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Apostila Neuroanatomia - Profa Naianne Klebis

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1 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA 
DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA 
PROFA. NAIANNE KELLY CLEBIS, PHD 
 
 
 
SISTEMA NERVOSO - GENERALIDADES 
 
O sistema nervoso é constituído por estruturas conectadas entre si e distribuídas pelo todo o 
corpo. O sistema nervoso coordena todas as atividades orgânicas (contração muscular, secreção 
glandular, atividades viscerais, etc.), integra o organismo com o meio ambiente, integra sensações e 
idéias, conjuga fenômenos da consciência e adapta o organismo às condições do momento. 
 
 
I - CONSTITUIÇÃO E ORIGEM DO SISTEMA NERVOSO 
O sistema nervoso, embriologicamente, origina-se a partir do ectoderma, e é constituído por 
tecido nervoso. Este tecido é composto por diferentes tipos de células genericamente denominadas de 
células da glia ou neuróglia e também por células nervosas denominadas neurônios. 
 
1 - DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO 
Está baseada em critérios morfológicos. Leva-se em consideração a forma e a localização dos 
componentes do sistema nervoso. Assim temos: 
1.a. SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC): ou neuro-eixo. É a parte do sistema nervoso 
localizada no interior do canal vertebral da coluna vertebral e na caixa craniana; 
1.b. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP): é a parte do sistema nervoso que conecta as 
diferentes regiões do corpo ao SNC. Está amplamente distribuído a todas as regiões do corpo ficando 
fora canal vertebral e da caixa craniana, apresentando, porém, conexões (ligações) com o SNC. 
 
- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. encéfalo
Tronco encefálico
cerebelo
diencéfalo
telencéfalo
Bulbo
Ponte
mesencéfalo
2. Medula espinhal
SNC
Sistema nervoso central
cérebro
- 31 pares de nervos espinhais
- 12 pares de nervos cranianos
- Gânglios
- Terminações nervosas
SNP
Sistema nervoso 
periférico
 
 2 
2. COMPONENTES DO TECIDO NERVOSO 
2.1.CÉLULAS DA NEURÓGLIA ou da GLIA 
Estas células exercem o papel de preenchimento, proteção e sustentação no tecido nervoso, 
além de outras funções. São células morfologicamente diferentes dos neurônios, recebendo, também, 
denominações diferentes. Os tipos de células da neuróglia no SNC são: 
a. Micróglia: é a célula que possui capacidade de fagocitose. Atua na defesa do tecido 
nervoso e na remoção de tecido nervoso danificado; 
b. Astrócitos: são células que atuam na reparação do tecido nervoso promovendo a 
cicatrização; 
c. Oligodendrócitos: são células que participam da produção da bainha de mielina no sistema 
nervoso central; 
d. Células ependimárias (epêndima): são células que realizam o revestimento "epitelial" das 
cavidades presentes no interior do sistema nervoso. 
OBS. as células da glia são menores, porém, mais numerosas do que os neurônios e podem se 
dividir (mitose). 
 
No SNP as células da glia são: 
a. Células satélites: fazem a sustentação dos neurônios e, o preenchimento nos gânglios. 
b. Células de Schwann: produzem a bainha de mielina no sistema nervoso periférico. 
 
 
2.2 NEURÔNIO 
É a célula nervosa propriamente dita. Apresenta propriedades de irritabilidade ou 
excitabilidade (é estimulável), condutibilidade (condução de impulsos nervosos) e comunicação 
(transmissão do impulso nervoso de uma célula para outra). Coordena e integra as partes do corpo. 
Representa a unidade morfo-funcional do sistema nervoso. 
Irritabilidade ou excitabilidade: é a propriedade que o neurônio tem de responder a um 
estímulo. Quando um neurônio está em repouso é dito que ele está polarizado, ou seja, em função 
das diferenças de concentrações de íons entre o meio interno do neurônio e o seu meio externo, diz-
se que o neurônio está negativo dentro (meio intra-celular) e positivo fora (meio extra-celular). Ao 
receber um estímulo, o neurônio tem a capacidade de alterar essas concentrações iônicas invertendo-
as. Assim, no neurônio, a região estimulada passa a ser positiva dentro (meio intra-celular) e negativa 
fora (meio extra-celular). Esta alteração inicial da concentração iônica é denominada despolarização 
do neurônio e é, portanto, uma das formas que o neurônio dispõe para responder a um estímulo. 
Assim sendo, podemos definir estímulo como sendo qualquer fator (mecânico, químico, etc) 
capaz de tirar o neurônio do estado de repouso, ou ainda, capaz de despolarizar o neurônio que se 
encontrava em repouso. 
Funcionalmente, passaremos a considerar a despolarização como sinônimo de impulso 
nervoso. 
Condutibilidade: é a propriedade que o neurônio possui de, uma vez tendo uma de suas 
partes despolarizada, poder conduzir esta despolarização para ele (neurônio) como um todo. Para 
tanto, o estímulo aplicado deve ser adequado ao neurônio em questão e ter intensidade e duração 
também adequadas. Se o estímulo for muito fraco o neurônio poderá iniciar uma despolarização que, 
contudo, não se propagará para a célula como um todo. Neste caso o estímulo não foi suficiente para 
gerar um impulso nervoso. 
Comunicação ou transmissão: é a propriedade que o neurônio apresenta de poder transmitir 
para outro neurônio um impulso nervoso. Quando um neurônio está inteiramente despolarizado ele é 
capaz de transmitir para outros neurônios esta despolarização por meio da liberação de substâncias 
químicas denominadas neurotransmissores. 
 
2.2.1. Partes ou regiões do neurônio: em um neurônio é possível identificar várias regiões, 
como explicado a seguir. 
 3 
a. corpo celular ou pericário do neurônio: é a região mais volumosa do neurônio. Contém o 
núcleo da célula, o citoplasma e a maior concentração de organelas. É responsável pela manutenção 
da vida do neurônio, representando, portanto, o centro trófico da célula nervosa. O corpo celular do 
neurônio emite uma quantidade variável de prolongamentos citoplasmáticos (ramificações do corpo 
celular) denominados dendritos e axônio. 
b. dendritos: são prolongamentos citoplasmáticos do corpo celular do neurônio. São curtos e 
numerosos. Na maioria dos neurônios, os dendritos conferem um aspecto "arborizado" para a célula 
nervosa. Dentro dos dendritos há citoplasma e organelas, pois eles são contínuos com o corpo celular 
do neurônio. O número de dendritos varia em cada neurônio. 
c. axônio: é um prolongamento citoplasmático do corpo do neurônio. Difere do dendrito por 
ser único e, geralmente, longo. A parte terminal ou a extremidade do axônio apresenta inúmeras 
ramificações (ramificações terminais ou telodendro). Ao longo de sua extensão, o axônio pode 
apresentar algumas ramificações colaterais, estas formam com o axônio um ângulo reto. 
O axônio é sinônimo de FIBRA NERVOSA e entra na constituição dos nervos, tratos, 
fascículos, etc. No seu interior também há citoplasma, organelas e filamentos. O comprimento do 
axônio pode variar desde de poucos micrômetros até cerca de um metro de extensão. 
d. ramificações terminais (telodendro): são as ramificações da extremidade distal de um 
axônio. No interior destas ramificações, encontramos vesículas contendo substâncias químicas 
(mediadores químicos ou neurotransmissores) que participam da transmissão do impulso nervoso de 
um neurônio para outro. Ressalta-se aqui que a extremidade distal é referente à "ponta" do axônio. 
 
 II - TRANSMISSÃO DO IMPULSO NERVOSO 
Na transmissão do impulso nervoso de um neurônio para outro não ocorre contacto entre 
estes neurônios. A transmissão é realizada por intermédio de substâncias químicas liberadas pelas 
ramificações terminais do axônio. As substâncias químicas são denominadas de mediadores 
químicos ou neurotransmissores. A transmissão doimpulso nervoso ocorre em regiões do tecido 
nervoso denominadas SINAPSES. 
 
1. Sinapse 
Por definição, sinapse significa a região do sistema nervoso na qual é possível a transmissão 
do impulso nervoso de um neurônio para outro, por intermédio da liberação de neurotransmissores. 
A transmissão, via de regra, sempre ocorre através da liberação de neurotransmissores do 
axônio de um neurônio para o corpo celular, dendrito ou axônio de um outro ou mais 
neurônios,. 
Nas ramificações terminais dos axônios (telodendro) existem dilatações (botões sinápticos) 
no interior das quais encontram-se vesículas com neurotransmissores. Quando o impulso nervoso 
(despolarização da membrana celular) alcança as terminações acima citadas, provoca a liberação de 
neurotransmissores num espaço próximo ao segundo neurônio (espaço = FENDA SINÁPTICA). Os 
neurotransmissores liberados interagem com a membrana celular do 2º neurônio, iniciando, assim, 
uma nova despolarização de membrana, agora no 2º neurônio, que será conduzida para todo o novo 
neurônio. Está, assim, transmitido o impulso nervoso. Existem vários tipos de sinapse, entre eles os 
tipos mais comuns são: 
1.a.sinapse axo-dendrítica: região do tecido nervoso que permite a transmissão do impulso 
nervoso através do axônio de um 1º neurônio para o dendrito de um ou mais 2º
s
 neurônios. 
1.b.sinapse axo-somática: região do tecido nervoso que permite a transmissão do impulso 
nervoso através do axônio de um 1º neurônio para o corpo celular de um ou mais 2º
s
 neurônio. 
1.c.sinapse axo-axônica: região do tecido nervoso que permite a transmissão do impulso 
nervoso através do axônio de um 1º neurônio para o axônio de um ou mais 2º neurônio. 
Observação: um neurônio pode transmitir o impulso nervoso em sinapses com vários 
outros neurônios (sinapses divergentes), assim como um único neurônio pode receber impulsos 
nervosos via transmissão sináptica de vários outros neurônios (sinapses convergentes). 
 
