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A dicotomia Saúde Pública e Saúde Privada

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
A DICOTOMIA SAÚDE PÚBLICA E SAÚDE PRIVADA
DAIANA CRISTINA DE DEUS SOUZA
FABIOLA SOARES ARAUJO
LUANA R. A. S. TOBIAS
RAFAEL DA SILVA CAMPOS
NOVA IGUAÇU
JUNHO/ 2017
�
A DICOTOMIA SAÚDE PÚBLICA E SAÚDE PRIVADA
DAIANA CRISTINA DE DEUS SOUZA
FABIOLA SOARES ARAUJO
LUANA R. A. S. TOBIAS
RAFAEL DA SILVA CAMPOS
Trabalho apresentado para obtenção de nota na disciplina de Psicologia, Saúde e Sociedade, do curso de Psicologia, turno noite, da Universidade Estácio de Sá ministrado pela professora Thelma Mary.
NOVA IGUAÇU
JUNHO/2017
Introdução 
O SUS foi criado a partir do princípio de uma universalização da saúde, uma forma de garantir um bom atendimento para todos de uma forma geral, porém não é assim que acontece na prática, o projeto em si é maravilhoso, mas não possui hoje uma boa aplicação de seus recursos, fazendo com que cada vez mais, tenhamos que optar por uma solução alternativa, que seria então o serviço privado para assim podermos manter em dia o nosso bem estar biopsicossocial. No contexto em que estamos inseridos é difícil fazer uma separação entre público e privado, pois diversas vezes o sistema de saúde público dispõe de meios privados para dar continuidade à certas necessidades que não são supridas na rede pública e outras vezes é o sistema privado que precisa dos meios públicos para dar continuidade em seus serviços.
Saúde Pública no Brasil: Um Breve Histórico
Na época colonial inicia-se a intervenção estatal nos serviços de saúde, entretanto efetiva-se apensas no período republicano. Houve uma mudança na administração pública colonial com a vinda da família real em 1808, inclusive na área da saúde, sendo implantados centros de ações sanitárias na cidade do Rio de Janeiro, devido a cidade ter o principal porto do país sendo de extrema importância econômica. Em 1829, temos a criação da Imperial Academia de Medicina que funcionava como órgão consultivo do imperador D. Pedro I nas questões ligadas a saúde pública nacional, surge nessa época também a Junta de Higiene Pública que ao apresentou eficácia no cuidado da saúde da população. Apesar das tentativas a fase imperial termina sem que o Estado apresentasse medidas que solucionassem os graves problemas de saúde da população, com isso o Brasil foi considerado um país insalubre. Seguindo os conceitos sobre saúde europeu, o Brasil volta-se para os estudos das doenças epidêmicas e prevenção das mesmas e no ano de 1913 Oswaldo Cruz atendendo um pedido do governo traça planos de ação para a erradicação de doenças que assolavam cidades que tinham alta importância para a economia do Brasil (Região Amazônica e regiões portuárias – Rio de Janeiro, Santos, Belém, Recife e Salvador).
Na era Vargas a saúde recebe maior enfoque com o conjunto de reformas que passa integrar o setor educacional e a área sanitária institucionalizando a saúde pública e ganhando um próprio ministério, o Ministério da Educação e da Saúde Pública. A Constituição Federal de 1934 proporcionou algumas garantias aos empregados, tais como assistência médica A política de saúde adotada por Vargas possibilitou o atendimento aos operários doentes e seus dependentes. 
A medida que os anos avançam o assunto saúde recebe cada vez mais atenção, a partir do século XX, no início do período da república, o setor de saúde passa a receber mais verbas do governo estadual e começa a se formar um sistema de saúde descentralizado de acordo com as necessidades de cada região.
Em 1946, no governo do presidente Eurico Gaspar Dutra estabeleceu como uma de suas prioridades a organização dos serviços públicos nacionais e sob a influência do plano de governo, foi criado o Ministério da Saúde (MS), que tinha por objetivo às atividades de caráter coletivo, entretanto ainda era ineficaz.
No período da ditadura as verbas destinada ao Ministério da Saúde sofre uma redução. Já no ano de 1975 foi criado o Sistema Nacional de Saúde que tinha como finalidade tornar mais eficaz e com baixo custo as ações de saúde em todo país.
Em 1982 firmam-se convênios trilaterais envolvendo os Ministérios da Previdência Social, Saúde e Secretarias de Estado de Saúde, os quais posteriormente foram substituídos pelas Ações Integradas de Saúde – AIS.
As AIS representaram o primeiro passo para a descentralização no sistema de saúde. Em 1986 ocorreu a VIII Conferência Nacional de Saúde que serviu de base para a formação do SUS.
