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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA
CURSO SUPERIOR TECNÓLOGICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP
ANTONIO ERIVANIO FRAZÃO DE MENEZES
A IMPORTANCIA DA LEI MARIA DA PENHA PARA A SEGURANÇA PÚBLICA DO MUNICIPIO DE MONSENHOR TABOSA
Artigo a ser apresentado à Banca do Exame do Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, como requisito para aprovação na disciplina de TCC em Segurança Pública.
MARCO AURELIO NUNES DE BARROS
Orientador
Fortaleza – CE
Junho de 2017
A IMPORTANCIA DA LEI MARIA DA PENHA PARA A SEGURANÇA PÚBLICA DO MUNICIPIO DE MONSENHOR TABOSA
THE IMPORTANCE OF THE MARIA DA PENHA LAW FOR PUBLIC SECURITY IN THE MUNICIPALITY OF MONSENHOR TABOSA
[Antonio Erivanio Frazão de Meneses]�
[Marco Aurelio Nunes de Barros]�
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo principal a exposição por meio de artigo, como a Lei 11.340/06, conhecida por Lei Maria da Penha tem contribuído para diminuir o número de registro de ocorrência, e consequentemente para os níveis de segura pública aumentarem na cidade de Monsenhor Tabosa, Ceará. Dentro desse contexto, foi usado os métodos científicos como a pesquisas quantitativa, qualitativa e bibliográfica, através dos mesmos foi possível ter embasamento para se chegar a conclusão a lei contribui positivamente para que a violência diminuísse, mais a mesma em caráter solitária não é suficiente para que violência doméstica seja extinta. 
Palavras-chave: Lei Maria da Penha; Segurança Pública; Violência Doméstica.
ABSTRACT
he main objective of this paper is to expose, by means of an article, Law 11.340 / 06, known as the Maria da Penha Law, which has contributed to reduce the number of occurrence records and, consequently, to increase public safety levels in the city of Monsenhor Tabosa, Ceará. Within this context, scientific methods such as quantitative, qualitative and bibliographical research were used, through them it was possible to have a base to reach a conclusion, the law positively contributes to the decrease of violence, the same in solitary character is not enough to Domestic violence is extinguished.
Keywords: Lei Maria da Penha; Public security; Domestic violence.
1. INTRODUÇÃO 
A violência doméstica contra a mulher é um tema bastante suturado que tem sido discutido amplamente. Esse tipo de violência acontece em todo o mundo, e por incrível que pareça ocorre em todas classes sociais, em todas as raças e em todos graus de escolaridades. Cada dia mais, a violência de gênero vem sendo vista não só como caso de segurança, mais como sério problema de ordem de saúde pública, além de ser uma seria violação aos direitos humanos. Segundo Moreno (2014), uma em cada 3 (três) mulheres no mundo já passaram por algum tipo de agressão, sexual, física ou psicológica, isso vindo sempre de algum membro família. Se ver todos os dias em programas policiais e redes social evidencias chocantes de casos de violência doméstica e familiar, diante da situação surgem certos questionamentos: Onde está o problema? Nas mulheres que não procuram a justiça? Ou a justiça que não atende as vítimas? 
A lei Maria da Penha surgiu em 2006 (dois mil e seis) depois de muitas apreensões e lutas vivencias pela inspiradora da lei Maria da Penha Maia Fernandes. Mulher que durantes anos foi submetida as mais diversas e assombrosas agressões, a deixando até mesma em paralisia permanente. Mas só depois de recorrer a órgão internacionais teve seus direitos finalmente assegurados por uma sanção especifica. 
A referida lei, é hoje uma das maiores conquistas das mulheres brasileiras. A lei prevê que o estado e a sociedade protejam o gênero feminino contra todo e qualquer tipo de violência durante toda a vida, sem distinção alguma. Essa lei deu ao poder público, mais especificamente ao ministério público não apenas a função “dono” da ação penal, mas também de órgão responsável pela fiscalização dos serviços de atendimento as vítimas de violência doméstica. 
