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PORTUGUÊS APOSTILA 7

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Curso Auxiliar Preparatório para Concurso de Promoção LC 1080/2008 
Leitura e Interpretação de Textos 
Leitura: texto e elementos coesivos 
 Curso Preparatório para Concurso de Promoção LC 1080/2008 
Leitura e Interpretação de Textos 
 
 
2 
Leitura: texto e elementos coesivos 
O que é coesão? 
Conforme vimos nos módulos anteriores, consideramos “texto” tudo o que constitui uma unidade de sentido, ou um todo 
significativo, produzido num dado contexto sócio-histórico. Por isso, dizemos que a leitura não é decodificação, mas a 
(re)construção dos sentidos do texto pelo leitor, que mobiliza seus conhecimentos textuais, linguísticos e de mundo 
para, na interação com as informações trazidas pelo texto, construir sentidos para o que está sendo lido. 
Para garantir uma possível unidade de sentido do texto, é preciso que grande parte de seus elementos estejam 
interligados de alguma forma, configurando o que podemos chamar de tessitura do texto. A coesão, por exemplo, faz 
parte desse conjunto de estratégias que utilizamos com o objetivo de estabelecer as ligações entre os elementos de 
cada parte do texto. Vejamos o seguinte exemploi: 
 
Conseguimos compreender a reportagem, pertencente à esfera jornalística, pois ela é bem construída, há conexão entre 
as partes que o compõem, formando um todo significativo. Compreendemos que a reportagem informa a respeito de 
outro tremor de terra ocorrido no Chile, país que, duas semanas antes da publicação desta reportagem, havia sofrido 
os abalos de um grande terremoto, o que é sugerido, logo no título do texto, pelo uso da expressão “Mais uma série de 
tremores”. Há claramente aqui um diálogo com o leitor, pois o jornalista parte do pressuposto que há conhecimentos 
compartilhados sobre o fato anunciado. 
12/03/2010 - 10h22 
Mais uma série de tremores é registrada no Chile na madrugada e 
manhã de hoje 
Renata Giraldi 
Enviada Especial da Agência Brasil 
Em Santiago (Chile) 
 
 Mais uma série de sete terremotos ocorreu no Chile das 2h45 a 6h02 de hoje (12), 
segundo dados do Ministério do Interior. A variação na intensidade dos tremores foi de 2 a 
5 graus na escala Richter. 
 Os abalos puderam ser percebidos no Centro e Sul do país, como tem ocorrido 
nos últimos dias - de Santiago, a capital, até a região de Bío-Bío. O mais intenso foi 
registrado nas cidades de San Francisco e Roncagua. 
 O especialista em abalos sísmicos Raúl Madariaga afirmou que as chamadas 
réplicas, que são as repetições dos tremores, são consideradas normais quando há um 
grande terremoto, como foi o de 8,8 graus na escala Richter, no último dia 27. 
 Segundo Madariaga, novos tremores de elevada intensidade só devem ocorrer 
em 20 anos. Ele advertiu, no entanto, que novos abalos de intensidade menor devem ser 
registrados em todo o país. “É preciso estar em alerta e não considerar que tudo é normal”. 
 A ocorrência de tremores de terra, mesmo em um país onde isso costuma ser 
frequente, muda a rotina da população. Com o alerta, departamentos públicos, escolas e 
comércio fecham. A Universidade do Chile, uma das mais tradicionais do país, teve seu 
prédio parcialmente destruído e com isso as aulas foram suspensas. 
 O noticiário nas redes de televisão e rádio dedicaram a maior parte da 
programação às informações sobre os tremores e o alerta de tsunami, além de orientar a 
população sobre como evitar transtornos. Pelos dados oficiais, não houve registro de 
vítimas em decorrência dos últimos abalos. 
 Ontem (11), houve outra série de 13 tremores de terra, registrados no período das 
11h55 às 16h10, com variações de 2 a 7,2 graus na escala Richter. Os terremotos 
assustaram os convidados estrangeiros que participavam da cerimônia de posse do novo 
presidente, Sebastián Piñera. Um dos tremores mais intensos ocorreu momentos antes da 
solenidade. 
 Curso Preparatório para Concurso de Promoção LC 1080/2008 
Leitura e Interpretação de Textos 
 
 
3 
Ao longo do texto, vários recursos linguísticos são utilizados de modo a tecer 
toda sua rede textual. Na segunda frase do primeiro parágrafo, por exemplo, 
a substituição do termo “terremotos” pelo sinônimo “tremores”, tem a função 
de retomar o assunto da reportagem, sem repetir o termo “terremoto”. 
Igual mecanismo é utilizado no segundo parágrafo, com o uso do termo 
“abalos”, para não haver repetição dos vocábulos “terremotos” e “tremores”: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No último parágrafo, notamos também o uso de palavras sinônimas para o 
autor referir-se ao que fora mencionado na frase anterior, sem precisar repetir 
o termo no mesmo parágrafo. Assim, “solenidade” substitui “cerimônia”, no 
seguinte trecho: 
 
 
 
O uso do pronome pessoal “ele”, no terceiro parágrafo, para se referir ao já comentado especialista em abalos sísmicos 
Raul Madariaga também colabora para a compreensão do texto. Neste caso, a retomada ao termo já dito – o especialista 
Raul Madriaga – é realizada por meio do pronome de 3ª pessoa do singular “ele”: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Note que, na primeira vez em que é mencionado o nome do profissional, há uma maior precisão, pois se trata de 
uma informação ainda não apresentada no texto pelos leitores, daí a necessidade de especificar “O especialista 
em abalos sísmicos Raul Madariaga” (início do 2º parágrafo). Podemos perceber que há uma estratégia do autor 
Mais uma série de sete terremotos ocorreu no Chile das 
2h45 a 6h02 de hoje (12), segundo dados do Ministério 
do Interior. A variação na intensidade dos tremores foi 
de 2 a 5 graus na escala Richter. 
 
