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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (OU FINANCEIRAS) 1 INTRODUÇÃO A análise das demonstrações contábeis consiste em uma técnica de comparação e interpretação dos demonstrativos financeiros da empresa, que tem por finalidade transformar os dados extraídos em informações úteis para a tomada de decisão. Com toda a movimentação que ocorre nas empresas, faz-se necessário a utilização de instrumentos que possibilite uma abordagem mais concisa das informações contábeis. Sendo assim, são utilizadas as Demonstrações Contábeis para que tais fatos sejam divulgados. As Demonstrações são ferramentas que transmitem as informações de um modo mais resumido e simplificado, mas sem deixar de passar qualquer dado que se diz importante. Essas informações são de suma importância para a empresa, pois é através destas, que é mostrada a vida da instituição. Seu estilo de trabalho, seu comportamento social, seus resultados são transmitidos através destas. Por esse motivo é necessário fornecer dados corretos, para que o governo e interessados possam se informar da realidade da empresa. Por isso, as Demonstrações podem ser resumidas como sendo algo muito importante para a empresa e é através destas que todos conhecerão a instituição, e a mesma poderá obter novos investimentos e ter um bom reconhecimento no mercado. Para fins de atendimento dos usuários da informação contábil, a entidade deverá apresentar suas demonstrações contábeis de acordo com as normas regulamentadoras dos órgãos normativos. Portanto, segundo o IBRACON (NPC 27), as demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período. Porém, é necessário que as demonstrações sejam apresentadas adequadamente, de acordo com a legislação, com informações complementares de itens relevantes, permitindo maior transparência das administrações. É através desses dados que se verificam todas as informações da gestão administrativa, econômica e financeira. Sendo assim, devem ser realizadas, atendendo aos Princípios Fundamentais da Contabilidade e às Normas Brasileiras de Contabilidade. 2 BALANÇO PATRIMONIAL Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade. No balanço as contas deverão ser classificadas segundo os elementos do patrimônio, de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. De acordo com o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior, para fins de comparação. O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos. O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação. No término do exercício, procede-se ao levantamento do balancete de verificação, com o objetivo de conhecer os saldos das contas do razão e conferir seus valores verdadeiros. No balancete são relacionadas todas as contas utilizadas pela empresa, como patrimoniais, resultado, demonstrando seus débitos, créditos e saldos. 3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE A Demonstração do Resultado do Exercício é um relatório contábil elaborado em conjunto com o balanço patrimonial e descreve as operações financeiras realizadas pela empresa, formando o seu resultado líquido: o lucro ou prejuízo resultante de suas operações. Conforme a Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/1976), em seu artigo 187, define a forma como as empresas devem discriminar a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). A DRE é uma ferramenta contábil em que se reproduz o resumo financeiro dos resultados operacionais e não operacionais de uma empresa em certo período. Na grande maioria das vezes, o período determinado corresponde ao ciclo anual de janeiro a dezembro (doze meses), como exercício financeiro da empresa. Uma DRE, portanto, vai confrontar os indicadores de receitas, despesas, investimentos, custos e provisões apurados, evidenciando a formação do resultado líquido da empresa na ocasião. Então, para se apurar o lucro (ou prejuízo) que a empresa adquiriu no período, devem estar indicadas na DRE: as receitas e os rendimentos ganhos no período, como os seus custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. A elaboração correta da DRE possibilita ter uma visão geral do status financeiro da empresa positiva ou negativa. Atualmente, visando uma gestão estratégica do negócio e seguindo os preceitos da boa governança corporativa, essa demonstração vem se apresentando como uma ferramenta muito útil para a gestão interna da pessoa jurídica, sendo o instrumento utilizado pelo gestor para pautar suas decisões e traçar suas metas. Vê-se, portanto, que é a partir das informações coletadas pela DRE que se torna possível analisar de forma clara e crítica os números apresentados e mensurar a eficiência das práticas adotadas pela empresa no período analisado, possibilitando um planejamento estratégico para otimizar suas atividades no período seguinte, além de proporcionar a elaboração de cenários alternativos para suas operações, a fim de promover economias financeiras e fiscais para o futuro. 4 DEMONSTRAÇÕES DE MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - DMPL As demonstrações das mutações do patrimônio líquido têm por finalidade apresentar as alterações que ocorreram em determinado exercício no patrimônio líquido da empresa, entre as principais alterações podemos destacar, a destinação dos resultados do período, integralização do capital e o aumento ou a diminuição das reservas da empresa. Sua elaboração é facultativa e de acordo com o artigo 186, parágrafo 2º, da Lei das S/A, a Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) poderá ser incluída nesta demonstração. É uma demonstração contábil, destinada a evidenciar num determinado período, a movimentação das contas que integram o patrimônio da Entidade. Sua apresentação não é obrigatória, porém a CVM - comissão de valores imobiliários por meio da instrução n.59/86, a tornou obrigatória para empresas de capital aberto. Para elaborar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, é necessário relacionar todas as movimentações realizadas durante o exercício social em contas que compõem o Patrimônio Líquido, tais como Capital, Reservas de Capital, de Lucros, de Reavaliação e os Lucros ou Prejuízos Acumulados. Os demonstrativos contábeis são relatório de extrema importância para a gestãoda empresa. Com estas informações, é possível avaliar se a organização apresenta uma situação equilibrada ou se há entraves que precisam ser solucionados com urgência a partir do próximo exercício social a fim de garantir a solidez da companhia. 