 4 
2. Tipos de neurotransmissores: 
Os mais conhecidos são a acetilcolina e a noradrenalina, mas inúmeros outros já foram 
identificados como, por exemplo: a serotonina, dopamina, GABA, substância P, VIP, glutamato, etc. 
OBESERVAÇÃO: é comum denominar o neurônio de acordo com o tipo de neurotransmissor 
que ele libera. Assim temos, por exemplo: 
Neurônio colinérgico: neurônio que libera acetilcolina 
Neurônio noradrenérgico: neurônio que libera noradrenalina 
Neurônio dopaminérgico: neurônio que libera dopamina 
Neurônio serotoninérgico: neurônio que libera dopamina 
Neurônio gabérgico: neurônio que libera GABA 
Neurônio VIPérgico: neurônio que libera VIP 
 
III - FIBRA NERVOSA – (AXÔNIO) 
Representa, como já comentado, o prolongamento único e geralmente longo do neurônio. Seu 
comprimento pode variar de alguns micrômetros até a mais de um metro. 
As fibras nervosas estão localizadas no SNC, constituindo feixes de fibras denominados 
tratos, fascículos ou lemniscos, etc., ou no SNP constituindo os nervos. 
Além da membrana celular (também denominada axolema) presente na fibra nervosa, a fibra 
pode apresentar outros envoltórios que são: 
1. bainha de mielina: é uma bainha lipoprotéica, de espessura variada, cor esbranquiçada e 
que envolve a fibra nervosa de espaço em espaço. Atua como isolante elétrico para a fibra nervosa, 
influenciando na velocidade de condução do impulso nervoso. Fibras que possuem bainha de mielina 
são denominadas fibras mielínicas ou mielinizadas. Fibras que não possuem bainha de mielina 
visível ao microscópio óptico são denominadas fibras amielínicas (atualmente fibras pouco 
mielinizadas). 
No SNC, a bainha de mielina é produzida pelos oligodendrócitos. Já, no SNP a bainha de 
mielina é produzida por células de Schwann. 
2. bainha de neurilema: bainha representada pela própria célula de Schwann que se coloca 
externamente à bainha de mielina, envolvendo-a. As fibras mielínicas e as pouco mielinizadas do 
SNP possuem bainha de neurilema. Esta bainha é importante para a regeneração de fibras nervosas 
lesadas. As fibras do SNC não possuem bainha de neurilema. 
 
IV - CLASSIFICAÇÕES ou TIPOS DOS NEURÔNIOS 
 
1. CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS NEURÔNIOS (tipos morfológicos de neurônios) 
Os neurônios possuem tamanho e forma variados, principalmente no tocante aos seus 
prolongamentos. Deste modo, existem vários tipos morfológicos de neurônios no tecido nervoso. 
1.a. neurônio pseudounipolar (unipolar): apresenta um único e curto prolongamento 
citoplasmático emitido pelo pericário ou corpo celular. Este único prolongamento se bifurca, 
originando um prolongamento ou ramo periférico e outro central. 
Os neurônios pseudounipolares são característicos do sistema nervoso periférico (SNP). O 
corpo celular deste tipo de neurônio está localizado fora do SNC. O prolongamento periférico é 
aquele que localizado no SNP permanecerá com a ponta (extremidade) conectada a qualquer região 
do corpo. O prolongamento central, embora também localizado no SNP, tem a ponta conectada 
(presa) ao SNC. 
O prolongamento periférico, funcionalmente é um dendrito. O prolongamento central, 
funcionalmente é um axônio. Ex: neurônios dos gânglios sensitivos espinhais. 
1.b. neurônio bipolar: possui apenas dois prolongamentos citoplasmáticos, cada um saindo 
diretamente do corpo celular, de pólos opostos. 
Do mesmo modo que os neurônios pseudounipolares, os neurônios bipolares são 
característicos do SNP. O corpo celular deste tipo de neurônio está localizado fora do SNC. O 
prolongamento periférico é aquele que localizado no SNP permanecerá com a ponta conectada a 
 5 
qualquer região do corpo. O prolongamento central, embora também localizado no SNP, tem a ponta 
conectada (presa) ao SNC. 
O prolongamento periférico, funcionalmente é um dendrito. O prolongamento central, 
funcionalmente é um axônio. Ex.: neurônios da retina. 
1.c. neurônio multipolar: possui vários prolongamentos citoplasmáticos, ou seja, vários 
dendritos e um axônio. Tem aspecto arborizado, sendo o mais numeroso no tecido nervoso. São 
encontrados principalmente no SNC, mas também estão presentes no SNP. 
 
2. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL OU FISIOLÓGICA DOS NEURÔNIOS 
Analisando o sentido ou a direção e o tipo de impulso nervoso conduzido e transmitido pelos 
neurônios, podemos classificá-los funcionalmente em: 
2.a. neurônio sensitivo ou aferente: é o neurônio que conduz o impulso nervoso para o SNC 
(em direção ao SNC). O impulso é conduzido em direção centrípeta por meio do dendrito e do 
axônio. Conduz, ao SNC, impulsos de sensibilidade geral e especial. Esses impulsos se originam a 
partir de estímulos externos (meio ambiente) e internos (meio interno do corpo) e informam o SNC 
sobre as modificações do meio externo e do meio interno. Diz-se que estes neurônios conduzem os 
impulsos do corpo para o SNC. 
Via de regra, morfologicamente os neurônios sensitivos ou aferentes são pseudounipolares ou 
bipolares. Portanto, o corpo celular do neurônio sensitivo está localizado no SNP, portanto fora do 
SNC. Seus prolongamentos também estão localizados no SNP e apenas uma das extremidades do 
axônio fica conectada ao SNC. 
2.b. neurônio motor ou eferente (motoneurônio): é o que conduz o impulso nervoso 
originado e proveniente do SNC para um órgão efetor do corpo (músculo ou glândula). O impulso é 
conduzido em direção centrífuga. O corpo celular deste neurônio localiza-se no SNC e em gânglios 
nervosos viscerais. O axônio deste tipo de neurônio está localizado no SNP, portanto fora do SNC. 
Os impulsos conduzidos por este tipo de neurônio são de motricidade, isto é, determinam contração 
muscular ou secreção glandular. Morfologicamente este tipo de neurônio é multipolar.2.c. neurônio de associação ou interneurônio ou neurônio internuncial: é o neurônio que 
conduz e transmite o impulso nervoso entre dois ou mais neurônios, interligando, deste modo, os 
vários segmentos do SNC. O corpo deste neurônio e seus prolongamentos estão localizados no SNC. 
Morfologicamente, a maioria destes neurônios é multipolar. São eles, por exemplo, que transmitem 
impulsos da medula espinhal para o tronco encefálico, do cerebelo para o diencéfalo, do hemisfério 
cerebral para a medula espinhal, etc. O impulso nervoso por eles conduzidos dentro do SNC pode ser 
de vários tipos, inclusive serem referentes à sensibilidade ou à motricidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V - CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DAS FIBRAS NERVOSAS 
Esta classificação baseia-se na direção e no sentido que o impulso nervoso é conduzido 
através de fibra nervosa. Assim temos: 
1.fibra nervosa sensitiva ou aferente: é o axônio do neurônio sensitivo. Conduz impulsos no 
sentido centrípeto, ou seja, do corpo para o SNC. Estes impulsos estão relacionados com as 
sensibilidades geral e especial. 
Corpo SNC
impulso
Corpo SNC
impulso
(neurônio sensitivo ou 
aferente)
(neurônio motor ou eferente)
SNC SNC (neurônio de associação) 
 6 
2.fibra nervosa motora ou eferente: é o axônio do neurônio motor. Conduz o impulso no 
sentido centrífugo (do sistema nervoso central para o corpo). Estes impulsos estão relacionados com 
a motricidade. 
 
. 
VI. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA NERVOSO 
 
1. NÚCLEO NERVOSO: conjunto de corpos celulares de neurônios com aproximadamente a 
mesma função localizado no SNC, fazendo parte da substância cinzenta ou isolado no interior da 
substância branca. Nos núcleos nervosos os corpos celulares dos neurônios presentes são de 
neurônios multipolares. 
2. GÂNGLIO NERVOSO: conjunto ou aglomerados de corpos celulares de neurônios com 
aproximadamente mesma função localizados fora do SNC. Pertencem, portanto, ao SNP. Nos 
gânglios os corpos celulares podem ser de neurônios pseudounipolar, bipolar ou multipolar. 
 
3. TRATO, FASCÍCULO, LEMNISCO, FUNÍCULO: conjunto de fibras nervosas, com 
aproximadamente mesma origem, trajeto e função, localizado dentro do SNC, incorporados 
predominantemente à substância branca. Interligam as diferentes áreas ou segmentos do sistema 
nervoso central. Estes elementos, de maneira geral, começam na substância cinzenta, transitam pela 
substância branca e terminam novamente na substância cinzenta. De acordo com a direção do 
impulso nervoso por eles conduzido podem, em alguns casos, serem considerados tratos ascendentes 
ou descendentes. 
 
4. NERVO: conjunto de fibras nervosas com aproximadamente mesma origem, trajeto e 
função, localizado fora do SNC, porém a ele conectado. Os nervos fazem parte do SNP. Interligam o 
SNC com as diferentes regiões do corpo e vice-versa. Possui uma extremidade central conectada ao 
SNC e uma extremidade periférica conectada ao corpo. Se o nervo for formado por fibras nervosas 
de neurônios sensitivos ele é denominado, genericamente, nervo sensitivo. Se o nervo for formado 
por fibras nervosas de neurônios motores ele é denominado, genericamente, nervo motor. Caso o 
nervo seja formado por fibras nervosas tanto de neurônios sensitivos como de neurônios motores ele 
é denominado nervo misto. A maioria dos nossos nervos é mista. 
 
5. SUBSTÂNCIA CINZENTA: é a região do SNC, de coloração escurecida, constituída, 
predominantemente, por corpos celulares de neurônios, neuróglia e prolongamentos pouco 
mielinizados de neurônios. Representa um dos locais de sinapse no SNC. Pode-se dizer que a 
substância cinzenta é um conjunto de núcleos nervosos. Sempre que no SNC a substância cinzenta 
apresentar-se localizada perifericamente à substância branca pode-se denominá-la CÓRTEX. No 
cerebelo tem-se o córtex cerebelar. No hemisfério cerebral há o córtex cerebral. 
 