Para garantir que a Lei seja efetiva em âmbito nacional, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), busca pratica ações para tornar a legislação mais acessível à população, em consequência torna o acesso à justiça por parte das mulheres agredidas mais fácil. 
Segundo CNJ (2008), as principais invasões da Lei são:
Os mecanismos da Lei: • Tipifica e define a violência doméstica e familiar contra a mulher. • Estabelece as formas da violência doméstica contra a mulher como física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. • Determina que a violência doméstica contra a mulher independe de sua orientação sexual. • Determina que a mulher somente poderá renunciar à denúncia perante o juiz. • Ficam proibidas as penas pecuniárias (pagamento de multas ou cestas básicas). • Retira dos juizados especiais criminais (Lei n. 9.099/95) a competência para julgar os crimes de violência doméstica contra a mulher. • Altera o Código de Processo Penal para possibilitar ao juiz a decretação da prisão preventiva quando houver riscos à integridade física ou psicológica da mulher. • Altera a lei de execuções penais para permitir ao juiz que determine o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação. • Determina a criação de juizados especiais de violência doméstica e familiar contra a mulher com competência cível e criminal para abranger as questões de família decorrentes da violência contra a mulher. • Caso a violência doméstica seja cometida contra mulher com deficiência, a pena será aumentada em um terço.
Porém, depois de mais de 10 anos da colocação da lei em pratica vemos no país ainda com muitos casos de violência doméstica acontecendo, em decorrências de inúmeros fatores, desde impunidade social a problemas de ordem psicológicas. Segundo Fernandes (2011) em seu artigo, a grande culpa das mulheres não denunciarem se deve à falta de confiança das vítimas nas autoridades responsáveis por cumprir a lei. 
Á evidências então que a violência doméstica vai muito mais além que uma questão de segurança pública, é questão de mudança de cultura e mentalidade, e isso vai levar muito mais que 10 anos para ser concretizado. 
No entanto o enfoque do estudo é saber qual a importância da lei em sentido literal de segurança pública e garantia dos direitos das cidadãs. Mas especificamente como um levantamento de ocorrências e uma análise crítica sobre o número de ocorrências registradas pela delegacia de polícia civil do município de Monsenhor Tabosa.
Para se chegar a uma conclusão coerente foi feita uma pesquisa, que segundo Gil (2007, p.17) é: 
(...) procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados.
Na mesma buscou-se levantamento através de números, esse tipo de pesquisa leva o nome de quantitativo que Fonseca (2002, p.20) explica da seguinte forma: 
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente. 
Mas não só quantitativa para se ter um embasamento foi preciso recorrer a autores consagrados e obras já publicadas, de onde podemos ter a certificaçãoque o presente artigo tem uma base bibliográfica bastante fundamentada. 
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).
Durante o desenrolar das pesquisas podemos constatar que quantificar e embasar o estudo não seria o suficiente para temos o resultado esperado, então foi qualificado, pois podemos perceber que o âmbito da lei não é somente diminuir os atos de violência doméstica contra a mulher, mas também fazer uma conscientização do quanto esses atos são prejudicais a sociedade como um todo. Nesse sentido a pesquisa qualitativa foi e bastante valia pois através da mesma podemos descobrir a dimensão das múltiplas ciências sociais envolvidas dentro desse cenario. Na concepção de Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações.
Dentro de toda essa temática, baseado nas técnicas metodológicas expostas acima, o artigo cientifico conseguiu chegar em seu enfoque e objetivo principal, presando por um posicionamento racional e imparcial, busca uma contribuição para as ciências socais e aumento para atenção com relação a violência de gênero. 
2. DESENVOLVIMENTO
2. 1 A Violência Doméstica Contra A Mulher
Vivemos em uma cultura que banaliza a violência praticada diariamente contra a mulher sobre esse assunto Campos (2010, p. 37) observa quer:
Compreender a difícil tarefa pretendida pela Lei n. 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha, significa observar que o mundo manteve, secularmente, a legitimidade da violência de gênero, tornando está, portanto, institucionalizada, com enfoques estigmatizados da cultura e da religião, impondo à mulher, consequentemente, uma vida de subjugação.