Criação do SUS
O SUS vem para democratizar o acesso do cidadão aos serviços de saúde.
A Constituição Federal de 1988 determina ser dever do Estado garantir saúde a toda a população e cria-se o Sistema Único de Saúde. Em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde que detalha o funcionamento do Sistema.
O SUS tem como objetivo a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde e preconiza o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde.
O Emergir dos Mecanismos de Saúde Privada 
O setor privado de saúde cresceu muito no período militar, nas décadas de 1960 a 1980, e consolidou definitivamente sua importância nos últimos vinte anos. O mercado da indústria brasileira de planos de saúde é composto hoje por: cooperativa médica, medicina de grupo, seguradora especializada em saúde e filantropia. Uma das primeiras empresas de plano de saúde, a medicina de grupo surgiu na década de 1960 para atender, em princípio, aos trabalhadores do ABC paulista. As indústrias multinacionais que ali se instalaram, diante das deficiências da saúde pública, preocuparam-se em buscar outros meios para propiciar atendimento médico de qualidade a seus empregados. Estimularam médicos a formar empresas de medicina de grupo. Devido ao quadro de fragilidade que apresentavam as medidas sanitárias à população era levada a buscar outros meios para lutar contra as próprias doenças e a morte. Os mais abastados buscavam assistência médica na Europa ou nas clínicas particulares que começaram a surgir no Rio de Janeiro, ao passo que a população menos favorecida buscava a ajuda de curandeiros, que eram os responsáveis pelo tratamento daqueles que tinham pouco dinheiro para arcar com os custos médicos.
O setor privado opera por meio de relação mercantil-contratual, com o pagamento (compra) dos serviços – compra direta ou sob formas mais complexas -, sempre com contratos detalhados entre os indivíduos e as empresas escolhidas. A contratação de assistência médica suplementar oferece vantagens para as empresas e para os afiliados. As empresas incluem a assistência médica em suas políticas de recursos humanos e nas pautas de negociação salarial, onde a assistência médica funciona como moeda de troca, especialmente em contextos de salários congelados – entrando como salário indireto, ao proporcionar isenção de encargos, e também como despesa operacional, para fins de imposto de renda e repasse para preços. As realidades mais recentes da medicina privada do Brasil foram bastante alteradas pela Constituição de 1988, pelo Código de Defesa do Consumidor e pela Lei 9.656 de 1998, que regulamentou o setor de medicina suplementar. 
A renda do brasileiro caiu, e os preços dos planos de saúde aumentaram. Os custos médicos se avolumam, mas o reajuste das mensalidades dos planos individuais (que era livre até 1998) está sob regulamentação da ANS e tem ficado muito atrás dos custos da saúde e dos principais índices de inflação. Esta situação complexa gerada pelas regulações do governo, através da ANS (Agência Nacional de Saúde) e pela estratégia de negócios das operadoras/seguradoras de saúde, está deixando grande parte da população refém do sistema de saúde pública – SUS, que, além da divulgada falta de qualidade, não possui estrutura para atender a todos que tem necessidade de atendimento médico. Soluções devem ser encontradas, através de revisões naregulamentação que possibilitem aos provedores de planos de saúde retomar os planos direto para a população. Novas formas de adesão que contemplem associações de ex-empregados, de aposentados, formas que facilitem e possibilitem o acesso a planos de saúde para que haja a necessária prestação de serviços médicos à população.
Saúde Como Direito De Todos e Dever Do Estado 
No Brasil, desde 1988 a saúde é incorporada como direito de todos e dever do Estado na Constituição Nacional, a mesma oferece os fundamentos jurídicos que devem ser observados pelo Estado e pela sociedade no desenvolvimento de ações que visem à promoção, à proteção e à recuperação da saúde no País. Contudo, a problemática da saúde vive e resiste como uma questão privada, íntima, entrelaçada às maneiras de viver a vida e se expor aos mais diversos riscos para cada um de nós.
Há também os setores público e privado como setores supostamente complementares na prestação de serviços de saúde à população. Neles, as questões produtivas, financeiras e vinculadas às finalidades colocam tensões variadas, que são incorporadas, rejeitadas ou agenciadas também de maneira diversa, e nas quais acabam-se entrecruzando componentes gerenciais e subjetivos.
