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www.cers.com.br 1 www.cers.com.br 2 TÓPICO-SÍNTESE: Teoria da Empresa - Segundo a Teoria da Empresa, contam com a proteção das normas de cunho empresarial, aqueles que pratiquem atividade empresária; - Atividade empresária é a organização econô- mica dos fatores de produção, desenvolvida por pessoa natural (pessoa física – empresário individual) ou jurídica (sociedade empresária ou Empresa Individual de Responsabilidade Limi- tada - EIRELI), para a produção ou circulação de bens ou serviços, através de um estabele- cimento empresarial e que visa o lucro. Empresário - Conceito: considera-se empresário quem exer- ce profissionalmente atividade econômica orga- nizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art. 966, CC). Capacidade - Tem capacidade para o exercício da atividade empresária, todos aqueles que estiverem em pleno gozo de sua capacidade civil e não forem legalmente impedidos (art. 972, CC). Estão em pleno gozo de sua capacidade civil todos aque- les não enquadradas nas hipóteses de incapa- cidade absoluta ou relativa, dos arts. 3º e 4º do CC, respectivamente (nos termos da redação dada pela Lei 13.146/15), assim como os emancipados (art. 5º, parágrafo único, CC). Registro - O registro do empresário individual, da socieda- de empresária e da EIRELI no Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das juntas comerciais, e o da sociedade simples no Regis- tro Civil de Pessoas Jurídicas (com exceção das cooperativas, que, embora sejam socieda- des simples, devem ser registradas no Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das juntas comerciais, nos termos do art. 982, pará- grafo único, CC c/c art. 18 da Lei 5.764/71), dá início à existência legal da personalidade jurídi- ca. Assim, o registro faz nascer à personalidade jurídica, conferindo a regularidade necessária ao exercício de atividade econômica. Prepostos - Para o desenvolvimento da empresa, o empre- sário individual, a sociedade empresária e a EIRELI contam com o auxílio de pessoas para a realização do objeto da atividade: os prepostos (art. 1.169 a 1.178, CC). Os prepostos, portan- to, correspondem a mão de obra da empresa, podendo atuar como empregados (regime da www.cers.com.br 3 TÓPICO-SÍNTESE: Consolidação das Leis do Trabalho - CLT), ou serem profissionais autônomos cujos serviços são contratados para tarefas específicas (pres- tadores de serviço). Escrituraçã o - Escrituração (art. 1.179 a 1.195, CC) é o pro- cesso pelo qual se lançam cronologicamente, em livros próprios, todas as operações de um estabelecimento empresarial, fazendo um ba- lanço geral de seu ativo e passivo. Estabelecim ento Empresarial - Estabelecimento empresarial (art. 1.142 a 1.149, CC) é o conjunto de bens materiais ou corpóreos (máquinas, imóveis, veículos, merca- dorias, etc.) e imateriais ou incorpóreos (marca, tecnologia, ponto, patente, etc.) organizados por empresário individual, por sociedade empresá- ria ou EIRELI, para o desenvolvimento da ativi- dade empresária (art. 1.142, CC). Ação Renovatória - A ação de renovação compulsória do contrato de locação, mais conhecida como Ação Reno- vatória (art. 71 a 75 da Lei 8.245/91), é o meio do qual dispõe o locatário para, diante da im- possibilidade de renovação amigável do contra- to de locação não residencial, garantir o seu direito de inerência ao ponto por ele formado. Nome Empresarial - O nome empresarial (art. 1.155 a 1.168, CC), assim como o próprio nome civil, trata-se de um direito da personalidade, consistindo em ele- mento de identificação do empresário individual, da sociedade empresária e da EIRELI, utilizado para apresentação em suas relações com ter- ceiros. São duas as espécies de nome empre- sarial: firma e denominação. TÓPICO-SÍNTESE: Empre- sário indivi- dual - Considera-se empresário quem exerce profissi- onalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços; - O empresário individual cuida-se de pessoa natural (pessoa física); - O empresário individual responde com seu pa- trimônio pessoal pelos riscos decorrentes do exer- cício da empresa. EIRELI - A EIRELI trata-se da mais nova pessoa jurídica de direito privado do ordenamento brasileiro (art. 44, VI, CC); www.cers.com.br 4 - A EIRELI não se trata de sociedade unipessoal, mas sim de pessoa jurídica sui generis; - A EIRELI será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País; - Seu nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de res- ponsabilidade limitada; - A pessoa natural que constituir EIRELI somente poderá figurar em uma única empresa dessa moda- lidade; - A EIRELI também poderá resultar da concentra- ção das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração; - Poderá ser atribuída à EIRELI constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a re- muneração decorrente da cessão de direitos patri- moniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídi- ca, vinculados à atividade profissional; - Aplicam-se à EIRELI, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas (arts. 1.052 a 1.087, CC); - A falta de pluralidade de sócios, não reconstituí- da no prazo de cento e oitenta dias, não será causa para a dissolução, caso o sócio remanescente, in- clusive na hipótese de concentração de todas as quotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para em- presário individual ou para EIRELI, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 do CC. TÓPICO-SÍNTESE: Socie- dade Simples - Consistem em sociedades personificadas, regu- ladas pelo Código Civil entre os arts. 997 e 1.038, representando uma forma societária própria para o exercício de atividades civis (não empresárias), como no caso, por exemplo, de uma sociedade de advogados, de uma cooperativa, ou mesmo das atividades desenvolvidas por profissionais intelec- tuais, desde que ausente o “elemento de empresa” (art. 966, parágrafo único, CC). São atividades civis: - Aquelas exercidas por quem não é empresário; - Aquelas fundadas em profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, salvo se o exercício da profissão constituir “elemento de em- presa” (art. 966, parágrafo único, CC); - As exercidas por empresários rurais não regis- trados no RPEM (art. 970 e 971, CC); - As desempenhadas pelas cooperativas, as www.cers.com.br 5 TÓPICO-SÍNTESE: quais, por expressa disposição de lei, serão sempre sociedades simples, desenvolvendo assim ativida- de civil (art. 982, parágrafo único, CC). Socie- dade em Nome Coletivo - A sociedade em nome coletivo é regida de for- ma direta pelo Código Civil (art. 1.039 – 1.044), aplicando-se subsidiariamente as normas da socie- dade simples (art. 997 – 1.038); - Trata-se de uma sociedade personificada, haja vista o seu registro no Registro Público de Empre- sas Mercantis, a cargo das juntas comerciais (quando sociedade empresária), ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (quando sociedade sim- ples impura); - A sociedade em nome coletivo trata-se de soci- edade de pessoas, que tem como ato constitutivo um contrato social, sendo formada exclusivamentepor pessoas físicas. Socie- dade em Coman- dita Simples - A sociedade em comandita simples é regida pelo Código Civil (art. 1.045 – 1.051), aplicando-se subsidiariamente as normas da sociedade em no- me coletivo (1.039 – 1.044); - Trata-se de uma sociedade personificada, con- siderando o seu registro no Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das juntas comerciais (quando sociedade empresária), ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (quando sociedade sim- ples não pura); - A sociedade em comandita simples é uma soci- edade de pessoas, que tem como ato constitutivo um contrato social, sendo formada por duas clas- ses de sócios: • sócios comanditados (os quais respondem ilimi- tadamente pelas obrigações sociais), e • sócios comanditários (os quais respondem limi- tadamente pelas obrigações sociais). Socie- dade Limita- da - A sociedade limitada é