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Caso concreto 1 ao 7 DP1

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Caso concreto 1
 Luana, Vanessa e Isabela, jovens de 22 e 23 anos, após terem sido demitidas da empresa de propaganda na qual trabalhavam resolveram alugar um imóvel e dividir as despesas do mesmo. Passados alguns meses sem que conseguissem novo emprego, decidiram trabalhar por um tempo como garotas de programa para seu sustento. A fim de evitar chamar a atenção de amigos e familiares resolveram utilizar a sua própria residência como local dos encontros. Para tanto, acordaram que Luana ficaria responsável pela administração do local, recebendo parte do dinheiro obtido por suas colegas com o serviço sexual, utilizando-o no pagamento do aluguel, anúncios, empregada e outras despesas necessárias à mantença do local. No mais, as próprias colegas agendavam e negociavam os programas que realizavam. Passados alguns meses do início das atividades, após diversas notificações às jovens reclamando sobre o excessivo movimento de estranhos no edifício, o síndico, desconfiado das atividades lá realizadas, notifica os fatos à autoridade pública, bem como a ocorrência de pequenos delitos no local. Após detalhada verificação de todos os fatos, inclusive através de interceptações telefônicas deferidas judicialmente, restou demonstrada a habitualidade das condutas de Luana, Vanessa e Isabela. 
Dos fatos, as jovens restaram denunciadas pela prática da conduta descrita no art.229, do Código Penal (Casa de prostituição. Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa). 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre as missões do Direito Penal e suas características, responda de forma objetiva e fundamentada: quais as possíveis teses defensivas a serem apresentadas por Luana, Vanessa e Isabela?
R: A resposta está na própria pergunta, a lei penaliza a manutenção de casa de prostituição por proprietário ou gerente visando exploração sexual.
Bem, as garotas não tem um gerente ou proprietário que se beneficie de suas ações, elas trabalham entre si de forma igualitária e cada uma tem seu próprio lucro  apenas deixando a cargo de uma delas administrar as despesas.
A prostituição, por si só, não é um crime, então as moças não estavam cometendo crime algum.
Questão objetiva. 
O Direito Penal é uma ferramenta de controle social, na medida que visa coibir condutas lesivas. Porém, num Estado Democrático de Direito, ainda que em um olhar Garantista a análise do bem jurídico é de suma importância critério limitador do poder punitivo do Estado. Assim, analisando a função do Direito Penal, marque a opção correta:
c- A pena, exclusiva do Direito Penal, como visa ressocializar, seu uso é sempre salutar, devendo ser utilizada mesmo nos conflitos mais simples
Caso concreto 2
Leia a notícia abaixo e responda às questões formuladas.
Plenário do Supremo julgará caso de furto de chinelo de R$ 16
Homem foi condenado a um ano de prisão, mas ministro suspendeu punição.
Mariana Oliveira
Do G1, em Brasília, 05/08/2014, disponível em: http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/08/plenario-do-supremo-julgara-caso-de-furtode-chinelo-de-r-16.html
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar, em data a ser definida, um processo no qual um homem foi condenado a um ano de prisão e dez dias-multa pelo furto de um par de chinelos avaliado em R$ 16. Como era reincidente, a Justiça de Minas Gerais determinou que a punição deveria ser cumprida em regime semiaberto, pelo qual o preso pode deixar o presídio para trabalhar durante o dia.
Com base nos estudos realizados sobre os princípios norteadores, limitadores e garantidores de Direito Penal, responda de forma objetiva e fundamentada: quais as possíveis teses defensivas a serem apresentadas?
R: Tendo em vista o valor do bem jurídico, pode ser enquadrado no princípio da insignificância ( ou crime de bagatela) ; pois seu valor é mínimo. E, o fato do réu ser reincidente , não deve ri a ser considerado para a caracterização de cri me .
Questão objetiva. 
Acerca dos princípios básicos do direito penal brasileiro, assinale a opção correta.
c) É possível que uma lei penal mais benigna alcance condutas anteriores à sua vigência, seja para possibilitar a aplicação de pena menos severa, seja para contemplar situação em que a conduta tipificada passe a não mais ser crime.
Caso concreto 3
Leia a notícia abaixo e responda às questões formuladas.
