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Caderno Esquematizado de Direito Penal - Parte Geral

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DIREITO PENAL 
Caderno esquematizado- CURSO DELEGADO-GO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caderno de anotação elaborado pelo monitor a partir da aula ministrada em 
sala, todos as anotações estão sujeitas a alterações e correções. 
 
 
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Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. CONCEITO DE DIREITO PENAL. MISSÃO, FINALIDADE, 
FUNÇÃO DO DIREITO PENAL. DIREITO PENAL E CLASSIFICAÇÃO 
DOUTRINÁRIA. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
AULA 01 
1. CONCEITO DE DIREITO PENAL 
Quando alguém pratica um crime surge para o Estado o direito de punir 
(jus puniendi – pertence a sociedade). Nem mesmo na Ação Penal de 
Iniciativa Privada se transfere o direito de punir, transfere apenas a 
titularidade. 
a) Conceito Geral: Direito Penal é o corpo de normas jurídicas que fixa 
os limites do Poder Punitivo Estatal, instituindo as infrações penais e as 
sanções correspondentes. 
b) Conceito Formal/Estático: Direito Penal é o conjunto de normas 
jurídicas que determina alguns comportamento humanos indesejados 
como infração penal, delimitando seu autor e instituindo a sanção. 
c) Conceito Material: São comportamentos humanos reprováveis e 
danosos ao convívio social que causam lesões a bens jurídicos 
relevantes. 
d) Conceito Dinâmico/Sociológico: Direito Penal é mais um instrumento 
do controle social, visando garantir a convivência harmônica entre os 
membros da sociedade. 
Ex.: artigo 121, CP – matar alguém -> tipo penal -> tipicidade – relação 
de encaixe perfeita -> o que se contraria é o conteúdo da lei -> 
norma. 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
2. MISSÃO, FINALIDADE, FUNÇÃO DO DIREITO PENAL 
A finalidade precípua é a proteção dos bens jurídicos relevantes. 
a) Mediata: controle social (direito penal “ultima ratio”); limitação ao 
Poder Estatal. 
b) Imediata: proteção dos bens jurídicos relevantes (Funcionalismo 
teleológico de Roxin); proteger a norma/o sistema jurídico (Jacobs) – 
 
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o direito penal do inimigo – o sistema é mais importante do que a 
norma e que a lesão ao bem jurídico. 
Obs.: Se de um lado o Estado controla o cidadão, de outro lado é 
necessário limitar seu poder de controle evitando hipertrofia da punição 
(tem-se que dar punição justa e adequado ao comportamento que 
infringir a lei). 
3. DIREITO PENAL E CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
a) Direito Penal Substantivo: é o direito material (propriamente dito); 
b) Direito Penal Adjetivo: (ultrapassado) – é o direito processual penal, o 
processo penal não era um ramo autônomo do direito. 
c) Direito Penal Objetivo: é o conjunto de leis penais em vigor no país que 
proíbe ou impõe conduta sob ameaça de sanção. Obs.: somente a 
lei pode proibir ou impor conduta sob ameaça de sanção. 
d) Direito Penal Subjetivo: é o direito de punir (condicionado e limitado). 
Nasce quando a norma penal é violada. 
 Positivo: criação e execução das normas jurídicas; 
 Negativo: derrogação de lei (quem faz é o STF). É limitado e 
condicionado: 
o Quanto ao modo: deve respeitar os direitos e garantias 
fundamentais (princípio da dignidade da pessoas 
humana. 
o Quanto ao espaço: artigo 5º, CP – princípio da 
territorialidade temperada/mitigada. 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo 
de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território 
nacional. 
o Quanto ao tempo: é limitado pela prescrição (é uma 
limitação temporal ao direito de punir estatal). 
4. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
Atividade mental que visa revelar o conteúdo e o alcance daquela lei 
penal. A ciência que estuda a interpretação é a hermenêutica jurídica 
(um sujeito utilizando um método chega ao resultado. 
 
