 
Flexibilidade entre as etapas: Temporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Sem feedbacks entre fases 
Número e nome das fases: (3) 
(1) Estudo de viabilidade e parâmetros de design [geração de alternativas | análise 
conforme suas características estruturais (no caso de artefatos físicos) | viabilidade 
econômica | noção de custo] (2) Fase preliminar de design, na qual se escolhe as 
possíveis soluções [uso de modelos matemáticos | testes minuciosos (produtos 
físicos), como estabilidade,resistência dos componentes] (3) Escolha da solução 
[detalhamento do design | definição de custo e tempo para realização | construção 
de protótipo e avaliação]. 
Sobre o processo: 
Numa época em que não havia muitas publicações sobre processos e métodos 
de design, Asimow desenvolveu o que conhecemos hoje como a primeira metodologia 
de design, um conjunto descritivo de processos de produção industrial. Motivado pelo 
aumento da complexidade dos problemas e da quantidade destes, o desenvolvimento 
em teoria do design saía da ocultação da caixa preta, [BÜRDEK, 2006; NEVES, 2008]. 
gerando as primeiras metodologias descritivas na época. Entretanto, percebe-se o 
caráter mais físico e matemático em seus processos oriundos da engenharia de 
produção, focados no desenvolvimento dos artefatos em si, pouco explicitando 
técnicas de exploração do problema, geração de alternativas e seleção destas, por 
exemplo. 
 
29 
 
Neste processo, dentro de cada fase há a possibilidade de análise, síntese, 
avaliação, decisão, aperfeiçoamento e revisão, se mostrando assim um modelo 
cíclico, porém pouco explícito. A primeira fase é criativa e analítica, pois começa 
com a geração de alternativas seguida da análise de características estruturais e de 
custo. A segunda fase se inicia com a escolha dos modelos e testes físicos e 
matemáticos. Na terceira fase os detalhes são definidos, bem como o custo e 
cronograma; seguido da construção do protótipo para avaliação [EVBUOMWAN, 1995 
apud CREDIDIO 2007]. 
 
30 
 
3.1.2 
 
(2) Christopher Alexander 
 
Christopher Alexander (1936) é professor da University of California desde 
1963. Nascido em Viena, Áustria, cresceu na Inglaterra, formou-se em arquitetura, 
obteve o grau de mestre em matemática e Ph.D. em arquitetura em Harvard. Suas 
pesquisas abrangem as áreas da arquitetura, design e ciência da computação, onde é 
conhecido como pai da linguagem dos padrões [EN.WIKIPEDIA 2009]. 
 
Nome: Unself-conscious and self-conscious design 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1962 - 1964 
Atitude metodológica: Descritiva 
Estrutura das etapas: Linear 
Flexibilidade entre as etapas: Temporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Sem feedbacks entre fases 
Número e nome das fases: (3) 
(1) Fase inconsciente (2) Fase consciente (3) Fase mediada. 
Sobre o processo: 
Assim como as outras metodologias que datam do início do processo descritivo 
do que se era feito em design, o modelo Unself-conscious and self-conscious design, 
abordado no livro “Notes on the Synthesis of Form”, tem fortes relações com as 
ciências formais da matemática e da lógica. Alexander se focou na problemática da 
forma e do contexto, e afirmou a necessidade da inclusão do racionalismo no design, 
possibilitando uma divisão cartesiana dos problemas e, ao mesmo tempo, um 
procedimento dedutivo [BÜRDEK 2006]. 
Neste modelo, o problema pode ser estruturado de modo que a forma será 
desenvolvida por meio de sua composição hierárquica. O processo busca a 
decomposição dos problemas em seus menores componentes e reagrupamento destes 
em três níveis [DUBBERLY 2004]: 
1. no mundo real; 
2. no mundo real já com uma figura mental; e, 
3. no mundo real já com uma figura mental formalizada. 
 
31 
 
3.1.3 
 
(3) Leonard Bruce Archer 
 
Leonard Bruce Archer (1922—2005) foi professor na Hochschule für 
Gestaltung, Ulm, e no Royal College of Art, onde ensinou pesquisa em design e foi 
responsável por estabelecer o Design como uma disciplina. Nascido em Londres, 
Inglaterra, Archer formou-se engenheiro mecânico, porém a maior parte de seu 
trabalho foi realizada em escolas de Arte e Design [EN.WIKIPEDIA 2009]. 
Ele promoveu o uso de análises de níveis de sistemas, design baseado em 
evidências e avaliações através de experimentos em campo no design industrial. Para 
tal, treinou uma geração de pesquisadores de design para aplicar seus métodos e 
estudos em prática. [ALLEXPERTS 2009; MACMILLAN 2009]. 
 