Embriaguez ao volante causa morte em União da Vitória
10 de janeiro de 2017 , disponível em:
http://www.vvale.com.br/seguranca/embriaguezao-volante-causa-morte-em-uniao-da-vitoria/
Na madrugada desta terça-feira-, 10, por volta das 2h30 a equipe da Polícia Militar registrou um acidente de trânsito na Rua Wilkys Amazonas Correia, bairro São Braz de União da Vitória, para prestar atendimento a um acidente de trânsito do tipo atropelamento. No local a equipe constatou uma vítima, identificada como José Batista de Oliveira, 40 anos, conhecido “Tatu”. A equipe do Corpo De Bombeiros prestou o atendimento inicial conduzindo a vítima para hospital. Segundo as informações da Policia Militar o condutor do veículo Fiat Palio envolvido no acidente estava no local e relatou que a vítima lançou-se embaixo do seu veículo sem que o mesmo tivesse tempo de reação para desviar e evitar o atropelamento. Entretanto o condutor apresentava alguns sintomas de embriagues e foi submetido ao teste etilométrico o qual acusou a quantia de 0,39 mg/l de álcool, que configura embriaguez. Diante dos fatos o condutor e o veículo foram conduzidos até a 4ª SDP para as providências cabíveis. A vítima acabou vindo a óbito no Hospital.
 A partir da premissa de que o condutor do veículo restou denunciado pelos crimes de embriaguez ao volante e homicídio culposo e que houve o denominado conflito aparente de normas, responda às seguintes questões:
O que se entende por conflito aparente de normas e quais princípios são adotados para solucioná-lo? Responda de forma objetiva e fundamentada.
O conflito aparente de normas s e dá quando há, aparentem ente, s obre o 
R: O conflito aparente de normas penais ocorre quando há duas ou mais normas incriminadoras descrevendo o mesmo fato. Sendo assim, existe o conflito, pois mais de uma norma pretende regular o fato, mas é aparente, porque , apenas uma norma é aplicada à hipótese. Alguns elementos são necessários para se caracterizar a existência de conflitos de normas:
 a) unidade do fato, há somente uma infração penal ; 
b) plural idade de normas, duas ou mais normas, aparentemente, identificam o mesmo fato;
 c) aparente aplicação de todas as normas à espécie, a incidência de todas as normas é apenas aparente ;
 d) efetiva aplicação de apenas uma delas , somente uma norma é aplicável , por isso o conflito é aparente . Princípios que solucionam o conflito aparente de normas: princípio da especialidade , princípio da consunção, princípio da subsidiariedade e princípio da alternatividade . Estas evitam o chamado bis in idem.
Identifique os princípios a serem utilizados para a solução do referido conflito. Responda de forma objetiva e fundamentada indicando a correta capitulação, bem como se serão adotadas as figuras típicas do Código Penal ou do Código de Trânsito Brasileiro (CTB. Lei n.9503/1997).
R: O princípio que será recorrido para resolver o conflito a parente de normas exposto no caso estudado será o da especialidade. Em virtude de o Código de Trânsito Brasileiro (CT B) ser uma lei especial, serão adota das as figuras típicas dessa norma, e não as do Código Penal. 
Questão objetiva.
 Henrique, não aceitando o fim do relacionamento, decide matar Paola, sua ex-namorada. Para tanto, aguardou na rua a saída da vítima do trabalhoe, após, desferiu-lhe diversas facadas na barriga, sendo estas lesões a causa eficiente de sua morte. Foi identificado por câmeras de segurança, porém, e denunciado pela prática de homicídio consumado. Em relação ao crime de lesão corporal, é correto afirmar que Henrique não foi denunciado com base no princípio da:
e) consunção.
Caso concreto 4
 No dia 25 de fevereiro de 2014, na cidade de Ariquemes, Felipe, nascido em 03 de março de 1996, encontra seu inimigo Fernando na rua e desfere diversos disparos de arma de fogo em seu peito com intenção de matá-lo. Populares que presenciaram os fatos, avisaram sobre o ocorrido a familiares de Fernando, que optaram por transferi-lo de helicóptero para Porto Velho, onde foi operado. No dia 05 de março de 2014, porém, Fernando não resistiu aos ferimentos causados pelos disparos e veio a falecer ainda no hospital de Porto Velho. Considerando a situação hipotética narrada e as previsões do Código Penal sobre tempo e lugar do crime, é correto afirmar que, em relação a estes fatos, responda às questões formuladas: (Questão de Concurso Público – MODIFICADA) 
Felipe será responsabilizado pela conduta de acordo com as regras do Código Penal ou do Estatuto da Criança e Adolescente (Lei n.8069/1990)? Responda de forma objetiva e fundamentada.