6. SUBSTÂNCIA BRANCA: região do SNC, de cor clara, esbranquiçada. Está constituída, 
principalmente ou predominantemente, por fibras nervosas mielinizadas e neuróglia. Estas fibras 
(axônios) agrupam-se, formando os feixes, tratos, fascículos, funículos, etc. Portanto, a substância 
branca é o conjunto de tratos, fascículos, etc do SNC. 
 
7. TERMINAÇÕES NERVOSAS: são dispositivos presentes nas extremidades periféricas das 
fibras nervosas de um nervo e de suas ramificações. Captam estímulos do corpo (terminação 
nervosa sensitiva) ou transmitem impulsos nervosos (terminação nervosa motora) da fibra nervosa 
para o corpo (órgão efetor). 
 
8. SENSIBILIDADE GERAL: conjunto de sensações relacionadas com dor, tato, temperatura, 
pressão e propriocepção. Os impulsos de sensibilidade geral são conduzidos do corpo ao SNC pelos 
neurônios sensitivos ou aferentes. De modo geral, a propriocepção é o sentido que permite ao 
 7 
indivíduo poder localizar ou sentir, de olhos fechados, como se encontra posicionado cada segmento 
do corpo no espaço. Pode ser consciente ou inconsciente. No primeiro caso o impulso proprioceptivo 
alcança o hemisfério cerebral. No segundo caso não. 
 
9. SENSIBILIDADE ESPECIAL: conjunto de sensações relacionadas com os órgãos dos 
sentidos especiais (visão, olfação, gustação, audição e equilíbrio). Os impulsos de sensibilidade geral 
são conduzidos do corpo ao SNC pelos neurônios sensitivos ou aferentes. 
 
10. MOTRICIDADE: referente à contração muscular que resulta em movimentos de partes do 
corpo, alterações do tônus muscular, força muscular, contração de vísceras e do coração, dilatação e 
constrição de vasos sangüíneos e ductos, e também secreção glandular. Os impulsos de 
motricidade são conduzidos para fora do SNC pelos neurônios motores ou eferentes que, por sua vez, 
são neurônios multipolares. 
 
11. ARCO REFLEXO: circuito percorrido pelo impulso nervoso. Envolve as estruturas do 
sistema nervoso periférico que captam o estímulo (terminação nervosa sensitiva), originam o impulso 
nervoso, conduzem o impulso para o SNC (fibra nervosa sensitiva), transmitem este impulso para o 
SNC (na sinapse) integrando-o. E estruturas que conduzem o impulso nervoso (em forma de 
resposta) do SNC para o corpo (fibra nervosa motora), transmitindo-o para o órgão efetor que 
sempre será um músculo ou uma glândula, gerando uma resposta. A parte do neurônio que transmite 
o impulso para o músculo ou glândula também é uma terminação nervosa. 
O impulso de resposta é de motricidade. O impulso originado pelo estímulo é de sensibilidade 
geral ou especial. 
Um arco reflexo pode envolver uma ou mais sinapses, dois ou mais neurônios. Pode envolver 
um ou mais segmentos do SNC. 
 
 
 
 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE SISTEMAS PIRAMIDAL E EXTRA-
PIRAMIDAL 
 
1 - Sistema piramidal: conjunto de estruturas nervosas responsáveis pela execução de movimentos 
voluntários (movimentos deliberados e planejados decorrentes de um ato de vontade). Lesões do 
sistema piramidal resultam em paralisias ou paresias. 
 
2 - Sistema extra-piramidal: conjunto de estruturas nervosas que controlam os movimentos 
automáticos (involuntários). Os movimentos automáticos compreendem os automatismos primário 
e secundário. 
O automatismo primário (instintivo) não depende de aprendizagem, tais como choro, sucção, 
deglutição. Os automatismos secundários são movimentos automáticos que só se estabelecem após 
um período de aprendizagem, tais como, dançar, escrever, nadar, andar de bicicleta, patinar, esquiar, 
etc. Na fase de aprendizagem, estes movimentos estão na dependência e sob controle do sistema 
piramidal. O piramidal, mesmo após o aprendizado, intervém na realizaçãodos movimentos 
automáticos, iniciando-os, modificando-os ou interrompendo-os. 
Lesões do sistema extra-piramidal não provocam paralisias, surgem movimentos involuntários 
espontâneos (hipercinesias), alterações do tônus muscular (hipo ou hipertonias) e dos reflexos (hiper, 
hipo ou arreflexia). 
 
 8 
3 – Componentes do sistema piramidal 
- áreas corticais piramidais (onde se localiza o neurônio motor superior ou primeiro neurônio) 
- trato corticospinal (conduz impulsos para o neurônio motor inferior ou primeiro neurônio 
localizado na medula espinal e este conduz o impulso para os nervos espinais) 
- trato corticonuclear (conduz os impulsos para o neurônio motor inferior ou segundo neurônio 
situado nos núcleos motores do tronco encefálico, os quail, por sua vez, conduze o impulso para os 
nervos cranianos). 
4 – Componentes do sistema extra-piramidal 
- áreas corticais extra-piramidais, cerebelo, núcleo subtalâmico, alguns núcleos talâmicos, 
corpo estriado, substância negra, alguns núcleos do tronco encefálico e formação reticular. 
-tratos tectoespinal, vestíbuloespinal, rubroespinal, retículoespinal 
______________________________________________________________________ 
 
GLOSSÁRIO 
1) Sinais de alterações de motricidade 
a) paresia = diminuição da força muscular; 
b) paralisia ou plegia = ausência total de força muscular impossibilitando o movimento; 
c) hipertonia = aumento no tônus muscular; 
d) hipotonia = diminuição no tônus muscular; 
e) arreflexia = ausência ou abolição de movimentos reflexos; 
f) hiper-reflexia = aumento ou exacerbação de movimentos reflexos; 
g) hipo-refleixa = diminuição de movimentos reflexos; 
h) paralisia flácida ou periférica= paralisia acompanhada de hiporreflexia e de hipotonia. É 
característica de lesão do neurônio motor inferior (segundo neurônio) localizado na coluna 
anterior da susbtância cinzenta da medula espinal e nos núcleos motores dos nervos cranianos 
situados no tronco encefálico. Pode levar a atrofia muscular; 
i) paralisia espástica ou central = paralisia acompanhada de hiper-reflexia e hipertonia. É 
característica de lesão do neurônio motor superior ou primeiro neurônio localizado nas áreas 
corticais motoras primárias (giro pré-central) ou de lesão nos tratos cortiçospinais e 
corticonucleares. Não leva a atrofia muscular. 
j) Discinesias = surgimento de movimentos involuntários (hipercinesia ou hipocinesia) como 
tremores, movimentos oscilantes e ondulatórios, etc. Característica de lesões nos 
componentes extra-piramidais. 
 
2) Sinais de alterações de sensibilidade: 
a) anestesia = desaparecimento total de uma ou mais modalidade de sensibilidade geral. Termo 
utilizado mais freqüentemente para a perda da sensibilidade tátil, embora popularmente fale-
se em perda de sensibilidade dolorosa; 
b) analgesia = termo apropriado para designar a perda da sensibilidade dolorosa; 
c) hipoestesia = diminuição da sensibilidade; 
d) hiperestesia = aumento da sensibilidade; 
e) parestesia = aparecimento, sem estimulação (aparecimento espontâneo), de sensações mal 
definidas como formigamento, esquentamento, etc. 
f) algias = dores, em geral. 
 
3) Cruzamento de fibras: 
Decussação = cruzamento de fibras nervosas no sistema nervoso central no sentido oblíquo à 
linha mediana. As fibras cruzam do lado direito para o esquerdo e ou vice-versa. 
Comissura = cruzamento de fibras nervosas no sistema nervoso central no sentido perpendicular 
à linha mediana. As fibras cruzam do lado direito para o esquerdo e ou vice-versa. 
 
4) Conexões: 
 9 
Aferências ou conexões aferentes: receber impulsos conduzidos e transmitidos por tratos, 
fascículos, lemniscos, etc. 
Eferências ou conexões eferentes: enviar impulsos por tratos, fascículos, lemniscos, etc. para 
serem transmitidos a outros centros nervosos. 
Por exemplo: “O tálamo tem conexões aferentes com o hipotálamo e eferentes com o córtex 
cerebral”, significa que o tálamo recebe impulsos do hipotálamo e envia impulsos para o córtex 
cerebral. 
 
5) Sistema límbico: 
Conjunto de todas as estruturas nervosas que participam do controle do comportamento e das 
emoções. 
 
6) Via nervosa ascendente, aferente ou sensorial: 
Conjunto dos neurônios e respectivos axônios responsáveis pela captação de um estímulo, 
transformação do estímulo em impulso nervoso, condução do impulso nervoso ao longo do 
sistema nervoso periférico para o sistema nervoso central, transmissão e condução do impulso ao 
longo do sistema nervoso central, até a recepção deste impulso por uma área do córtex cerebral 
onde ele é percebido (no caso de via consciente). De modo geral, uma via ascendente envolve 
dois ou mais neurônios (neurônio I, neurônio II, neurônio III, etc.) localizados: um em um nervo 
e outros no sistema nervoso central formando núcleos e tratos. As vias ascendentes conduzem 
impulsos de sensibilidade. 
 
7) Via nervosa descendente, eferente ou motora: 
Conjunto dos neurônios e respectivos axônios responsáveis pela condução de um impulso 
nervoso, ao longo do sistema nervoso central, até que esse impulso seja transmitido para o 
neurônio motor inferior. De modo geral, uma via descendente envolve dois ou mais neurônios 
(neurônio I, neurônio II, neurônio III, etc.) localizados no sistema nervoso central formando 
núcleos e tratos. As vias descendentes conduzem impulsos de motricidade. 
 
 
 
MEDULA ESPINAL 
A medula espinal é o segmento inferior ou caudal do sistema nervoso central e encontra-se 
alojada no canal vertebral da coluna vertebral, ocupando o espaço que vai do forame magno até a 2ª 
vértebra lombar. Possui forma cilíndrica, ligeiramente achatada no sentido ântero-posterior, medindo 
aproximadamente 45 cm de comprimento. 
A região superior da medula espinal continua-se com o bulbo do tronco encefálico. Este limite 
é dado através de uma linha imaginária transversal, que passa em nível de forame magno. 
Inferiormente, a medula espinal se afila, assumindo a forma de “cone”. Essa região afilada da 
medula denomina-se CONE MEDULAR. O limite inferior ocorre em nível de 2ª VL, portanto a 
medula espinal não ocupa toda a extensão do canal vertebral. 
 