Nome: A Systematic Method for Designers 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1963 - 1965 
Atitude metodológica: Descritiva 
Estrutura das etapas: Linear 
Flexibilidade entre as etapas: Temporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Com feedbacks predeterminados entre 
fases 
Número e nome das fases: (6) 
(1) Estabelecimento de um programa [estabelecimento de pontos cruciais | 
proposição de uma linha de ações] (2) Coleta de dados [recebimento instruções | 
coleta de documentos | classificação e armazenamento da informação] (3) Análise 
[identificação e análise de subproblemas | preparação das especificações de 
performance] (4) Síntese [recebimento de instruções e solução de problemas 
remanescentes | desenvolvimento de soluções | definição de especificações gerais 
das soluções] (5) Desenvolvimento [validação da hipótese] (6) Comunicação 
[definição dos requisitos de comunicação | seleção do meio de comunicação | 
preparação da comunicação]. 
Sobre o processo: 
Apesar da sua formação acadêmica, o modelo de Archer inicia o processo de 
distanciamento dos modelos mais matemáticos elaborados até então, transformando 
as metodologias de design mais centradas na engenharia de produção em 
metodologias de design industrial. Entretanto, seu modelo ainda era bastante rígido. 
 
32 
 
O processo tem sua fase inicial mais analítica, passando para a fase criativa e 
a posterior execução do projeto. Em seguida, uma fase de observação na qual são 
feitas "medições" e o raciocínio é indutivo, e a fase de avaliação, na qual o 
julgamento é realizado e o raciocínio é dedutivo. Finalmente, a descrição e 
transmissão de detalhes do projeto são feitas [BONSIEPE et al 1984]. 
 
33 
 
3.1.4 
 
(4) Mihajlo D. Mesarovic 
 
Mihajlo D. Mesarovic (1928) é professor de engenharia de sistemas e 
matemática na Case Western Reserve University. Nascido na antiga Iugoslávia, já 
lecionou em mais de 60 países, embora a sua formação tenha sido realizada 
basicamente na própria Iugoslávia, onde obteve o grau de mestre em engenharia 
elétrica e Ph.D. em ciências técnicas na Universidade de Belgrado, hoje, Sérvia 
[EN.Wikipedia 2009]. 
Seu perfil, como a maioria dos outros autores estudados daquela época, vem 
de bases mais matemáticas e científicas, embora isso já não refletisse tanto nos 
modelos criados por eles. 
 
Nome: Iconic model of the design process 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1964 
Atitude metodológica: Descritiva 
Estrutura das etapas: Cíclica 
Flexibilidade entre as etapas: Temporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Sem feedbacks entre fases 
Número e nome das fases: (6) 
(1) Definição de necessidades [análise | síntese | avaliação | comunicação] (2) 
Estudo de aplicabilidade [análise | síntese | avaliação | comunicação] (3) Design 
preliminar [análise | síntese | avaliação | comunicação] (4) Design detalhado 
[análise | síntese | avaliação | comunicação] (5) Plano de produção [análise | síntese 
| avaliação | comunicação] (6) Produção [análise | síntese | avaliação | 
comunicação]. 
Sobre o processo: 
Mesarovic foi fundador do periódico: “Teoria Matemática dos Sistemas 
Gerais”, e seus estudos abordavam a complexidade e sistemas complexos, sistemas 
hierárquicos e de larga escala. Talvez por tais estudos seja que seu modelo 
metodológico tenha sido o primeiro a apresentar um caráter cíclico mais explícito, 
apresentando um novo esquema no campo das metodologias de design, claramente 
circular e evolutivo. 
O modelo consiste em uma estrutura cíclica tanto para os passos quanto para 
o progresso do processo. No início (topo) temos a definiçãodas necessidades como o 
 
34 
 
mais abstrato, finalizando com a produção (base) como o ponto mais concreto. Em 
todas as fases, há o processo de análise, síntese, avaliação e comunicação [ROWE 
1987 apud DUBBERLY 2004]. 
 
35 
 
3.1.5 
 
(5) Watts 
 
(Não foi achada informação suficiente para Watts). 
 
Nome: Não Identificado 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1966 
Atitude metodológica: Prescritiva 
Estrutura das etapas: Cíclica 
Flexibilidade entre as etapas: Temporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Sem feedbacks entre fases 
Número e nome das fases: (3) 
(1) Análise (2) Síntese (3) Avaliação. 
Sobre o processo: 
Trata-se um processo cíclico e temporal, com o formato imaginário de um 
cilindro, sendo a base o nível mais abstrato que evolui até o nível mais concreto no 
qual se encontra a solução. Nessa transição de abstrato para o concreto, o designer 
passa por três fases distintas, a análise, a síntese e a avaliação [JONES 1992]. 
 