R: A questão versa sobre o adolescente Felipe de 17 anos que desferiu diversos disparos contra seu inimigo ocasionando em sua morte dias depois a ação do crime. Tal o corri do f oi assistido por populares que avisaram aos familiares da vítima que foi operada, mas morreu dias depois quando o autor do crime já havia completado a maioridade . Sobre tal ocorri do, Felipe será responsabilizado de acordo com as regras do Estatuto da Criança e do Adolescente, pois no dia da ação atípica este era menor de idade . Embora o fato só tenha consumado quando ele já tinha 18 anos, o que conta é a sua idade no dia do tal ocorrido. Felipe não cometeu o crime de homicídio, mas sim um fato análogo ao cri me de homicídio e sofrerá medida socioeducativa.
Identifique e explique as teorias adotas no caso concreto sobre tempo e lugar do crime;
R: O art. 4º do Código Penal diz que "Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado ”, sendo assim se alguém, com equívoco animus necandi, atira contra outrem na d ata de 01 de janeiro de 2010, vindo este a óbito na data de 02 de abril do citado ano.
Ter-se- á praticado o crime de homicídio e m 01 de janeiro de 2010. Sendo assim, o que conta é o dia e m que ocorreu a ação ou omissão - teoria da atividade .
Questão objetiva.
 Em razão do aumento do número de crimes de dano qualificado contra o patrimônio da União (pena: detenção de 6 meses a 3 anos e multa), foi editada uma lei que passou a prever que, entre 20 de agosto de 2015 e 31 de dezembro de 2015, tal delito (Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal) passaria a ter pena de 2 a 5 anos de detenção. João, em 20 de dezembro de 2015, destrói dolosamente um bem de propriedade da União, razão pela qual foi denunciado, em 8 de janeiro de 2016, como incurso nas sanções do Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal. Considerando a hipótese narrada, no momento do julgamento, em março de 2016, deverá ser considerada, em caso de condenação, a pena de:
A) 6 meses a 3 anos de detenção, pois a Constituição prevê o princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica ao réu.
Caso concreto 5.
 Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: No dia 10 de janeiro do corrente ano, por volta das 03h20min, na Avenida Nossa Senhora Aparecida, n. 10, Vila Aparecida, em Alvorada/RS, o denunciado portava arma de fogo de uso permitido, consistente em uma pistola, marca Taurus, calibre .380, numeração suprimida, municiada com 11 (onze) munições de mesmo calibre, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Na ocasião, o acusado dispensou no chão arma de fogo, após perceber a presença de viatura da Brigada Militar, os quais efetuavam patrulhamento de rotina na região. Posteriormente, foi localizada a arma de fogo acima referida sendo apreendida e submetida à perícia preliminar de exame de eficácia, a qual constatou estar a mesma em condições normais de uso e funcionamento.
 Dos fatos, o agente restou denunciado pela conduta prevista no art. 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei nº 10.826/03 - Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito( Estatuto do Desarmamento). 
Com base nos estudos realizados sobre a classificação dos delitos, indaga-se:
a) Qual a distinção entre crimes de dano e perigo? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
R: O crime de dano é aquele que se consuma com a efetiva lesão do bem jurídico (ex : homicídio). Já os crimes de perigo se consumam tão - só com a possibilidade do dano (ex : crime de contágio venéreo).
b) No caso concreto, qual a correta classificação do delito previsto no art.16, da Lei n.10826/2003?
R: O crime de porte ilegal de arma é um crime de perigo abstrato, não exige demonstração de ofensividade real para a sua consumação, sendo irrelevante para a sua configuração encontra- se - a arma minuciada ou não ( HC1035 39/ RS, DJ e 17/05/ 2012) . O fato é típico.
Questão objetiva.
 Segundo a qualificação doutrinária dos crimes, assinale a alternativa incorreta:
 a) Ocorre delito putativo por erro de proibição quando o agente supõe estar infringindo uma norma penal que na realidade não existe. Já no delito putativo por erro de tipo o agente se equivoca quanto a existência das elementares do tipo. Um exemplo do primeiro poderia ser o da mulher que supondo estar grávida (quando não está na verdade) ingere substância abortiva;
Caso concreto 6.
Leia a notícia abaixo e responda às questões formuladas.
'Pena já foi a morte', diz delegado sobre pai que esqueceu filho em carro
Menino de dois anos morreu após passar 5 horas trancado em carro em MT.
Causa da morte foi asfixia por confinamento, segundo laudo do IML.