1. SUPERFÍCIE DA MEDULA SPINAL: A superfície da medula espinal é percorrida, no sentido 
longitudinal, por uma série de sulcos e fissuras paralelos entre si. 
Na face anterior são: fissura mediana anterior e, de cada lado, um sulco antero-lateral. 
Na face posterior são: sulco mediano posterior e, de cada lado, um sulco póstero-lateral. Na região 
cervical da medula espinal há ainda um sulco intermédio situado entre cada sulco lateral posterior e 
o sulco mediano posterior. 
 
2. SEGMENTOS MEDULARES: Na superfície da medula espinal é possível observar a ela 
conectada filamentos nervosos denominados filamentos radiculares. Esses filamentos unem-se para 
constituírem os 31 pares de nervos espinais. 
 10 
Cada região da medula espinal conectada a um par de nervo espinal é denominada segmento 
medular. Como são 31 pares de nervos espinais, existem 31 segmentos medulares. Estes segmentos 
são: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. 
 
3. ASCENÇÃO APARENTE DA MEDULA ESPINHAL: Até o 4º mês de vida intra-uterina, a 
medula espinal ocupa todo o espaço (extensão) do canal vertebral, desde a 1ª VC até ao sacro. 
Após esta época, a coluna vertebral cresce rapidamente e este crescimento não é acompanhado 
(seguido) pela medula espinal, isto é, a medula espinal não cresce tão rapidamente. Daí, resulta que, 
ao nascimento, devido ao lento desenvolvimento da medula, ela passa a ocupar apenas parte do canal 
vertebral, estendendo-se apenas da 1ª VC até a 2ª VL. Em conseqüência deste fato, no canal vertebral 
abaixo da2ª VL não existe medula espinal, mas apenas filamentos nervosos conectados à parte 
inferior da medula espinal que, no conjunto, recebem o nome CAUDA EQÜINA. 
 
4. ESTRUTURA DA MEDULA ESPINAL (substância branca e cinzenta). 
Em corte transversal de medula espinal, é possível distinguir uma região periférica, de 
coloração clara constituída por substância branca e uma região central escura constituída por 
substância cinzenta. 
4.1. Substância Cinzenta 
Tem forma e disposição semelhante a uma "borboleta" ou letra "H". Cada extremidade anterior 
da substância cinzenta é volumosa e denominada corno ou coluna anterior. Nestes cornos 
localizam-se pericários de neurônios cujos prolongamentos (axônios) constituem a raiz anterior de 
um nervo espinal. Esses neurônios são motores e multipolares, recebem impulsos de motricidade 
originados no sistema nervoso central e seus axônios conduzem estes impulsos aos órgãos efetores.. 
São conhecidos também como neurônio motor inferior, motoneurônio , neurônio motor final ou 
segundo neurônio. 
Cada extremidade posterior da substância cinzenta recebe o nome de corno ou coluna 
posterior. Os neurônios aí localizados recebem impulsos nervosos provenientes das fibras nervosas 
da raiz posterior do nervo espinal. Estes impulsos são sensitivos. 
A parte média da substância cinzenta é horizontal e denomina-se substância cinzenta 
indermédia (comissura cinzenta) e contém, principalmente, neurônios de associação de axônios 
curtos. Nos segmentos medulares lombares superiores e todos os torácicos, entre os cornos anterior e 
posterior, existe na substância cinzenta o corno ou coluna lateral. Neste corno localizam-se corpos 
celulares de neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo simpático. 
Lesão de corno ou coluna anterior compromete motricidade e lesão no corpo ou 
coluna posterior compromete sensibilidade. Lesão no corno lateral compromete motricidade 
visceral. 
 
4.2. Substância Branca 
Tem posição periférica na medula espinal e é constituída, principalmente, por feixes de fibras 
nervosas que se agrupam formando funículos anterior, lateral e posterior. 
O funículo anterior situa-se entre a fissura mediana anterior e o sulco ântero-lateral. 
O funículo lateral situa-se entre os sulcos ântero-lateral e póstero-lateral. 
O funículo posterior situa-se entre o sulco póstero-lateral e o sulco mediano posterior. Nos 
segmentos medulares cervicais este funículo é subdividido pelo sulco intermédio em fascículo 
grácil e fascículo cuneiforme. 
Os funículos contêm tratos ascendentes que conduzem impulsos de sensibilidade geral para o 
encéfalo e tratos descendentes que conduzem, para a medula, impulsos de motricidade originados no 
encéfalo. Estes impulsos de motricidade deixam a medula espinal pelos axônios dos neurônios 
motores incorporados aos nervos espinais e são transmitidos aos músculos e glândulas situados nas 
regiões do corpo inferiormente à cabeça. 
 
5. PRINCIPAIS TRATOS ASCENDENTES: 
 11 
Os tratos ascendentes ou descendentes possuem, na maioria, nomes compostos. O primeiro nome do 
trato indica a região do sistema nervoso onde ele se origina e o segundo nome indica a região do 
sistema nervoso onde ele termina transmitindo os impulsos por ele conduzido. 
5.1. funículo posterior: nesta região, existem os fascículos grácil e cuneiforme. Ambos 
conduzem impulsos de propriocepção consciente, tato discriminativo (epicrítico) e sensibilidade 
vibratória ao bulbo do tronco encefálico. O bulbo, por sua vez, conduz esses impulsos ao tálamo. 
5.2. funículo lateral: possui o trato espinotalâmico lateral que conduz impulsos de 
temperatura e dor ao diencéfalo (núcleos do tálamo), e os tratos espinocerebelares anterior e 
posterior que conduzem impulsos de propriocepção inconsciente ao cerebelo (núcleos do cerebelo). 
5.3. funículo anterior: tem o trato espinotalâmico anterior que conduz impulsos de pressão 
e tato grosseiro (protopático) ao diencéfalo (núcleos do tálamo). 
 
6. PRINCIPAIS TRATOS DESCENDENTES 
As fibras nervosas destes tratos originam-se em diversas regiões do encéfalo e projetam-se para 
a medula espinal, fazendo parte também dos funículos. Os impulsos por eles conduzidos têm direção 
descendente e estão relacionados, na maioria das vezes, com a motricidade. 
6.1. funículo anterior: tem o trato corticospinal anterior (via piramidal) 
6.2. funículo lateral: tem o trato corticospinal lateral (via piramidal). 
Estes dois tratos conduzem impulsos de motricidade aos neurônios motores do corno anterior 
cujos axônios levam os impulsos aos músculos estriados esqueléticos para produção de movimentos 
voluntários precisos (motricidade voluntária). 
Outros tratos (vias extra-piramidais) conduzem impulsos nervosos que programam os 
movimentos automáticos, auxiliam a coordenar os movimentos do corpo com os estímulos visuais, 
mantêm o tônus muscular e a postura e desempenham papel importante na manutenção do equilíbrio 
no espaço. Entre esses tratos, destacam-se os tratos reticulospinal. 
 
7. CENTROS REFLEXOS 
A medula espinal também serve como centro integrador para os reflexos espinais (respostas 
motoras automáticas rápidas e previsíveis a alterações no ambiente) 
 
 
TRONCO ENCEFÁLICO 
 O tronco encefálico corresponde ao segmento inferior do encéfalo. No sentido caudo-cranial, é 
constituído pelo bulbo, ponte e mesencéfalo, todos localizados na caixa craniana, anteriormente ao 
cerebelo. A maioria dos nervos cranianos está conectada ao tronco encefálico. 
 
BULBO: é o primeiro segmento do tronco encefálico e representa a continuação da medula 
espinal no encéfalo, portanto, todos os sulcos e fissuras presentes na medula espinal são encontrados 
no bulbo. Superiormente o bulbo está separado da ponte por um sulco transversal denominado sulco 
bulbopontino ou sulco pontino inferior. 
Na superfície da face anterior do bulbo distinguem-se dois pares de saliências: 
Pirâmide – situada entre a fissura mediana anterior e o sulco antero-lateral. A pirâmide contém 
parte do trato corticoespinal. 
Oliva – situada lateralmente à oliva. A oliva contém os núcleos nervosos olivares conectados por 
fibras nervosas ao cerebelo e envolvidos no mecanismo da aprendizagem motora. 
Na superfície da face posterior do bulbo distinguem-se os seguintes pares de regiões: 
Fascículo grácil: situado entre o sulco mediano posterior e o sulco intermédio e que representa a 
continuação do fascículo de mesmo nome localizado na medula espinal. 
Fascículo cuneiforme: situado entre o sulco intermédio e o sulco póstero-lateral. É a continuidade 
do fascículo cuneiforme da medula espinal. 
Tubérculo grácil: pequena saliência arredondada situada no final do fascículo de mesmo nome. 
Contém o núcleo do fascículo grácil que recebe os impulsos nervosos conduzidos pelo fascículo 
grácil. 
 12 
Tubérculo cuneiforme: pequena saliência arredondada situada no final do fascículo de mesmo 
nome. Contém o núcleo do fascículo cuneiforme que recebe os impulsos nervosos conduzidos pelo 
fascículo cuneiforme. 
Dos neurônios que formam os núcleos dos fascículos grácil e cuneiforme saem axônios que 
conduzem os impulsos nervosos até aos núcleos talâmicos. Esses axônios constituem o lemnisco 
medial 
 
PONTE: localiza-se entre o bulbo e o mesencéfalo. Em sua superfície anterior há um sulco 
mediano raso que aloja a artéria basilar e, por isso, é denominado sulco basilar. Na região lateral 
direita, e também na esquerda, da ponte há um grosso feixe de fibras nervosas denominado 
pedúnculo cerebelar médio que conecta a ponte ao cerebelo. 
 