 
 
36 
 
3.2 Metodologia de Design na Década de 70 
 
Depois da Ulm, não apenas foi aceita de maneira séria a possibilidade de uma 
abordagem “científica” e objetiva em relação ao design, como se tornou sua meta. 
Um sentimento de confiança no determinismo racional prevaleceu; o processo de 
design poderia então ser clara e explicitamente determinado, dados relevantes 
coletados, parâmetros estabelecidos e um artefato ideal produzido [ROWE 1987 apud 
DUBBERLY 2004]. 
Entretanto, ao longo da década de setenta, foi iniciada uma nova orientação 
quanto à metodologia de design. O pensamento de que um método determinado 
deveria ser aceito de maneira geral encontrava agora oposições. Era defendida a 
necessidade de um método que privilegiasse a variedade de idéias. Bürdek (2006) 
escreveu: 
 
“[...] até os anos setenta, os métodos empregados eram 
orientados na sua maioria dedutivamente, isto é, era 
desenvolvida para um problema geral uma solução especial 
(de fora pra dentro). No novo design, trabalha-se de forma 
mais indutiva, isto significa se perguntar pra quem (para que 
grupo específico) um projeto especial deva ser colocado no 
mercado (de dentro para fora).” 
 
Na década de setenta, tivemos uma mudança brusca não apenas quanto às 
classificações metodológicas propostas nesse trabalho, mas também quanto o 
processo de design e seu contexto. 
Tínhamos agora autores de diversas áreas do conhecimento que colaboravam 
com o desenvolvimento de metodologias. Isso trouxe também ao processo outros 
enfoques contextuais, como estudos ergonômicos, de custos e a preocupação com o 
usuário [JONES 1992]. Havia um esforço para estabelecer o design como uma ciência, 
se apoiando bastante em metodologias científicas para que fosse criada uma 
metodologia autônoma de design [BÜRDEK 2006]. 
Quanto à estrutura das metodologias, pode-se perceber a maioria das 
metodologias estudadas apresentava valores distintos daqueles apresentados na 
década de sessenta. 
As metodologias agora eram, em sua maior parte, de atitude prescritiva, 
deixando de lado o caráter descritivo que acontecia anteriormente e mostrando que 
 
37 
 
os autores já demonstravam maior segurança para propor modelos como “normas” 
para o design. Apresentavam ainda estrutura mais linear de etapas e bastante 
flexibilidade atemporal em suas etapas e feedbacks flexíveis entre elas. 
 
 
 
38 
 
3.2.1 
 
(6) Thomas A. Marcus e Thomas W. Maver 
 
(Não foi achada informação suficiente para Thomas A. Marcus). 
Thomas W. Maver é professor doutor e pesquisador da Glasgow School of Art, 
Escócia, onde também fez seus estudos em arquitetura pela University of Glasgow 
[LINKEDIN 2009]. 
 
Nome: Não Identificado 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1970 
Atitude metodológica: Prescritiva 
Estrutura das etapas: Cíclica 
Flexibilidade entre as etapas: Temporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Com feedbacks predeterminados entre 
fases 
Número e nome das fases: (3) 
(1) Proposta [análise | síntese | avaliação | decisão] (2) Esquematização [análise | 
síntese | avaliação | decisão] (3) Detalhamento [análise | síntese | avaliação | 
decisão]. 
Sobre o processo: 
Finalmente, na década de setenta, se vê o desenvolvimento de metodologias 
de design partindo de outras áreas que até então não haviam participado da evolução 
dos modelos de design, neste caso, a arquitetura, campo de estudo de dos dois 
autores. 
Normalmente, em modelos de processos de design, a avaliação segue a 
análise e síntese. Marcus e Maver pensaram o processo como séries de decisões. Estas 
decisões formam três camadas: esboço da proposta, esquema de design e design 
detalhado. 
Deste modo, é formada uma estrutura de três níveis nos quais cada nível 
possui quatro passos: análise, síntese, avaliação e decisão. O primeiro nível é 
responsável por uma proposta pouco trabalhada. Após o processo de decisões que se 
repete em todos os níveis, se alcança à segunda fase, mais esquemática, para 
finalmente, no último nível, o detalhamento final [DUBBERLY 2004]. 
 
 
39 
 
3.2.2 
 
(7) John Chris Jones 
 
John Christopher Jones (1927) trabalha hoje unicamente pela internet através 
de um “blog movel”, chamado “Softopia” (http://www.softopia.demon.co.uk/). É 
apontado como o primeiro professor de Design na British University e vem 
escrevendo e lecionando independentemente desde 1974. Nascido em Aberystyth, 
País de Gales — Reino Unido, estudou engenharia na University of Cambridge 
[MITCHELL 2009; EN.WIKIPEDIA 2009]. 
 