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a) Quanto ao sujeito 
 Autêntica: fornecida pelo próprio legislador. Ex.: artigo 327, 
caput, CP; a exposição de motivos do CPP é autêntica. 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, 
para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce 
cargo, emprego ou função pública. 
 Jurisprudencial: é a interpretação que os tribunais conferem 
sobre a lei. 
 Doutrinária: interpretação dada pelos doutrinadores. Ex.: 
exposição de motivos do CP. 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL. PRINCÍPIOS 
CONSTITUCIONAIS PENAIS. 
AULA 02 
5. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
b) Quanto ao modo 
 Gramatical/filológica/literal: parte da literalidade do texto. 
 Teleológica: ligada a finalidade. 
 Histórica: parte da origem da norma. 
 Sistemática: considera o sistema em que a lei está inserido. 
 Evolutiva: interpretação de acordo com a evolução do tempo. 
c) Quanto ao resultado 
 Declarativa: basta ao intérprete fazer mera declaração. Há 
consonância entre o texto da norma e a vontade do legislador. 
 Restritiva: é aquela em que é preciso restringir o alcance da 
norma, pois tal norma interpretada da forma como está não se 
permite que se extraia o real significado. Ex.: artigo 28, II, CP – 
patologia exclui sim. 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo 
álcool ou substância de efeitos análogos. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
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 Extensiva: admite-se em direito penal a interpretação extensiva 
quando eventual interpretação restritiva causaria escândalo 
por sua notória irracionalidade. 
Obs.: Interpretação extensiva ≠ interpretação analógica ≠ analogia 
Interpretação extensiva: amplia o alcance da lei. 
Interpretação analógica: é uma técnica legislativa na qual o 
legislador parte de uma fórmula casuística (dar exemplos) seguida 
uma fórmula genérica (interpretação. 
Analogia: consiste em utilizar uma lei que regula em caso semelhante 
a um fato não previsto em lei. Ex.: estelionato = obter (alguém tem 
que entregar uma vantagem) + vítima determinada; em 2006, o uso 
do ponto eletrônico para fazer provas do CESPE em Brasília, não é o 
caso de estelionato, pois a vítima não é determinada. Só se admite 
analogia “in bonam partem”. 
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, 
com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de 
comprometer a credibilidade do certame, 
conteúdo sigiloso de: 
I - concurso público; 
II - avaliação ou exame públicos; 
III - processo seletivo para ingresso no ensino 
superior; ou 
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
6. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS 
a) Legalidade: artigo 5º, XXXIX, CF e artigo 1º, CP. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
 
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XXXIX - não há crime sem lei anterior que o 
defina, nem pena sem prévia cominação 
legal; 
 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o 
defina. Não há pena sem prévia cominação 
legal. 
Reserva legal + anterioridade. 
Conceito: é o direito fundamental do cidadão contra a violência 
arbitrária do Estado.É a real limitação do Poder Estatal de não intervir 
nas liberdades individuais. 
O princípio da legalidade engloba a contravenção penal e a medida 
de segurança. 
Medida provisória pode tratar de direito penal? O artigo 62, §1º, I, “b”, 
CP veda a utilização de MP em matéria penal, mas e em relação ao 
direito penal não incriminador? Há duas correntes. 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o 
Presidente da República poderá adotar 
medidas provisórias, com força de lei, 
devendo submetê-las de imediato ao 
Congresso Nacional. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias 
sobre matéria: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
I - relativa a: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
b) direito penal, processual penal e processual 
civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
32, de 2001) 
 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS. FONTES DO DIREITO 
PENAL. 
AULA 03 
 
