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Anatomia do aparelho reprodutor

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O conhecimento do aparelho reprodutor masculino e feminino é de suma importância para um melhor entendimento do funcionamento do sistema reprodutivo.
Anatomia do aparelho reprodutor Masculino
O aparelho reprodutor do macho é constituído por testículos, epidídimo, ducto deferente, glândulas genitais acessórias, prepúcio e pênis. As gônadas dos machos, os testículos, tem duas principais funções: produção de células germinais denominadas espermatozoide que transmite os genes do macho para o filhote e, produção de andrógenos (testosterona) que dão as características do indivíduo do sexo masculino (stanbenfeld e edqvist, 1996). Além dos testículos, o aparelho reprodutor dos é constituído pelo epidídimo, o qual é dividido em cabeça, corpo e cauda, importantes no transporte e armazenamento de espermatozoides produzidos no testículo (Granados et al., 2006). O pênis é o órgão copulador e possui na sua extremidade o processo uretral ou apêndice vermiforme que facilita a disseminação do ejaculado dentro do trato reprodutivo da fêmea. O pênis é revestido pelo prepúcio que apresenta como função a proteção do mesmo (Hafez & Hafez, 2004). As glândulas acessórias (vesículas seminais, bulbo uretrais e próstata) encontram-se no macho e desempenham importante papel de produção de plasma seminal, importante para a sobrevivência espermática no ejaculado (Granados et al., 2006). O sêmen é o produto da ejaculação de um reprodutor, sendo composto por espermatozóides, células responsáveis pela fecundação dos óvulos das fêmeas, as quais são produzidas nos testículos, e por uma fração líquida denominada plasma seminal, produzida pelas glândulas acessórias e pelos epidídimos do sistema genital masculino (Cortell, 1981). Os espermatozóides são formados a partir do desenvolvimento de células germinativas presentes no interior dos túbulos seminíferos, estes se derivam a partir das espermatogônias que se diferenciam em espermatócitos primários, secundários e espermátides até chegarem a espermatozóides, uma seqüência de eventos denominada espermatogênese que é regulada pela secreção de testosterona a partir das células de Leydig (Hafez & Hafez, 2004). A estrutura do espermatozóide é formada por cabeça, colo, peça intermediária e flagelo, sendo este último subdividido em peça principal e peça terminal (Barth & Oko, 1989). A cabeça do espermatozóide é formada principalmente pelo núcleo. Entre a membrana plasmática e a porção anterior do núcleo existe o acrossoma, uma estrutura de dupla camada de membranas que contém enzimas (hialuronidase e acrosina) responsáveis pela destruição do cumulus oophorus e da zona pelúcida do oócito durante a fecundação (Bearden & Fuquay, 1997). O colo é a região que liga a cabeça à peça intermediária, que como o flagelo, tem em sua constituição dois microtúbulos centrais circundados por nove microtúbulos duplos, que é a constituição específica dos flagelos. Circundando esta estrutura, existem outras nove formações: as fibrilas densas externas. Revestindo a peça intermediária, existe uma bainha mitocondrial e uma bainha fibrosa, enquanto que o flagelo é revestido apenas pela bainha fibrosa (Mies Filho, 1987). A movimentação da cauda se dá pelo deslizamento entre os microtúbulos, cuja energia para tal é proveniente de uma bainha de mitocôndrias que recobre a peça intermediária (Barth & Oko, 1989). O plasma seminal é a porção fluida do sêmen, incorporada durante a ejaculação e formada por uma mistura de líquidos secretados pelas glândulas sexuais acessórias (vesiculares, bulbouretrais e próstata), pelos epidídimos e pelos ductos deferentes (Evans & Maxwell, 1990). Atua como veículo para os espermatozóides serem transportados do trato genital do macho, ativa a sua motilidade e proporciona um meio rico em nutrientes e tamponado, necessário para manter a sobrevivência dos espermatozóides após sua deposição no trato genital feminino (Evans & Maxwell, 1990). Normalmente, apresenta pressão osmótica semelhante ao sangue e possui pH neutro (Upreti et al., 1995). O plasma seminal contém uma variedade de constituintes bioquímicos, alguns dos quais são relativamente específicos dentro do mecanismo de regulação da função do espermatozóide, entretanto as exatas funções destes componentes seminais no controle da motilidade espermática, ainda não estão bem elucidadas (Strezezek et al., 1992). O contato com o fluido seminal desencadeia eventos preparatórios nos espermatozóides para a fertilização (Müller et al., 1997), pois os constituintes do plasma seminal são conhecidos por modular uma variedade de funções espermáticas (Calvete et al., 1994).
