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CRIMES DE CONTRAVENÇÃO PENAL INFRAÇÃO PENAL LEIS DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS:DECRETO-LEI N. 3.688, DE 03/101941 1º - Parte geral – lida com todas as contravenções penais; 2º - Parte especial – contravenções previstas em espécies. As contravenções penais também possuem previsão legal, ainda, nas chamadas Leis especiais ou extravagantes, como por exemplo: • Ambientais – Art. 64, Lei 9.605/98. • Loterias – Decreto - lei 6.259/44 que revogou os artigos 51 e 58 da LCP. • Retenção de documentos – art. 3º da Lei 5.553/68. • Economia popular – art. 66, I a III da Lei 4.591/64 • Locações – art. 43, Lei 8.245/91 • Segurança e higiene do trabalho – art. 19, § 2º, Lei 8.213/91 • Eleitoral, Lei 4.737/75 possui algumas infrações onde são previstas apenas pena de multa. • Contravenções referentes ao sexo ou estado civil da vítima (Lei. 7.437/85). (*) Essa lei inclui cor e raça, tendo sido revogado em relação a estas, pela lei 7.716/89. COMPETÊNCIA O art. 109, inc. IV da CF diz expressamente que a Justiça Federal não julga contravenções penais, logo, ainda que a contravenção atinja bens, serviços e interesses da União, a Contravenção Penal é julgada pela JUSTIÇA ESTADUAL. Art. 109 CF. Aos juízes federais compete processar e julgar: IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS • Prisão simples, • Multa (isolada ou cumulativa), • Não admite tentativa (art.4º.), • São de ação penal pública incondicionada (art.17), • Não cabe o princípio da extraterritorialidade (art.2º.), • Tempo máximo de cumprimento da pena=05 anos (art.10), • Possibilidade de sursis – 01 a 03 anos (art.11), • Não há o regime fechado Crimes. Art. 5° - As penas principais são: I - prisão simples; II – multa. A pena de multa segue os critérios do CP (art. 49 e 60). Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção. Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício. Art. 2 A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional. Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassarem cinquenta contos de réis. Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de prisão simples, bem como conceder livramento condicional. Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia: Pena — prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa. LCP ART. 62 – EMBRIAGUEZ Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado em casa de custódia e tratamento. 5 Objeto material: o agente (a própria pessoa) e a coletividade. Bem jurídico tutelado: os bons costumes e a incolumidade pública. Sujeitos: ativo qualquer pessoa, passivo a coletividade e secundariamente a pessoa cuja segurança é exposta. Tipo objetivo: apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, causando escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia. *É necessário os três requisitos típicos (sublinhados). Uma condição, considerada isolada, não constitui a contravenção. Tipo Subjetivos : É o dolo. Quanto ao resultado: Presunção de perigo. Perigo de dano pessoal ou alheio: Não se exige dano. Basta a probabilidade de sua ocorrência. Material???FormaLL Habitualidade: Se a embriaguez é habitual, aplica-se o parágrafo único do art. 62 (internação do contraventor em casa de custódia e tratamento). Consumação e Tentativa: O da apresentação do sujeito em estado de embriaguez, nas condições exigidas pelo tipo. A tentativa é impunível (vide art. 4º desta Lei) Tipo de ação: Ação Pública Incondicionada. Estado de embriaguez: é a intoxicação aguda e transitória causada pelo álcool ou substancia de efeitos análogos. Não se exige exame de dosagem alcoólica, basta a prova testemunhal. * Há jurisprudência contra e a favor de que a prova testemunhal supre o exame clínico ou de dosagem alcoólica. Publicamente: lugar público e lugar aberto ao público, onde se encontram pessoas. Quanto aos tipos: Voluntária: é aquela de quem, pondo-se a beber, visou justamente colocar-se nesse estado, mas sem prever a possibilidade de cometer um delito. Preordenada ou dolosa: é aquela procurada para a prática de um crime. Culposa: é aquela que resulta em negligencia ou imprudência, em que o agente bebe imoderadamente sem se preocupar com as consequências do seu ato. CONFRONTO COM OUTRAS INFRAÇÕES PENAIS: A rixa absorve a contravenção de embriaguez. A vias de fato é absorvida pela embriaguez. Dirigir veículo em estado de embriaguez: Constitui o crime do art. 306 do CTB. Quanto ao resultado:? DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Exercício Ilegal de Profissão ou Atividade Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício. Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. Fundamento Constitucional: art. 5º, XIII da Constituição Federal (é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer). Objeto material: proteção do exercício de determinadas profissões. Objeto jurídico: é o interesse social de que determinadas profissões somente sejam exercidas por pessoas que preencham os requisitos e qualificações previstas em lei. Sujeitos: ativo (qualquer pessoa), passivo (a coletividade e as classes profissionais e econômicas ). Norma penal em branco: precisa de complementação, visto que as profissões ou atividade devem estar reguladas em lei. Atipicidade: se a profissão ou atividade exercida não for regulada em lei, não há a contravenção. Ex.: atividade de ourives, atividade de árbitro ou mediador (STF, HC 92193/PE, 2008). Condutas típicas: Consistem em exercer, realizar, desempenhar ato próprio de profissão ou atividade econômica ou anunciar, dar notícia, publicar, revelar tal mister. Quanto ao resultado:?? Crime material ou formal?????? Elemento subjetivo: dolo. Consumação e tentativa: Ocorre com a realização do ato ou com o anúncio. A tentativa é impunível Habitualidade: é exigida, em face da expressão “exercer” que vem de “exercício”. Existem posicionamentos contrários de que um único ato configura. Exemplos: advocacia, corretor de imóveis, vigilante. Advogado impedido ou suspenso: se exercer a advocacia responde pela contravenção (STJ e STF), mesmo que seja em outra unidade da federação, pois o impedimento ou a suspensão tem validade em todo o território nacional. Não é hipótese de aplicação do art. 205 do CP, pois o STJ entende que decisão administrativa não inclui decisão da OAB. E o falso médico? Estaria cometendo uma contravenção penal? Não, porque a lei prevê a sua tipificação no art. 282 do CP. *Assim, a lei penal tipificou como crime por ser conduta muito mais grave consequentemente, art. 282 do CP. ART. LCP ART 42 PERTURBAÇÃO A PAZ E SOSSEGO Art. 42 - Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego ALHEIOS: I - com gritaria ou algazarra; II - exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; III - abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; IV - provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem guarda. Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa. *A perturbação deve ser coletiva. A expressão “alheios” faz concluir que a perturbação de uma única pessoa não configura esta contravenção. Evidenciado que uma pessoa determinada se encontrou em situação de incômodo e prejuízo, devido a ações do agente, configura-se, em princípio, a perturbação da tranquilidade e, não a perturbação do sossego alheio – figura que prevê prejuízo para número indeterminado de pessoas. (RHC 11.235/MG, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 02/08/2001). O STF, no HC 85032/RJ, decidiu que a perturbação deve alcançar um numero considerável de pessoas. Devem ser também considerados outros aspectos, tais como costumes e cultura. Segundo o STJ (HC 54536/MS), se ocorrer poluição sonora em níveis prejudiciais à saúde humana, haverá crime ambiental. Gritaria: barulho com voz. Algazarra: sem voz, ex.: quebra de garrafas. Sossego: não é o repouso noturno, portanto pode ocorrer durante o dia ou noite. . Objeto material: proteção da tranquilidade, paz e sossego. Objeto jurídico: paz pública, a tranquilidade da coletividade. Sujeitos: ativo (qualquer pessoa), passivo (a coletividade). Elemento subjetivo: dolo. Quanto ao resultado: É um crime de dano, e não há efetiva lesão ao bem jurídico tutelado, o fato é atípico. Crime material ou formal?? Perturbação do sossego (art. 42) X Perturbação da tranquilidade (art. 65): a perturbação do sossego atinge um número indeterminado de pessoas, enquanto a perturbação da tranquilidade atinge pessoa determinada. Condutas típicas: A conduta é perturbar (incomodar, atrapalhar) o trabalho (qualquer atividade laboral) ou o sossego (repouso; descanso; tranquilidade; calma) alheios (de várias pessoas) Exercício de profissão incômoda ou ruidosa (inc. II): A contravenção descrita no inc. II do art. 42 da LCP absorve as condutas dos incs. I e III. 34004991 – CONTRAVENÇÃO PENAL – PERTURBAÇÃO DO TRABALHO OU SOSSEGO ALHEIOS – CULTORELIGIOSO – POLUIÇÃO SONORA – A liberdade de culto deve ater-se a normas de convivência e regras democráticas, tipificando a contravenção prevista no art. 42, I, do Decreto-lei nº 3688/41 os rituais que, através de poluição sonora ou do emprego de admoestações provocantes dirigidas aos vizinhos, perturbem a tranquilidade destes. (TAMG – Ap 0174526-8 – 1ª C.Crim. – Rel. Juiz Sérgio Braga – J.14.02.1995) (RJTAMG 58-59/443) Consumação e tentativa: Ocorre com o ato de perturbar o trabalho ou o sossego alheios (caput). A tentativa é impunível. Tipo de ação: Ação Pública Incondicionada. Vídeo 1 REFERÊNCIAS http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3688.htm https://www.youtube.com/watch?v=EMZJAFm38c0 BRASIL Código penal (1940). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. BRASIL, Decreto-lei 6.259 (1944). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/Del6259.htm>. BRASIL. Lei das contravenções penais (1941). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3688.htm>. BRASIL. Lei de introdução ao código penal e da lei de contravenções (1941). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3914.htm>. BRASIL. Lei dos juizados especiais cíveis e criminais (1995). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm>. CAPEZ, Fernando. Princípio da insignificância ou bagatela. Disponível em: <http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=2009071614033828&mode=print>. GRECO, Rogério. Curso de direito penal. 13. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011. JESUS, Damásio E. de. Lei das contravenções penais anotada. 10. ed. ver. e atual. São Paulo: Saraiva, 2004. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 7. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2011. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm JESUS, Damásio Evangelista de. Lei das Contravenções Penais Anotada. 5.ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 201.
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