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Professor Doutor Flávio Galvão
UNIFMU – CENTRO UNIVERSITÁRIO
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO TRIBUTÁRIO II
PROF. FLÁVIO GALVÃO
APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR
PERSPECTIVA DIDÁTICA
SISTEMA DE AVALIAÇÃO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. São Paulo: Malheiros.
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. São Paulo, Malheiros.
SABAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Malheiros.
MELO, José Eduardo Soares de. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Dialética.
 
 F) FREQUÊNCIA
PROGRAMA DE AULAS
QUADRO SINÓTICO
 Imunidades Tributárias
10.1. Conceito
Norma constitucional demarcatória da competência tributária. É a impossibilidade da tributação de pessoas, bens situações jurídicas resultantes da vontade da Constituição Federal.
Constitui-se a Imunidade como Direito Público Subjetivo do sujeito de direito beneficiado pela norma constitucional exonerativa.
A imunidade tributária significa a incompetência dos entes políticos no intuito de estabelecer a obrigação tributária dos sujeitos de direito ou relações jurídicas imunes.
A imunidade tributária é uma forma qualificada na Carta Magna de não-incidência por supressão do Poder de Tributar dos entes federativos.
A imunidade tributária impede a incidência da lei ordinária sobre tributação em face dos sujeitos de direito imunes.
10.2. Classificação das Imunidades
Quanto aos valores constitucionais consagrados e protegidos pela Carta Magna: Genéricas e Específicas. Imunidades genéricas são aquelas previstas no Inciso VI, do art. 150 da CF e atingem todas as pessoas políticas que compõem a federação brasileira em face dos valores constitucionais básicos, tais como a liberdade religiosa; o direito a informação. As imunidades específicas são aquelas restritas a um único tributo e servem a valores mais limitados e conveniências especiais, tais como aquela prevista ao IPI ns operações com produtos industrializados destinados ao exterior.
Imunidades Objetivas e Subjetivas. Imunidades objetivas são aquelas concedidas em função de determinados fatos, bens ou situações jurídicas. É claro que as relações jurídicas envolvem sempre sujeitos de direitos, mas, as imunidades objetivas não são outorgadas na Constituição em função do interesse e em prol da pessoa humana. Atingem diretamente o bem jurídico. É o caso da imunidade dos livros, jornais e periódicos e os papéis destinados a sua impressão. As imunidades subjetivas são aquelas previstas em razão da condição de determinadas pessoas e de sua natureza jurídica, tais como, a imunidade veiculada nos §§ 2º e 4º do art. 150 da CF.
Imunidades ontológicas e políticas. As imunidades ontológicas são aquelas decorrentes de princípios constitucionais tributários e que não podem ser suprimidas do texto da Constituição pelo legislador constituinte derivado. Os exemplos dessa imunidade são a imunidade recíproca, decorrência lógica do princípio federativo e da autonomia dos entes políticos, como também da sua inerente falta de capacidade contributiva, assim como, também, as entidades de educação e de assistência social sem fins lucrativos. As imunidades políticas, a seu turno, derivam de um valor constitucionalmente consagrado e decorrem da expressa manifestação do legislador constituinte de desonerar pessoas ou relações jurídicas do dever de cumprir com a obrigação tributária, podendo, inclusive, serem suprimidas do texto da Carta Magna, conforme o interesse do Constituinte Derivado, por Emendas à Constituição. Os exemplos são as imunidades de partidos políticos, das entidades sindicais dos trabalhadores, a imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado a sua impressão.
10.3. Diferenças entre Imunidade e Isenção
A imunidade decorre do texto da Constituição. As isenções são decorrentes de previsão legal.
Na imunidade não há o que se falar de existência de relação jurídica tributária, vez que a norma que imuniza impede o nascimento da obrigação tributária e o exercício da competência tributária. As isenções retiram um dos elementos da regra-matriz de incidência tributária, definindo os contornos da obrigação tributária no plano legal.
As imunidades são interpretadas de maneira ampla e as isenções são interpretadas literalmente, conforme o inciso I, do art. 111 do CTN.
10.4. A Imunidade e as Espécies Tributárias 
A imunidade tributária atinge as taxas, conforme o art.5º., incisos XXXIV; LXXIII; LXXIV; LXXVI e LXXVII, da CF. Art. 208 I, da CF. Art. 226, § 1º. Art. 230, § 2º.:
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isendo de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insufiência de recursos.
LXXVI – são gratuitos, para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito.
LXXVII – são gratuitas as ações de hábeas corpus e hábeas data e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiverem acesso na idade própria.
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º. O casamento é civil e gratuita a celebração.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando a sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
§ 2º. Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos
As imunidades são aplicáveis as Contribuições Sociais: Art. 195, II; art. 195, § 7º.
As imunidades de contribuição social e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação: Art. 149, § 2º., Inciso I, da CF.
10.5. Imunidade recíproca: art. 150, VI, a, da CF
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Respeito aos Princípios Federativos e da Autonomia das Pessoas Políticas. Ausência de capacidade contributivas das pessoas políticas de direito público, eis que os recursos obtidos são exclusivamente destinados a prestação de serviços públicos que lhes incubem por expressa dicção da lei.
As taxas, contribuições de melhoria e contribuições sociais não sofrem óbices de incidência em face da imunidade recíproca.
A imunidade recíproca alcança o IGF; o ITR; o ITCMD; o IPVA; o IPTU; o ITBI; o IR; o ISS.
A imunidade das entidades políticas que compõem a federação brasileira alcança também o Imposto de Importação, o Imposto de Exportação, o ICMS na Importação, o IPI na Importação e o IOF.
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensivaàs autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
Extensão: § 2º do art. 150, da CF. Autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei, com capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei. As fundações públicas são pessoas jurídicas de direito público, integrantes da Administração Pública Indireta criada pelo Estado para a prestação de certos serviços públicos típicos, consistente num patrimônio público personalizado e regido por normas de direito público, afetado à consecução de um determinado fim público.
Nesta seara temos a inclusão das autarquias de regime especial: agência executiva; agência reguladora e associação pública.
Agência executiva é uma autarquia ou fundação pública que celebra contrato de gestão com o respectivo ministério supervisor com a finalidade de cumprir certos objetivos e metas no desempenho de atividades estatais (Lei no. 9.649, de 27 de maio de 1998).
Agência reguladora é entidade de direito administrativo com alto grau de especialização técnica, integrante da Administração Pública, com a finalidade de regular um setor específico da atividade econômica. Exemplos: Agência Nacional das Águas; Anatel; ANP; Agência Nacional de Aviação Civil; Agência Nacional de Energia Elétrica; ANTT; Agência Nacional de Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Associação Pública é o consórcio público, como uma associação pública, com personalidade de direito público, conforme a previsão da legislação civil (Código Civil).
A parte final do parágrafo segundo deixa evidente que o patrimônio, renda e serviços imunes das autarquias e fundações mantidas pelo poder público devem estar vinculados a sua finalidade essencial ou às delas decorrentes. 