Nome: Design Methods 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1970 
Atitude metodológica: Prescritiva 
Estrutura das etapas: Linear 
Flexibilidade entre as etapas: Atemporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Com feedbacks flexíveis entre fases 
Número e nome das fases: (3) 
(1) Divergência [estabelecimento de objetivos | pesquisa bibliográfica | pesquisa de 
inconsistências visuais | entrevista com usuários | investigação do comportamento do 
usuário | teste sistemático | seleção de escalas de medidas | armazenamento e 
redução de informações] (2) Transformação [matriz interativa | rede interativa | 
(AIDA) Análise de áreas de decisão interconectadas | transformação de sistema | 
inovação por deslocamento de fronteira/limites | inovação funcional | método de 
Alexander de determinação de componentes | classificação da informação de design] 
(3) Convergência [checklists | critérios de seleção | ranqueamento e peso | 
especificações escritas | índice de confiança/segurança de Quirk]. 
Sobre o processo: 
Jones é conhecido como o fundador do movimento em prol dos métodos em 
design e seu livro, “Design Methods” (1970), é tido como um dos principais livros em 
metodologia de design. Em sua proposta, pela primeira vez a ergonomia e o usuário 
foram observados como conteúdo de uma metodologia de design. Como ele mesmo 
disse, “não é uma maneira diferente de fazer design, é uma maneira de fazer o que 
os designers não fazem”. Nesta metodologia, que questiona o foco, objetivos e 
propósitos do design, ele retorna a discussão da ergonomia, que já tinha sido 
levantada por ele em 1959. 
 
40 
 
Neste processo, a primeira fase, "divergência", se refere aos métodos de 
pesquisa para estender os limites de conhecimento sobre o produto. Nesta fase o 
designer terá liberdade de explorar as possibilidades existentes no mercado e os 
desejos do consumidor. A transição para a segunda fase possui métodos 
compartilhados pela "divergência", e "transformação" visando à exploração criativa, 
divertida e inspirada. Nafase de "transformação", além da criatividade também há 
um estado de crítica e contextualização das idéias no ambiente político e ambiental. 
Na terceira e última fase, a "convergência", o designer busca a redução das 
incertezas progressivamente a fim de chegar a uma solução final ótima. As fases 
definidas por Jones podem ser traduzidas também como: “quebrar o problema em 
pedaços, reagrupá-los de uma maneira nova e testar para descobrir as conseqüências 
da aplicação prática do novo arranjo dos pedaços” [JONES 1992]. 
 
41 
 
3.2.3 
 
(8) John Chris Jones 
 
John Christopher Jones (1927) trabalha hoje unicamente pela internet através 
de um “blog movel”, chamado “Softopia” (http://www.softopia.demon.co.uk/). É 
apontado como o primeiro professor de Design na British University e vem 
escrevendo e lecionando independentemente desde 1974. Nascido em Aberystyth, 
País de Gales — Reino Unido, estudou engenharia na University of Cambridge 
[MITCHELL 2009; EN.WIKIPEDIA 2009]. 
 
Nome: Value Analysis 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1970 
Atitude metodológica: Prescritiva 
Estrutura das etapas: Linear 
Flexibilidade entre as etapas: Atemporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Com feedbacks flexíveis entre fases 
Número e nome das fases: (4) 
(1) Fase de definição [definição do elemento | definição da função | análise de custo 
| análise de valor] (2) Fase Criativa [considerar alternativas | combinar elementos | 
novos conceitos | susbtituição parcial | redução | escolha e classificação 
preliminares | análise de custo] (3) Seleção e análise [análise técnica | seleção da 
melhor idéia | análise de custo final] (4) Apresentação. 
Sobre o processo: 
Embora datadas da mesma época e do mesmo autor, a proposta do livro 
Design Methods se difere bastante deste modelo. Jones descreveu Value Analysis 
como um método de design focado em auxiliar designers e organizações produtoras a 
aprenderem a reduzir o custo de um produto. Deste modo, esta metodologia de 
design, ao contrário da sua proposta anterior, Jones foca agora os processos de 
design, acima de tudo, nos custos do projeto. 
Jones definiu este processo de maneira que os custos fossem sempre 
analisados no decorrer das fases. Ao fim de casa fase, e depois de realizada a análise 
de custo, o resultado da fase é avaliado, podendo ser eliminado ou rejeitado. Na 
primeira fase se define a idéia existente, na segunda a idéia se modifica e até novas 
idéias são geradas, na terceira fase a melhor idéia é escolhida através de análises e 
finalmente, na quarta e última fase, a apresentação detalhada da idéia. No processo 
 
42 
 
não há qualquer menção ao desenvolvimento ou produção do produto em si, apenas 
uma evolução do trabalho com as idéias e conceitos destes [DUBBERLY 2004]. 
 
43 
 
3.2.4 
 
(9) Siegfried Maser 
 
Siegfried Maser (1938) é um filósofo, matemático e físico alemão. Nascido em 
Stuttgart, cresceu e realizou seus estudos na própria Alemanha. Em 1965 adquiriu 
seu Ph.D. Lecionou e realizou muita pesquisa e trabalhos na área da estética e arte 
computacional e comunicação. Lecionou sobre a teoria geral da comunicação no 
então College of Design, Ulm, bem como sobre design ambiental experimental no 
College of Fine Arts e teoria do design na University of Wuppertal [DE.WIKIPEDIA 
2009]. 
 