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS 
b) Legalidade: 
Medida Provisória - 417/2008 trata de direito penal não incriminador. 
Medida provisória 1571 – extensão da punibilidade – reparação do 
dano em sede de crimes tributários. 
Tem-se a proibição da retroatividade maléfica. A retroatividade 
benéfica é uma garantia fundamental. 
Costume revoga crime? 1- posição liberal, sim; 2- posição radical, 
não; 3- posição, não revoga, mas o juiz pode deixar de aplicar a pena 
por não ter reprovabilidade social. 
c) Culpabilidade: este princípio quer dizer que em Direito Penal o agente 
só responde pelos seus atos próprios/atos queridos, ou seja, dolosos; 
ou culposos praticados mediante imprudência, negligência ou 
imperícia. 
No direito penal não se admite responsabilidade por fato de terceiro. 
A responsabilidade no direito penal é subjetiva (depende de 
comprovar o dolo e culpa). 
d) Proporcionalidade: sustenta que a pena deve ser proporcional a 
gravidade do fato. 
Dupla face do princípio da proporcionalidade: proteção ao bem 
jurídico; vedação de proteção insuficiente. 
e) Humanidade das penas: artigo 5º, XLVII, CF 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra 
declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
 
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e) cruéis; 
Vedação de penas cruéis, pois fere a dignidade da pessoa humana. 
Individualização da pena: cada agente tem sua reprimenda. 
STF – declarou inconstitucional o regime integral fechado. 
7. FONTES DO DIREITO PENAL 
a) Fonte material/produção: artigo 22, I, CF – União. O parágrafo único 
do mesmo artigo autoriza os Estados por meio de Lei Complementar 
tratar de pontos específicos. 
Art. 22. Compete privativamente à União 
legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, 
espacial e do trabalho; 
Parágrafo único. Lei complementar poderá 
autorizar os Estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas neste 
artigo. 
b) Fonte formal/exteriorização: para doutrina moderna, temos seis fontes 
formais imediatas do Direito Penal, sendo a Lei a única fonte formal 
imediata incriminadora. 
i. Lei (incriminadora). 
ii. Constituição Federal (mandados de criminalização, ex.: 
racismo). 
iii. Tratados Internacionais de Direitos Humanos (aprovados com 
o quórum de emenda constitucional, terá status constitucional, 
os outros tem status supralegal). Obs.: Tribunal Penal 
Internacional – complementar, não é exceção ao monopólio 
estatal. Uma forma de exceção é o artigo 57, Estatuto do Índio. 
Art. 57. Será tolerada a aplicação, pelos 
grupos tribais, de acordo com as instituições 
próprias, de sanções penais ou disciplinares 
contra os seus membros, desde que não 
revistam caráter cruel ou infamante, proibida 
em qualquer caso a pena de morte. 
iv. Princípios: ex.: insignificância: atipicidade da conduta 
 
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 Mínima ofensividade da conduta; 
 Ausência de periculosidade; 
 Inexpressividade da lesão ao bem jurídico; 
 Reduzi grau de reprovabilidade da conduta; 
v. Jurisprudência, súmula vinculante 
vi. Complemento da norma penal em branco 
Hoje com a doutrina moderna a fonte formal mediata é somente a 
doutrina. Os costumes são fonte informal do direito. 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. FONTES DO DIREITO PENAL. VELOCIDADES DO DIREITO 
PENAL. QUESTÕES. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA. 
AULA 04 
8. VELOCIDADES DO DIREITO PENAL 
É o tempo que o Estado leva para punir uma infração penal mais ou 
menos grave. 
a) Primeira Velocidade: vai punir com pena privativa de liberdade. 
Crimes graves. Observância de direitos e garantias fundamentais. 
b) Segunda velocidade: trabalha com crimes menos graves, com penas 
alternativas, tem a flexibilização dos direitos e garantias fundamentais. 
Ex.: Lei 9.099/95. 
c) Terceira velocidade: crimes apenados com pena privativa de 
liberdade, mas também há flexibilização dos direitos e garantias. 
Celeridade. Direito penal do inimigo. 
d) Quarta velocidade: vai impor para quem é governante ou ex-
governante de países signatários de direitos humanos que a violaram; 
trata de direito internacional (neopunitivismo). 
QUESTÕES – RESOLVIDAS EM SALA DE AULA. 
1) Para o Direito Penal no Estado Social e Democrático de Direito, modelo 
de atuação do poder previsto na Constituição Federal, é correto afirmar 
que 
 a) o poder do Estado é ilimitado e os direitos fundamentais têm 
concretização discricionária. 
 