Neste sentido, não se presta o patrimônio de uma autarquia, por exemplo, que não estando vinculado às finalidades essenciais da mesma, possa estar alcançado pela imunidade. Caso concreto da jurisprudência nós temos com o não alcance da imunidade aos terrenos baldios das autarquias. (STF)
A imunidade recíproca não se aplica nos casos das entidades mencionadas efetuarem a aquisição de bens sujeitos ao ICMS e ao IPI. As entidades imunes irão se sujeitar ao ICMS e ao IPI incidentes nas compras de mercadorias e produtos, eis que atuam na condição de consumidoras finais arcando com os tributos incidentes no preços dos respectivos bens. 
Vigora na interpretação do STF sobre o assunto a interpretação de cunho formal, que não privilegia o fenômeno da interpretação econômica, ficando sem valia a figura do contribuinte de fato na relação jurídico-tributária do ICMS e do IPI.
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
Exclusão: § 3º do art. 150, da CF
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel
Empresas públicas e sociedades de economia mista.
 Tomar cuidado com determinadas empresas públicas que exercem funções típicas de estado ou prestam serviços públicos de caráter obrigatório e exclusivos do Estado. 
Estas últimas estão imunes e temos como exemplo na jurisprudência do STF a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), que desempenha atividade estatal, enquanto serviço próprio da União, em regime de exclusividade, bem como o seu patrimônio.
As concessionárias do serviço público.
O promitente comprador de bem imóvel público não estará alcançado pela imunidade recíproca.
Imunidade tributária dos cartórios e tabelionatos: agentes privados delegatários de serviços públicos, visando o lucro e são remunerados pelo Estado no exercício das suas funções em plena relação de mercado pelos serviços que prestam. Não estão abrangidos pela Imunidade. Posição majoritária do STF. (ADIn nº 3.089).
10.6. Imunidades dos templos de qualquer culto: art. 150, VI, b, da CF
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre;
b) templos de qualquer culto;
Conceitos. O Estado brasileiro é laico e nesse sentido protege o exercício de manifestação de credos religiosos como ínsita característica do liberalismo político e preservação do Estado de Direito.
Imunidade de Impostos, o que não afeta a obrigatoriedade de pagamento de outros tributos.
O culto significa o prestígio a realização de valores trancendentais do ser humano de caráter pacífico e realçando os bons costumes, restando vedada a imunidade de cultos de inspiração e instigação a violência física de qualquer natureza, inclusive, psíquica ou moral.
Está inserido aí o culto da fé cristã apostólica romana; o culto das igrejas pentecostais; o budismo; o xintoísmo; o espiritismo; a umbanda; o candomblé; a maçonaria.
Limites: § 4º do art. 150, da CF
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Não deve existir a incidência dos seguintes impostos:
IPTU: sobre o prédio onde é realizado o culto; sobre a residência de propriedade do culto onde os membros do culto residem; sobre o local que se destina ao aprendizado da liturgia;
IPVA: sobre os veículos do culto utilizados no trabalho eclesiástico; 
ITBI: incidente na aquisição pelo culto de imóveis destinados ao templo;
IR: incidente sobre a receita auferida dos dízimos e doações dos fiéis ou sobre as aplicações financeiras do templo;
IOF: incidente sobre as operações financeiras dos templos, que estejam ligadas às suas atividades essenciais;
ISS: incidente sobre todos os serviços religiosos;
O intérprete da imunidade deve tomar cuidado com a possibilidade de desoneração tributária no momento em que os cultos exercem atividades ou são proprietários de bens, que não estejam diretamente vinculados as suas finalidades essenciais, mas, que indiretamente permitem a obtenção de recursos para a manutenção de suas atividades.
Vigora nesse caso a interpretação ampliativa que leva em consideração o exercício de atividades correlatas das entidades “culto”, que permite a reversão de recursos para a manutenção de suas atividades.
Desse modo, dois critérios são relevantes. O primeiro, implica na absorção de todos os recursos das atividades correlatas na manutenção das atividades do culto. O segundo critério, implica na inexistência do exercício a livre concorrência.
Portanto, estão imunes ao IPTU os imóveis, ainda, que alugados a terceiros, dos templos de qualquer culto, desde que os recursos dos alugueres estejam absorvidos nas atividades essências dos mesmos. Súmula 724 do STF.
Estão imunes do mesmo modo o exercício de atividades mercantis, relacionados com o próprio culto, como por exemplo, a loja de vendade santinhos, imagens ou de todos os materiais necessários a realização do culto. Estando nesse caso aplicada a imunidade do ICMS e IPI.
Como também a renda e o imóvel imunes ao IR e ao IPTU do estacionamento alugado a empresa terceirizada, explora a atividade econômica de estacionamento de veículos.
No tocante a imunidade de ICMS e IPI na condição de consumidor final, ocorre a incidência dos referidos impostos, eis que não importa a repercussão econômica dos mesmos e por conta do culto não ser submetido a incidência do ICMS e do IPI na condição de contribuinte do imposto.
10.7. Imunidade do art. 150, VI, c, da CF
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
Limites: § 3º, do art. 150, da CF
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel
Limites do art. 14 do CTN
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.
Súmula 724 do STF
	Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150,VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades”.
10.8. Imunidades dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado a sua impressão
Conceitos
Extensão: maquinários e tintas
Súmula 657 do STF
	 A imunidade prevista no art. 150,VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos”.
10.9. Imunidade do inciso III, do § 3º, do art. 153
	Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
10.10. Imunidade do inciso II, do § 4º, do art. 153
	Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
10.11. Imunidade do inciso X, a, b, c e d, do art. 155
	Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003
10.12. Imunidade do inciso I, do § 2º, do art. 156
	Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
§ 2º - O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
 Fontes do Direito Tributário
11.1. Conceito
Significa estudar se determinada norma jurídica, introduzida no ordenamento jurídico brasileiro possui legitimidade quanto ao órgão que a produziu. Ou seja, quais são as normas jurídicas que têm legitimidade para estabelecer obrigação tributária. A LEI descreve todos os elementos da regra matriz de incidência. Estudar as fontes do D. Tributário é procurar, verificar, no ordenamento jurídico brasileiro quais os atos normativos que têm o condão de estabelecer a obrigação tributária.
11.2. Atos Normativos Primários e Secundários. 
A Constituição federal define a hierarquia das leis. Atos Normativos Primários: A Constituição Federal, as Leis Ordinárias e as Leis Complementares. Somente estes têm o condão de inovar no ordenamento jurídico, em caráter geral e abstrato, impondo direitos e obrigações a todos. Atos Normativos Secundários: são aqueles que vão dar fiel cumprimento a lei. JAMAIS, inovam no ordenamento jurídico.
	11.3 Atos Normativos Primários
11.3.1. A Constituição Federal
A CF não cria tributo, pois, a CF ela estabelece os princípios constitucionais; as limitações constitucionais do poder de tributar e estabelecer as hipóteses de incidência e base de cálculo possíveis dos tributos. Na questão da competência tributária, a CF estabelece todo o sistema de competência tributária. Os entes: a União, Estados-membros, DF e Municípios recebem da CF o poder para criar tributos, dentro do molde já estabelecido pela CF (ex: art 153). Estabelece também, todos os princípios constitucionais e, por último, a CF estabelece, também as imunidades, ou seja, pessoas ou coisas que não podem sofrer a incidência da Lei Tributária.