Nome: Trans-classical Science 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1972 
Atitude metodológica: Descritiva 
Estrutura das etapas: Linear 
Flexibilidade entre as etapas: Temporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Sem feedbacks entre fases 
Número e nome das fases: (3) 
(1) Problema (2) Objetivos gerais (3) Definição do problema. 
Sobre o processo: 
Neste modelo, percebe-se a união dos pensamentos filosóficos e matemáticos 
com o estudo da estética, da arte e, finalmente, do design, união esta que colaborou 
para que fosse gerada uma metodologia bem apoiada na ciência, apesar de seu 
esquema extremamente abstrato e simples. 
Maser aplicou os critérios “objetivo”, “progresso”, “princípio”, “caminho”, 
“consequência” e “crítica”, para determinar quais ciências poderiam servir de base 
para o estabelecimento de uma teoria do design autônoma. Como tais critérios 
contêm partes das ciências clássicas, ele concebeu uma teoria do design como uma 
“ciência trans-clássica” na linha das ciências do planejamento, como por exemplo, a 
cibernética. Desta maneira, a prática está para a ação assim como a teoria para a 
argumentação. O papel da teoria então é prover razões para a ação ou questão, e 
justificá-las ou criticá-las [BÜRDEK 2006]. 
O procedimento de Maser pode ser formulado da seguinte maneira: 1. 
Condições existentes (ônticas) inicialmente deveriam ser descritas tão precisamente 
e compreensivamente quanto permita a linguagem. 2. Deste conhecimento, uma 
 
44 
 
condição alvo deve ser determinada, acompanhada de pelo menos um plano para 
converter a condição existente na condição alvo. 3. A efetiva modificação da 
realidade é baseada no plano transmitido [BÜRDEK 2006]. 
 
45 
 
3.2.5 
 
(10) Don Koberg e Jim Bagnall 
 
Donald Koberg é arquiteto e professor aposentado da California Polytechnic 
State University (Cal Poly), em San Luis Obispo, Estados Unidos. James R. Bagnall, 
também arquiteto, ainda leciona arquitetura na mesma universidade [CAL POLY 
2009]. 
Pesquisadores da área dos processos e análises em design, escreveram juntos, 
em 1981, um livro popular chamado The All New Universal Traveler: A Soft-Systems 
Guide To Creativity, Problem-Solving, And The Process Of Reaching Goals, no qual 
novamente expuseram seu modelo proposto anteriormente [CAL POLY 2009]. 
 
Nome: Seven-step process as a cascade with feedback 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1972 
Atitude metodológica: Prescritiva 
Estrutura das etapas: Cíclica 
Flexibilidade entre as etapas: Atemporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Com feedbacks flexíveis entre fases 
Número e nome das fases: (7) 
(1) Aceitação do problema (2) Análise (3) Definição do problema (4) Criação (5) 
Seleção das alternativas (6) Implementação (7) Avaliação. 
Sobre o processo: 
Koberg e Bagnall definiram nesse modelo que não haveria necessidade de uma 
fase seguir outra. Em todas as fases é feita uma avaliação que define o uso ou não de 
retornos a quaisquer fases. Desde modo, os autores definiram que o processo nunca 
termina, numa espiral ad infinitum. 
Durante as sete etapas descritas, se tem a aceitação da situação ou problema 
como um desafio, a análise como uma descoberta do problema, a definição dos 
principais requisitos e metas, a idealização ou criação como forma de gerar opções, a 
seleção entre as opções, a implementação como maneira de dar forma física para a 
idéia e, finalmente, avaliação ao se rever e planejar tudo novamente [DUBBERLY 
2004]. 
 
 
46 
 
3.2.6 
 
(11) Bernhard E. Bürdek 
 
Bernhard Bürdek (1947) é professor no departamento de design de produtos 
na Escola de Arte e Design de Offenbach am Main, na Alemanha, colaborador 
permanente da revista Form e autor de inúmeros artigos e publicações. Foi um dos 
últimos alunos da Ulm Design School e desde 1971 trabalha como designer, autor, 
consultor e professor. Como professor, já lecionou em diversos países, incluindo o 
Brasil [BÜRDEK 2006]. 
É famoso por várias publicações, entre elas, a Einführung in Die 
Designmethodologie se destaca, em que ele aborda a falta de ferramentas 
elementares de metodologia em design, atribuindo isso ao modelo de processos de 
design direcionados à prática. Nesta publicação, ainda incluiu alguns métodose 
técnicas fáceis de usar, segundo o próprio autor [BÜRDEK 2006]. 
 
Nome: Einführung in Die Designmethodologie 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1975 
Atitude metodológica: Prescritiva 
Estrutura das etapas: Linear 
Flexibilidade entre as etapas: Atemporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Com feedbacks flexíveis entre fases 
Número e nome das fases: (6) 
(1) Problematização (2) Análise da situação atual (3) Definição do problema (4) 
Concepção e geração de alternativas (5) Avaliação e escolha (6) Planejamento de 
desenvolvimento e realização. 
Sobre o processo: 
Bürdek (2006) procurou estabelecer regras básicas de métodos para sua 
metodologia, porém afirma que o repertório metodológico a ser utilizado é 
dependente da complexidade do problema. A necessidade de saber em que casos se 
deve aplicar qual repertório deve ser conseguida através de um treinamento em 
métodos de projeto. 
Este modelo enfatiza o processo de design como um sistema de 
processamento de informações. Ele é caracterizado por várias possibilidades de 
realimentação que ilustram o quão distante fica o processo de projeto do modelo 
linear [BÜRDEK 2006]. 
 