Nessa visão, a violência contra o gênero feminino é passada ao longo do tempo de geração em geração, pois as próprias famílias educam seus filhos na metodologia que o homem detém poder sobre a mulher, conforme Rocha (2010, p. 5) destaca – “Nessa sociedade o que não vem descartável é a violência. Porque a marca dela não se retira com a facilidade com que ela entra”.
Na concepção de Rocha (2010), o gênero feminino sofre com a discriminação por ser visto culturalmente como um grupo frágil e ludicamente minoritário, dessa forma despertando o preconceito de uma sociedade que violenta a mulher. Apesar de todas as conquistas das mulheres nos últimos tempos, a violência é visto com naturalidade, principalmente pelo gênero dominante no caso o masculino, isso gerando cada vez mais atos discriminatórios relacionados ao gênero feminino. Um fator que colabora para essa situação é verificado em Rocha (2010, p. 15):
Essa violência doméstica é silenciosa, não porque o chicote não tenha feito barulho, mas porque o choro delas foi embargado. Porque elas, ou por medo ou por vergonha, continuam a não revelar tudo que se passa, e isso não é só numa classe social.
De acordo com alguns dados apenas 28% das mulheres agredidas no país realizam denúncia. Esse é um claro sinal do quanto a violência é um grande problema, com grandes complexidades, pois a vitima precisa ser impulsionada a fazer a denúncia, pois envolver não só aspectos físicos, mais psicológicos e emocionais. Para Baierl (2004, p. 51 e 52), a violência doméstica torno se rotina, e criou-se uma cultura de medo:
Parece que a violência tornou-se um hábito, parte do cotidiano e, como tal banal... Repetitiva... Coisa de pobre para alguns... Coisa de bandidos e de traficantes para outros. Embora banalizada e naturalizada, a violência vem alimentando a cultura do medo, levando as pessoas, sutilmente, a tecerem novas formas de relações sociais e novos padrões éticos.
Todos os estudos publicados até agora não evidenciam números ou estatísticas, que possam ser usados para se ter dimensões das várias realidades que envolvendo mulheres vítimas. No entanto há estudiosos que destacam que a violência faz parte de todos os níveis sociais. A violência é banalizada de tau forma, que não existe distinção alguma nesse quesito. 
2. 2 O Surgimento da Lei
A Lei 11.340/06, carinhosamente batizada como Lei Maria da Penha, foi intitulada assim em louvor à Maria da Penha Maia Fernandes, que foi uma das muitas mulheres brasileiras que sofreu violência doméstica.
Maria da Penha sofreu diversas formas de agressão vinda de seu companheiro, o professor universitário Marco Antônio Herredia Viveros, porem a mais grave aconteceu no ano de 1983, enquanto dormia a mesma foi vítima de um disparo de arma de fogo. Essa tentativa de assinado felizmente não resultou em sua morte, porém deixou-a permanentemente paraplégica. 
No entanto as tentativas de tirar a vida vítima não pararam por ali, sem êxito na primeira tentativo Marco Antônio tentou matar sua esposa, desta vez, eletrocutada por meio de uma descarga elétrica enquanto a mesma estava no banho. 
Só então Maria resolveu pedir ajuda, mas a justiça brasileira não resolveu o caso. O processo judicial se arrastou-se por 15 anos e não foi julgado, mantendo assim o acusado solto. Maria da Penha decidiu denúncia o caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Nesse sentido, Maria Berenice Dias (Jusnavigandi), fala que: 
Essa é a história de Maria da Penha. A repercussão foi de tal ordem que o Centro pela Justiça e Direito Internacional – CEJIL e o Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher – CLADEM formalizaram denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos. Foi a primeira vez que a OEA acatou uma denúncia de crime de violência doméstica. Apesar de, por quatro vezes, a Comissão ter solicitado informações ao governo brasileiro, nunca recebeu nenhuma resposta. O Brasil foi condenado internacionalmente, em 2001. O relatório n.º 54 da OEA, além de impor o pagamento de indenização no valor de 20 mil dólares, em favor de Maria da Penha, responsabilizou o estado brasileiro por negligência e omissão frente à violência doméstica, recomendando a adoção de várias medidas, entre elas “ simplificar os procedimentos judiciais penais, a fim de que possa ser reduzido o tempo processual”. A indenização, no valor de 60 mil reais, foi paga a Maria da Penha, em julho de 2008, pelo governo do estado do Ceará em uma solenidade pública com pedido de desculpas. 