11.3.2. A Lei Complementar
A Lei Complementar no D. Tributário Brasileiro vai solucionar os conflitos de competência; regular limitações constitucionais ao poder de tributar (princípios e imunidades tributárias); e, por último, a Lei Complementar trata de normas gerais de D. Tributário. O CTN é um diploma normativo, alçado na categoria de Lei Complementar. Somente a Lei Complementar pode tornar mais evidente, mais claro, tornar mais explícito os comandos constitucionais.
11.3.3. A Lei Ordinária
Criação do Tributo. Cuidado: A lei complementar cria tributo em relação ao empréstimo compulsório, imposto de competência residual e impostos sobre grandes fortunas.
		11.3.4. A Medida Provisória: art. 62 da CF.
	Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 32, de 2001)
11.3.5. Tratados e Convenções Internacionais
Este artigo apresenta os tratados e convenções internacionais, como atos normativos primários, desde que ratificados por Decreto Legislativo. Tratado e Convenção Internacional no qual o Estado Brasileiro deve ser signatário, que reformam ou modificam a legislação tributária, somente produz efeitos jurídicos, com força de lei ordinária, por meio de Decreto Legislativo. A Emenda constitucional 45/2004 provocou alteração na CF no que tange ao artigo 5º, Inciso XXVIII, § 3º, passando este a regular a eficácia do processo legislativo desses tratados, tendo esses que serem ratificados por meio de Decreto Legislativo, vigorando então com força de Lei Ordinária. Art. 98 do CTN.
	Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
	11.4. Atos Normativos Secundários
11.4.1. Decreto Regulamentar
Seu processo de criação é apenas do chefe do poder executivo. É uma norma jurídica que não tem processo legislativo, pois é elaborada apenas pelo chefe do executivo, para dar fiel cumprimento à lei. Art. 99 do CTN
	Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.
11.4.2. Instruções Ministeriais
Também chamadas de Instruções Normativas. Atos normativos regulados pela administração fazendária: art. 100, I do CTN.
	Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
11.4.3. Circulares
Atos normativos regulados pela administração fazendária: art. 100, I do CTN.
11.4.4. Portarias
Atos normativos regulados pela administração fazendária: art. 100, I do CTN.
11.4.5. Ordens de serviços
Atos normativos regulados pela administração fazendária: art. 100, I do CTN.
11.4.6. Pareceres normativos
Atos normativos regulados pela administração fazendária: art. 100, III do CTN. Desde que não estabeleçam e nem criem tributos, pois esses somente podem ser instituídos por meio de lei, obedecendo aos elementos da regra matriz de incidência tributária.
	Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
11.4.7. Decisões Singulares dos Órgãos Administrativos 
(TIT, Conselho de Contribuinte). O contribuinte paga o seu tributo, vinculado ao lançamento por homologação, estando obrigado a realizar toda a operação de cálculo, apuração, determinação do valor do tributo, e, posteriormente, o fisco verifica se o contribuinte cumpriu rigorosamente a legislação tributária durante todo o processo do lançamento por homologação, e em caso positivo, homologa o pagamento efetuado pelo contribuinte. Mas, se um fiscal de ICMS detectar um erro, ele não homologa o pagamento e lança o tributo de ofício por meio de Auto de Infração e Imposição de Multa (AIIM).
* Feito isso, para o contribuinte restam 2 opções:
1) pagar o valor lançado de ofício;
2) discutir o valor lançado no auto de infração. Nesta opção começa a fase contenciosa administrativa entre o fisco e o contribuinte, o contribuinte irá impugnar o AIIM. São exatamente esses órgãos singulares e coletivos de jurisdição administrativa que irão julgar a explicação oferecida na defesa pelo contribuinte. Em um primeiro momento o processo irá para um superior hierárquico do fiscal que realizou o lançamento de ofício, na seqüência temos a fase recursal, com o Tribunal de Impostos e Taxas - TIT , órgão colegiado de julgamento. Essas decisões proferidas por esses órgãos singulares ou coletivos, são normas secundárias em legislação tributária (art. 100, II, CTN).
11.4.8. Prática reiterada das Autoridades Administrativas: art. 100, III do CTN. 
Desde que não estabeleçam e nem criem tributos, pois esses somente podem ser instituídos por meio de lei, obedecendo aos elementos da regra matriz de incidência tributária.
11.4.9. Convênios celebrados pelas entidades federativas
São acordos entre a administração Fazendária estadual e Municipal para dar conta da aplicação dos 2 impostos de maneira uniforme. São estabelecidas normas secundárias da legislação tributária para a aplicação desses 2 impostos. Convenio é ato normativo secundário, mas para ter eficácia como norma jurídica ele tem que ser ratificado por Decreto Legislativo estadual ou Municipal.
OBS: CUIDADO: Decreto Legislativo. A sua função é introduzir no ordenamento jurídico brasileiro os convênios internacionais e no âmbito tributário é ratificar os convênios entre os entes políticos (Estados, Municípios). Caráter de Lei Ordinária. Ato Normativo Primário. Art. 62 da CF.
OBS: CUIDADO: As Resoluções (art. 155, IV e V da CF). É um mecanismo, estabelecido pela Constituição Federal, para dispor sobre matéria tributária de competência do Senado federal (dispor sobre Alíquotas). É, então, um ato normativo primário. O ITCMD terá sua alíquota máxima fixada pelo senado Federal por meio de resolução. O ITCMD tem a alíquota máxima fixada pela Resolução 9/92 diz que é de 8% . Outro exemplo é em relação ao ICMS, o Senado poderá estabelecer alíquotas mínimas internas e máximas de âmbito interestadual.
OBS: CUIDADO: Lei Delegada. Lei Delegada não pode dispor sobre obrigação tributária que é matéria de competência EXCLUSIVA DO LEGISLATIVO, seja no âmbito federal, estadual ou municipal. Só a lei, fruto de atividade precípua e específica do Poder Legislativo pode dispor sobre obrigação tributária. Art. 68 da CF/88.
	Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
11.5. O art. 96 do CTN apresenta as Fontes do D. Tributário.
	Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
11.6. O Art. 97 se refere ao Princípio da Legalidade. 
Somente a Lei pode estabelecer a instituição de tributo ou sua extinção. Quem cria, majora e extingue o tributo é a Lei.
A fixação da alíquota do tributo e sua base de cálculo são alguns dos elementos da regra matriz de incidência que devem estar contidos na lei. 
O inciso V diz que só a Lei estabelece infração tributária; a conduta típica que induz a ocorrência da infração à legislação e a pena correlata.
No Inciso VI estabelece que somente a Lei pode ditar as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de crédito tributário ou de dispensa ou redução de penalidades. O CTN chama a atenção para o fato de que todas as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção do crédito tributário, devem estar na lei. Por exemplo: Isenção e anistia são causas de exclusão de crédito. A suspensão se dá no art. 151; ex. a moratória. Já a extinção é o art. 156. 