Anatomia do aparelho reprodutor Feminino:
Os órgãos genitais femininos são compostos por ovários, tubas uterinas, útero, órgãos copulatórios, vagina, vestíbulo e vulva. Os ovários, corresponde a glândula sexual feminina) que desempenham funções exócrinas (liberação de gametas) e endócrinas (produção de hormônios esteróides e peptídeos). O tecido ovariano é constituído pela medula onde se encontram tecido conjuntivo denso, vasos sanguíneos e nervos e o córtex, onde estão tecidos conjuntivo frouxo e os folículos ovarianos (Hafez & Hafez, 2004). Após a ovulação, o oócito é liberado na tuba uterina, a qual possui a mucosa recoberta por cílios que facilitam a movimentação do oócito até o útero. É na porção média da tuba, denominada de ampola, onde ocorre a fecundação. Após este evento, o embrião é levado até o útero (Hafez & Hafez, 2004). O útero é do tipo bicorne e o epitélio em certas partes não tem glândulas mas são ricamente vascularizadas, são as carúnculas. Juntos, o cotilédone fetal e a carúncula maternal formam a estrutura coletiva, o placentoma. Sendo o local de implantação do embrião ao corpo do útero. O endométrio e seus fluidos têm grande relevância no processo de transporte dos espermatozóides e regulação da função do corpo lúteo. Sua mucosa passa por duas fases distintas: fase proliferativa e fase secretora. De acordo com a fase do ciclo estral. O cérvix, estrutura que une o útero a vagina. Possui duas faces, uma uterina e outra vaginal. É um conduto formado por cerca de 4 a 6 anéis e que tem como principal função proteger o útero contra os agentes do meio externo. No estro a cérvix pode encontrar-se um pouco aberta, o que facilita a passagem dos espermatozóides na ocasião da cópula (Granados et al., 2006). Com relação a vagina, esta constitui o canal do parto e é revestida internamente por uma mucosa cujo epitélio sofre alterações de acordo com a fase do ciclo estral. O vestíbulo, muito mais curto que a vagina, situa-se principalmente, se não inteiramente, caudal ao arco isquiático, circunstância que lhe permite inclinar-se ventralmente à sua abertura na vulva. Na ovelha, estão presente glândulas vestibulares menores e maiores. Essas glândulas produzem uma secreção mucosa que lubrifica a passagem durante o coito e o parto. No estro, o odor da secreção tem um efeito sexualmente estimulante sobre o macho. (Dyce et al., 4 edição). A vulva é a porção mais externa do aparelho reprodutor e possui, na sua porção inferior, o clitóris que é composto de tecido erétil e bem suprido de terminações nervosas. (Granados et al., 2006). O clitóris, o homologo feminino do pênis, situa-se dentro da comissura ventral. (Dyce..)