Só depois de uma recomendação da OEA sobre a tolerância do estado brasileiro a violência doméstica contra a mulher foi criado o Projeto de Lei, baseado no art. 226, § 8º, Constituição Federal. O projeto teve início em 2002 e, em novembro de 2004 foi enviado para o Congresso Nacional, tendo a Lei nº 11.340/2006, sido sancionada em 7 de agosto de 2006. Quando o então presidente Lula assinou, disse:” Esta mulher nasceu das cinzas para se transformar em um símbolo da luta contra a violência doméstica no nosso país�.”.
Quadro 1: Mudanças geradas pela lei Maria da Penha
	Antes da Lei
	Depois da Lei
	Não existia lei especifica contra a violência doméstica.
	Define violência contra a mulher e tipifica em física, sexual, moral e patrimonial.
	Os casos eram julgados em Juizados Especiais Criminais e tinham penas que variavam entre seis meses e um ano
	Os casos são julgados em juizados especializados em violência doméstica e as penas podem chegar a três anos.
	Permitia a aplicação de penas alternativas como pagamento de cestas básicas e multas
	Proíbe essetipo de punição
	O agressor não precisava participar de trabalhos de reeducação
	O juiz pode determinar o comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação.
	O agressor podia frequentar normalmente os mesmos locais que a vítima.
	O juiz pode fixar o limite de distância entre o agressor e a vítima e até proibir qualquer tipo de contato.
Fonte: http://g1.globo.com
2. 3 Tipos de violência contra a mulher 
Segundo a lei 11.340/06, nem todo tipo de violência praticado contra a mulher pode ser entendido como um crime. É descrito na lei 5 (cinco) formas de violência: Moral, psicológica, sexual, física e patrimonial. 
O 7° da lei Maria da Penha descreve detalhadamente cada tipo de violência que pode sofre sanção penal. Esse artigo em conjunto com o 5° e o 6°, compõem o que podemos chamar de núcleo da Lei, pois contém o finalidade e existência da mesma, assim como trazer o campo de atuação, delimitando ações e aplicações. 
Segundo a LMP (2006) as formas de violência contra a mulher são:
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e a autodeterminação;
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que o force ao matrimônio, a gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; Violência Moral - a violência moral, entendida como qualquer conduta configure calunia, difamação e injúria.
Considera-se a violência física a forma mis visível da violência doméstica contra a mulher, isso porque essa forma gera consequências facilmente comprovadas como queimaduras, arranhões, hematomas, cortes entre vários tipos de ferimentos. Na verdade esse tipo de violência na maioria dos casos mostra evidencias que outras formas de violência vêm sendo praticadas contra as vítimas. 
Mas é necessário salientar que nem sempre as marcas deixadas no corpo, serão requisitos pra que a violência física seja configurada. Pois existe violência fica que não deixam marcas, mais que praticadas de forma continua geram abalos psicológicos, trazendo enfermidades. Muitas das doenças estão sendo hoje associadas a baixa estima, associado a sentimentos diversos e descompensam emocional, geram doenças crônicas e câncer. o Banco Interamericano de Desenvolvimento demostra que mulheres que passam por experiências de violência tem sua expectativa de vida diminuída em cinco (5) anos. 
A forma de violência psicológica está diretamente ligada as outras espécies de violência praticas contra a mulher. Isso se justifica na conduta de manter a vítima inersa sem poder algum de autoridade sobre o agressor. Tal conduta caracteriza violação do direito de exercício de vontade. 