Art. 97 §1º: equipara-se à majoração do tributo. Quando o ajuste da base de cálculo do valor do tributo torná-lo mais oneroso deverá ser feito por lei. Ex: a lei municipal em vigor em São Paulo e publicada no governo de Marta Suplicy. A base de cálculo dos imóveis foi majorada de acordo com o plano diretor da cidade e tornou-o mais oneroso evidentemente, para ajustar o valor venal do m² do imóvel às condições do mercado. A outra fonte de majoração da base de cálculo é a majoração acima dos limites da inflação medida no período. Toda vez que a Administração resolver majorar a base de cálculo acima dos limites da inflação medida, somente poderá ser feita por lei. Se a inflação medida no período de 2003 foi de 12%, o Poder Público, só poderá majorar acima desse índice por meio de lei.§2º do 97 do CTN - Não constitui majoração, que deve ser veiculado por lei a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. É só a correção: Ex: a tabela do IPVA que é baixada por decreto em outubro.
11) Vigência. Aplicação. Interpretação e Integração da Lei Tributária
11.1. Vigência da Legislação Tributária
Conceito: É o estudo do aspecto espacial e temporal da regra matriz de incidência tributaria, limites territoriais da aplicação da legislação tributária e delimitação no tempo da ocorrência da hipótese de incidência. Art. 101 do CTN
Como regra geral de vigência das leis tributárias, que instituem ou majorem tributos devem respeitar o princípio constitucional da anterioridade.
	Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo.
Princípio da Extraterritorialidade Tributária: art. 102 do CTN
	Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.
A lei tributária é aplicada e é vigente nos limites territoriais do ente público competente para instituir o tributo. Porém a lei federal pode viger fora do território brasileiro, desde que o Brasil seja signatário de acordos ou tratados internacionais sobre tributação. As leis estaduais e municipais podem viger fora de seus territórios por meio de convênios.
Vigência dos atos normativos secundários. Art. 103 do CTN
	Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação;
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação;
III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista.
Aplicação do Art. 104 do CTN: Regime Jurídico. Atinente aos impostos sobre a renda e ao patrimônio
	Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
I - que instituem ou majoram tais impostos;
II - que definem novas hipóteses de incidência;
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
11.2. Aplicação da Lei Tributária
Art. 105 do CTN.
	Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.
Refere-se ao fenômeno da incidência da lei tributária.
O contribuinte estará obrigado a pagar o tributo quando estiver realizando o fato imponível descrito na hipótese de incidência da lei tributária.
Ou seja, o sujeito de direito paga o tributo na exata medida que realiza o comportamento previsto na hipótese de incidência da lei tributária.
 Não existe meio termo. O contribuinte se enquadra na h.i. ou não. Aufere renda e paga imposto de renda ou não aufere renda e não paga.
Art. 106 do CTN. A lei poderá ser aplicada a ato ou fato pretérito.
	Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
A lei tributária no tempo retroage quando é mais benéfica para o contribuinte e desde que não atinja a coisa julgada, tanto na esfera administrativa, quanto na esfera judicial.
As relações jurídicas decorrentes atingidas pela retroação da lei tributária são as seguintes:
Quando deixar de considerar a ação ou o ato praticado pelo contribuinte como sendo infração;
Quando a ação ou ato ou ainda a omissão praticada pelo contribuinte deixar de ser contrária a lei tributária, desde que a ação ou ato ou a omissão não tenha sido fraudulenta e nem tenha implicado em falta de recolhimento do tributo; (trata-se de erro de direito ou de fato na aplicação da legislação tributária).
Quando a lei prevê penalidades menos severas que a lei previa ao tempo de sua prática.
 Quando a lei tributária retroagirá no tempo quando for meramente interpretativa (natureza declaratória)
Entendimentos jurisprudenciais
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. MULTA.RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENÉFICA. POSSIBILIDADE.1. O art. 106 do Código Tributário Nacional faculta ao contribuinte a incidência da Lei posterior mais benéfica a fatos pretéritos,desde que a demanda não tenha sido definitivamente julgada.Precedentes do STJ.106Código Tributário Nacional2. Agravo Regimental não provido. (1223123 PR 2010/0217670-9, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 07/04/2011, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 25/04/2011)
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. MULTA MORATÓRIA.REDUÇÃO. POSSIBILIDADE. RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENÉFICA. ART. 106, II, C, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL.106IICÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL1. Esta Corte entende que são aplicáveis os efeitos retroativos de lei mais benéfica, quando ainda não definitivamente julgado o ato.2. "A expressão 'ato não definitivamente julgado' constante do artigo 106, II, letra 'c', do Código Tributário Nacional alcança o âmbito administrativo e também o judicial; constitui, portanto, ato não definitivamente julgado o lançamento fiscal impugnado por meio de embargos do devedor em execução fiscal" (EDREsp 181.878-RS, Rel.Min. Ari Pargendler, DJU de 22.03.99).Código Tributário Nacional3. Recurso especial provido. (613688 SP 2003/0227184-0, Relator: Ministro CASTRO MEIRA, Data de Julgamento: 17/06/2004, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJ 16/08/2004 p. 238).
OAB-GO (12.2004) De acordo com o disposto no art. 104 do CTN, entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes aos impostos sobre patrimônio ou renda:
	a)
	Que conferem nova denominação a tais impostos;
	b)
	Que definem novas hipóteses de incidência e de lançamento;
	c)
	Que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e não se tratar de benefício concedido por prazo certo. 
	d)
	Caso a sua vigência imediata não esteja nela expressa
GABARITO C
11.3. Interpretação da Legislação Tributária
		11.3.1. Arts. 107 e 108 do CTN
	Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo.
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a eqüidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
É a interpretação da lei tributária em sentido amplo. É a interpretação das fontes primárias e secundárias do Direito Tributário
A interpretação da lei tributária pode ser classificada conforme: as fontes, os meios adequados ou dos seus resultados
Quanto às fontes, a interpretaçãopode ser: autêntica, jurisprudencial ou doutrinária
Quanto aos meios adequados, a lei tributária poderá se interpretada de forma gramatical, lógica, histórica, teleológica e sistemática
Quanto aos seus resultados a interpretação poderá ser declarativa, extensiva ou restritiva
São casos de preenchimento da lacuna de lei tributária. A integração da legislação tributária está prevista na lei no que tange à criação e a extinção dos tributos
A analogia como método de interpretação e integração da legislação tributária não pode criar tributo porque isso compete somente à lei tributária, é o princípio da legalidade
O intérprete informa que a eqüidade não pode jamais prever casos de isenção e isso também é prerrogativa da lei. Só a lei pode prever causas de isenção
11.3.2. Art. 109 do CTN
	Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.
Art. 109 do CTN. O direito tributário se informa dos conceitos de outros institutos jurídicos, de outros ramos do direito. Quando por exemplo a CF/88 e a lei ordinária municipal estabelecem que o IPTU terá como hipótese de incidência a propriedade, obviamente está se alimentando do conteúdo jurídico estabelecido no direito civil a respeito do conceito de propriedade, a propriedade do direito civil
Quando o direito tributário encampa a noção de propriedade, ele o faz obviamente voltado para dar efeito tributário, dar tratamento tributário à noção conceitual do direito de propriedade que está estabelecido no direito civil
Os conceitos de direito privado só vão prevalecer na exata medida em que eles estiverem submetidos aos efeitos tributários decorrentes das relações jurídicas tributárias
O que é o efeito jurídico no direito? É a conduta estabelecida na norma jurídica que deve ser obedecida por aquele à que se submete tendo como conseqüência alguma punição pelo descumprimento. 