47 
 
3.2.7 
 
(12) Cal Briggs e Spencer W. Havlick 
 
(Não foi achada informação suficiente para Cal Briggs). 
Spencer W. Havlick é professor doutor do College of Environmental Design, na 
University of Colorado. Sua área de interesse em pesquisa é a urbanização do meio-
ambiente, havendo escrito o livro The Urban Organism: The City's Natural Resources 
from an Environmental Perspective [HAMMOND et al 1978]. 
 
Nome: Scientific problem solving process 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1976 
Atitude metodológica: Descritiva 
Estrutura das etapas: Linear 
Flexibilidade entre as etapas: Atemporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Com feedbacks flexíveis entre fases 
Número e nome das fases: (8) 
(1) Estabelecimento do problema (2) Investigação e pesquisa (3) Estabelecimento da 
importância (4) Definição de objetivos (5) Geração de hipóteses alternativas e 
seleção da melhor hipótese (6) Desenvolvimento de parâmetros (7) Síntese de 
parâmetros (8) Avaliação da solução. 
Sobre o processo: 
Havlick e Cal Briggs, utilizaram este modelo para ensinar design para 
graduandos do College of Environmental Design. O nome da escola implica em 
ligações com a College of Environmental Design, na Berkeley, bem como com a Ulm, 
e, deste modo, com o crescente movimento das metodologias em design. Ambos 
compartilharam, nestes primeiros anos, o desejo em estabelecer design como uma 
ciência [DUBBERLY 2004]. 
Eles escreveram que o papel do designer de ambientes é solucionar problemas 
ambientais humanos através da criação e implementação da forma física e, deste 
modo, o método científico é o processo central. Escreveram ainda que, neste 
modelo, o método científico foi adaptado das ciências tradicionais para o 
desenvolvimento de soluções ideais. 
Briggs e Havlick afirmaram que esta metodologia era uma adaptação do 
método científico para o desenvolvimento de soluções. Deste modo, se pode ter uma 
 
48 
 
abordagem mais analítica, sistemática e precisa para o desenvolvimento das soluções 
[DUBBERLY 2004]. 
 
 
49 
 
3.2.8 
 
(13) Bernd Löbach 
 
Bernd Löbach-Hinweiser (1941) é professor aposentado, fundador de dois 
museus, crítico de Arte e Design e autor. Nascido em Wuppertal, Alemanha, cedo 
estudou arte e escultura em metais e logo, em 1963, cursou desenho industrial na Art 
College of Wuppertal. Durante sete anos, ensinou Design em Bielefeld, onde 
estabeleceu o departamento de Desenho Industrial e posteriormente lecionou em 
Brunswick, ainda na Alemanha, até sua aposentadoria em 2007 [DE.WIKIPEDIA 2009]. 
Na década de setenta, Löbach inicia seus estudos relacionados ao movimento 
ecológico e problemas ambientais, o que culminou, posteriormente, no nascimento 
da sua environmentally critical art, ou “arte ecologicamente crítica”. Também 
realiza estudos e leciona sobre a história e teoria do design, trabalhando com seus 
alunos a fundamentação teórica do ato criativo [DE.WIKIPEDIA 2009]. 
 
Nome: Não Identificado 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1976 
Atitude metodológica: Descritiva 
Estrutura das etapas: Linear 
Flexibilidade entre as etapas: Temporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Sem feedbacks entre fases 
Número e nome das fases: (4) 
(1) Análise do problema [conhecimento do problema | coleta de informações | 
análise das informações | definição e clarificação do problema e definição de 
objetivos] (2) Geração de alternativas [escolha dos métodos de solucionar problemas 
| produção de idéias | geração de alternativas] (3) Avaliação das alternativas [exame 
das alternativas | processo de seleção de alternativas | processo de avaliação de 
alternativas] (4) Realização da solução do problema [realização da solução do 
problema | nova avaliação da solução | prototipagem | documento com as definições 
técnicas]. 
Sobre o processo: 
Em seu famoso livro, “Design Industrial”, de 1976, ele discorre sobre os 
fundamentos teóricos do design industrial, abordando os princípios e a natureza da 
atividade dentro de um contexto sócio-econômico, além de aspectos práticos do 
 
50 
 
processo de design, sendo uma referência dos princípios de design defendidos pela 
“escola funcionalista” . 
Löbach definiu o processo de design como um processo criativo e de solução 
de problemas ao mesmo tempo. Há um problema que pode ser bem definido, são 
reunidas informações sobre o problema, alternativas de soluções para o problema são 
geradas e julgadas, e finalmente a alternativa mais adequada é desenvolvida. O 
trabalho consiste em encontrar uma solução do problema, concretizada em um 
projeto de produto industrial, incorporando as características que possam satisfazer 
as necessidades humanas, de forma duradoura [LÖBACH 2001]. 
 