Parte da face posterior do bulbo e a face posterior da ponte formam a FOSSA ROMBÓIDE 
(soalho do III ventrículo). Na fossa rombóide estãolocalizados inúmeros núcleos nervosos motores 
de nervos cranianos e núcleos que recebem impulsos de sensibilidade, incluindo os núcleos da área 
vestibular – pequena região triangular situada lateralmente na fossa rombóie. Os núcleos da área 
vestibular recebem impulsos relacionados com a posição da cabeça no espaço, tem conexões com o 
cerebelo, recebendo e enviando impulsos para o mecanismo de controle do equilíbrio feito pelo 
cerebelo. 
 
MESENCÉFALO: é o segmento superior ou cranial do tronco encefálico que se liga, 
superiormente, ao diencéfalo. Contém em seu interior um estreito canal denominado aqueduto do 
mesencéfalo, inúmeros tratos e núcleos e também a substância negra, importante núcleo que 
contém neurônios dopaminérgicos (neurônios que liberam o neurotransmissor dopamina). 
Na sua face posterior destacam-se as seguintes saliências arredondadas: 
Colículos inferiores: duas saliências que contém neurônios que representam um dos núcleos da 
via nervosa auditiva, ou seja, que recebem e transmitem impulsos nervosos auditivos. 
Colículos superiores: duas saliências que contém núcleos nervosos relacionados com a via óptica, 
ou seja, que recebem impulsos visuais para determinar ou conduzir impulsos relacionados aos 
movimentos reflexos de defesa frente a certos estímulos visuais. 
Os colículos superiores estão conectados ao corpo geniculado lateral do tálamo do qual recebe e 
para o qual envia impulsos, por meio de feixes de fibras nervosas denominados braços dos colículos 
superiores. Os colículos inferiores estão conectados aos corpos geniculados mediais do tálamo para 
os quais também enviam os impulsos auditivos, por meio de feixes de fibras nervosas denominados 
braços dos colículos inferiores. 
 
1. Estrutura do tronco encefálico 
Ao contrário da medula espinal, nos diversos segmentos do tronco encefálico não é possível 
distinguir regiões de substância branca e de substância cinzenta bem demarcadas ou delimitadas. 
Na substância branca do tronco encefálico, encontram-se: 
a) feixes de fibras nervosas (tratos) provenientes da medula espinal e que aí terminam ou 
apenas passam pelo tronco com destino a outras partes do encéfalo. 
b) Existem também fibras nervosas provenientes de outras regiões do encéfalo (cérebro e 
cerebelo) que passam pelo tronco com destino a medula espinal ou terminam no tronco. 
c) Fibras nervosas que se originam em núcleos do tronco encefálico e se destinam à medula 
espinal ou outras regiões do encéfalo. 
Em resumo, fibras nervosas que se originam ou não no tronco encefálico, e que se destinam à 
medula espinal, cerebelo, diencéfalo ou telencéfalo, obrigatoriamente devem passar pelo tronco 
encefálico, fazendo parte, portanto, da constituição do mesmo. 
 
Fazendo parte da substância cinzenta do tronco encefálico encontram-se: 
 13 
a) Diversos núcleos nervosos. Entre eles, destacam-se os núcleos dos nervos cranianos e da 
formação reticular. 
Os núcleos dos nervos cranianos são de dois tipos: 
a.a) núcleos motores cujos neurônios enviam impulsos de motricidade para os músculos 
esqueléticos e glândulas da cabeça, miocárdio, glândulas e musculatura lisa das vísceras presentes na 
cabeça, pescoço, tórax e parte do abdome; 
a.b) núcleos sensitivos que recebem a sensibilidade das estruturas da cabeça, das vísceras 
torácicas e parte das vísceras abdominais. 
Os nervos cranianos conectados ao tronco encefálico e ao cérebro são, de modo geral, 
responsáveis pela condução de impulsos nervosos relacionados à sensibilidade geral, sensibilidade 
especial e motricidade das estruturas presentes na cabeça e no pescoço, bem como das vísceras 
torácicas e maioria das vísceras abdominais. 
 
No tronco encefálico, o espaço que não é ocupado pelos núcleos nervosos acima mencionados, 
pelos tratos que por aí transitam, terminam ou se originam, será preenchido pela formação reticular 
ou substância reticular. 
 
2- FORMAÇÃO RETICULAR 
Representa um agregado ora mais, ora menos difuso de neurônios de tamanho e tipos 
diferentes, entremeados por uma rede de fibras nervosas dispostas em várias direções. Os corpos 
destes neurônios formam os núcleos da formação reticular. 
A formação reticular possui conexões recíprocas com o cérebro, cerebelo, tronco encefálico e 
medula espinal. Seus neurônios e respectivas ramificações (dendritos e axônios) participam, através 
das conexões, da ativação do córtex cerebral, da regulação do sono, da regulação da atividade dos 
neurônios motores, da integração de reflexos como os do vômito, reflexos respiratório e vasomotor. 
 2.a) participação da formação reticular na ativação do córtex cerebral: quando se estimula 
a formação reticular, o indivíduo acorda e, ao contrário, quando se destrói a formação reticular, o 
indivíduo dorme. Estes fatos levam a crer que existe um sistema de fibras nervosas ascendentes 
que, iniciando-se na formação reticular, se projeta para todo o córtex cerebral, via núcleos talâmicos, 
ativando o córtex. Este sistema de fibras denomina-se sistema ativador reticular ascendente - 
SARA. 
Quando os estímulos sensoriais que chegam à formação reticular diminuem, ocorre, 
conseqüentemente, diminuição da ativação do córtex cerebral. Em contrapartida, o próprio córtex 
cerebral é capaz de ativar a formação reticular mantendo, assim, a sua própria ativação. 
 2.b) regulação do sono: entre outros, o sono depende de certos núcleos da formação reticular 
que, quando estimulados, não produzem ativação do córtex cerebral, mas sim, diminuem a ativação 
do córtex, favorecendo o sono. 
 2.c) regulação da atividade dos neurônios motores (motoneurônios): certas áreas da 
formação reticular facilitam a atividade de neurônios motores e outras inibem esta atividade. 
Existem, portanto, um sistema reticular facilitador descendente e um sistema reticular inibidor 
descendente. A estimulação dos centros ligados a estes sistemas aumenta ou diminui as respostas 
reflexas ou as respostas obtidas por estimulação do córtex cerebral, influenciando, inclusive a 
manutenção do tônus muscular. 
2.d) integração de reflexos: sabe-se que a estimulação de alguns núcleos da formação 
reticular pode desencadear o vômito, alterar o ritmo respiratório ou alterar a pressão arterial. Estes 
centros são denominados centro do vômito, centro respiratório e centro vasomotor, localizados 
no bulbo. O centro vasomotor regula o ritmo e a força dos batimentos cardíacos e o diâmetro dos 
vasos sangüíneos. O centro respiratório regula o ritmo (freqüência) básico da respiração. Outros 
núcleos do bulbo coordenam a deglutição, o vômito, a tosse, o espirro e o soluço. 
 
 
 
 14 
CEREBELO 
 
O cerebelo faz parte do encéfalo e localiza-se na caixa craniana repousando sobre a fossa 
cerebelar do osso occipital. Está localizado posteriormente ao tronco encefálico e inferiormente ao 
telencéfalo. 
1. Pedúnculos cerebelares: são 3 pares de feixes de fibras nervosas que prendem o cerebelo às 
demais estruturas do SNC. 
1.a) pedúnculo cerebelar inferior: liga o cerebelo ao bulbo e à medula espinal. 
1.b) pedúnculo cerebelar médio: conecta o cerebelo à ponte. 
1.c) pedúnculo cerebelar superior: conecta o cerebelo ao mesencéfalo. 
OBS.: todas as fibras nervosas provenientes das diversas regiões do SNC e que destinam-se ao 
cerebelo fazem parte, obrigatoriamente, de um dos pedúnculos cerebelares; o mesmo ocorre com as 
fibras originadas no cerebelo e que se destinam as outras regiões do SNC. Os pedúnculos cerebelares 
representam, portanto, as estruturas de conexão do cerebelo. 
 
2. Funções: o cerebelo participa do controle do equilíbrio, manutenção e controle do tônus muscular, 
da postura e da coordenação dos movimentos voluntários (coordenação motora).3 – Regiões do cerebelo: o cerebelo é constituído pelos hemisférios cerebelares e verme. 
3.a) hemisférios cerebelares (direito e esquerdo): são duas massas de tecido nervoso unidas 
através de uma pequena região central (mediana). 
3.b) verme: região central do cerebelo que une os hemisférios cerebelares. Os hemisférios 
cerebelares e o verme estão subdivididos em regiões menores denominadas lobos e lóbulos. 
 
4. Superfície cerebelar: é percorrida no sentido transversal por uma série de sulcos e fissuras que 
subdividem o cerebelo nas regiões denominadas de folhas, lóbulos e lobos. 
 
5.Estrutura do cerebelo 
5.a) substância cinzenta: localiza-se perifericamente e recebe o nome de córtex cerebelar. 
5.b) substância branca: tem localização central, e é denominada corpo medular do cerebelo. 
 
6. Divisão filogenética do cerebelo: divide o cerebelo de acordo com a análise do desenvolvimento 
cerebelar ao longo da escala zoológica. Assim temos: 
6.a) arquicerebelo ou cerebelo vestibular: região relacionada com a manutenção do equilíbrio 
pois recebe informações da orelha interna sobre a posição e movimentos da cabeça no espaço. O 
arquicerebelo tem conexões com a área vestibular do tronco encefálico e por isso é chamado também 
de cerebelo vestibular. 
6.b) Paleocerebelo ou cerebelo espinal: região relacionada com o controle para os 
movimentos grosseiros, controle de tônus muscular e da postura. O paleocerebelo tem conexões 
principalmente com a medula espinal e, por isto, pode também ser chamado de cerebelo espinal. 
6.c) Neocerebelo ou cerebelo cortical: região para o controle e execução de movimentos 
delicados, assimétricos e precisos, requerendo coordenação motora elevada. Tem conexões, 
principalmente, com o córtex cerebral podendo ser chamado também de cerebelo cortical. 
 