O efeito jurídico de uma norma jurídica está justamente na conduta que ela provoca como critério objetivo de obediência pelos modais proibidos, permitidos e obrigatórios, o correlato conseqüente das normas de cumprimento 
Quando você identifica o objeto da relação jurídica tutelada você imediatamente sabe a natureza jurídica das relações estabelecidas. Qual é o objeto da relação jurídica tributária? É o pagamento do tributo, logo se você identificar o conceito de tributo vai estar diante de uma obrigação tributária e aí está a natureza jurídica dessa relação
Que é regime jurídico? É o conjunto de normas que se aplica a determinados institutos jurídicos 
O regime jurídico tributário é distinto do regime jurídico das relações jurídicas oriundas do Direito do Trabalho, do Direito Comercial, do Direito Civil, etc. Até mesmo no próprio Direito Tributário temos regimes jurídicos distintos em relação aos impostos, taxas e contribuições
Porque os regimes jurídicos são distintos? Porque são objetos jurídicos de efeitos jurídicos distintos. As normas jurídicas que se aplicam a cada compartimento de cada ramo do direito são distintos, de cada espécie tributária são distintas. Então, temos sempre regimes jurídicos, um conjunto de normas jurídicas a disciplinar determinada relação jurídica
Com base nesse raciocínio volta-se para o art. 109, e entende-se que os conceitos, as noções dos institutos jurídicos do direito tributário, devem ser sempre analisados, devem ser sempre entendidos de acordo com os efeitos jurídicos tributários estabelecidos pelo regime jurídico tributário
Portanto, os conceitos do direito privado não podem ser usados na definição dos efeitos tributários.
Propriedade é um conceito de direito civil que o direito tributário encampa, porém, se no direito civil eu tenho propriedade e posse como institutos jurídicos distintos ou efeitos jurídicos distintos, o direito tributário no IPTU alcança não só o proprietário conforme definição do Código Civil, mas alcança também a posse, o possuidor é sujeito passivo da obrigação tributária 
E, ainda, no direito tributário a posse que está encartada na hipótese de incidência constitucional do art. 156, conforme a lei ordinária municipal será somente aquela que gera a propriedade, ou seja a posse que gera a propriedade pelo instituto do usucapião. Vejam que o direito tributário pegou a noção de direito civil, o instituto jurídico de direito civil e deu tratamento tributário à relação jurídica de direito privado
O art. 109 determina que os princípios gerais de direito privado utilizam-se para a pesquisa de definição do conteúdo de alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definir os respectivos efeitos tributários
A posse e a propriedade são institutos jurídicos tratados exaustivamente no direito civil, e no momento em que a legislação tributária alcança esses institutos e lhes dá efeitos jurídicos tributários, o intérprete deve se valer da legislação tributária para compreendê-lo
O art. 109 apresenta mecanismos de interpretação, ao exegeta tributário no momento de entender institutos jurídicos de direito privado, aplicados à legislação tributária
11.3.3. Art. 110 do CTN
	Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias
Trata-se de uma premissa na interpretação da legislação do direito tributário quando se tratar de institutos jurídicos de direito privado. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, por exemplo, previstas na CF/88 
No art. 109, a regra geral é clara: os institutos privados devem ser interpretados de acordo com seus efeitos tributários, ditados pela legislação tributária e o art. 110, logo em seguida é uma exceção à regra geral
Se no momento de interpretar a legislação tributária, o jurista enxerga o conteúdo de institutos jurídicos de direito privado, deve se valer tão somente dos efeitos tributários a ela designados, porém, quando esses institutos jurídicos de direito privado estiverem contidos na Constituição Federal, Estadual ou Municipal, eles não podem ser alterados sendo considerados verdadeiros limites de interpretação a legislação ordinária ou complementar
Regra geral: a Legislação Tributária em relação a institutos jurídicos de direito privado deve ser entendida de acordo com os efeitos tributários dados pela norma jurídica
Exceção: Quando os institutos jurídicos de direito privado estiverem encartados Constituição Federal, Estadual ou Municipal, não podem ser alterados pela legislação tributária ordinária ou complementar
O direito tributário alcança os institutos jurídicos de direito privado, pois não é uma disciplina autônoma que sobreviva de “per si”
O conceito de renda, por exemplo. É um conceito que vem do direito do trabalho, no tocante a pessoa física. O conteúdo do conceito de renda no direito comercial, em relação às pessoas jurídicas, advém do faturamento, conceito de direito comercial, e aí começa toda uma série de elucidação desse conteúdo 
O direito tributário encampa e traduz esses conceitos jurídicos lhe dando efeitos jurídicos tributários. Não poderia o Direito Tributário jamais dar tratamento de efeito jurídico trabalhista. O Direito Tributário assimila a norma jurídica do direito do trabalho para alcançar o intentoda sua própria norma jurídica, que é o pagamento do tributo, que é a relação jurídica tributária
Do ponto de vista da lei ordinária, quando você vai interpretá-la, você não pode pegar “ipse literis” a noção privada e jogar para dentro do direito tributário como se não tivesse nenhuma importância dos efeitos jurídicos decorrentes da relação jurídica tributária
Contudo, quando os institutos jurídicos de outros ramos do direito estiverem encartados na CF, por exemplo, jamais o Direito Tributário, por meio de sua lei ordinária ou complementar , poderá alterar seu significado, alterando o seu regime jurídico original
Exemplo: o faturamento e/ou receita bruta são conceitos jurídicos intimamente ligados com a atividade mercantil da empresa, sendo o fruto desta atividade. A receita de alugueres não é fruto de atividade mercantil. O termo receita teve seu conceito alterado por lei ordinária no ano de 1998
Essa lei ordinária mexeu com o conceito de direito comercial estabelecido na CF/88. Se o instituto jurídico de direito privado está contido na CF/88, o direito tributário não pode alterar, essa é a ressalva
11.3.4. Art. 111 do CTN
	Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
11.3.5. Art. 112 do CTN
	Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I - à capitulação legal do fato;
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I - à capitulação legal do fato; II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
No caso do inciso I, o aplicador da norma tributária não tem certeza se o dispositivo normativo que impõe a infração ou a penalidade se aplica ao fato posto sob o seu crivo de apreciação.
No caso do inciso II, o aplicador da norma tributária tem dúvida de subsunção do fato à regra que impõe a infração ou à penalidade.
No caso do inciso III, o aplicador da norma tem dúvida sobre a penalidade que deve ser aplicada, inclusive na sua gradação diante do caso concreto que revela a conduta infracional.
O art. 112 apresentado pelo CTN dá conta da aplicação de lei mais favorável ao contribuinte, tal qual o direito penal tem o “in dúbio pro réu”, aqui é in dúbio pro contribuinte, desde que exista a dúvida no caso da aplicação da lei penal tributária, ou seja, tudo que estiver relacionado com infração da legislação tributária e as penalidades tributárias, tanto em relação ao crédito tributário, quanto em relação ao tipo penal tributário.