Sinônimos são palavras que 
apresentam significados 
equivalentes. É importante 
termos em vista que não existem 
sinônimos perfeitos, pois sempre 
haverá alguma diferença entre 
palavras de sentido equivalente, 
ainda que seja uma questão de 
uso. Veja esses dois exemplos: 
a) “O cartunista veio a falecer na 
madrugada do dia 12 de março, 
vítima de um assalto.” 
b) - “Você viu que o cartunista 
Glauco morreu?” 
Embora “falecer” e “morrer” 
sejam sinônimos, situações mais 
ou menos formais vai determinar 
o uso de um termo, não de outro. 
Como a expressão “veio a falecer” 
é mais formal, não seria utilizada 
numa conversa informal, como 
mostra o enunciado “b”. 
Os abalos puderam ser percebidos no Centro e Sul do 
país, como tem ocorrido nos últimos dias - de Santiago, 
a capital, até a região de Bío-Bío. 
 
Os terremotos assustaram os convidados estrangeiros que participavam da 
cerimônia de posse do novo presidente, Sebastián Piñera. Um dos tremores 
mais intensos ocorreu momentos antes da solenidade. 
Ele afirmou que as chamadas réplicas, que são as repetições dos tremores, são consideradas 
normais quando há um grande terremoto, como foi o de 8,8 graus na escala Richter, no último 
dia 27. 
 Segundo Madariaga, novos tremores de elevada intensidade só devem ocorrer em 
20 anos. O especialista em abalos sísmicos Raúl Madariaga advertiu, no entanto, que 
novos abalos de intensidade menor devem ser registrados em todo o país. “É preciso estar 
em alerta e não considerar que tudo é normal”. 
 
 Curso Preparatório para Concurso de Promoção LC 1080/2008 
Leitura e Interpretação de Textos 
 
 
4 
de apresentar um referente que não tinha sido ainda mencionado no texto. Koch e Elias (2006) chamam esta 
estratégia de “introdução” de um “objeto” no texto. 
Uma vez apresentado aos leitores, não há necessidade de repetir toda essa informação. E então, o jornalista 
lança mão do recurso de utilizar somente o sobrenome do especialista (“Segundo Madariaga”), sendo facilmente 
recuperável pelos leitores de que se trata “do especialista em abalos sísmicos Raul Madariaga”. Segundo Koch 
e Elias (2006), ocorre aqui a estratégia da retomada e manutenção do objeto introduzido anteriormente. Logo 
em seguida, na terceiravez em que deseja mencionar o profissional, o autor faz uso do pronome “ele”, o que é 
perfeitamente compreensível dado esse contexto textual. Não seria compreensível o texto se, por exemplo , o 
pronome “ele” aparecesse pela primeira vez e, só na terceira vez, fosse apresentado o nome do profissional: 
 
 
 
 
 
Se o texto estivesse assim escrito, nos 
perguntaríamos, ao nos depararmos com o 
pronome pessoal: “ele”, quem? Quem 
afirmou que as réplicas são consideradas 
normais?... O pronome “ele”, na grande 
maioria dos casos, vai retomar o que já fora mencionado, e não o que ainda não foi apresentado no texto. Quando 
o pronome retoma algum elemento já mostrado no texto, dizemos que o pronome é anafórico. 
Não somente os pronomes pessoais (ele(s), ela(s)) têm a função de retomar referentes (objetos ou seres 
retomados por algum mecanismo de coesão), mas também os chamados pronomes oblíquos (me, mim, te, se, 
nos, o(s), a(s), lhe(s)). Vejamos a seguinte frase da reportagem: 
 
 
 
 
Nesse trecho, o pronome “o” está retomando 
a expressão “um grande terremoto”, recém 
anunciada. Primeiramente, é necessário que 
o objeto – “um grande terremoto” – seja introduzido, para depois ser retomado pelo pronome “o”, garantindo a 
manutenção do tópico. Esse mecanismo é o que torna o texto coeso. De modo análogo ao exemplo anterior, não 
seria possível que o pronome viesse antes do objeto, pois a frase ficaria inintelegível: 
“quando há um o, como foi um grande terremoto de 8,8 graus na escala Richter, no último dia 27*” 
 
 
 
 
 
 
 
Perceba, 
então, a 
Segundo Madariaga, novos tremores de elevada 
intensidade só devem ocorrer em 20 anos. Ele advertiu, 
no entanto, que novos abalos de intensidade menor 
devem ser registrados em todo o país. “É preciso estar em 
alerta e não considerar que tudo é normal”. 
 