Em relatório de caráter especial, a Organização das Nações Unidas (ONU 1996), expressa repúdio pela pratica de violência doméstica, enfatizado que esse tipo de situação é uma forma brutal de diferenciação e discriminação de gênero, isso sendo utilizado como ferramenta para suposta subordinação, e consequentemente torna o gênero feminino disciplinado e submisso ao sistema dominador. Podemos disser que não são atos isolados e individuais, mais sim, um conjunto de atos que dão sustento ao sistema.
Com essa constatação podemos então disse que a violência contra a mulher é também uma violência política, pois a superioridade e dominação destinada ao gênero masculino vem sendo repassado culturalmente. Então é subentendido dentro da cultura que os homens têm direito de praticar atos violentos contra a mulher, tal prática é utilizada como ferramenta para manter um poder diferenciado, chegando a ser desigual, dos homens em relação as mulheres. De acordo com Saffioti (2004), essas ideias vêm de encontro com os conceitos de patriarcalismo, assim a violência abre brechas para determinação de papeis encontra uma falsa justificativa para a violação dos direitos humanos. 
A mulher sofre violência a cada 24 segundos, segundo dados de uma pesquisa de opinião pública (2010), nesse contexto a Organização Mundial de Saúde, considera esse tipo de violência uma espécie de “epidemia mundial”. Mostrando assim uma demonstração de poderem e de silenciação por parte das vítimas. 
O desenvolvimento de sistemas como a ONU e a OEA, tem possibilitado um avanço no reconhecimento de novos temas de direitos e sujeitos, que não tinha sido viabilizado ainda. Vem dessas organizações a exigência jurídica para que os estados, cumpram com as obrigações que vem da comunidade internacional, que só foi possível depois do surgimento da Lei. 
Vê-se assim, que não importante o tipo de violência empregada, as vítimas sempre terão alguma forma de consequência, isso é objetado crescentemente de maneira assustadora no brasil e no mundo. Mas a população tem papel fundamental, se pocionando-se contra os absurdos praticados em deterioração os direitos humanos.
Notória também é que as medidas só são tomadas na maioria dos casos quando se chega a extremos. Presas ao medo e ao preconceito as mulheres se submetem até não terem mais forças. Com tudo, a lei vem se mostrando eficazes e fazendo essas terríveis realidades se modificarem. 
2. 3 Índices de violência doméstica no município de Monsenhor Tabosa
A cidade de delimitação do estudo se trata do município de Monsenhor Tabosa, uma pequena cidade, com pouco mais de 17.000 (dezessete mil) habitantes localizada na Mesorregião dos Sertões Cearenses. 
Por ser uma cidade tipicamente de interior fica evidente a falta de informação por parte da população, principalmente quando falamos de violência domestica contra a mulher. Se nota que a cultura fala mais alto, pois não existe delegacias especializadas que possam atender as vítimas, por esses motivos se nota um número de denúncias muito baixo. 
Porém constata-se uma diminuição progressiva no número de boletins de ocorrência registradas entre os anos de 2006 (dois mil e seis) ano de efetivação da lei e 2016. Conforme dados da tabela abaixo: 
Tabela 01: Número de registros de boletins de ocorrências
	Ano
	Quantidade de ocorrências
	2006 e 2007
	76 casos
	2008 e 2009
	74 casos
	2010 e 2011
	73 casos
	2012 e 2013
	69 casos
	2014 e 2015
	68 casos
	2016
	33 casos
Fonte: Dados da pesquisa(2017)
Por ser uma cidade de pequeno porte os casos são poucos em relação a outros lugares. Porém o ideal seria que não ouve casos, mas vemos que ouve uma grande diminuição desde a homologação da lei. Isso se deve grande parte as medidas impostas aos agressores, que em conseguia foram inibindo futuras reincidências.
No entanto essa diminuição também é motivo de preocupação, pois em pesquisa informa e sem valor cientifico, podemos constatar que as vítimas não querem registra ocorrência contra as agressões. Isso significaque a lei tem sido eficaz ao que se propõe porem é dever das autoridades competentes procura parcerias com outros órgãos para estimular as vítimas a representarem contra os acusados. 