12) Obrigação Tributária
	12.1. Obrigação Tributária Principal e Acessória
	Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
Art. 113 do CTN
O CTN está apresentando uma diferença clássica entre obrigação tributária principal (hipótese de incidência) e secundária (acessória)
A obrigação principal consiste na ocorrência da hipótese de incidência, o contribuinte preenchendo a hipótese de incidência prevista na lei faz nascer à obrigação tributária principal. Exemplo: o fato do proprietário de imóvel, ter renda, etc
A obrigação acessória tem a ver com a obrigação de fazer ou não fazer no interesse da fiscalização dos tributos com a respectiva escrituração fiscal das atividades dos contribuintes. Um exemplo é no caso do ICMS que gera uma série de obrigações acessórias para o contribuinte como a obrigação de escrituração de livros fiscais de entrada e saída, de apuração, de estoque, etc. O FISCO impõe uma série de obrigações de fazer e não fazer para que o contribuinte possa dar conta do cumprimento correto da legislação tributária
Se o contribuinte não cumprir com a obrigação acessória, o FISCO estabelece a multa, essa multa precisa se converter em obrigação principal para ser cobrada. A obrigação acessória tem conteúdo jurídico diferente da obrigação principal. Não existe aquela idéia da acessória seguir a principal no direito civil, porque a obrigação acessória de fazer ou não fazer em prol da legislação tributária não é tributo
12.2. Fato Gerador da Obrigação Tributária Principal
	Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
A hipótese de incidência do tributo da obrigação principal é situação definida em lei como necessária para sua ocorrência. É ação ou estado em que o contribuinte se encontra, que se e quando acontecido, previsto na lei tributária faz nascer o dever de recolher o tributo.
12.3. Fato Gerador da Obrigação Acessória
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
	Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
12.4. Sujeito Ativo e Passivo da Obrigação Tributária
O artigo 119 apresenta o conceito de sujeito ativo, que está no estudo dos elementos da regra matriz de incidência tributária. Sujeito ativo é aquele que tem competência para criar tributos, notoriamente, os Estados Membros, Distrito Federal,União e Municípios. Estes são os sujeitos ativos DIRETOS.
Entretanto, o legislador não contemplou neste dispositivo o sujeito ativo reconhecido pela doutrina. São os chamados sujeitos ativos INDIRETOS, ou seja, as pessoas jurídicas de DIREITO PÚBLICO por delegação. São os entes parafiscais. Detentores da capacidade tributária ativa, do poder de arrecadação e fiscalização do tributo. São, por exemplo, o CREA e CRM.
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
Art. 120 do CTN. Quando o Estado de Tocantins se formou, na verdade o estado de Tocantins é um desmembramento do Estado de Goiás. O Estado de Tocantins subrrogou a legislação de Goiás para cobrar o ICMS. O artigo 120 está querendo justamente dizer que em caso de desmembramento territorial de uma Pessoa Jurídica de Direito Público, a nova Pessoa Jurídica de Direito Público pode subrrogar-se dos direitos da outra. 
Isso vale para o Estado – Membro como para os Municípios. O Município que se desmembra do outro pode subrrogar-se da legislação do outro Município, da Pessoa Jurídica de Direito Público desmembrada.
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.
O sujeito passivo da obrigação tributária principal é aquela pessoa designada na lei para cumprir a obrigação de pagar tributo. 
Há duas modalidades de sujeito passivo: 1 – O próprio contribuinte que realiza a hipótese de incidência. Sujeito Passivo Direto. Aquele que tem uma relação pessoal e direta com o fato gerador. Exemplo: é aquele que aufere a renda; é aquele que é proprietário de veículo automotor; é aquele que é proprietário de imóvel predial em território urbano, em fim, é aquele que realiza a hipótese de incidência. 2 – Sujeito Passivo Indireto. O responsável é aquele que indiretamente participa da relação jurídica tributária como terceiro designado e especificado pela Lei. Este sujeito não realiza o fato gerador. É o caso típico, por exemplo, do empregador. 
O empregador é o responsável pelo recolhimento do tributo relativo ao imposto de renda na fonte do trabalhador. Todo trabalhador assalariado recebe sua remuneração e é descontado o imposto de renda retido na fonte pelo empregador. Então, responsável é aquele terceiro que não realiza a hipótese de incidência, mas, é chamado para dar conta do pagamento do tributo, como consta na lei, ele está indiretamente envolvido com a relação jurídica. Essa é a figura do responsável.
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Noção de sujeito passivo relativas às obrigações acessórias, ou seja, quem é que realiza as obrigações de fazer ou não fazer em relação a fiscalização e arrecadação de tributos.
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
As convenções particulares relativas à responsabilidade pelo pagamento do tributo NÃO podem ser opostas à Fazenda Pública, salvo disposição em contrário. 
“As convenções podem ser feitas, e são juridicamente válidas, entre as partes contratantes, na órbita do Direito Privado, mas não produzem nenhum efeito contra a Fazenda Pública.”
Nenhuma convenção particular pode alterar a sujeição passiva tributária.
Convenção particular e “nem nada” pode alterar a sujeição passiva tributária, pois, todos os elementos da hipótese de incidência devem estar contidas na legislação tributária, logo, nenhuma convenção particular poderá dispor sobre isso. 
O CTN, no artigo 123, traz eventos típicos ocorridos na prática. Exemplo: A clássica relação jurídica entre o locador e o locatário. O locatário no contrato de locação fica responsável pelo pagamento dos tributos que recaem sobre o imóvel, mas, se ele deixar de recolher os tributos, de cumprir com essa obrigação o fisco cobrará do proprietário. 
Essa convenção particular não pode ser oposta pelo proprietário em relação ao fisco. O fisco jamais irá para cima do locatário de jeito algum.
Outra situação muito típica desse artigo é a compra e venda, fusão, incorporação, cisão de pessoas jurídicas. Muitas vezes quem compra, fusiona, incorpora e cessiona estabelece em contrato que não será responsável pelo pagamento dos tributos devidos até a data da celebração do ato. Exemplo: eu vou comprar a sua empresa e celebro um contrato de compra e venda e consigno neste contrato que os tributos que você deve eu não vou pagar. 
Se alguém compra a empresa, acarreta todos os passivos tributários inerentes e a responsabilidade para dar conta do pagamento tributário.
É muito comum isso acontecer e com relação ao fisco essa situação não pode ser oposta.
(OAB/FGV-2011.2) A obrigação tributária principal tem por objeto
	a)
	a escrituração de livros contábeis.
	b)
	o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 
	c)
	a prestação de informações tributárias perante a autoridade fiscal competente.
	d)
	a inscrição da pessoa jurídica junto ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - 
GABARITO B
(OAB-RS 2006.3) Assinale a assertiva incorreta.
	a)
	O sujeito passivo da obrigação principal é qualquer pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
	b)
	O sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto.
	c)
	O sujeito passivo é denominado responsável quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador. 
	d)
	As pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal são solidariamente obrigadas.
GABARITO C
12.5. Capacidade Tributária
Art. 126.. A capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.
Para ser sujeito passivo dos tributos, basta que se realize a hipótese de incidência. 
O CTN não se importa se o sujeito é menor ou se é doido, ou silvícola. 
Tal entendimento decorre da interpretação objetiva do fato gerador (o princípio do non olet).
É sujeito passivo quando realiza a ação que se encontra prevista na hipótese de incidência. Todas as restrições a prática que se referem as pessoas naturais ou jurídicas do direito civil, não, são oponíveis aos fisco. 