“(...) as chamadas réplicas, que são as repetições dos 
tremores, são consideradas normais quando há um 
grande terremoto, como foi o de 8,8 graus na escala 
Richter, no último dia 27. 
Denominamos “anáfora” o mecanismo de remeter à informação já apresentada no texto. 
Maria está viajando. Ela só volta ao final do mês. 
O homem não parava de olhar ao redor. Ele estava muito aflito. 
Há casos em que a remissão pode ser feita “para frente”, ou seja, o referente é antecipado pelo 
pronome, como em: 
- Lá vem ela, lá vem a noiva! 
- Ele é cheio de frescura, o Carlinhos. 
Nesses casos, em que a remissão está à frente, damos o nome de “catáfora”. 
 
 
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Leitura e Interpretação de Textos 
 
 
5 
importância para a progressão temática do texto das estratégias de retomada de referentes. Elas ocorrem de 
diversas maneiras, como podemos no quadro a seguir: 
 
Retomada por pronomes Capitu e Bentinho eram amigos de infância. Em uma tarde de novembro, 
em 1857, quando Bentinho “se sente nascer”, tinha ele quinze anos, ela, 
14. 
 O uso dos pronomes anafóricos “ele” e “ela” remetem à informação já 
apresentada – “Bentinho” e “Capitu”, evitando, assim, repetições no texto. 
Retomada por elipse 
Eu gosto de cinema; você,  de teatro. Eu prefiro praia; você,  piscina. 
Eu adoro dançar; você, não . Quanta diferença há entre nós dois! 
  O apagamento dos verbos “gostar”, “preferir” e “adorar” (representados 
pelo símbolo ) não prejudica a compreensão da frase; ao contrário, 
facilita o acompanhamento da comparação e evita repetições. 
Retomada por numerais 
Dois motivos me afastam de você: primeiro, você não sabe o que é ter 
responsabilidade; segundo, estou cansada de ser relegada a segundo 
plano. 
 Os numerais “primeiro” e “segundo” elencam os principais motivos 
apontados pelo enunciador (locutor) que o separam de seu interlocutor. 
Retomada por advérbios 
Deitada na cama, olhava para o quarto com lágrimas no rosto. Ali era seu 
refúgio. 
 O advérbio “ali” faz referência a “quarto”. 
Retomada por repetição 
lexical 
“Professor riu. Assim passaram a manhã, Professor fazendo a cara dos 
que vinham pela rua, Pedro Bala recolhendo as pratas ou os níqueis que 
jogavam.” (Capitães de Areia, Jorge Amado) 
 Nesse trecho, a coesão é realizada pela repetição da palavra 
“Professor”, de modo a evitar a ambiguidade. 
Retomada por sinônimos 
Eu vi o carro se aproximando em alta velocidade. Dentro de alguns 
instantes, o veículo capotou. 
 O uso do termo “veículo”, em substituição a “carro” garante a coesão 
do enunciado. 
Outra maneira de retomar referentes do texto, sem a necessidade de repeti-los, com a função de estabelecer relação 
entre o que fora dito e a informação que procede, diz respeito ao uso de hiperônimos e hipônimos. Hiperônimos são os 
termos que, numa relação de “todo-parte” ou “classe-elemento”, constituem-se no mais geral entre os dois termos (o 
“todo” ou “classe”). Criança é um hiperônimo de menino; “ave” é um hiperônimo de pardal. 
No texto “Mais uma série de tremores é registrada no Chile na madrugada e manhã de hoje”, conseguimos recuperar a 
informação de que o hiperônimo “país” da frase “Os abalos puderam ser percebidos no Centro e Sul do país” faz 
referência ao hipônimo Chile (termo “elemento” da relação “todo-parte”), já anunciado no primeiro parágrafo. Além da 
retomada de referentes pelo uso de pronomes, sinônimos e hiperônimos, outros mecanismos são utilizados para manter 
a tessitura da reportagem. É o caso do apagamento de termos subentendidos no contexto da frase, como em 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos esses mecanismos, que funcionam como estratégias textuais, têm o objetivo de manter a relação entre as 
partes do texto, ou organizar os elementos da superfície textual de modo a indicar a continuidade e unidade. Por 
isso, damos o nome de coesão textual. No geral, podemos dizer que há dois tipos de coesão: 
O mais intenso foi registrado nas cidades de San 
Francisco e Roncagua. 
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6 
1. a coesão lexical (responsável pelas relações entre palavras e expressão) 
2. a coesão sequencial (responsável pelas relações entre os períodos e orações). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora, leia o texto “Circuito Fechado”, de Ricardo Ramos (1978) 
e responda: (i) por que o título é “Circuito Fechado”?; (ii) É possível 
afirmar que o texto tem “coesão”? Justifique sua resposta. 
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, 
creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, 
pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, 
espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara 
pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, 
papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, 
projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, 
cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. Xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, 
pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. 
Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, 
cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, 
cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel,pasta, cigarro, fósforo, papel 
e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço 
de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, 
guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. 
Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro. 
“Podemos conceituar a 
coesão como o fenômeno 
que diz respeito ao modo 
como os elementos 
linguísticos se encontram 
interligados entre si, por 
meio de recursos 
também linguísticos, 
formando sequencias 
veiculadoras de sentido.” 
(Koch, 2007, p.45) 
 Curso Preparatório para Concurso de Promoção LC 1080/2008 
Leitura e Interpretação de Textos 
 
 
7 
Diferentemente da reportagem acima, esse mini-conto, pertencente ao gênero literário, não apresenta elementos 
coesivos explícitos, visto que não dispõem de elementos linguísticos para estabelecer conexão entre os 
períodos e frases do texto. No entanto, não se trata apenas de um conjunto de palavras, separadas por vírgula 
e ponto final. Conseguimos construir sentido para esse encadeamento de substantivos que, de forma poética, 
busca exprimir a rotina do homem contemporâneo. 
 