 
 
DIENCÉFALO 
O diencéfalo e o telencéfalo fazem parte do encéfalo e constituem o cérebro. Estes dois 
elementos, embora intimamente unidos, possuem características próprias e por isso são estudados 
separadamente. 
O diencéfalo está localizado na caixa craniana, superiormente ao tronco encefálico, circundado 
pelo telencéfalo. 
 
 15 
1. Constituição: é constituído pelo tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. 
 
2- TÁLAMO 
São duas massas ovóides volumosas constituídas principalmente por substância cinzenta e 
dispostas, uma de cada lado, na porção látero-posterior do diencéfalo, onde se observam suas 
extremidades, faces e saliências. Entre suas saliências destacam-se os corpos geniculados mediais 
que estão conectados ao mesencéfalo e fazem parte da via auditiva. Os corpos geniculados laterais 
também estão conectados ao mesencéfalo e fazem parte da via óptica. Os corpos geniculados são 
também conhecidos como metatálamo. 
 
2.1. Estrutura do tálamo 
O tálamo é constituído fundamentalmente por substância cinzenta na qual distinguem-se vários 
núcleos nervosos reunidos em 5 grupos a saber: 
2.1.a) grupo anterior: relaciona-se com o controle do comportamento emocional, fazendo 
parte do sistema límbico. 
2.1.b) grupo posterior: relaciona-se com as vias óptica e auditiva, ou seja, os impulsos visuais 
e os auditivos são primeiro transmitidos aos núcleos do grupo posterior do tálamo (corpo geniculado 
lateral e medial) para depois estes núcleos retransmitirem esses impulsos aos hemisférios cerebrais. 
2.1.c) grupo lateral: divididos em subgrupos, compreendem núcleos relacionados com o 
sistema extrapiramidal (motricidade), tato, propriocepção consciente, temperatura, dor e pressão. 
Relacionam-se ainda com a sensibilidade geral da cabeça e com a gustação. Ou seja, no que diz 
respeito aos impulsos de sensibilidade, esses núcleos talâmicos recebem esses impulsos para depois 
reconduzi-los e transmiti-los aos hemisférios cerebrais. 
2.1.d) grupo mediano: tem conexões, principalmente, com o hipotálamo, relacionando-se com 
controle das funções viscerais. 
2.1.e) grupo medial: relaciona-se, juntamente com a formação reticular, com a ativação do 
córtex cerebral. Tem também importante papel em certos fenômenos emocionais. 
OBSERVAÇÃO: todos os impulsos nervosos sensitivos gerais e especiais, conduzidos 
pelas diferentes vias (tratos), passam pelo tálamo antes de alcançarem o córtex cerebral. Exceções a 
esta regra são os impulsos nervosos olfatórios que não passam pelo tálamo. 
 
3 - HIPOTÁLAMO 
Compreende a região do diencéfalo situada inferiormente ao tálamo e anteriormente ao 
subtálamo. Fazem parte do hipotálamo as seguintes estruturas: 
3.a. corpos mamilares: são duas saliências arredondadas constituídas por substância cinzenta. 
3.b. quiasma óptico:. Representa o cruzamento parcial das fibras do nervo óptico que, após o 
quiasma, formam os tratos ópticos que se dirigem aos corpos geniculados laterais do tálamo. 
3.c. tuber cinério: elevação localizada posteriormente ao quiasma óptico. Situa-se entre o 
quiasma e os corpos mamilares. 
3.d. infundíbulo: estrutura em forma de funil que se fixa à glândula hipófise e ao tuber cinério 
3.e. hipófise: a parte posterior da glândula hipófise é denominada neurohipófise e a parte 
anterior é a adenohipófise. Em função das conexões hipotálamo-hipófise esta glândula, 
freqüentemente, é incluída entre as estruturas do hipotálamo. 
 
3.1 – Estrutura e funções do hipotálamo 
O hipotálamo é constituído principalmente por substância cinzenta agrupada em núcleos e 
também por vários sistemas de fibras nervosas. Possui conexões amplas e complexas com diversas 
regiões do SNC. 
Por meio de seus núcleos e fibras nervosas, as funções do hipotálamo são numerosas e 
importantes. A maioria delas está relacionada com a regulação das atividades viscerais no sentido da 
manutenção da constância do meio interno: 
 16 
3.1.a) controle do sistema nervoso autônomo, controla, portanto, as atividades simpáticas e 
parassimpáticas; 
3.1.b) regulação da temperatura - existem no hipotálamo neurônios que formam centros de 
controle térmico, um centro para a perda de calor e outro de ganho. Controla, portanto, a temperatura 
normal do corpo; 
3.1.c) regulação do sono e vigília: é uma das áreas do cérebro que mantém a consciência e os 
padrões de sono 
3.1.d) regulação da fome - existem centros ou núcleos para controle da fome e da saciedade 
da fome; 
3.1.e) regulação da sede- existem centros ou núcleos para controle da sede e da saciedade da 
sede; 
3.1.f) participação no controle do metabolismo de gorduras e hidratos de carbono; 
3.1.g) regulação da diurese - regulando a quantidade de água do organismo; 
3.1.h) regulação da adenohipófise - regula a liberação dos hormônios da adenohipófise, 
produzindo fatores liberadores ou inibidores destes hormônios; 
3.1.j) controle das emoções - participa, como parte integrante do sistema límbico, do controle 
comportamental e emocional. Funciona, principalmente, como agente de expressão das 
manifestações viscerais e somáticas que caracterizam a raiva e agressão, além de dor e prazer. 
Controla e coordena as manifestações periféricas da emoção; 
3.1.k). secreção dos hormônios que são armazenados e liberados pela neurohipófise. 
 
3.2 – Relações hipotálamo-hipofisárias 
A glândula hipófise é dividida em adenohipófise (parte anterior ou hipófise anterior) e 
neurohipófise (parte posterior ou hipófise posterior). 
3.2.a) relações do hipotálamo com a neurohipófise: o hipotálamo secreta os hormônios 
antidiurético (ADH) e oxitocina. Estes hormônios são secretados por neurônios hipotalâmicos e 
conduzidos, posteriormente, a neurohipófise onde são armazenados e liberados para o organismo. 
3.2.b) relações do hipotálamo com a adenohipófise: o hipotálamo produz substâncias 
denominadas fatores liberadores dos hormônioshipofisários que são conduzidos para a 
adenohipófise controlando aí a liberação dos hormônios. Estas substâncias são: fatores liberadores 
dos hormônios gonadotróficos (luteinizante e folículo estimulante), tireotróficos, 
adrenocorticotróficos e somatotrófico (do crescimento). Há também fatores inibidores da liberação 
de alguns desses hormônios. 
 
4 -EPITÁLAMO 
Compreende a região localizada no diencéfalo posteriormente ao tálamo e superiormente ao 
subtálamo. Possui formações nervosas endócrinas e não endócrinas. As primeiras representadas pelos 
corpo pineal e órgão subcomissural. As segundas representadas por núcleos nervosos integrantes 
do sistema límbico. 
4.1 – Funções das estruturas não-endócrinas: 
Entram na constituição do sistema límbico, estando, pois, relacionadas com o controle do 
comportamento emocional. Os componentes não-endócrinos são: trígono das habênulas, comissura 
das habênulas e comissura posterior. 
 
4.2 – Funções do corpo pineal (glândula pineal ou epífise) 
O corpo pineal possui estrutura complexa. Está localizado superiormente à face posterior (teto) 
do mesencéfalo. Secreta a melatomina (hormônio do corpo pineal) a partir da serotonina. 
 
 HIOMT * 
  
SEROTONINA ----------------- MELATONINA 
* enzima hidroxi-indol-o-metil-transferase 
 17 
A melatonina tem ação inibidora sobre as gônadas (ovários e testículos). A luz atua no corpo 
pineal controlando a secreção do hormônio melatonina. Este hormônio, por sua vez, é sinalizador dos 
relógios biológicos. 
LUZ - diminui as concentrações de serotonina, HIOMT e, conseqüentemente, de melatonina. 
ESCURO - aumenta as concentrações de serotonina, HIOMT e melatonina. 
No ser humano adulto, a ação da luz e do escuro sobre o corpo pineal se faz por meio do 
sistema nervoso autônomo simpático. Conseqüentemente, as concentrações de serotonina, HIOMT e 
melatonina variam, ritmicamente, no período de 24 horas (ritmo circadiano). 
 
 
5 - SUBTALAMO 
Pequena área situada na parte posterior do diencéfalo, inferiormente ao tálamo e epitálamo, 
posteriormente ao hipotálamo, na transição do mesencéfalo com o diencéfalo. Sua principal estrutura 
é o núcleo subtalâmico. 
O núcleo subtalâmico relaciona-se com o controle de funções motoras, pertencendo ao sistema 
extra-piramidal. Lesões do subtálamo provocam o hemibalismo, síndrome caracterizada por 
surgimento de movimentos involuntários anormais das extremidades. Em alguns casos, estes 
movimentos são violentos e não desaparecem durante o sono. 
 
 
 
TELENCÉFALO (generalidades) 
O telencéfalo compreende duas grandes massas de tecido nervoso denominadas hemisférios 
cerebrais direito e esquerdo, e uma região central circundada pelos hemisférios cerebrais e 
denominada formações inter-hemisféricas. 
Os hemisférios cerebrais estão parcialmente separados entre si pela presença de uma fissura 
mediana profunda, ântero-posterior, denominada fissura longitudinal do cérebro. As formações 
inter-hemisféricas unem os hemisférios. 
 
1. Formações inter-hemisféricas do telencéfalo 
Estas estruturas são visíveis na face medial do telencéfalo, principalmente em corte sagital 
mediano. São elas: corpo caloso, fórnice, septo pelúcido, lâmina terminal e comissura anterior. 
O corpo caloso é um grande e amplo feixe de fibras nervosas que une os 2 hemisférios cerebrais. 
Une áreas simétricas do córtex cerebral de cada hemisfério. 
 
2. Hemisférios cerebrais 
A superfície dos hemisférios cerebrais é toda cheia de sulcos. A região localizada entre dois 
sulcos é um giro. Alguns sulcos são utilizados como ponto de referência para subdivisão de cada 
hemisfério cerebral em regiões denominadas lobos. Cada lobo possui inúmeros sulcos e giros. Cada 
hemisfério cerebral apresenta os seguintes lobos: frontal, parietal, occipital, temporal e ínsula. 
 