Glândula Mamária:
A capacidade de os mamíferos nutrirem suas crias por meio da secreção do leite pelas glândulas mamarias durante o período inicial da vida pós-fetal tem dado a estes animais vantagens de sobrevivência. Sob o ponto de vista anatômico-microscópico, a glândula mamária é uma glândula cutânea de origem do ectoderma; histologicamente, ela é do tipo tubuloalveolar composta (PARK e JACOBSON, 1993). Em ovinos, o conjunto de duas glândulas funcionais e duas tetas é conhecido como úbere, caracterizado com a pele coberta por pelos finos e o teto completamente sem pelos (FRANDSON et al., 2010). Cada teta drena uma glândula, referidas como duas, separadas por tecido conjuntivo (PARK e JACOBSON, 1993). O componente secretor da glândula, também chamado deparênquima, é formado por células epiteliais secretoras de leite. Os alvéolos são as unidades secretoras, apresentando toda estrutura necessária para a síntese e secreção de leite para o lúmen alveolar e, em seguida, para o sistema de ductos (SANTOS e FONSECA, 2007). De acordo com Frandson et al., (2010), os vários ductos convergem e terminam, por fim, em um reservatório, o seio lactífero, também conhecido em duas partes, cisterna da glândula e cisterna do teto. A cisterna do teto se comunica com o exterior por meio do ducto papilar, normalmente chamado canal do teto, que é composto de células queratinizadas. O canal do teto se abre como óstio papilar, mantendo-se fechado entre as ordenhas por grupo de fibras musculares que formam o esfíncter. O estroma glandular, por sua vez, é o tecido que abriga capilares sanguíneas, células mioepiteliais e fibras reticulares; sendo então, o tecido conjuntivo intersticial intraparenquimatoso (BRAGULLA & KÖNIG, 2004; DAVIDSON & STABENFELDT, 2008; FEITOSA, 2008;). A sustentação da glândula mamária é realizada por um sistema de suporte do úbere, composto pela pele e por conjunto de ligamentos. As estruturas primárias são os ligamentos suspensórios lateral e medial (SANTOS e FONSECA, 2007). O crescimento mamário, sua diferenciação e lactação (secreção e saída do leite) envolvem os processos de mamogênese, lactogênese a galactpoese. A mamogênese refere-se ao crescimento e desenvolvimento da glândula mamária; lactogênese é o processo pelo qual as células alveolares mamárias adquirem a capacidade de secretar leite; e a galactopoese se refere à manutenção da secreção de leite e/ou intensificação da lactação estabelecida (PARK & LINDBERG, 2007; RECCE, 2008). O desenvolvimento fetal está sob controle genético quanto endócrino. O desenvolvimento inicial do botão mamário está sob influência do mesênquima embrionário (tecido conjuntivo). Embora se conheça pouco sobre o desenvolvimento da glândula mamaria fetal, não se acredita que ele seja direcionado por hormônios. Entretanto, glândulas mamarias ativamente secretoras podem estar presentes no momento do parto como resultado da administração exógena de certos hormônios da mãe. (Cunningham). Na puberdade, com o início do ciclo estral há liberação do hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) pela glândula pituitária anterior, devido ao estímulo de hormônio regulador das gonadotropinas (GnRH) liberado pela glândula hipotalâmica. A atividade do FSH sobre o ovário, durante a fase folicular, influencia as células da granulosa do ovário converteram androgênios (produzidos pela teca interna do folículo, influenciados por LH) em estrogênios. Já a atividade do LH sobre o ovário, durante a fase luteínica, influencia o crescimento de corpos lúteos no ovário (pela luteinização da granulosa); desta forma, essas células convertem os estrogênios em progesterona (GRECO & STABENFELDT, 2008; RECCE, 2008). A ação conjunta de estrogênio e progesterona nessa fase causa a estimulação das células glandulares (proliferação). Porém, o trabalho desses dois hormônios depende do sinergismo dos mesmos com a somatotropina (STH) e a prolactina (PRL), ambos hormônios da pituritária anterior; esse sinergismo promove alongamento, espessamento e ramificações dos ductos mamários. A diferenciação dos ductos em alvéolos continua com cada ciclo estral posterior. O máximo de crescimento de lóbulos e alvéolos nos ciclos estrais somente ocorre com cerca de 30 a 36 meses de idade. Soma-se aos hormônios anteriormente descritos, a ação dos glicocorticóides. (ENGELKING, 2010; RECCE, 2008). A glândula mamaria permanece subdesenvolvida até a ocorrência da gestação. Na gestação, o crescimento acelerado deve-se provavelmente a secreção aumentada e sincrônica de hormônios esteróides (estrogênio e progesterona) e polipeptídicos (prolactina, gH e lactogênio placentário), os ductos mamários se alongam novamente e os alvéolos proliferam-se e substituem o tecido adiposo, até então, em grande quantidade no estroma. Ao final do sexto mês, com efeitos adicionais do prolactina e da progesterona, observa-se um extenso desenvolvimento lobuloalveolar; com células que sintetizam e secretam leite ativamente (ENGELKING, 2010; REECE, 2008). 