Dessa forma, o próprio arranjo das palavras é significativo, pois a sequência de objetos sugere um movimento 
vicioso, que faz da vida do homem contemporâneo prisioneira de sua própria rotina, é como se a vida do indivíduo 
estivesse circunscrita unicamente àqueles espaços, representados pelos objetos. O encadeamento dos 
vocábulos, livre de qualquer mecanismo remissivo, representa a sequência do dia-a-dia do homem 
contemporâneo, desde o momento em que ele se levanta e vai ao banheiro (“chinelos, vaso, descarga”), 
passando pelo momento do café da manhã (Bandeja, xícara pequena), a ida ao trabalho (“Táxi. Mesa, toalha, 
cadeiras”) e, ao final do texto, o preparo para dormir (“Coberta, cama, travesseiro”), sugerindo que, ao despertar, 
o ciclo se repetirá, já que se trata de um “Circuito fechado”. A série de reiterações “cigarros”, “fósforos”, “maços 
de cigarro” também reforça o caráter vicioso do conto. 
 
O leitor consegue identificar um conjunto constituído, essencial para a realização da (re )construção da leitura. 
Para isso, em vez de lançar mão de pronomes, sinônimos, hiperônimos, capazes de retomar referentes já 
apresentados, ou fazer retomadas por elipses, a coesão do texto é promovida pela própria repetição da estrutura 
das frases, isto é, a apresentação de dois ou três objetos, separados por vírgula. A esse mecanismo de 
organização de estrutura das frases de maneira análoga damos o nome de “paralelismo linguístico”. No texto em 
análise, há uma organização da sequenciação do texto através da adição de elementos da mesma classe 
gramatical, substantivos (palavra que nomeia os seres, sendo variável em número, gênero e grau). 
 
Ainda que não haja elementos explícitos de coesão, o texto é coeso e apresenta o que denominamos coerência, 
ou seja, os elementos constituintes da superfície textual configuram-se de tal maneira que são capazes de 
veicular sentido. 
 
Coesão lexical ou referencialii 
 
Estamos diante de coesão referencial quando um “componente da superfície do texto faz remissão a outro(s) 
elemento(s) nela presentes ou inferíveis a partir do universo textual” (KOCH, 2004, p.31). O componente que 
estabelece a remissão é denominado “forma remissiva” (ou referencial), enquanto o que está sendo referido é o 
“referente textual” ou “elemento de referência”. 
 
Observe os seguintes textos: 
Ilha do Medo 
Classificação 14 anos. 138 minutos. Suspense. Direção: Martin Scorsese. Elenco: Leonardo Di Caprio e Mark Ruffalo. Em 1954, uma 
dupla de agentes federais investiga o desaparecimento de uma assassina que estava hospitalizada. Ao viajarem para Shutter Island - 
ilha localizada em Massachusetts - para cuidar do caso, eles enfrentam desde uma rebelião de presos a um furacão, ficando presos 
no local e emaranhados numa rede de intrigas. 
Lembranças 
 
Classificação 12 anos. 128 minutos. Drama Romântico. Direção: Allen Coulter. Elenco: Robert Pattinson e Emilie De Ravin. Um jovem 
rebelde se apaixona por uma garota depois de um acidente que o distancia de sua família. Ele se sente feliz e inspirado, mas segredos 
são revelados, e eles podem ser separados justamente pelas circunstâncias que os uniram em primeiro lugar. 
Nas duas sinopses, observamos casos idênticos de coesão referencial: ambos utilizam pronomes pessoais para retomar 
referente. No trecho “eles enfrentam desde uma rebelião de presos a um furacão”, não resta dúvidas de que quem 
enfrenta todos os tipos de perigo é a dupla de agentes federais, mencionada na frase anterior. O pronome “eles”, 
portanto, é a forma remissiva, que retoma o referente “agentes federais”, estabelecendo coesão ao texto. Suponhamos 
que, em vez de ser uma assassina, a dupla de agentes estivesse investigando o desaparecimento de um grupo de 
assassinos. Nesse caso, não seria possível manter o mesmo mecanismo de coesão, pois haveria ambiguidade para 
descobrirmos qual seria o referente, veja: 
“uma dupla de agentes federais investiga o desaparecimento de um grupo de assassinos que estavam hospitalizados. 
Ao viajarem para Shutter Island - ilha localizada em Massachusetts - para cuidar do caso, eles enfrentam desde uma 
rebelião de presos a um furacão.” 
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Leitura e Interpretação de Textos 
 
 
8 
Quem enfrentaria desde uma rebelião de presos a um furacão – os agentes federais ou o grupo de assassinos? Ainda 
que a expressão “para cuidar do caso”, aliada ao nosso conhecimento de mundo, sugira que quem cuida de casos (de 
polícia) são os agentes investigadores (não os assassinos), estaríamos diante de um caso de ambiguidade, no nível da 
frase, pois o pronome anafórico sempre retoma o referente mais próximo que, no caso, seria “um grupo de assassinos”, 
e o referente que se quer retomar nessa frase é “a dupla de agentes”. Nessas circunstâncias, outro mecanismo de 
coesão deveria ser empregado de modo a evitar tal ambiguidade; por exemplo, a repetição do termo ou a substituição 
por um sinônimo (“os policiais”). 
 