28/01/2016 18h18 - Atualizado em 28/01/2016 18h24
Disponível em http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2016/01/pena-ja-foi-morte-dizdelegado-sobre-pai-que-esqueceu-filho-em-carro.html
A Polícia Civil acredita que a Justiça deverá aplicar o perdão judicial após o envio do inquérito que apura a morte de uma criança de dois anos que foi esquecida dentro de um carro em Cuiabá. Frederico era filho do delegado Geraldo Gezoni, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e morreu na última terça-feira (26). O caso será investigado pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Dedica). Segundo o delegado Eduardo Botelho, o procedimento de investigação é comum na polícia e, após o fim da apuração do caso, o inquérito será encaminhado ao Poder Judiciário.
 O delegado disse que aguarda apenas o encaminhamento do expediente por parte da DHPP, que atendeu o caso, e o resultado do exame de necropsia da criança para realizar a abertura do inquérito. A partir da situação narrada e dos estudos realizados sobre as teorias da conduta, responda às questões formuladas:
Qual a distinção entre as condutas comissivas e omissivas?
R: Uma conduta comissiva exige que o agente tenha uma atividade concreta, uma ação; ou seja, o agente faz o que uma norma o proíbe de fazer (exemplo: subtrair para si algo móvel). Já as condutas comissivas se subdividem em próprio ou impróprio (ou impuro) . A conduta omissiva própria são as que objetivamente são descritos como uma conduta negativa, de não fazer o que a lei de termina, consistindo a omissão na transgressão da norma jurídica e não sendo necessário qualquerresultado naturalístico. São delitos nos quais existe o chamado dever genérico de proteção. A conduta omissiva imprópria (ou comissivo por omissão) só pode se r praticada pelas pessoas referidas no § 2º do art. 13 do C.P. , uma vez que para elas existe um dever especial de proteção. São elas: I – pessoa que se encontre na posição de garante ou garantidor, ou seja, que tenha a obrigação legal de cuidado, proteção ou vigilância; II – Pessoa que, de outra forma, assuma a responsabilidade de impedir o resultado; III – Pessoa que , com seu comportamento anterior, tenha criado o risco da ocorrência do resultado.
Qual o fundamento para a responsabilização penal do denominado agente garantidor?
O caso v e rsa so bre u m me ni no, fil ho úni co, que dev e ri a te r si do l ev ado para uma escoli nh a no in íci o 
da tarde, mas o pai acabou in do para o trab al ho e e ste só pe rcebeu o ocorri d o no f inal d a tarde . A 
criança chego u a se r socorri da por u ma Un idade de Pronto Ate nd i me nto parti cul ar da capi tal , poré m 
não resi s ti u. 
Sua f und ame ntação para a re sponsabil i zação pe nal apres enta -s e no §2º d o art. 13 do C.P (A ) 
" § 2º - A omi ssão é p enalmen te re levante qu ando o o mi te n te de vi a e podi a agir para e vi tar o 
res ul tado. O d ev e r de agi r i ncumbe a q ue m: 
a) te nha por l ei obri gação de cui d ado, prote ção ou vi gi l ânci a;" 
“Só a Justi ça pode conce de r o pe rd ão j udi ci al . Mas ele é n ormal me nte apl i cado e m casos como esse , 
porque se e nte nd e que n ão há pe na mai or para o pai do que a morte do própri o fil ho”, af i rmou 
Botel ho.
O caso versa sobre um menino, filho único, que deveria ter sido levado para uma escolinha no início da tarde, mas o pai acabou indo para o trabalho e este só percebeu o ocorrido no final da tarde . A criança chegou a ser socorrida por uma Unidade de Pronto Atendimento particular da capital , porém não resistiu. Sua fundamentação para a responsabilização penal apresenta -s e no §2º do art. 13 do C.P (A ) " § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitem-te devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;" “Só a Justiça pode conceder o perdão judicial . Mas ele é normal mente aplicado em casos como esse , porque se entende que não há pena maior para o pai do que a morte do próprio filho”, afirmou Botelho.
	
Questão objetiva.
A respeito da omissão própria e da omissão imprópria (também denominada crime comissivo por omissão), é correto afirmar que
e) segundo o Código Penal, a omissão imprópria somente terá relevância penal se, além do dever de impedir o resultado, o omitem-te tiver possibilidade de evitá-lo.