Os processos de lactogênese e galactopoese compreendem a aquisição da capacidade das células alveolares da glândula mamária de produzir leite e secretá-lo; sendo um total desafio para o metabolismo energético da fêmea lactante (CAMPOS et al, 2005; REECE, 2008). Um dia antes do parto, o hormônio prostaglandina F2α aumenta consideravelmente sua concentração sérica; resultando em lise do corpo lúteo. Consequentemente, há uma queda drástica na produção de progesterona, o que viabiliza a formação de sítios de ligação do prolactina no tecido mamário e desnaturação de sitos de glicocorticoides. Une-se a esses eventos, uma produção máxima, um mês antes do parto, de estrogênio (que estimula a síntese de prolactina); e uma onda de somatotropina (direcionando nutrientes para a glândula mamária) (EILER, 2007; GRECO & STABENFELDT, 2008). Os principais hormônios requeridos para a mantença da lactação são: os hormônios reprodutivos (estrógeno, progesterona, prolactina e ocitocina) atuam diretamente na glândula mamária. Hormônios metabólicos (hormônio do crescimento, corticosteróides, hormônios da tireóide e insulina) têm muitas funções no corpo e freqüentemente tem efeitos diretos na glândula mamária. Finalmente os hormônios produzidos localmente, que incluem: hormônio do crescimento (GH), prolactina (PRL) e peptídeo relacionado ao hormônio da paratireóide (PTH). (SVENNERSTEN-SJAUNJA e OLSSON, 2005). 
Prolactina (PRL)
A prolactina é um hormônio peptídico produzido na hipófise anterior. Apresenta funções no desenvolvimento de tecido mamário (mamogênese), início e mantença da lactação (lactogênese e galactopoese) (ELGELKING, 2010). Como hormônio fundamental, tem papel importante na diferenciação das células da glândula mamária e controle de passos bioquímicos envolvidos na síntese do leite. Induz o acúmulo de RNAm da caseína, estimulando a expressão de genes dessa proteína e de outros genes (EILER, 2007; REECE, 2008). Além de estímulos internos, esse hormônio tem sua liberação influenciada também pelos estímulos sensoriais durante o manejo do teto na ordenha. Os estímulos são conduzidos até o hipotálamo, onde a síntese de dopamina é bloqueada (já que a dopamina é um inibidor de secreção de prolactina); e há estímulo para a produção de peptídeo intestinal vasoativo (um dos estimulantes para liberação de prolactina) (GRECO & STABENFELDT, 2008). A prolactina age sinergicamente com a liberação do hormônio tireoestimulante; além de que, um importante inibidor de sua ação é o 2-Br-α- ergocryptine-methansulphonate (KARGS e SCHAMS, 1974). 