A outra sinopse também utiliza do mecanismo de coesão referencial pelo uso dos pronomes pessoais de terceira pessoa 
“ele” e “eles”. Interessante que, nesse exemplo, a forma remissiva “eles” e “os” retoma dois referentes ao mesmo tempo 
(o “jovem rebelde” e a “garota”), e não um mesmo referente correspondente a um termo no plural, como na primeira 
sinopse. Na primeira frase da sinopse, há ainda outros pronomes funcionando como mecanismo de coesão: o pronome 
pessoal oblíquo “o” e o pronome possessivo “sua”. Ambos retomam, de maneira distinta, a expressão “um jovem 
rebelde”. O pronome “o” tem a função de substituir a expressão “um jovem rebelde”, enquanto que o pronome 
possessivo tem a função de indicar que a família a qual se refere o trecho é a do jovem rebelde. 
“Um jovem rebelde se apaixona por uma garota depois de um acidente que o distancia de sua família. Ele se sente feliz 
e inspirado, mas segredos são revelados, e eles podem ser separados justamente pelas circunstâncias que os uniram 
em primeiro lugar.” 
Compreender a que referentes os pronomes remetem é essencial para o processo de leitura de um texto. Um leitor 
proficiente faz relação entre os pronomes e seus referentes sem precisar refletir sobre esse processo de recuperação 
de termos. Uma dica que pode amenizar possíveis dificuldades na leitura é atentar-se para os pronomes e, quando não 
souber o referente que está sendo retomado, voltar um pouco no texto em busca do objeto que está sendo referenciado.Coesão sequencial 
Nem todas as sinopses de filmes ou novelas lançam mão desses elementos coesivos, no entanto, conseguimos 
compreender o texto sem problemas, como podemos observar no resumo da novela “Viver a Vida”: 
Segunda-feira, 15/03/2010 
A Vida depois do beijo 
Helena pede para Alice parar de falar em Bruno ao ver Marcos chegando. Miguel e Luciana se declaram um para o 
outro e se emocionam. Helena revela a Alice que decidiu se separar de Marcos. Marcos fala com Gustavo que pensa 
em passar alguns dias em Búzios. Rafaela fica feliz ao ouvir Garcia e Dora escolhendo o nome do neném. Miguel e 
Luciana fazem planos para o futuro. Bruno manda uma foto do batizado para Helena. Luciana e Miguel adormecem 
juntos. Jorge chega em casa de manhã e conversa com Ingrid. Vitória fica preocupada ao entrar no quarto de Luciana 
e ver que ela não está. Miguel e Luciana vão passear na praia. Helena fica feliz ao ver a foto que Bruno lhe enviou. 
Luciana conta a novidade sobre o namoro com Miguel para Tereza e as irmãs. Ingrid fica angustiada ao ouvir Miguel 
dizer que precisa conversar urgentemente com Jorge. Helena comunica Marcos que vai sair de casa e se separar dele. 
No texto acima, notamos que o mecanismo de coesão é a repetição da mesma estrutura da frase. Se não 
conhecêssemos o gênero “resumo de novela”, poderíamos pensar que o texto acima não passa de um conjunto de 
frases desconexas, iniciadas com um nome próprio, não apresentando uma unidade de sentido; não configurando, 
portanto, em um texto. No entanto, estamos diante de um texto, pois a sequência de frases nada mais é que o resumo 
do que vai ser transmitido na novela das oito, no dia especificado (15 de março de 2010). 
 
A recorrência aos nomes dos personagens, sempre acrescentando novas informações a respeito deles – suas atitudes, 
o que vai acontecer com cada um –, o paralelismo sintático, ou seja, a organização das frases da mesma maneira: 
iniciam com um nome próprio, todas com os verbos no mesmo tempo e modo (o presente do indicativo) também são 
mecanismos de coesão, a qual denominamos coesão sequencial. 
 
A coesão sequencial é responsável pelo estabelecimento das relações entre segmentos, sequencias textuais, 
parágrafos e orações. O texto “Circuito Fechado”, apresentado acima, exemplifica bem como a coesão sequencial 
garante a unidade de sentido de um texto. O uso de conectivos também é uma forma de estabelecer distintas relações 
entre frases de um texto, ou no interior de um enunciado. São as relações estabelecidas pelos conectivos: 
 