regida diretamente pelo Código Civil (art. 1.052 – 1.087), aplicando-se sub- sidiariamente as normas da sociedade simples (art. 997 – 1.038) ou, se o contrato previr expressamen- te, as disposições da Lei 6.404/76 (Lei das S/A), conforme disposto pelo art. 1.053, CC; - Trata-se de uma sociedade contratual, podendo assumir a forma de sociedade de pessoas ou de capital (natureza híbrida), circunstância de deverá ser aclarada por seu contrato social; - É sociedade personificada, considerando o seu registro no Registro Público de Empresas Mercan- tis, a cargo das juntas comerciais (quando socieda- de empresária), ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (quando sociedade simples não pura). Socie- dade em Coman- - A sociedade em comandita por ações é regida pela Lei 6.404/76 (art. 280 – 284), sem prejuízo das disposições do Código Civil, compreendidas entre www.cers.com.br 6 TÓPICO-SÍNTESE: dita por Ações os arts. 1.090 – 1.092; - Trata-se de uma sociedade personificada (con- siderando o seu registro no Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das juntas comerci- ais), com capital social dividido em ações; - A sociedade em comandita por ações é uma sociedade de capital, sendo livre o ingresso de terceiros estranhos ao seu quadro social. Portanto, nela há livre circulação de ações; - Tem como ato constitutivo um estatuto social, sendo formada por duas classes de sócios: • sócios diretores – exercem cargo de administra- ção, respondendo de forma subsidiária, solidária e ilimitada pelas obrigações sociais, e • sócios comuns – não exercem cargo de admi- nistração, respondendo de forma subsidiária e limi- tada pelas obrigações sociais. Socie- dade Anôni- ma - Também conhecida como companhia, a socie- dade anônima é regida por lei especial (Lei 6.404/76 – Lei das S/A), aplicando-se-lhe, nos ca- sos omissos, subsidiariamente, as disposições do Código Civil; - Trata-se de uma sociedade personificada, con- siderando o seu registro no Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das juntas comerci- ais; - As sociedades anônimas serão sempre socie- dades empresárias, consoantes o disposto pelo art. 982, parágrafo único, do CC c/c art. 2º, § 1º da Lei 6.404/76; - A sociedade anônima é uma sociedade de capi- tal, que tem como ato constitutivo um estatuto soci- al e capital social dividido em ações. Nela, é livre o ingresso de terceiros estranhos ao quadro social, havendo livre circulação de ações. Socie- dade em Comum - Enquanto o ato constitutivo da sociedade não for levado a registro, não se terá uma pessoa jurídi- ca, mas um simples contrato de sociedade. É a chamada sociedade em comum; - É a sociedade cujos atos constitutivos não fo- ram objeto de registro, encontrando regulação em dispositivos próprios (arts. 986 a 990 do CC, e su- pletivamente arts. 997 a 1.038, CC); - Não se trata de um tipo societário, mas sim da designação de uma situação irregular, sendo dividi- da doutrinariamente em: Sociedade em Comum de Fato (não possui ato constitutivo) e, Sociedade em Comum Irregular (possui ato consti- tutivo, embora este não tenha sido levado à regis- tro). - Nas sociedades em comum todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obriga- ções sociais, face a ausência de separação patri- monial. Embora não conte com personalidade jurí- www.cers.com.br 7 TÓPICO-SÍNTESE: dica, seus sócios estão contemplados pelo benefí- cio de ordem (art. 1.024, CC), com a exceção da- quele que contratou pela sociedade, o qual respon- de diretamente. Socie- dade em Conta de Partici- pação - Regulada pelo Código Civil entre os arts. 991 e 996 e subsidiariamente pelos arts. 997 a 1.038 (normas das sociedades simples), a sociedade em conta de participação constitui um eficaz instrumen- to de captação de recursos. - Dotada de natureza secreta, trata-se de socie- dade sem sede e proibida de possuir nome empre- sarial (art. 1.162, CC). Contudo, o fato de serem secretas ou ocultas não as converte em ilícitas ou