Idem para os casos em que a pessoa física está privada pelo direito civil a exercer atos de comércio ou praticar atos de mercancia, mas, suponha que ele tenha uma empresa comercial. Tem débito de ICMS e ele alega que não vai pagar, pois, por proibição da lei nem podia exercer essa atividade. O fisco não vai nem querer saber dessa história. Então, quem tem restrição à prática de atos civis, atos de mercancia ou profissionais, não são oponíveis ao fisco para elidir a sua capacidade tributária.
Será que a pessoa jurídica para realizar a hipótese de incidência tem que estar inscrita na Junta Comercial?Será que para eu pagar o meu ISS com relação à advocacia eu tenho que estar inscrito na OAB? De jeito nenhum, basta que eu configure uma unidade econômica ou profissional , ou seja, sociedade de fato para estar sujeito a obrigação tributária .
Portanto, não se leva em conta as características subjetivas do contribuinte, basta que este pratique o fato gerador para tornar-se sujeito passivo.
12.6. Domicílio Tributário
Art. 127 - Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal:
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante.
§ 1 - Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
§ 2 - A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior.
O CTN está apresentando as regras que deverão ser aplicadas para determinação do domicílio tributário do contribuinte. 
Regra geral – 1ª Regra – o contribuinte escolhe/elege seu domicílio tributário.
2ª Regra – que excepciona a 1ª, no caso de falta de eleição pelo contribuinte do domicílio tributário, ou no interesse da fiscalização e arrecadação dos tributos, a Fazenda Pública determinará o domicílio do contribuinte. 
Por último, a autoridade fazendária poderá recusar o domicílio eleito pelo contribuinte quando este dificulte ou impossibilite o cumprimento das obrigações tributárias.
Inciso I – a regra geral é o contribuinte escolher. Na falta dele e sendo pessoa física, sua residência habitual ou sendo ela desconhecida, o centro habitual de sua atividade. 
Inciso II – Regra excepcional – no caso das pessoas jurídicas, na falta de eleição de seu domicílio tributário, será seu domicílio o lugar de sua sede ou lugar de seu estabelecimento.
Inciso III – Que pessoas jurídicas de direito público são essas? São as sociedades de economia mista, e empresas públicas, pois autarquias e fundações são imunes.
§1º - mais uma vez a Fazenda Pública no seu próprio interesse determinará “se eu não conseguir estabelecer o domicílio tributário do contribuinte por força dos 3 incisos, eu vou aplicar o §1º. Se eu não conseguir localizar o contribuinte conforme as regras, o fisco aplica o §1º. 
No §2º - se a Fazenda Pública recusa o domicílio do contribuinte, aplica o §1º. Esta recusa tem que ser fundamentada.
TRIBUTÁRIO. DOMICÍLIO FISCAL. DIFICULDADE DE ARRECADAÇÃO E/OU LOCALIZAÇÃO. POSSIBILIDADE DE ELEIÇÃO OU REVISÃO PELO FISCO. ART. 127, § 2º, DO CTN.127§ 2ºCTN1. O sujeito ativo tributante, enfrentando dificuldades para arrecadar ou localizar o domicílio tributário do contribuinte, poderá fixá-lo nos limites estabelecidos por lei (art. 127, § 2º, do CTN).127§ 2ºCTN2. Esse princípio não afeta direito subjetivo do contribuinte.3. Inexistência de prova de mudança de domicílio do contribuinte para outro Município que não o eleito pelo Fisco, cidade na qual se localiza a sua residência, a sede da pessoa jurídica da qual é sócio, e praticamente a quase totalidade de seu patrimônio, não tendo outra conotação, a eleição de outro domicílio para fins de arrecadação tributária, que a de criar embaraço à fiscalização. No mandado de segurança, a prova é pré-constituída.4. Recurso não provido (437383 MG 2002/0067827-9, Relator: Ministro JOSÉ DELGADO, Data de Julgamento: 26/08/2002, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 21.10.2002 p. 301RDDT vol. 87 p. 157)
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - ISSNQ - SERVIÇOS DE ATIVIDADE INTELECTUAL DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO - LOCAL ONDE SE REALIZOU O FATO GERADOR. RECURSOS DE OFÍCIO E VOLUNTÁRIO IMPROVIDOS. (9179522632002826 SP 9179522-63.2002.8.26.0000, Relator: João Negrini Filho, Data de Julgamento: 30/08/2011, 16ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 14/09/2011)
13) Responsabilidade Tributária
Art. 128 - Sem prejuízo do disposto neste Capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
Conceitualmente significa que um terceiro é chamado para dar conta do pagamento do tributo, muitas das vezes, depois de esgotada a via do contribuinte para pagar o tributo. Essa responsabilidade tributária é uma atribuição ao terceiro para o cumprimento do pagamento do tributo. 
A responsabilidade tributária em sentido estrito, a responsabilidade tributária é a submissão, em virtude de disposição legal expressa, de determinada pessoa que não é contribuinte, mas está vinculada ao fato gerador da obrigação tributária.
Em alguns casos essa atribuição de responsabilidade ao terceiro se dá pelo inadimplemento do contribuinte, mas, existem casos em que o contribuinte e o responsável são chamados para dar conta do pagamento do tributo conjuntamente e, ainda, o terceiro pode ser chamado imediatamente pela lei a dar conta do pagamento do tributo. As modalidades de responsabilidade tributária são: a) a solidariedade; b) a responsabilidade por sucessão; c) a responsabilidade de terceiros; d) a responsabilidade por infrações e e) a substituição tributária.
Solidariedade
A solidariedade passiva em matéria tributária caracteriza-se toda vez que duas ou mais pessoas são simultaneamente obrigadas a pagar o tributo, ou seja, o fisco poderá cobrar de qualquer um dos devedores solidários, já que a solidariedade não comporta benefício de ordem.
Não é admissível a solidariedade entre credores, sob pena de se configurar bitributação.
Art. 124 - São solidariamente obrigadas:
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Nitidamente o artigo 124 estabelece a solidariedade, ou seja, o CTN vai considerar solidárias as pessoas que se encontram na situação do contribuinte e de responsável pelo pagamento do tributo chamando ambas para cumprir a obrigação.
De acordo com este artigo a solidariedade poderá ser natural (inciso I) ou legal (inciso II).
A solidariedade natural ocorre entre pessoas que tem um interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação tributária.
Exemplo clássico de pessoas que têm interesse comum para o cumprimento da obrigação é o marido e a mulher casados em comunhão parcial ou total de bens. Os cônjuges nesses regimes envolvem seus bens no cumprimento de suas obrigações, inclusive tributárias, então o fisco considera o patrimônio de ambos para pagar os débitos tributários. Exemplo: o marido está devendo imposto de renda, a mulher é solidariamente obrigada ao pagamento do IR do marido se casada sob esses regimes. O fisco vai em cima do marido e da mulher. Ambos serão chamados para prestar contas ao pagamento do imposto de renda, pois, são pessoas que têm interesse comum no cumprimento das obrigações. O cônjuge nesses regimes de bens (parcial ou total) o fisco irá tanto nos bens do marido como nos bens da mulher, pois são solidários.