Relação de conjunção 
Como remunerar não só as metas alcançadas, mas também os esforços? 
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(realizada pelos conectivos 
“e”, “também”, “não só... 
mas como”, “além”, 
“nem”...) 
 A relação de conjunção se estabelece quando os enunciados ligam-se 
para uma mesma conclusão. O par correlativo “não só.... mas também” 
sobressalta que há mais de um elemento/ argumento a ser considerado. 
Relação de contrajunção 
(realizada pelos conectivos 
“mas”, “porém”, “contudo”, 
“todavia”, “entretanto”) 
“Eu tava triste, tristinho (...) mas ontem eu recebi um telegrama” 
(Telegrama, Zeca Baleiro) 
 A relação de contrajunção evidencia uma oposição entre os 
enunciados, ligados pelo conectivo “mas”. Este conectivo muda a direção 
da argumentação, prevalecendo o argumento da oração que o 
acompanha. 
Relação de conclusão 
(realizada pelos conectivos 
“portanto”, “logo”, “por 
conseguinte”, “pois”) 
Toda a equipe jogou desentrosada, o técnico não orientou seus 
jogadores, a torcida não animava, logo, o time perdeu a partida do 
campeonato. 
 Na conclusão, o enunciado que acompanha o conectivo revela a 
conclusão a que se chegou a partir do(s) argumento(s) anteriormente 
exposto(s). 
Relação de comparação 
(realizada pelos conectivos 
“como (quanto), mais... 
(do) que, menos... (do) 
que) 
 Gosto mais de você do que de sua irmã. 
 Na comparação, pode ser estabelecida uma relação de superioridade 
(mais.... (do) que), inferioridade (menos... (do) que) ou igualdade (tanto... 
como), a depender do conectivo selecionado para realizar tal relação. 
 
Como o próprio nome sugere, a coesão sequencial diz respeito aos mecanismos de estabelecimento da progressão 
textual pela própria sequenciação, em vez de retomadas a referentes por pronomes, sinônimos, hiperônimos, hipônimos, 
elipses, etc. Veja esse outro exemploiii: 
13/03/10 - 16h39 - Atualizado em 13/03/10 - 16h40 
Arsenal vence o Hull City com gol nos acréscimos e se iguala ao líder Chelsea 
 
Time joga com um a mais durante todo o segundo tempo, mas só consegue o gol do triunfo por 2 a 1 aos 
48 minutos, com Bendtner 
 
O Arsenal por pouco deixou escapar neste sábado uma chance de ouro de seguir na pressão em sua luta pelo título do Campeonato 
Inglês. Jogando fora de casa, o time viu o placar marcar 1 a 1 contra o Hull City até os 48 minutos do segundo tempo. Foi quando 
Bendtner fez o gol da vitória por 2 a 1 e garantiu o sorriso à torcida da equipe do Norte de Londres. Arshavin marcou o primeiro gol dos 
Gunners na partida, enquanto Bullard anotou para o Hull. 
 
Com o resultado, o Arsenal chegou a 64 pontos, mesmo número que o líder Chelsea, que mais cedo goleou o West Ham por 4 a 1 
e aparece em primeiro por ter melhor saldo de gols. O Manchester United, segundo, com 63, vai a campo neste domingo, contra o 
Fulham, em Old Trafford. O Hull City segue em penúltimo, com 24 pontos. 
 
Nesse texto jornalístico, contamos com alguns elementos da coesão referencial, como o uso de hiperônimos para 
retomada de elementos já mencionados no texto, como em: 
“O Arsenal por pouco deixou escapar neste sábado uma chance de ouro de seguir na pressão em sua luta pelo título do Campeonato 
Inglês. Jogando fora de casa, o time viu o placar marcar 1 a 1 contra o Hull City” 
Nesse trecho, em vez de repetir o nome do time “Arsenal”, o locutor lança mão de seu hiperônimo. Não restam dúvidas 
de que o time que “viu placar marcar 1 a 1 contra o Hull City” é o Arsenal, objeto já introduzido no início do texto. Outras 
formas de coesão são utilizadas de modo a favorecer a tessitura textual e promover sua unidade de sentido. Uma delas 
é o uso da expressão “Foi quando” para marcar uma relação de temporalidade entre o que havia acontecido até os 48 
minutos do segundo tempo e o que se sucedeu nesse momento, o gol do jogador Bendtner e a consequente vitória ao 
time: 
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A expressão “Com o resultado” garante a 
progressão textual à medida em que mantém 
uma conexão com o que fora dito no parágrafo 
anterior (com o resultado desse jogo, da vitória 
do Arsenal) e introduz as consequências da 
partida na pontuação dos times participantes do 
campeonato. Uma vez anunciado o resultado de um dos times, segue-se a apresentação dos nomes de outros times e 
suas respectivas pontuações, sem que haja necessidade de introduzir algum termo indicando que se trata da situação 
de cada um nesse determinado momento do campeonato: 
 
 
 
 
Agora, observe a tirinha abaixo, do 
cartunista argentino Quino, 
procurando responder às seguintes 
questões: 
1. O cartunista Quino lança mão de recursos coesivos na produção da tirinha? 
2. Que tipo de relação é estabelecida entre um quadrinho e outro? 
 
 
Nessa tirinha da Mafalda, o que causa o humor é justamente a relação conclusiva que a personagem Susanita 
estabelece na sua fala no que diz respeito à sua crítica sobre a condição das mulheres que aprendem o corte e costura. 
As falas da personagem levam o leitor a, assim como Mafalda, entender que Susanita está criticando a condição 
feminina, socialmenteimposta, de cuidar dos afazeres domésticos, como a aprendizagem do corte e costura. Ao dizer 
“nossa geração é diferente”, Susanita leva a crer que tem a consciência de que esse papel social atribuído às mulheres 
é ultrapassado, que os tempos estão mais modernos (“é a geração da tecnologia, da era espacial, da eletrônica”), 
portanto, que o papel da mulher na sociedade deve ser outro, que não única e exclusivamente os cuidados domésticos. 
 