irregulares. Des- consi- deração da Per- sonali- dade Jurídica - Diante da utilização abusiva da pessoa jurídica, caracterizada pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a reque- rimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações se- jam estendidos aos bens particulares dos adminis- tradores ou sócios da pessoa jurídica (art. 50, CC); - A jurisprudência pátria consolidou entendimento no sentido da admissão da desconsideração inver- sa da personalidade jurídica; - O Novo CPC (Lei 13.105/15) positiva a descon- sideração inversa da personalidade jurídica, acom- panhando entendimento da doutrina e jurisprudên- cia pacificada dos tribunais superiores (vide art. 133, parágrafo 2º). TÓPICO-SÍNTESE: Bens ima- teriais pro- tegidos pela Lei de Proprieda- de Indus- trial (Lei 9.279/96) Para a proteção da propriedade industrial, o Estado institui a patente e o registro, através dos quais o empresário terá o direito de explorar com exclusividade o objeto de sua criação. São quatro os bens imateriais protegidos pelo Direito Industrial (art. 2º, I, II, III, LPI): - A patente de invenção; - A patente de modelo de utilidade; - O registro de desenho industrial; - O registro de marca. Invenção É um ato de originalidade, fruto do espírito in- ventivo do gênio humano. Toda vez que alguém projeta algo que desconhecia, estará produzindo uma invenção (art. 8º, LPI). Modelo de Utilidade É o objeto de uso prático, ou parte deste, susce- tível de aplicação industrial, com novo formato ou disposição do qual resulte melhores condi- ções de uso ou fabricação. Não há propriamente www.cers.com.br 8 invenção, mas sim acréscimo na utilidade de alguma ferramenta, instrumento de trabalho ou utensílio, pela ação da novidade parcial que se lhe é agregada. O modelo de utilidade goza de proteção autônoma em relação à da invenção cuja utilidade foi melhorada (art. 9º, LPI). Marca É um sinal distintivo visualmente perceptível, cujo requerimento de registro pode ser apresen- tado por pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado (art. 128, LPI), que visa dife- renciar produtos e serviços de outros iguais ou semelhantes (art. 122, LPI). Desenho Industrial Considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou conjunto ornamen- tal de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial (art. 95, LPI). Extinção da propri- edade in- dustrial São hipóteses de extinção da propriedade in- dustrial:- O término do prazo de duração; - A caducidade; - A renúncia aos direitos industriais (que so- mente poderá ser feita se não houver prejuízo para terceiros, como por exemplo, os licencia- dos); - A falta e pagamento da taxa devida ao INPI, denominada retribuição anual, ou - A falta de representante no Brasil, quando o titular for domiciliado no exterior. TÓPICO-SÍNTESE LETRA DE CÂMBIO NOTA PROMIS- SÓRIA CHEQUE DUPLI- CATA ACEITE X X ENDOSSO X X X X AVAL X X X X TÍTULO À ORDEM X X X ORDEM PAGTº X X X ABSTRA- ÇÃO (EMISSÃO) X X X www.cers.com.br 9 TÓPICO-SÍNTESE Contrato de Fatu- rização Também conhecido como contrato de “factoring” ou de fomento mercantil, consiste em espécie de contrato oneroso e bilateral, através do qual um empresário (cedente) cede a outro (cessionário) os seus créditos provenientes de vendas a prazo, recebendo deste os respectivos valores, descon- tada remuneração (fator de compra). Nessa espé- cie de contrato, portanto, está contida uma cessão de crédito, razão pela qual lhe são aplicáveis os dispositivos do Código Civil que respondem por esse tema (arts. 286 a 298, CC). Contrato de Fran- quia Também conhecido como contrato de franquea- mento ou “franchising”, trata-se de uma espécie de contrato oneroso e bilateral, em que uma das partes (franqueador) cede à outra (franqueado) o direito de comercializar produtos ou marcas de sua propriedade (geralmente já consagradas no mercado), mediante remuneração previamente ajustada, sem que estejam ligadas por um vínculo de subordinação. Assim, regido pela Lei 