Caso concreto 7
. Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: No dia 10 de agosto de 2012, por volta das 02h30min, na Unidade de Pronto Atendimento de determinada Unidade de Saúde, Geraldo, com inobservância de regra técnica de profissão, deu causa à morte da vítima A.M., com 09 (nove) meses de idade, em consequência de insuficiência respiratória aguda por pneumonite consecutiva a aspiração de conteúdo gástrico, conforme Auto de Exumação, fl. 231 do Inquérito Policial. Na oportunidade, Geraldo, médico anestesiologista, aplicava na vítima doses de determinado sedativo ministrado anteriormente, momento em que a vítima vomitou um líquido acastanhado. Ato contínuo, o médico iniciou o procedimento de entubação traqueal, por duas vezes, todavia, por imperícia, não conseguiu realizá-lo. Diante disso, a vítima aspirou o conteúdo gástrico, dando causa à insuficiência respiratória aguda por pneumonite, o que a levou a óbito. Cabe salientar que o paciente deveria ter sido submetido à uma avaliação anestésica pré-operatória, o que não ocorreu, vez que Geraldo, apenas, conversou, via telefone, na noite anterior com a genitora da vítima.” (fls. 02/04). Diante da situação hipotética apresentada, com base nas teorias sobre os tipos dolosos e culposos, responda às questões formuladas:
 a) A partir da teoria finalista da ação, diferencie as condutas dolosas e culposas e apresente seus elementos caracterizadores. Responda de forma objetiva e fundamentada.
R: Para a teoria finalista, cri me é um fato típico e antijurídico, sendo a culpabilidade mero pressuposto de aplicação da pena. Sendo assim , analisa- se a conduta do agente se foi dolosa ou culposa, se tal conduta é típica e , por final, como pressuposto de aplicação da pena, verifica-se a culpabilidade do agente . A conduta culposa consiste numa conduta voluntária que realiza um fato ilícito não querido pelo agente , mas que foi por ele previsto ( culpa consciente ) ou lhe era previsível ( culpa inconsciente ) e que podia ser evitado e o agente atuasse com o devido cuidado.
 b) No caso concreto ora narrado, a conduta do médico foi dolosa ou culposa? Responda de forma objetiva e fundamentada.
R: A questão versa sobre Geraldo, médico anestesista que agiu com imprudência. Aplicava na vítima de apenas nove meses doses de determinado sedativo ministrado anteriormente , momento em que a vítima vomitou um líquido castanhado. Ato contínuo, tentou entubar a vítima pela vi a traqueal , não conseguiu, por imperícia. Com isso, a vítima acabou aspirando o conteúdo gástrico, ocasionando assim a insuficiência respiratória, levando-o a óbito. Vale ressaltar que o paciente deveria se submeti do à uma avaliação anestésica pré-operatória, o que não ocorreu . Tendo em vista o caso apresentado, tal médico teve conduta culposa consciente por ter agido com imperícia na hora de entubar e negligência por não ter submetido a vítima à uma avaliação anestésica pré- operatória, mas acreditou sinceramente na sua não ocorrência. Não se trata de dolo eventual .
Questão objetiva.
 Diz-se que o crime é doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, e que o crime é culposo, quando o agente deu causa a resultado previsível por imprudência, negligência ou imperícia. Sobre o tema, é correto afirmar que:
a) o dolo direto de segundo grau também é conhecido como dolo de consequências necessárias;
SEMANA 8 – Caso concreto.