HEMISFÉRIOS CEREBRAIS 
É possível identificar, em cada hemisfério cerebral, margens, faces, incisuras, extremidades, 
sulcos e giros. 
1. Extremidades do hemisfério cerebral 
a. pólo frontal: extremidade anterior de cada hemisfério; relaciona-se com o osso frontal. 
b. pólo occipital: extremidade posterior de cada hemisfério; relaciona-se com o osso occipital. 
c. pólo temporal: extremidade ínfero-lateral; relaciona-se com o osso temporal. 
 
 18 
2. Margens dos hemisférios cerebrais: existem três margens em cada hemisfério, a margem 
superior, a margem ínfero-medial e a margem ínfero-lateral. 
 
3. Faces dos hemisférios cerebrais 
a. súpero-lateral: face convexa, localizada entre as margens superior e ínfero-lateral. 
Relaciona-se com os ossos do crânio; 
b. medial: face plana localizada entre as margens ínfero-medial e superior; 
c. inferior: face irregular localizada entre as margens ínfero-medial e ínfero-lateral. Repousa 
sobre as fossas cranianas anterior e média. 
 
4. Divisão dos hemisférios cerebrais 
Para conhecermos a divisão dos hemisférios cerebrais em lobos é necessário identificar, 
inicialmente, os seguintes sulcos: 
a. sulco central: sulco profundo e oblíquo, que começa na região superior da face medial de 
cada hemisfério e termina na face súpero-lateral, próximo ao ramo posterior do sulco lateral. 
b. sulco lateral: sulco profundo que se inicia na face inferior do hemisfério e dirige-se para a 
face súpero-lateral onde termina. 
Uma vez identificadas estas estruturas, dividem-se os hemisférios em 5 lobos. 
4.1. lobo frontal: região anterior do hemisfério relacionada com o osso frontal. Situa-se 
anteriormente ao sulco central e superiormente ao ramo posterior do sulco lateral. Nele se processam 
funções intelectuais como o raciocínio e pensamento abstrato, controle do comportamento agressivo 
e sexual, olfato, fala, linguagem e iniciação dos movimentos, atenção, iniciativa. 
 
4.2. lobo temporal: região do hemisfério relacionada com o osso temporal. Situa-se 
inferiormente ao ramo posterior do sulco lateral, inferiormente ao lobo parietal e anteriormente ao 
lobo occipital.. Está relacionado com o olfato, audição, linguagem, comportamento emocional 
incluindo raiva, hostilidade e comportamento sexual. 
 
4.3. lobo occipital: região posterior do hemisfério relacionada com o osso occipital. Está 
envolvido com a percepção e discriminação da estrutura visível. 
 
4.4. lobo parietal: região látero-superior do hemisfério relacionada com o osso parietal. Situa-
se posteriormente ao sulco central, superiormente ao sulco lateral e lobo temporal e anteriormente ao 
lobo occipital. Participa do reconhecimento de impulsos sensitivos específicos, habilidade de usar 
símbolos como um meio de comunicação (linguagem), capacidade de discriminar as sensações 
provenientes do corpo, paladar, habilidade de desenvolver idéias e as repostas motoras necessárias 
para levá-las a termo; localização espacial do indivíduo e de cada segmento de seu corpo. 
 
4.5. lobo do ínsula: este lobo não é visível na superfície do hemisfério cerebral. Trata-se de um 
lobo localizado profundamente ao ramo posterior do sulco lateral. Para visualizá-lo é necessário 
retirar parte dos lobos frontal e temporal. O lobo a ínsula é o único que não tem relação com os ossos 
do crânio. 
 
5. Estrutura dos hemisférios cerebrais 
Nos hemisférios cerebrais a substância branca tem posição central e denomina-se centro 
branco medular do cérebro. A substância cinzenta ocupa uma posição periférica e denomina-se 
córtex cerebral. A seguir, comentaremos algumas particularidades das mesmas. 
 
 
 19 
CENTRO BRANCO MEDULAR 
Compreende a substância branca do telencéfalo e um grupo de núcleos nervosos nela 
localizados. As fibras nervosas que constituema substância branca do telencéfalo, de acordo com 
suas funções, são classificadas em dois tipos: fibras de projeção e fibras de associação. 
As fibras nervosas de projeção ligam o córtex cerebral a centros nervosos subcorticais 
(diencéfalo, cerebelo, medula espinhal, etc.). São elas: fórnice e cápsula interna. 
Os impulsos nervosos que se destinam aos hemisférios cerebrais chegam até eles conduzidos 
pelas fibras de projeção. O mesmo acontece com os impulsos nervosos que se originam no córtex 
cerebral e que devem alcançar outros segmentos do sistema nervoso. 
As fibras nervosas de associação ligam áreas corticais situadas em pontos diferentes do 
cérebro. Os impulsos nervosos que devem ser transmitidos de um giro para outro ou de um lobo para 
outro são conduzidos pelas fibras de associação. Entre as fibras de associação o feixe mais volumoso 
é o próprio corpo caloso. 
 
1 – Núcleos da base: 
Compreende um grupo de núcleos nervosos localizados no centro branco medular. São eles: 
claustro, corpo amigdalóide, núcleo caudado, putame e globo pálido. O conjunto de putame, 
globo pálido e núcleo caudado denomina-se corpo estriado. Atualmente são incluídos também entre 
os núcleos da base o núcleo basal e o núcleo acumbens. 
a. claustro: núcleo nervoso de função desconhecida. 
b. corpo amigdalóide (amígdala): núcleo nervoso que faz parte do sistema límbico. Portanto, 
tem funções relacionadas com o controle das emoções e do comportamento sexual. 
c. corpo estriado: estes núcleos possuem conexões com o córtex cerebral, tálamo, substância 
negra, formação reticular, sistema límbico, etc. O corpo estriado é importante centro do sistema 
extra-piramidal. Relaciona-se, pois, com a motricidade somática, especialmente com o controle dos 
movimentos automáticos, regulação do tônus muscular e sistema límbico. Também participa do 
sistema límbico no controle do comportamento e emoções. 
Lesões do corpo estriado provocam alterações do tônus muscular (hiper ou hipotonia), 
discinesias (tremores ou movimentos involuntários anormais, às vezes, violentos) e distúrbios dos 
movimentos reflexos (hiperreflexia, hiporreflexia, arreflexia). As síndromes extra-piramidais mais 
conhecidas são a coréia, atetose e a de Parkinson. 
Atualmente mais dois núcleos estão sendo considerados como integrantes dos núcleos da base, 
são eles: 
d. núcleo basal de Meynert formado por corpos celulares de neurônios colinérgicos situados 
no espaço entre o globo pálido e a superfície ventral do hemisfério cerebral (substância inominada). 
Parece estar relacionado com o sistema límbico e com a memória. 
 
e. núcleo acumbens localizado na união entre o putame e a cabeça do núcleo caudado. Está 
relacionado ao sistema límbico. 
 
Divisão filogenética do corpo estriado 
a) Neoestriado ou striatum: é a parte mais recente e constituída pelo putame e núcleo 
caudado; 
b) Paleoestriado ou pallidum: é a parte mais antiga constituída pelo globo pálido. 
 
Também o corpo estriado pode ser dividido em: 
 20 
a) Corpo estriado ventral: que compreende a região anterior ou ventral do corpo 
estriado. Estas estruturas estão relacionadas ao sistema límbico, portanto, ao controle das atividades 
comportamentais e emocionais. O núcleo acumbens faz parte do corpo estriado ventral. 
b) Corpo estriado dorsal: que compreende a região posterior ou dorsal do corpo 
estriado. Essas estruturas estão relacionadas fundamentalmente com o controle da motricidade 
somática. 
 
CÓRTEX CEREBRAL 
Compreende a substância cinzenta dos hemisférios cerebrais. Tem localização periférica. 
Representa uma das partes mais importantes do SN. Nesta região chegam impulsos nervosos 
provenientes de todas as vias de sensibilidade geral e especial que aí se tornam conscientes e são 
interpretados. Do córtex cerebral saem impulsos nervosos que iniciam e comandam os movimentos 
voluntários (motricidade voluntária) e involuntários (motricidade automática). Assim como os 
fenômenos psíquicos (pensamento, raciocínio, memória, capacidade de conceituação, predição, 
linguagem, aprendizado, cálculo, abstração, etc) estão relacionados com o córtex cerebral. 
1. Classificação filogenética do córtex cerebral 
a. arquicórtex: corresponde ao córtex do hipocampo. 
b. paleocórtex: corresponde ao córtex do uncus e parte do giro parahipocampal. 
c. neocórtex: é o córtex recente presente em todo o restante dos hemisférios. 
OBS.: o arquicórtex e o paleocórtex são áreas antigas relacionadas à olfação e ao 
comportamento emocional. 
 
2. Classificação funcional do córtex cerebral 
Do ponto de vista funcional as áreas corticais não são homogêneas, pois apresentam funções 
específicas. O córtex dos hemisférios cerebrais, de acordo com a complexidade de suas funções, é 
subdividido em regiões ou áreas corticais primárias (áreas de projeção), secundárias e terciárias 
(áreas de associação). 
De modo geral, nas áreas primárias os impulsos nervosos se tornam conscientes e ocorre a 
análise dos aspectos simples das sensações e os impulsos prontos de motricidade são conduzidos e 
transmitidos aos neurônios motores inferiores (motoneurônio inferior). Nas áreas secundárias se 
processa a interpretação do impulso que se tornou consciente nas áreas primárias. Nas terciárias 
ocorrem processos complexos de interpretação, programação e planejamento. 
As principais áreas corticais primárias são: áreas sensoriais primárias (área somestésica 
para a sensibilidade geral ou área sensorial somática, áreas visual, auditiva, olfatória, gustativa e de 
equilíbrio) e área primária motora ou piramidal que envia impulsos de motricidade voluntária para 
centros nervosos subcorticais, para que estes encaminhem os impulsos aos nervos e, 
conseqüentemente, ao órgão efetor (músculo ou glândula). 
As principais áreas corticais secundárias são: áreas sensoriais secundárias ou de 
associação sensorial (psico-somestésica, psico-visual, psico-auditiva) localizadas no córtex cerebral 
adjacente as áreas primárias; áreas motoras secundárias ou extra-piramidais (área motora 
suplementar, área pré-motora e área de Broca) que participam da elaboração da motricidade 
automática e voluntária. 
As principais áreas corticais terciárias são: área pré-frontal; área temporoparietal ou 
temporoparietoccipital; áreas límbicas. Permitem a interpretação dos significados complicados das 
diferentes experiências sensoriais. 
As áreas corticais estão conectadas entre si por fibras nervosas (fibras nervosas de associação), 
de maneira que um impulso nervoso recebido na área primária, por exemplo, é retransmitido para as 
áreas secundárias e terciárias. 
 