Na linha da sua argumentação, Susanita afirma que não irá cair na “mediocridade do corte e costura”, estabelecendo 
uma relação conclusiva com o que ela veio apontando anteriormente pelo uso do conectivo “portanto”. A conclusão de 
que Susanita não será como as mulheres que seguem o corte e a costura gera uma expectativa no leitor que é quebrada 
Jogando fora de casa, o time viu o placar marcar 1 a 1 contra o 
Hull City até os 48 minutos do segundo tempo. Foi quando 
Bendtner fez o gol da vitória por 2 a 1 e garantiu o sorriso à 
torcida da equipe do Norte de Londres. 
Com o resultado, o Arsenal chegou a 64 pontos, mesmo número que o 
líder Chelsea, que mais cedo goleou o West Ham por 4 a 1 e aparece em 
primeiro por ter melhor saldo de gols. O Manchester United, segundo, com 
63, vai a campo neste domingo, contra o Fulham, em Old Trafford. O Hull 
City segue em penúltimo, com 24 pontos. 
 
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no último quadrinho, quando Susanita conclui, de fato, a lógica de seu raciocínio: que ela fará uso de “máquina de tricô”. 
A relação lógica de Susanita pode ser assim representada: 
- Susanita não pode ser uma mulher como sua mãe, que se “conforma” em aprender corte e costura; 
- Susanita está na geração da tecnologia, da cibernética; 
- Susanita vai comprar uma máquina de tricô. 
A conclusão de Susanita acaba surpreendendo o leitor e a Mafalda, personagem famosa por sua maturidade crítica 
para uma criança, que estabelecem outra relação conclusiva: 
- Susanita não pode ser uma mulher como sua mãe, que se “conforma” em aprender corte e costura; 
- Susanita está na geração da tecnologia, da cibernética; 
- Susanita não pode ser medíocre, a ciência lhe chama; 
- Susanita não vai se dedicar a afazeres domésticos, mas aos estudos, à ciência. 
Nesse caso, é a coesão sequencial que causa o humor da tirinha de Mafalda. Por isso, afirmamos que compreender 
os elementos coesivos que estabelecem coesão no texto é, portanto, essencial para a realização da leitura, ou seja, 
para a (re)construção dos sentidos do texto. 
Atividades 
Leia o seguinte texto para responder às três questões retiradas de um concurso público: 
Representantes dos maiores bancos brasileiros reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir um tema desafiante. 
Falaram sobre a necessidade de estabelecer mecanismos de controle sobre o oceano de incertezas que cerca o 
mercado financeiro e, assim, atenuar os solavancos que volta e meia ele provoca na economia mundial. Na mais recente 
crise – a do mercado de hipotecas de alto risco dos Estados Unidos –, os bancos americanos amargaram perdas 
superiores a 100 bilhões de dólares. A turbulência decorrente do estouro de mais essa bolha ainda não teve suas 
conseqüências totalmente dimensionadas. A questão que se coloca é até que ponto é possível injetar alguma 
previsibilidade em um mercado tão interconectado, gigantesco e que tem o risco no DNA. O único consenso é que o 
mercado precisa ser mais transparente. O investidor tem o direito de ser informado sobre a composição do produto que 
estiver comprando e o grau de risco que está assumindo. 
Veja, 12/3/2008 (com adaptações) 
 