8.955/94 (Lei de Franquias), o contrato de franquia respon- de pela formação de duas posições jurídicas: a do franqueador e a do franqueado. Contrato de Ar- renda- mento Mercantil Espécie de contrato oneroso e bilateral, segundo o qual uma pessoa jurídica (arrendador) arrenda a uma pessoa física ou jurídica (arrendatário), por tempo determinado e mediante o pagamento de prestações periódicas, um bem comprado pela primeira de acordo com as indicações da segun- da, cabendo ao arrendatário à opção de adquirir o bem arrendado ao final do contrato, mediante o pagamento de um preço residual previamente acertado (VRG), devolver o bem ou pleitear a re- novação do contrato (tríplice opção). Contrato de Alie- nação Fiduciá- ria Habitualmente vinculado ao contrato de mútuo, trata-se de espécie contratual que possibilita aqui- sição de um bem móvel ou imóvel por uma pessoa que, querendo adquiri-lo, não quer ou não conta com as condições necessárias para sua compra à vista. O adquirente recebe o bem do comprador, ficando com sua posse para que dele se utilize, compro- metendo-se a pagar parceladamente o valor acor- dado ao credor, que deterá a propriedade resolú- vel do bem. Caso o devedor pague a dívida, toma- rá o domínio pleno do bem. Caso se torne inadim- plente, o bem será vendido pelo credor para que possa ser ressarcido. Logo, o contrato de aliena- ção fiduciária responde pela formação de duas posições jurídicas: fiduciário (credor) e fiduciante (devedor). www.cers.com.br 10 TÓPICO-SÍNTESE Contrato de Re- presen- tação Comerci- al (ou Agência) Trata-se de uma espécie de contrato oneroso e bilateral, em que uma das partes (o representante comercial), que deve ser um empresário (pessoa física ou jurídica), se obriga, mediante remunera- ção, a angariar, com habitualidade, negócios mer- cantis, como a compra e venda de produtos fabri- cados ou comercializados pelo representado em uma zona geográfica delimitada, inexistindo entre eles vínculo de subordinação. Contrato de Con- cessão Mercantil Regido pela Lei 6.729/79, trata-se de espécie de contrato em que um empresário (concessionário), se obriga a comercializar, com ou sem exclusivi- dade, com ou sem cláusula de territorialidade, os produtos fabricados por outro empresário (conce- dente). Disciplina apenas a concessão comercial referente ao comércio de veículos automotores terrestres, como os automóveis, caminhões, ôni- bus, tratores, motocicletas e similares. Contrato de Co- missão Mercantil Regido pelo Código Civil entre os arts. 693 e 709, trata-se de espécie contratual em que um dos contratantes (comissário) adquire ou vende bens em nome próprio, mas em proveito de um terceiro (comitente). Contrato de Man- dato Mercantil Regulado pelo Código Civil entre os arts. 653 e 691, trata-se de espécie contratual na qual alguém (mandatário) recebe de outrem (mandante) pode- res para, em seu nome, praticar atos ou adminis- trar interesses. TÓPICO-SÍNTESE Recupera- ção judicial - Regulada de maneira específica entre o arts. 47 – 72 da LRE, trata-se de medida excepcional, que tem por objetivo viabilizar a superação da crise econômico-financeira do empresário indivi- dual, da sociedade empresária e da EIRELI. - Diferentemente da antiga concordata, previs- ta pelo revogado Dec.-Lei 7.661/45, que restrin- gia os meios de recuperação a remissão de dívi- das e a dilação de prazos, a RJ da Lei 11.101/05 prevê um verdadeiro plano de reestruturação, com diversas medidas de ordem financeira, jurí- dica e econômica, conferindo assim efetivas chances de superação do quadro de crise. Ade- mais, enquanto na concordata os credores eram meros expectadores, na RJ os mesmos exercem participação ativa, sendo os responsáveis pela aprovação ou rejeição do plano de RJ apresen- tado pelo devedor, assim como pela fiscalização do seu cumprimento. - São objetivos da recuperação judicial: www.cers.com.br 11 TÓPICO-SÍNTESE (1) a manutenção da fonte produtora; (2) a manutenção do emprego dos trabalha- dores, e (3) a garantia dos interesses dos credores. - Os objetivos da recuperação judicial estão marcados por ordem de prioridade e permeados pelos princípios da função social da empresa e da preservação da empresa. Através da realiza- ção desses objetivos, buscou o legislador garan- tir a preservação da empresa viável, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Recupera- ção extra- judicial - A Recuperação Extrajudicial trata-se de instituto novo, advento da Lei 11.101/05 (arts. 161 a 167, LRE), caracterizado pela possibili- dade de o devedor convocar os seus credores para apresentar proposta de renegociação. - A legislação anterior (Dec.-Lei 7.661/45) estabelecia ser ato de falência a convocação de credores visando a renegociação (exemplo: convocação para pedido de dilação prazo para pagamento de determinados contratos). Sem embargo, o livre gerenciamento de ativos e passivos é, em todo o mundo, uma realidade da administração da empresa, permitindo ao mercado a sua auto resolução. - Logo, representava um contrassenso con- siderar similar iniciativa um ato de falência, situação que foi revista a partir da LRE, atra- vés do instituto da RE. Respaldado pela práti- ca reiterada do mercado (da então conhecida como concordata branca) e através da LRE, positivou o legislador uma nova sistemática (como normalmente ocorre no Direito Empre- sarial, os costumes impõe-se no dia-a-dia e, só depois, quando já consolidados, vem a lei.). Assim, coube ao art. 161 da LRE afastar a ilicitude da então chamada concordata branca, reconhecendo a possibilidade de o devedor convocar os seus credores para apresentar proposta de renegociação, agora, sem o risco de que qualquer credor possa pedir a decreta- ção da sua falência sob a alegação de prática de ato falimentar. - De tal modo, o devedor em crise não preci- sa mais, necessariamente, buscar a RJ para equacionamento de sua crise econômico- financeira,podendo reunir-se com seus credo- res extrajudicialmente e tentar com eles um entendimento a partir da repactuação das con- dições dos créditos envolvidos. www.cers.com.br 12 TÓPICO-SÍNTESE Falência - Trata-se de um processo de execução cole- tiva contra devedor insolvente (art. 75 e ss., LRE). Processo de execução coletiva por con- gregar todos os credores, através da chamada vis attractiva do juízo falimentar (art. 76, LRE), ou seja, do poder de atração exercido pelo juízo universal da falência sobre todas as ações que versem sobre bens e direitos do devedor, de modo a permitir a centralização das discussões no juízo uno e indivisível da falência, e dessa forma, a distribuição equitativa do produto da realização do patrimônio ativo do devedor, entre o coletivo de credores (par conditio creditorum). Falência - Ora, sendo a falência a abertura do concur- so de credores (vários credores concorrendo simultaneamente a uma “fatia” do patrimônio ativo do devedor), esta apenas se justifica na hipótese de pluralidade de credores, o que po- de ser demonstrado, por exemplo, pela existên- cia de outros pedidos de falência ou simples- mente pela existência de diversos protestos promovidos por distintos credores. Isso porque o pedido de falência não pode ser reduzido a uma simples ação de cobrança, consubstanci- ando-se em verdade, em um instrumento capaz de permitir ao judiciário o afastamento do meio empresarial daqueles empresários ou socieda- des empresárias que já se encontram falidos de fato. - Diferentemente do que pode parecer à pri- meira vista, a simples condição de credor não é suficiente para que seja acolhido o pedido de decretação da falência contra o devedor ina- dimplente. Em verdade, o pedido deverá fun- dar-se em uma das proposições específicas enumeradas pelo art. 94 da LRE. Nesse senti- do, são três as hipóteses que justificam o pedi- do de decretação da falência: a impontualidade injustificada, a execução frustrada e a prática de atos falimentares. www.cers.com.br 13
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