Hormônio Somatotrópico (STH)
 O hormônio somatotrópico, também conhecido como hormônio do crescimento (GH) ou somatotropina (ST) é uma pequena molécula peptídica, podendo por isso ser ainda chamado de hormônio protéico. É sintetizado e liberado pela hipófise anterior em resposta ao hormônio regulador do hormônio somatotrópico, produzido e liberado pelo hipotálamo (ELGELKING, 2010). O hormônio somatotrópico é um hormônio hiperglicemiante (aumentando a glicogenólise) e favorecendo um maior aporte de glicose ao tecido mamário; isso, sem reduzir os níveis basais de glicose, já que reduz a oxidação de glicose em outros tecidos. Participa do metabolismo lipídico do organismo animal, promovendo a lipólise (liberando ácidos graxos livres na circulação sistêmica) e aumentando a quantidade de ácidos graxos de cadeia longa no leite. Apesar de aumentar os valores séricos de cálcio, magnésio e fosfato; não modifica os níveis de mineral na secreção láctea (GRECO & STABENFELDT, 2008; REECE, 2008; RODRIGUES, 2008). 
Insulina
A insulina é um hormônio peptídico produzido pelas células β das ilhotas pancreáticas. Age em resposta à ingestão de alimento, ou seja, período de anabolismo (EILER, 2007). O efeito da insulina é sobre o metabolismode carboidratos, lipídeos e proteína. Promovendo a entrada de glicose dentro de células do organismo, a insulina estimula glicogênese e lipogênese, além de desviabilizar enzimas que catalisam a glicogenólise. Além disso, aumenta o transporte da maioria dos aminoácidos para o músculo, estimula síntese de proteína e inibe catabolismo protéico; induz a síntese de lípase lipoproteica, inibe a lípase intracelular e aumenta esterificação de ácidos graxos. Ou seja, baixa as concentrações sanguíneas de glicose, ácidos graxos e aminoácidos e promove a conversão intracelular desses compostos em sua forma de armazenamento (ENGELKING, 2010)
Paratormônio (PTH)
O paratormônio uma hormônio peptídico produzido pelas células da paratireóide liberado para manter a homeostasia mineral sérica do organismo (ENGELKING, 2010). Em virtude do elevado conteúdo de cálcio no leite, a concentração de 1,25 diidroxicolecalciferol é aumentado durante a lactação (ELGELKING, 2010). 
Hormônio Adrenocorticotrópico (ACTH)
O hormônio adrenocorticotrópico é um hormônio peptídico produzido pela porção anterior da hipófise, e liberado por estímulo da liberação do hormônio regulador do hormônio adrenocorticotrópico (ACTHRH), produzido e liberado pelo hipotálamo (EILER, 2007). Esse hormônio se torna essencial para regular a liberação de corticoesteróides (glicocorticóides e mineralocorticóides) pela córtex da glândula adrenal. Durante a lactogênese, o principal corticoesteróide é o cortisol. (CAMPOS et al, 2005; REECE, 2008). O aumento nos níveis séricos de cortisol no final da gestação, parto e durante a lactação é considerado normal (ANTONIAZZI et al, 2009; PAIVA et al, 2006). O cortisol é um mediador de metabolismo intermediário; estimulando gliconeogênese hepática (envolvendo conversão de aminoácidos em carboidrato) e aumentando os níveis de glicose sanguínea; inibe a captação e metabolismo de glicose principalmente em músculo e células adiposas; além de aumentar a taxa de lipólise. Desta forma, disponibiliza mais glicose e ácidos graxos para síntese láctea (ENGELKING, 2010; GRECO & STABENFELDT, 2008). A maior concentração de cortisol encontra-se durante a segunda semana de lactação; onde, além de participar do metabolismo de carboidrato e lipídico, induz a diferenciação do retículo endoplasmático rugoso e do aparelho de Golgi das células alveolares (CAMPOS et al, 2008; GRECO & STABENFELDT, 2008). Não pode-se deixar de relacionar a alta taxa de cortisol sérico durante a lactação da fêmea ao stress sofrido pelo mesma durante a ordenha. O stress crônico aumenta significativamente o nível plasmático médio de cortisol (JUNIOR et al, 2003).