O planejamento em saúde poderia muito bem incorporar outras categorias de análise e outras maneiras de operar junto a grupos e organizações, contribuindo para o descentralização dessas noções estereotipadas de público e privado, promovendo novas formas de produzir saúde, seja no setor público, seja no setor privado da prestação de serviços. Nesse contexto a implantação do SUS passa a ser comprometida por uma orientação divergente que evoca o mercado como o canal natural de satisfação das necessidades sociais. Com a universalidade restringida pela falta de investimentos que compatibilizassem a oferta com o aumento substancial da demanda, a saúde, tal como ocorre com a educação, e em decorrência da perda da qualidade dos serviços prestados, experimenta um processo sutil de privatização levando quem pode à migrar para o mercado. A expansão da assistência suplementar nesse período é elucidativa desse processo. No tensionamento entre o projeto da Reforma Sanitária e o projeto privatista que se reinaugura na década de 1990, a relação que vai se desenhando entre o público e o privado conforma um modelo de atenção à saúde no país fragmentado, segmentado, desigual e orientado pela lógica mercantilista e que traz fortes rebatimentos para a consolidação do SUS de maneira que qualquer análise, balanço ou avaliação sobre os seus rumos hoje tem de considerar e abarcar o setor privado e sua relação com o SUS já que essa condiciona e determina questões centrais como a rede de atenção, sua utilização, o acesso dos usuários aos serviços, os recursos, impactando nos próprios princípios da universalidade, da equidade e da integralidade. Destaca-se ainda a questão do acesso aos serviços do SUS por parte dos usuários dos planos privados excluídos da cobertura que, através dos profissionais de saúde com duplo vínculo, têm o seu tempo de espera reduzido e não precisam passar pela rede primária para serem encaminhados a esses serviços. Apesar de ser defendida por alguns como uma fonte de recursos adicional para o SUS e por outros como justa por parte do gasto público, a questão do ressarcimento revela-se incoerente com o próprio princípio da universalidade, já que estabelece um preço pelo serviço utilizado por parte de um segmento da população brasileira que, ainda a ser pago pela iniciativa privada, deveria ser garantido gratuitamente a essa e a todos os demais cidadãos brasileiros. O debate em torno do ressarcimento e de outras questões relacionadas à regulamentação do setor suplementar deve ser conduzido com todo o cuidado para não deslocar o debate em defesa do SUS e implicar um abandono do modelo de saúde para todos como um dever do Estado, sob o risco de continuarmos reforçando a segmentação e a desigualdade na saúde. 
Conclusão
A saúde pública foi concebida para ser universal, de qualidade e única, hoje não é nem universal, nem de qualidade e nem única, tem baixa qualidade e não atende a população que não pode pagar plano privado. A saúde pública feita para 200 milhões de habitantes tem o menor gasto per capita do mundo. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a penetração dos Planos de Saúde no Brasil cresceu aproximadamente 50% desde o ano de 2001, alcançando mais de 50,6 milhões de indivíduos em setembro de 2014. No entanto, em 30 de setembro de 2014, apenas 24,7% da população brasileira possuía Planos de Saúde.
Essa dicotomia e interdependência ainda deve ser um objeto de fortes estudos, pesquisas e discussão para que em um futuro breve possamos ser uma saúde púbica nacional mais eficaz e acessível para toda população.
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Rosana Onocko. Planejamento em saúde: a armadilha da dicotomia público-privado​. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/6483/5067>. Acesso em 07 jun. 2017 
Heimann LS, Ibanhes LC, Barboza R, organizadores. O público e o privado na saúde​. São Paulo: Editora Hucitec, 2005.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Art. 196. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7%C3%A3o.htm>. Acesso em 07 jun. 2017
LOTFI, Rosangela. Saúde Pública versus Saúde Privada. Disponível em: <http://www.planodesaude.net/saude-publica-versus-saude-privada/>. Acesso em 07 jun. 2017. 
QUALICORP S.A. Crescimento do Mercado de Assistência à Saúde Privada no Brasil​. Disponivel em: <http://ri.qualicorp.com.br/conteudo_pt.asp?idioma=0&conta=28&tipo=30970>. Acesso em 07 jun. 2017
MARQUES, Lucimara. A História da Saúde Pública no Brasil. Disponível em: < http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=1837&idAreaSel=16&seeArt=yes>. Acesso em 08 jun. 2017.
PORTAL DA SAÚDE - Do Sanitarismo à Municipalização. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/historico>. Acesso em: 08 jun. 2017
PORTAL DA EDUCAÇÃO – Objetivos e Diretrizes do SUS. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/objetivos-e-diretrizes-do-sus/17195>. Acesso em: 08 jun. 2017
SOUZA, Paulo. Cenário da Saúde Privada no Brasil. Disponível em: <http://www.portallank.com.br/sustentabilidade-e-saude/artigos/cenario-da-saude-privada-no-brasil/>. Acesso em: 08 jun.2017
PARTNER – Para Onde Caminha a Saúde Privada no Brasil? Disponível em: <http://partnerbeneficios.com.br/saude-privada-no-brasil/>. Acesso em: 08 jun.2017

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