5 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS - DOAR A Demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR) corresponde assim como o Balanço Patrimonial, a uma demonstração da movimentação líquida da entrada (origem) e da saída (aplicação) de recursos. Origina-se basicamente de uma análise das variações ocorridas na posição financeira da empresa (ativos e passivos circulantes) cuja diferença representa o capital circulante líquido. De acordo com o expresso na Norma Brasileira de Contabilidade (NBC T 3.6) é a demonstração contábil destinada a evidenciar um determinado período, as modificações que originaram as variações no capital circulante líquido da entidade. Este demonstrativo permite a identificação dos fluxos financeiros que aumentam ou reduzem o capital circulante líquido, indicando suas origens (dos recursos que elevaram o capital circulante líquido) e aplicações (dos recursos que diminuam o capital circulante líquido). 6 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - DFC Este tipo de demonstração apresenta as alterações ocorridas nas disponibilidades da empresa em um determinado exercício ou até mesmo por um período, através da exibição dos fluxos de recebimento e pagamentos. A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) passou a ser de apresentação obrigatória para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Segundo o manual de contabilidade societária ela divide todos os fluxos de entrada e saída de caixa em três grupos: os derivados das atividades operacionais, das atividades de investimento e das atividades de financiamento. 7 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA A Demonstração do Valor Adicionado (DVA), obrigatória no Brasil de acordo com a lei 11.638/07, regulamentada pelo CPC 09, demonstrando formação da riqueza e a Distribuição da riqueza. O valor adicionado é contabilmente calculado por meio da diferença entre as receitas de vendas e os bens e serviços adquiridos de terceiros. A demonstração do valor adicionado tem por objetivo evidenciar o cálculo do valor adicionado e demonstrar como este é distribuído entre os diferentes segmentos da sociedade na qual contribuíram para sua obtenção do governo, financiadores, trabalhadores e proprietários. As demonstrações segundo a lei das sociedades por ações, deverão ser divulgadas juntamente com o relatório dos órgãos da administração da empresa. O valor adicionado demonstra, ainda, a efetiva contribuição da empresa, dentro de uma visão global de desempenho, para a geração de riqueza da economia na qual está inserida, sendo resultado do esforço conjugado de todos os seus fatores de produção. Sendo assim, a demonstração do Valor Adicionado, que também pode integrar o Balanço Social, constitui, desse modo, uma importante fonte de informações à medida que apresenta esse conjunto de elementos que permitem a análise do desempenho econômico da empresa, evidenciando a geração de riqueza, assim como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza. 8 NOTAS EXPLICATIVAS De acordo com Ferreira (2002, p.181) as notas explicativas registram as informações complementares necessárias à interpretação das demonstrações contábeis. O autor destaca que as notas não são uma demonstração contábil, mas são ferramentas auxiliares para melhor entendimento das demonstrações. Elas ilustram todas as informações adicionais, com detalhes dos principais pontos para apreciação da situação real da Companhia, bem como da evolução patrimonial. Dem ser apresentadas de forma clara e objetiva para facilitar o entendimento das demonstrações. 9 CONCLUSÃO Importante frisar que que estas demonstrações são importantes para os administradores e também para os usuários externos. Embasado no tema abordado, constata-se que as Demonstrações Contábeis são um relevante e extraordinário instrumento, usado para auferir e analisar informações relacionadas às operações da empresa. Sendo, portanto, um conjunto de procedimentos destinados a evidenciar a posição financeira e patrimonial da entidade, apresentando dados importantes que servirá de auxílio na tomada de decisões por todos os usuários dos sistemas contábeis e todos os setores correlacionados ao mesmo. A apresentação dos relatórios contábeis possibilita de acordo com o relatório escolhido, obter dados específicos e sintetizados da situação econômico-financeira do negócio. As Demonstrações Contábeis se tornam uma espécie de raio-x da empresa que permite sobre análise de vários ângulos constatar sua situação presente, passada e consequentemente cogitar situações futuras. É inegável que esse instrumento de divulgação de informações se torna essencial para o desenvolvimento de uma empresa. Não deve se perder de vista que até os investimentos de terceiros se apoiam justamente nesses dados, por isso, é de suma importância a integridade das informações fornecidas e que estejam de acordo com a realidade da empresa, para tal efeito é importante que se siga os princípios contábeis e éticos para a escrituração. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade básica: finalmente você vai entender contabilidade - Rio de Janeiro: RJ. Ferreira, 2002. 365p. Diponível em: <http://www.essenciasobreaforma.com.br/colunistas_base.php?id=4> acesso em: 26/05/2017. Diponível em: <http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/>acesso em: 26/05/2017. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral Fácil. 9.ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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