Hormônio Tireoestimulante (TSH)
 O hormônio tireoestimulante é um hormônio peptídico produzido pela hipófise anterior e secretado pela ação do hormônio regulador do hormônio tireoestimulante, produzido e liberado pelo hipotálamo (REECE, 2008). O hormônio tireoestimulante atua diretamente nas células da glândula tireóide estimulando a produção de colóide e liberação dos hormônios tireóideos. Os hormônios tireóideos são hormônios amina derivados do aminoácido tirosina em conjugação com moléculas de iodo. Há dois desses hormônio: tetraiodotironina (T4 – formado por duas moléculas de tirosina e quatro moléculas de iodo) e triiodotironina (T3 – formado por duas moléculas de tirosina e três moléculas de iodo). O mais metabolicamente ativo é o T3 (COLODEL, 2005; NASCIMENTO, VIEIRA e SILVA, 2006). Os hormônios tireóideos têm capacidade de aumentar a atividade metabólica e consumo de oxigênio da maioria dos tecidos do corpo. Como a produção e secreção láctea, pelo animal, dependem de árdua atividade celular dos alvéolos mamários, encontrar-se-ia uma correlação positiva entre esses hormônios e a produção leiteira; porém, estudos afirmam que há correlação negativa entre esses níveis (COLODEL, 2005; REECE, 2008). Os hormônios tireoidianos, além de participarem do desenvolvimento da glândula mamária, aumentam a síntese e a secreção de algumas proteínas do leite, como a alfa-lactoalbumina. Além disso, para que os principais hormônios galactopoéticos, tais como o GH e a PRL, atuem na glândula, é essencial a participação dos hormônios tireoidianos. O GH, a PRL e a T4 aumentam a atividade da 5’desiodase na glândula mamária, enzima que converte a tiroxina (T4) em triiodotironina (T3), forma metabolicamente ativa do hormônio tireoidiano (LEITE et al, 2007). Estudos afirmaram que T4 tem nível circulante maior em fêmeas bovinas me primeira lactação que em fêmeas com ordem de lactação mais avançada (NASCIMENTO, VIEIRA e SILVA; 2006).
Retirada do Leite:
 A retirada do leite da glândula mamária ocorre através de um reflexo neuro – hormonal, no qual estimula as células mioepitelias (músculo liso) que envolvem os alvéolos, a contraírem. Segundo Cunningham, para manter a lactogênese, o leite deve ser retirado da glândula mamária através da amamentação ou da ordenha, quando estimulada, esses estímulos ativam os receptores nervosos da pele, os quais enviam estimulo até a medula espinhal, de lá até o hipotálamo, este por fim libera a ocitocina, que se liga aos receptores das células mioepiteliais e através deles promove a contração do músculo liso, consequentemente a ejeção do leite (PARK e JACOBSON, 1993; SANTOS e FONSECA, 2007).
Ciclo de Lactação:
O tempo necessário para a mudança de colostro para a secreção de leite normal varia em cada espécie. A produção de leite tende a aumentar nas primeiras 3 a 4 semanas de lactação e então começa a declinar lentamente até o final da lactação. Os animais normalmente estarão “secos” após 305 dias de período lactacionais; os índices de produção são calculados com base nas quantidades de quilos de leite e de gordura produzidos. A pressão retrógrada dentro do alvéolo causada pelo leite inibe gradualmente a secreção do leite pelas células epiteliais alveolares, com resultante regressão das células alveolares e dos pequenos ductos. O processo denominado involução, frequentemente requer pelo menos 1 mês, havendo necessidade de um período de 6 semanas no mínimo de intervalo entre uma lactação e outra. Dentro de um período de 1 a 2 meses os sistemas secretor (alvéolos) e excretor (ductos) regridem e são substituídos. (Cunningham).

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