Segundo dados do poder judiciário local, existem mais de 150 processos em aberto, isso significa quer o caso não foram jugados e permanecem impunes. Dado um pouco preocupante se passarmos a pensar na situação das vítimas, já que os agressores estão soltou as vítimas ficam em situação de vulnerabilidade.
Outro dado coletado diz respeito ao perfil dos agressores e das vítimas, segundo os boletins de ocorrência registrados na delegacia de polia civil do município de Monsenhor Tabosa, os casos de Violência doméstica só chega ao conhecimento das autoridades quando já estão em situação absurda, e que as vítimas só denunciam quando contam com o apoio dA família, e que geralmente que denuncia só pessoas jovens e na maioria dos caos os agressores também estão na faixa etária dos 20 os 39 anos. Quanto classe social as denuncia geralmente vem das camadas mais baixas da sociedade, mais não quer disse não casos e classes mais altas, isso significa que as classes mais favorecidas existem um tabu maior e uma cultura de submissão muito forte.
A secretaria de assistência social juntamente com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), tem desenvolvidos ações de conscientização de prevenção da violência doméstica. Umas das principais ações é a panfletagem que envolve sair as ruas com panfletos e folders educativos. Outra atitude louvável é o acompanhamento psicológico das vítimas, principalmente a de classes mais humildes. Nessa ação são identificadas as vítimas, elas tendo feita a denúncia ou não, a partir desse momento tem todo um trabalho primeiramente de sensibilização a fazer a denúncia, segundo de passar a receber apoio psicológico. 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo a delegacia de polícia civil (2017) da cidade apenas 10% de das mulheres agredidas fazer a denúncia e dão continuidade no processo contra a agressor. Isso significa um dado alarmante pois a maioria dos crimes permanece sem ser solucionados por falta de denúncia. 
Se falar sobre violência doméstica vai muito além de um caso de segurança pública, mais envolve fatores como a tolerância vinda de uma cultura machista. Não só disso mas também fatores psicológicos advindas de outra forma formas de violência que não só físicas. Porém durante este estudo podemos contatar que as formas mais recentes de inibição e de punição contra essas atitudes tem se mostrado eficientes, ao menos ao que disse respeito aos casos que são denunciados. 
A lei Maria da Penha se propõe a coibir a violência contra a mulher, fazendo com que o agressor se consciente dos seus atos, aplicado a ele punição corrente de acordo com o caso. Mas a lei em questão não teve a pretensão de acabar com a violência doméstica apenas penalizando o agressor. Ela pretende tencionalmente coibir e evitar novas práticas violentas, diante de medidas efetivas e eficazes de proteção à mulher. 
No que diz espeito ao municio de Monsenhor Tabosa, podemos concluir que a Lei 11.340/06 é de grande relevância, podemos nos casos que é aplicada tem sido eficiente, não só nesse mérito mais também na coibição dos casos e também no estimulo a futuras vítimas a fazerem as denúncias e procurarem as medidas cabíveis necessárias. 
Existe na cidade um grande número de medidas protetivas tomadas para garantir o direito da vítima de âmbar livremente, sem medo de novos atos de violência.
Mas a muito o quer ser feito principalmente com relação a acabar com os casos de violência doméstica, mas isso só poderá ser feito com a ajuda da sociedade. Isso exigira uma mudança radical de cultura, onde o machismo e a lei do mais forte não vigore. Também a política tem que interceder, para que a Lei Maria da penha seja solitária na missa, mais que sejam projetados e sancionados outros projetos de lei que visem a acabar com o preconceito, e exclusão social dos que historicamente tem sido excluso, não só com relação as mulheres, mais crianças, idosos e os LGBT.
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Vozes, 2001.
� Graduando em Tecnólogo em Segurança Pública pela UNESA – Universidade Estácio de Sá. E-mail: xxx@xxxx
� Professor orientador UNESA – Universidade Estácio de Sá. E-mail: marco.barros@estacio.br	
� BRASIL. Constituição Federal. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11340.htm. Acesso em: 18 Abril. 2017.

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