 Leia à notícia transcrita abaixo e responda às questões formuladas: Acidentes sucessivos atingem carro da PSP em Braga. Disponível em: Acidentes sucessivos atingem carro da PSP em Braga http://www.jn.pt/local/noticias/braga/braga/interior/acidentes-sucessivos-atingem-carroda-psp-em-braga-5050020.html#ixzz4Go2b8OAt Acidentes de viação sucessivos envolveram, esta tarde de sexta-feira, em Braga, quatro viaturas, entre as quais a carrinha da Esquadra de Trânsito da PSP, que regularizava o primeiro embate. A circulação na variante à Estrada Nacional 14 (Braga - Porto) e que dá acesso à A3 e à A11 esteve interrompida durante cerca de uma hora, por questões de segurança. Tudo sucedeu a meio da tarde, quando Armindo Castro, de 59 anos, residente em Guimarães, embateu com o seu Mercedes 250 D no separador central em betão daquela variante, ao seguir no sentido Norte - Sul. O condutor fugiu do local para a berma, deixando de ser visto nas imediações, pelo que a primeira viatura da PSP de Braga a chegar ao local não só colocou um triângulo sinalizador, como colocou carrinha policial mais à frente, para reforçar a visibilidade do Mercedes despistado a ocupar a faixa esquerda logo a seguir à curva que dá acesso à A11. Entretanto, a condutora de outro carro, da marca e modelo VW Golf, arrastou o triânguloda PSP e embateu nas traseiras da carrinha policial. Dois agentes da PSP só tiveram tempo de saltar para a outra faixa para não serem atropelados pelo VW Golf que, entretanto, bateu no lado esquerdo de um caminhão da transportadora Isaac Pedroso, de Amares, que seguia pela faixa direita. Dada a sucessão de acidentes e os despojos que se encontravam espalhados pela estrada, a PSP teve que interromper a circulação enquanto os veículos eram sucessivamente retirados e os Bombeiros Sapadores de Braga limpavam a via. A circulação foi reposta cerca de uma hora depois do primeiro embate, regularizando uma fila de trânsito parado com centena de metros. Ante a situação fática narrada, com base nos estudos realizados sobre a relação de causalidade, responda de forma objetiva e fundamentada: Suponha que a condutora do carro VW Golf tenha perdido o controle sobre a direção quando avistou o triângulo sinalizador e, em decorrência, tenha arrastado o triângulo da PSP e colidido nas traseiras da carrinha policial vindo a atropelar e lesionar os agentes da PSP. Nesta situação hipotética, poderia Armindo Castro, condutor do veículo Mercedes 250 D, ser responsabilizado pelas referidas lesões?
O nosso código, no tema relação de causalidade, adotou como regra a teoria da equivalência dos antecedentes causais ( ou da causalidade simples ou conditio sine quanon ). O assunto nexo causal ganha ainda mais importância quando se verifica que o resultado não é feito de um só comportamento representando produto final uma associação de fatores entre os quais a conduta do agente aparece como seu principal elemento desencadeante, mas não é o único. 
Assim, identificados quais antecedentes , podem figurar como causa dentro de uma linha de eventos que se sucedem, nota- se , que no caso concreto é possível que haja mais de 1 causa concorrendo 
para o resultado (concausa). De fato houve a superveniência de causa relativamente independente e consequente interrupção do nexo causal em face do acidente de trânsito provocado pela motorista do VW Gol f. É superveniente porque a causa efetiva acontece após a causa concorrente . O elemento propulsor que se soma para produção do resultado é a causa efetiva (enguiço do caminhão) . Sendo assim, notabilizamos a ocorrência da causal idade adequada que está prevista no art. 13, §1 do C.P.
Questão objetiva. 
Pablo atingiu Luiz com cinco disparos de arma de fogo, um na cabeça, dois no tórax e dois nas pernas. Luiz foi socorrido e levado ao hospital público mais próximo, apurando se que necessitava de urgente intervenção cirúrgica. No entanto, como, minutos antes de sua chegada ao hospital havia ocorrido grave acidente envolvendo dois ônibus e as vítimas estavam sendo socorridas, não foi possível que os médicos ministrassem a Luiz, de forma imediata, o tratamento necessário. Convocou-se, então, um médico que estava de folga e que, tendo chegado ao hospital 30 minutos após a internação de Luiz, passou a cuidar do paciente. Ainda que Luiz tenha recebido atendimento médico, constatou-se que seu estado de saúde já se havia agravado e, embora ele tenha sido submetido a cirurgia para retirada dos projéteis, não resistiu e veio a falecer.
 Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta:
d) O resultado morte decorreu do desdobramento normal da conduta praticada por Pablo, que responderá pelo resultado produzido.
O agen te en contrava- se na f ase de e xecução do di to cri me . A ex e cução se in i ci a com a práti ca do 
pri me i ro ato i dôneo e inequív oco para a consumação do deli to. 
Teori a obj e ti v a: os atos executóri os de pende m do i n ício de re ali zação d o ti po pe nal , o age nte não 
pode se r pu ni do pe lo se u me ro que re r i nte rno, é i mpre sci nd ível a do aa e x te ri o rização de atos 
i dóne os e i ne quívocos para a produ ção do re sul tado l es iv o. Exi ge te n ha ou autor concreti z ado 
e fe ti v ame nte uma parte da conduta típi ca, pe ne trando no n úcle o do ti po. Tendo como exe mpl o, em 
um homi cídi o, o s ujeito, com gol pe s de punhal, i ni ci a a conduta d e matar al gué m.

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