3. Sistema límbico ou sistema motivacional 
 21 
Por sistema límbico entende-se o conjunto de estruturas do sistema nervoso que atuam no controle do 
comportamento e das emoções. 
Entre as estruturas nervosas que formam o sistema límbico encontram-se: núcleos do 
hipotálamo, do tálamo e do epitálamo; núcleos da base, neurônios do giro do cíngulo, giro 
parahipocampal, hipocampo, área septal, de áreas dos lobos frontal e temporal e da formação 
reticular. O corpo amigdalóide ou amígdala (um dos núcleos da base), o hipocampo, a área septal e 
as conexões dessas estruturas com os núcleos hipotalâmicos têm sido muito estudados. 
 Juntamente com as conexões existentes entre as estruturas do sistema límbico e o tronco 
encefálico, em especial a formação reticular, o sistema límbico atua no controle do comportamento e 
das emoções. 
Essas estruturas são importantes também para os processos de aprendizagem e memória. 
Recebe impulsos nervosos das áreas corticais secundárias e terciárias controlando a expressão das 
emoções e o aspecto afetivo das mesmas, e permitindo a associaçãode funções cerebrais conscientes 
e as funções comportamentais subconscientes. Recebem impulsos também do mesencéfalo que 
permitem o controle do sono e da vigília, do grau de excitação, atenção, raiva e docilidade. Envia 
impulsos para as áreas corticais e para outros centros nervosos subcorticais influenciando o controle 
neuroendócrino, motricidade expressada pelo sistema nervoso autônomo e somático. Atua nos 
processos essenciais à sobrevivência da espécie como a fome, sede e sexo. É importante para a 
retenção e consolidação de informações novas, armazenamento temporário e transferência para as 
áreas corticais de associação para armazenamento permanente dessas informações. Contém 
neurônios que formam as áreas de recompensa e os centros de punição do cérebro. 
Entre os neurotransmissores presentes no sistema límbico estão peptídeos, opiácios e 
monoaminas, principalmente a serotonina e a dopamina. Portanto, muitos medicamentos utilizados 
no tratamento de distúrbios comportamentais e da afetividade atuam modificando a concentração de 
monoaminas cerebrais. 
 
COMPONENTES DO SISTEMA LÍMBICO: 
Lobo límbico (giro do cíngulo, istmo do giro do cíngulo, giro parahipocampal, uncus) 
Hipocampo (região interna do lobo temporal situada profundamente ao sulco do hipocampo) 
Componentes não endócrinos do epitálamo (núcleos habenulares e comissuras) 
Núcleos anteriores e mediais do tálamo 
Núcleos da base (parte anterior do corpo estriado, núcleo acumbens, corpo amigdalóide e núcleo 
basal de Meynert) 
Área septal do hemisfério cerebral (núcleos septais) 
Núcleos do hipotálamo, inclusive os núcleos dos corpos mamilares 
Áreas corticais de associação límbica (área de associação límbica) 
Alguns núcleos da formação reticular do tronco encefálico 
E feixes de fibras que interligam essas estruturas entre si e aos demais centros do sistema nervoso 
central 
 
________________________________________ 
 
PRINCIPAIS SULCOS E GIROS DOS LOBOS DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS 
Para facilitarmos o assunto descreveremos os sulcos e giros de cada lobo, face por face. 
 
I - SULCOS E GIROS DO LOBO FRONTAL - FACE SÚPERO-LATERAL 
1. sulco pré-central: sulco oblíquo e nem sempre contínuo, localizado anteriormente e 
paralelamente ao sulco central. 
2. sulco frontal superior: sulco horizontal, irregular, perpendicular ao sulco pré-central. Localiza-se 
superiormente ao lobo frontal. 
3. sulco frontal inferior: sulco horizontal, irregular, paralelo e inferior ao sulco frontal superior. 
4. giro pré-central: região do lobo frontal localizada entre os sulcos central e pré-central. 
 22 
5. giro frontal superior: região localizada anteriormente ao giro pré-central e superiormente ao 
sulco frontal superior. É visível também na face medial do hemisfério. 
6. giro frontal médio: região localizada anteriormente ao giro pré-central entre os sulcos frontal 
superior e frontal inferior. 
7. giro frontal inferior: região localizada entre o sulco frontal e o ramo posterior do sulco lateral. 
Este giro é subdividido em 3 pequenas regiões pela presença dos ramos anterior e ascendente do 
sulco lateral. São elas: 
a. parte orbital: região do giro frontal inferior localizada anteriormente ao ramo anterior do 
sulco lateral. 
b. parte triangular: região do giro frontal inferior localizada entre os ramos anterior e 
ascendente do sulco lateral. 
c. parte opercular: região do giro frontal inferior localizada entre a parte inferior do sulco pré-
central e o ramo ascendente do sulco lateral. 
 
II - SULCOS E GIROS DO LOBO TEMPORAL - FACE SÚPERO-LATERAL 
1. sulco temporal superior: sulco irregular paralelo e inferior ao ramo posterior do sulco lateral. 
2. sulco temporal inferior: sulco irregular paralelo e inferior ao sulco temporal superior. 
3. giro temporal superior: região localizada entre o ramo posterior do sulco lateral e o sulco 
temporal superior. 
4. giro temporal médio: região localizada entre os sulcos temporal superior e temporal 
inferior. 
5. giro temporal inferior: região localizada inferiormente ao sulco temporal inferior. É visível 
também na face inferior do hemisfério. 
6. giros temporais transversos: pequenos giros transversais localizados no soalho do ramo 
posterior do sulco lateral. Entre estes, o mais importante é o giro temporal transverso anterior. 
 
III - SULCOS E GIROS DO LOBO PARIETAL - FACE SÚPERO-LATERAL 
1. sulco pós-central: sulco oblíquo, irregular, paralelo e posterior ao sulco central. 
2. sulco intraparietal: sulco horizontal, irregular e perpendicular ao sulco pós-central. 
3. giro pós-central: região localizada entre os sulcos central e pós-central. 
4. lóbulo parietal superior: região do lobo parietal localizada superiormente ao sulco intraparietal e 
anteriormente à linha imaginária que une as incisuras parieto-occipital e pré-occipital. Esta região 
possui pequenos sulcos e giros. 
5. lóbulo parietal inferior: região do lobo parietal localizada inferiormente ao sulco intraparietal e 
anteriormente à linha imaginária que une as incisuras parieto-occipital e pré-occipital e 
posteriormente ao sulco pós-central. Possui dois giros importantes: 
a. giro supramarginal: região do lóbulo parietal inferior que contorna o término do ramo 
posterior do sulco lateral como um "dedo de luva". 
b. giro angular: região do lóbulo parietal inferior que contorna a parte terminal e ascendente 
do sulco temporal superior. 
 
IV - SULCOS E GIROS DO LOBO OCCIPITAL - FACE SÚPERO-LATERAL 
Na face súpero-lateral, o lobo occipital possui sulcos e giros irregulares e inconstantes que não 
estudaremos neste capítulo. 
 
V - SULCOS E GIROS DOS LOBOS FRONTAL E PARIETAL - FACE MEDIAL 
Nesta face observamos sulcos e giros comuns aos lobos frontal e parietal. Não visualizamos o 
lobo temporal nesta face. 
 23 
1. sulco do corpo caloso: sulco que contorna o corpo caloso. É contínuo com o sulco do hipocampo 
pertencente à face inferior do hemisfério. 
2. sulco do cíngulo: sulco superior e paralelo ao sulco do corpo caloso. Este sulco termina 
posteriormente na face medial emitindo dois ramos: 
a. ramo marginal: ramo terminal do sulco do cíngulo que se curva em direção à margem 
superior do hemisfério. 
b. ramo subparietal: ramo do sulco do cíngulo que dirige-se inferiormente em direção 
ao lobo occipital. 
Além do dois ramos, o sulco do cíngulo pode emitir um outro ramo denominado de sulco 
paracentral. Este ramo é pequeno e perpendicular ao sulco do cíngulo. 
3. giro do cíngulo: região localizada entre os sulcos do corpo caloso e do cíngulo. Posteriormente, 
próximo ao esplênio do corpo caloso, este giro estreita-se constituindo o istmo do giro do cíngulo. 
4. pré-cúneo: região do lobo parietal localizada entre o ramo marginal do sulco do cíngulo, sulco 
parieto-occipital e ramo subparietal do sulco do cíngulo. 
5. lóbulo paracentral: região compreendida entre o sulco paracentral e o ramo marginal do sulco do 
cíngulo. 
6. giro frontal superior (giro frontal medial): localizado superiormente ao sulco do cíngulo e 
anteriormente ao sulco paracentral. 
7. área septal: pequena região localizada anteriormente à lâmina terminal. 
 
VI - SULCOS E GIROS DO LOBO OCCIPITAL - FACE MEDIAL 
1. sulco calcarino: sulco oblíquo que tem início nas imediações do esplênio do corpo caloso e se 
projeta posteriormente em direção ao polo occipital. 
2. sulco parietooccipital: sulco oblíquo que forma com o sulco calcarino uma letra "Y". 
3. cúneo: região do lobo occipital localizada entre os sulcos calcarinos e parieto-occipital. 
 
VII - SULCOS E GIROS DO LOBO TEMPORAL - FACE INFERIOR 
1. sulco occipitotemporal: é o sulco mais lateral desta face, sendo paralelo à margem ínfero-lateral. 
2. sulco do hipocampo:

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