 
 
51 
 
3.3 Metodologia de Design na Década de 80 
 
O movimento da metodologia de design na década de oitenta foi de 
continuação e propagação das mudanças que ocorriam na década de setenta. A 
oposição ao modelo racional, matemático e determinístico ganhava cada vez mais 
força, principalmente quando por meio dos pós-modernos, novas tendências de 
design foram propagadas [BÜRDEK 2006]. 
Numa década em que o próprio conceito de design não apresentava mais uma 
definição comum — que, por meio de argumentos pós-modernos, o conceito geral foi 
promovido e diluído em diversas disciplinas —, os anos oitenta podem ser então 
definidos como um estado de transição entre correntes da metodologia de projeto, 
como disse Bürdek (2006), passando esta a ter um caráter mais representativo das 
ciências humanas, enquanto anteriormente apresentava um caráter das ciências 
naturais. 
Após a década de setenta, que apresentou a maior quantidade de 
metodologias desenvolvidas pesquisadas, nos anos oitenta esse número mostrou 
redução, apresentando uma quantidade semelhante aos primeiros anos do 
desenvolvimento de metodologias. 
As metodologias deste período apresentaram números mais equilibrados 
quanto aos parâmetros utilizados na classificação em relação à década passada. A 
atitude metodológica mais presente é de caráter prescritivo, como na década 
anterior, mas não é possível perceber um tipo mais comum quanto à flexibilidade. A 
estrutura linear das etapas permanece como modelo vigente. 
Entretanto, percebe-se uma mudança relevante quanto à presença de 
feedbacks. Ao contrário do que aconteceu na década de setenta, os feedbacks entre 
fases eram então determinados pelos autoresou simplesmente não aconteciam, 
mostrando uma clara redução à alta flexibilidade dos processos no período anterior. 
 
 
52 
 
3.3.1 
 
(14) Bryan Lawson 
 
Bryan Lawson é professor doutor da School of Architecture, na University of 
Sheffield. Em sua carreira, inicialmente trabalhou como arquiteto e logo retornou 
para a universidade, onde chefiava o departamento de arquitetura. Hoje, faz 
pesquisa e ainda leciona disciplinas relacionadas à percepção e processos de design, 
bem como à linguagem do espaço [UNIVERSITY OF SHEFFIELD 2009]. 
Tendo como áreas de principal interesse a arquitetura e psicologia, esta 
última relacionada tanto à psicologia dos lugares criados para homens e por homem 
como a psicologia dos processos criativos do design, Lawson produziu bastante 
durante sua vida: é autor de “How Designers Think”, “Language of Space” e “What 
Designers Know”, e publicou diversos artigos sobre Design, Arquitetura — e o paralelo 
entre ambos —, Ergonomia, métodos em design, etc [UNIVERSITY OF SHEFFIELD 
2009]. 
 
Nome: Creative process 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1980 
Atitude metodológica: Descritiva 
Estrutura das etapas: Linear 
Flexibilidade entre as etapas: Temporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Com feedbacks predeterminados entre 
fases 
Número e nome das fases: (5) 
(1) Compreensão do problema (2) Preparação (3) Incubação (4) Iluminação (5) 
Verificação. 
Sobre o processo: 
No modelo proposto por Lawson, de fases com termos genéricos, temos na 
primeira fase uma formulação do problema, como fase crítica. Este período deve ser 
o mais longo e perdurar por horas, dias ou semanas, pois, segundo o autor, os 
problemas de design raramente são iniciados inteiramente claros, se empregando 
muito esforço para entendê-los completamente. Posteriormente, há um esforço 
consciente para se chegar a uma idéia que solucione o problema. Na terceira fase, o 
esforço é inconsciente. Logo após, a idéia deve "emergir" na penúltima fase e 
 
53 
 
finalmente, se alcança o desenvolvimento consciente, quando a idéia é testada e 
desenvolvida [DUBBERLY 2004]. 
 
54 
 
3.3.2 
 
(15) Bruno Munari 
 
Bruno Munari (1907—1998) foi um artista e designer italiano que contribuiu em 
muitos fundamentos das artes visuais — tais como a pintura, escultura, arquitetura e 
cinema —, das não visuais — como a literatura, poesia, didática —, e também, no 
Design Industrial e Gráfico [EN.WIKIPEDIA 2009]. 
Nascido em Milão, passou muito da sua juventude em Badia Polesine, Itália, e 
regressou em 1925, quando começou a trabalhar com seu tio engenheiro. Munari 
seguiu Marinetti e os futuristas, participando de muitas exposições. Ao mesmo tempo 
em que trabalha como designer gráfico e diretor de arte, ele escrevia livros para 
crianças. Em 1948, junto a outros nomes, fundou o movimento da “arte concreta”, 
que apresentava muitas semelhanças com a arte abstrata [EN.WIKIPEDIA 2009]. 
 