Se o contribuinte e o responsável são solidários, ambos são chamados para o pagamento, esse é o norte da responsabilidade solidária. Quando a lei ou pessoas que tenham interesse comum na situação que constituam o fato gerador, nesse caso, o fisco(exemplo do imposto de renda do casal) chamará ambos para prestar contas. Inclusive se, ambos fizerem declarações de renda em separado.
A solidariedade legal ocorrerá quando a lei determinar que responsável e contribuinte são solidários, também ambos vão dar conta de pagar o tributo.
Exemplo: transportador de mercadoria sem nota fiscal. Quando a empresa de transporte, transporta mercadoria sem a competente nota fiscal de venda daquela mercadoria, ele é solidário ao pagamento de ICMS relativo à mercadoria transportada. Então, a lei designa que o transportador de mercadoria sem a devida nota fiscal é solidário no pagamento de ICMS das mesmas. Pagará ICMS de uma operação que inclusive ele não é contribuinte – é uma solidariedade expressa na própria lei.
Solidariedade não comporta benefício de ordem: contribuinte e responsável serão chamados para dar conta do pagamento do tributo.
Dessa forma, o Estado poderá escolher que um dos devedores responda pelo cumprimento total da obrigação tributária, não observando qualquer ordem de vocação ou preferência.
O Fisco tem o direito de escolher o contribuinte que for de sua maior conveniência para exigir o cumprimento integral da obrigação tributária.
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ART. 31, DA LEI Nº 8.212/91. EMPRESAS PRESTADORAS E TOMADORAS DE SERVIÇOS. NÃO APLICAÇÃO DO BENEFÍCIO DE ORDEM.318.2121. A jurisprudência do STJ é no sentido da existência de solidariedade entre a contratante (tomadora de serviços) e a empresa prestadora de serviços no que tange às obrigações previdenciárias decorrentes dos serviços realizados.2. A referida solidariedade não comporta benefício de ordem. Inteligência do art. 124, II do CTN; art. 31 da Lei 8.212/91 e 46 dos Decretos 356/91 e 612/92. 3. Apelação improvida.124IICTN318.212356612 (200451010161846 RJ 2004.51.01.016184-6, Relator: Desembargadora Federal SALETE MACCALOZ, Data de Julgamento: 05/10/2010, TERCEIRA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::20/10/2010 - Página::242/243)
Art. 125 - Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.
Trata-se dos efeitos da solidariedade. 
Caso do Inciso I. Se eu sou solidário com a esposa no imposto de renda devido por mim, ou ao contrário, obviamente que se eu pagar, ela se aproveita por ele. Sendo assim, aquele que pagou sozinho a dívida poderá exercer o seu direito de regresso e cobrar parte da dívida que cabia aos demais devedores.
Caso do Inciso II. A isenção ou remissão (perdão do crédito tributário) do crédito tributário aproveita todos os solidários. Exonera todo mundo. Essa regra só não é aplicada se a isenção ou a remissão for aplicada, especialmente, a um deles, se for um benefício pessoal. Exemplo: Eu sou solidário com a minha esposa ao pagar o imposto de renda dela, mas, ela por uma condição especial foi beneficiada por isenção outorgada especificamente para ela eu vou ter que arcar com o pagamento do tributo existente.
Caso do Inciso III. O fisco tem o prazo para cobrar o débito tributário em cinco anos da data da constituição da certidão de dívida ativa (documento que constitui em definitivo o crédito tributário). Sem essa certidão o fisco não executa o contribuinte. Essa certificação é a parte final de todo o lançamento do débito administrativo. É a condição sine qua non para o fisco cobrar judicialmente o tributo. Se ele não constitui esse crédito pela certidão, o fisco não pode te cobrar judicialmente.
Enquanto não constituir em definitivo o débito tributário não corre a prescrição. Só começa a correr a prescrição, constituída a certidão, enquanto isso corre a decadência do direito de lançar o tributo, que será de cinco anos da ocorrência do fato gerador.
Interrupção da prescrição prejudica ou favorece os solidários? A prescrição refere-se ao prazo para a Fazenda Pública exercer o direito de cobrança uma vez interrompido o prazo prejudica a todos os obrigados.
Ressalta-se que a interrupção a favor de um, beneficia-se a todos, a interrupção contra um, prejudica-se todos.
Responsabilidade dos Sucessores
A responsabilidade dos sucessores vincula um 3º sucessor, por meio de lei, que em nome do sujeito passivo será o responsável pelo pagamento do crédito tributário. 
A responsabilidade dos sucessores ocorre em virtude do “desaparecimento” do devedor original.
Um bom exemplo é a morte do primeiro devedor, recaindo o ônus da obrigação sobre os herdeiros.
A responsabilidade dos sucessores é diferente da responsabilidade solidária. Ela faz com que um 3º seja chamado a prestar contas para o fisco, em relação ao crédito tributário, do sujeito passivo. Então, a relação jurídica tributária se dá entre o Fisco e o contribuinte. 
Na responsabilidade dos sucessores, a Lei atinge o terceiro sucessor e esse terceiro sucessor será obrigado ao recolhimento do crédito tributário.
A própria Lei desloca a sujeição passivo para um terceiro sucessor, ao invés de recair sobre o Sujeito Passivo, a Lei desloca a um terceiro sucessor a responsabilidade pelo pagamento do crédito tributário. Já na responsabilidade solidária, os responsáveis pelo crédito, solidários, são chamados ao mesmo tempo sem preferência de ordem para pagar o crédito.
Na responsabilidade dos sucessores não ocorre isso, tomar muito cuidado, são coisas distintas, o sujeito passivo vai ficar sem a responsabilidade do crédito que recai sobre um terceiro sucessor. Aqui há uma antecipação. 
Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data.
Este artigo estabelece quais créditos serão atingidos pela responsabilidade dos sucessores.
Será o fato gerador que irá regular o conjunto de obrigações transferidas.
Em síntese, o sucessor assumirá todos os débitos tributários relativos a fatos geradores que ocorreram antes do ato ou fato que demarcou a sucessão, independente de ter ocorrido o lançamento deste débito.
Sendo assim, as quatro hipóteses de responsabilidade por sucessão será:
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.
Art. 130 CTN: Está usando um rumo para definir a sucessão. Todos os tributos relativos a bens imóveis, sub-rogam-se na pessoa do respectivo adquirente. EX: "A" proprietário de um imóvel, o proprietário é o Sujeito Passivo do IPTU. O Sujeito Ativo é o Fisco Municipal. "B" quer comprá-lo, mas há débito, logo, será o terceiro sucessor, que é o adquirente. É a 1ª regra em relação à responsabilidade de sucessores, com relação a bens imóveis.O novo proprietário passa a ser o novo sujeito passivo de tais tributos.
Quanto a possibilidade do novo adquirente pedir ressarcimento contra o anterior proprietário, o STJ já se posicionou no seguinte sentido:
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ITR. EMBARGOS DO DEVEDOR. RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE DO IMÓVEL PELO PAGAMENTO DO TRIBUTO.
Consoante estabelece o "caput" do art. 130/CTN, sem qualquer distinção, o adquirente do imóvel sub-roga-se nos créditos fiscais cujo fato gerador

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