Com relação às informações do texto acima e à sua organização, julgue os itens de 1 a 3. 
1) Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, é possível deslocar a oração "para discutir um tema 
desafiante" (L.2-3), que expressa uma finalidade, para o início do período, fazendo-se os devidos ajustes nas letras 
maiúsculas e acrescentando-se uma vírgula logo após "desafiante". 
 ( ) Certo ( ) Errado 
2) Na linha 15, o termo "O investidor" pode ser substituído por Qualquer investidor ou por Os investidores, sem 
prejuízo para o sentido e para a correção gramatical do período. 
 ( ) Certo ( ) Errado 
3) Na linha 17, a substituição de "estiver" por está, provocaria incoerência textual e incorreção gramatical no período. 
( ) Certo ( ) Errado 
PROVA I [ Polícia Rodoviária / 98 ] 
"Arrumar o homem" 
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( Dom Lucas Moreira Neves Jornal do Brasil, Jan. 1997) 
Não boto a mão no fogo pela autenticidade da estória que estou para contar. Não posso, porém, duvidar da veracidade 
da pessoa de quem a escutei e, por isso, tenho-a como verdadeira. Salva-me, de qualquer modo, o provérbio italiano: 
"Se não é verdadeira... é muito graciosa!" 
Estava, pois, aquele pai carioca, engenheiro de profissão, posto em sossego, admitido que, para um engenheiro, é 
sossego andar mergulhado em cálculos de estrutura. Ao lado, o filho, de 7 ou 8 anos, não cessava de atormentá-lo com 
perguntas de todo jaez, tentando conquistar um companheiro de lazer. 
A idéia mais luminosa que ocorreu ao pai, depois de dez a quinze convites a ficar quieto e a deixá-lo trabalhar, foi a de 
pôr nas mãos do moleque um belo quebra-cabeça trazido da última viagem à Europa. "Vá brincando enquanto eu 
termino esta conta". sentencia entre dentes, prelibando pelo menos uma hora, hora e meia de trégua. O peralta não 
levará menos do que isso para armar o mapa do mundo com os cinco continentes, arquipélagos, mares e oceanos, 
comemora o pai-engenheiro. 
Quem foi que disse hora e meia? Dez minutos depois, dez minutos cravados, e o menino já o puxava triunfante: "Pai, 
vem ver!" No chão, completinho, sem defeito, o mapa do mundo. 
Como fez, como não fez? Em menos de uma hora era impossível. O próprio herói deu a chave da proeza: "Pai, vocë 
não percebeu que, atrás do mundo, o quebra-cabeça tinha um homem? Era mais fácil. E quando eu arrumei o homem, 
o mundo ficou arrumado!" 
"Mas esse garoto é um sábio!", sobressaltei, ouvindo a palavra final. Nunca ouvi verdade tão cristalina: "Basta arrumar 
o homem (tão desarrumado quase sempre) e o mundo fica arrumado!" Arrumar o homem é a tarefa das tarefas, se é 
que se quer arrumar o mundo. 
4) Na continuidade de um texto, algumas palavras referem-se a outras anteriormente expressas; assinale o item em que 
a palavra destacada tem sua referência corretamente indicada: 
(A) Não boto a mão no fogo pela autenticidade da estória que estou para contar - refere-se à autenticidade da estória 
narrada; 
(B) Não posso, porém, duvidar da veracidade da pessoa de quem a escutei... - refere-se à veracidade da estória narrada; 
(C) ...e, por isso tenho-a como verdadeira. - refere-se a não poder duvidar da veracidade da pessoa que lhe narrou a 
estória; 
(D) ...tenho-a como verdadeira. - refere-se à pessoa que lhe narrou a estória do texto; 
(E) Salva-me de qualquer modo, o provérbio italiano. - refere-se à pessoa de cuja veracidade o autor do texto não pode 
duvidar. 
 
5) O item em que o vocábulo destacado tem seu sinônimo corretamente indicado é: 
(A) Salva-me, de qualquer modo, o provérbio italiano... - citação; 
(B) ...com perguntas de todo jaez .. - tipo; 
(C) ...tentando conquistar um companheiro de lazer. - aventuras; 
(D) ...prelibando pelo menos uma hora... - desejando; 
(E) o peralta não levará menos do que isso... - revolucionário. 
(AFRF-2003) 
Falar em direitos humanos pressupõe localizar a realidade que os faz emergir no contexto sócio-político e histórico-
estrutural do processo contraditório de criação das sociedades. Implica, em suma, desvendar, acada momento deste 
processo, o que venha a resultar como direitos novos até então escondidos sob a lógica perversa de regimes políticos, 
sociais e econômicos, injustos e comprometedores da liberdade humana. 
Este ponto de vista referencial determina a dimensão do problema dos direitos humanos na América Latina. 
Neste contexto, a fiel abordagem acerca das condições presentes e dos caminhos futuros dos direitos humanos passa, 
necessariamente, pela reflexão em torno das relações econômicas internacionais entre países periféricos e países 
centrais. 
As desarticulações que desta situação resultam não chegam a modificar a base estrutural destas relações: a extrema 
dependência a que estão submetidos os países periféricos, tanto no que concerne ao agravamento das condições de 
trabalho e de vida (degradação dos salários e dos benefícios sociais), quanto na dependência tecnológica, cultural e 
ideológica. 
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(Núcleo de estudos para a Paz e Direitos Humanos, UnB in: Introdução Crítica ao Direito, com adaptações) 
6) Assinale a opção em que, no texto, a expressão que antecede a barra não retoma a idéia da segunda expressão que 
sucede a barra. 
a) "realidade" (l.2) / " contexto sócio-político e histórico-estrutural do processo" (l.2 e 3) 
b) "deste processo" (l.6) / "Processo contraditório de criação das sociedades" (l.3 e 4) 
c) "Este ponto de vista referencial" (l.11) / "idéias expressas no primeiro parágrafo. 
d) "Neste contexto" (l.14) / discussão sobre os direitos humanos na América Latina. 
e) "desta situação" (l.20) / relações econômicas internacionais entre países periféricos e países centrais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
FÁVERO, Leonor. Coesão e Coerência Textuais. Ática, 
1991. 
KOCH, Ingedore; ELIAS, Vanda. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006. 
KOCH, Ingedore; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Texto e Coerência. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1993. 
KOCH, Ingedore. A coesão textual. 19. ed. São Paulo: Contexto, 2004. 
 
i Texto disponível em: http://noticias.uol.com.br/especiais/terremoto-no-chile/ultimas-noticias/2010/03/12/mais-uma-serie-de-
tremores-e-registrada-no-chile-na-madrugada-e-manha-de-hoje.jhtm 
ii Nos baseamos em Koch (2004). 
iiiTexto disponível em: http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/0,,MUL1528261-9842,00-
ARSENAL+VENCE+O+HULL+CITY+COM+GOL+NOS+ACRESCIMOS+E+SE+IGUALA+AO+LIDER+CHELS.html 
 
Confira o gabarito das questões: 
1. Certo 
2. Errado 
3. Errado 
4. C 
5. B 
6. A

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