Nome: Não identificado 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1981 
Atitude metodológica: Prescritiva 
Estrutura das etapas: Linear 
Flexibilidade entre as etapas: Atemporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Sem feedbacks entre fases 
Número e nome das fases: (10) 
(1) Definição do Problema [briefing] (2) Componentes do Problema [decomposição do 
problema em partes] (3) Coleta de dados [pesquisa de similares] (4) Análise dos 
dados [análise das partes e qualidades funcionais dos similares | compreensão do que 
não se deve fazer no projeto] (5) Criatividade (6) Materiais e Tecnologia [coleta de 
dados sobre materiais e tecnologias disponíveis para o projeto em questão] (7) 
Experimentação [dos materiais e das técnicas para novas aplicações] (8) Modelo 
[esboços e desenhos | modelos] (9) Verificação [focus group] (10) Desenho de 
Construção [comunica todas as informações para a construção de um protótipo | 
construção de um modelo em tamanho natural]. 
Sobre o processo: 
Munari defendia uma metodologia para qualquer tipo de Design. Os passos de 
sua metodologia parecem vigentes ainda hoje, depois de quase trinta anos. Defendia 
ainda o fundamento teórico que dizia que o processo de design está mais além de 
uma simples inspiração, mas sim do trabalho cotidiano de um artista científico. 
 
55 
 
O processo parte do principio cartesiano de decomposição dos problemas e 
análise das partes, o que se assemelha ao modelo proposto por Alexander na década 
de sessenta, para em um processo criativo reconstruir o produto sintetizando as 
soluções possíveis, e por fim chegar a uma solução através da experimentação e 
verificação dos modelos [MUNARI 1998]. 
 
 
56 
 
3.3.3 
 
(16) Vladimir Hubka 
 
Vladimir Hubka (1924—2006) foi professor doutor do Eidgenössische 
Technische Hochschule (Instituto Federal Tecnológico de Zurique, na Suíça) e é autor 
de livros no campo do design, como “Principles of Engineering Design”, “Theory of 
Technical Systems: A Total Concept Theory for Engineering Design” e “Practical 
Studies in Systematic Design” [ICED’09 2009]. 
 
Nome: General Procedural Model of Design Engineering 
Data de apresentação da proposta metodológica: 1982 
Atitude metodológica: Prescritiva 
Estrutura das etapas: Linear 
Flexibilidade entre as etapas: Temporal 
Presença, tipo ou ausência de feedback: Sem feedbacks entre fases 
Número e nome das fases: (6) 
(1) Atribuição do problema [pesquisa de mercado | checklists | questionários] (2) 
Especificação do problema [abstração | caixa preta | procedimentos técnicos] (3) 
Estabelecimento da estrutura Funcional [caixa morfológica | catálogo de efeitos] (4) 
Elaboração do conceito [variação de características | análise de valor] (5) Elaboração 
do layout [análise de valor] (6) Modelo tridimensional. 
Sobre o processo: 
Hubka é conhecido como pioneiro dos estudos sobre a Teoria dos Sistemas 
Técnicos, que vem se desenvolvendo desde a década de sessenta. Tal teoria guiou 
seus estudos para um modelo científico mais compreensível o qual incluiu uma teoria 
coordenada do processo de design, a Engineering Design Science, teoria esta da qual 
surgiu este modelo proposto. 
A primeira fase deste modelo deve gerar especificações de design e uma lista 
de requerimentos, com o objetivo de completar a "base" para todas as tarefas. A 
segunda fase, por sua vez, deve produzir um diagrama da estrutura funcional, uma 
representação mais abstrada, com o intuito de formalizar o que foi feito na fase 
anterior. Na fase seguinte, uma estrutura ainda abstrata, mas que satisfaça as 
necessidades do projeto, que devem ser alcançadas. Na quarta fase, o foco é se 
chegar a uma descrição dimensional. Na penúltima fase, a completa descrição de 
praticamente todas as características deve existir e, finalmente, a completa 
 
57 
 
descrição de todas as características bem como detalhamento técnico e visual é 
alcançada na última fase, quando o projeto pode ser elaborado [EVBUOMWAN 1995 
apud CREDIDIO 2007; WTEC 2009]. 
 
58 
 
3.3.4 
 
(17) Gui Bonsiepe 
 
Gui Bonsiepe (1934) é formado em design pela Hochschule für Gestaltung 
(Escola Superior da Configuração), de Ulm, onde foi professor entre 1960 e 1968. 
Nascido em Gluecksburg, Alemanha, estudou Design e Arquitetura na Bavarian 
Academy of Fine Arts e também na Technical University of Munich, é considerado 
por muitos como um dos maiores teóricos do Design da atualidade e nome para o 
reconhecimento e melhora da profissão na América do Sul e Brasil, onde também foi 
professor na Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) [DE.WIKIPEDIA 2009; 
FUKUSHIMA 2009]. 
O

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