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 b) o poder do Estado é limitado pelo princípio da legalidade e, aos 
cidadãos, está assegurada a plena garantia e juridicidade dos direitos 
fundamentais. 
 c) o poder do Estado é limitado pela legalidade formal, mas não exerce 
a posição de garante dos direitos fundamentais muito embora haja sua 
juridicidade. 
 d) o poder do Estado é ilimitado e os direitos fundamentais têm natureza 
cogente. 
 e) o poder do Estado é limitado pelo princípio da legalidade e os direitos 
fundamentais têm efetividade condicionada. 
 
2) Marque a alternativa CORRETA sobre as teorias das velocidades do 
direito penal: 
 a) A teoria da primeira velocidade do direito penal é ligada à ideia do 
direito penal do inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de 
um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de 
caráter perpétuo. 
 b) A teoria da segunda velocidade do direito penal é ligada à ideia do 
direito penal do inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de 
um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de 
caráter perpétuo. 
 c) A teoria da terceira velocidade do direito penal tem como 
fundamento a aplicação de penas alternativas ou de multa, ou seja, está 
ligada à ideia de um direito penal de mínima intervenção. 
 d) A teoria da quarta velocidade do direito penal está ligada à ideia do 
neopunitivismo. 
 e) A terceira velocidade do direito penal, idealizada por Jesus María 
Silva Sánchez, está ligada à ideia do Tribunal Penal Internacional,ou seja, 
à proposição de um direito penal para julgar crimes de guerra, de 
agressão, genocídio e de lesa humanidade. 
 
 
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3) O princípio da presunção de inocência até que o réu seja considerado 
culpado ou até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória é 
prevista nos seguintes textos de forma expressa: 
a) Constituição da República Federativa e Código de Processo Penal 
b) Declaração Universal dos Direitos Humanos (Resolução nº 217 – ONU) 
e Constituição da República 
c) Declaração Universal dos Direitos Humanos (Resolução nº 217 – ONU) 
e Código de Processo Penal 
d) Constituição da República e Estatuto do Servidor Público 
 
4) Acerca dos princípios constitucionais e infraconstitucionais do Direito 
Penal, é correto afirmar, exceto: 
 a) A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as 
seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) 
prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos. 
 b) O princípio da intervenção mínima preconiza que a criminalização 
de uma conduta só se legíti-ma se constituir meio necessário para a 
proteção de determinado bem jurídico. 
 c) O princípio da lesividade proíbe a incriminação de uma conduta que 
não exceda o âmbito do próprio autor. 
 d) O princípio da adequação social restringe a abrangência do tipo 
penal, limitando sua interpre-tação e dele excluindo as condutas 
consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade. 
 e) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, não podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser 
estendidas aos sucessores. 
 
5) Considerando os princípios orientadores do direito penal, assinale a 
opção correta. 
 a) Dado o princípio da limitação das penas, veda-se que a pena passe 
do condenado para outrem, ainda no que se refira à execução dos 
 
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sucessores do agente quanto às obrigações decorrentes de eventuais 
danos. 
 b) Considera-se, em relação aos crimes de conteúdo múltiplo, que, se 
em um mesmo contexto, o agente realizar ação correspondente a mais 
de um dos verbos do núcleo do tipo penal, ele só deverá responder por 
um único delito, em virtude do princípio da alternatividade. 
 c) Dado o princípio da defesa, também denominado princípio real, 
deve-se aplicar a lei brasileira a nacional brasileiro que cometa crime na 
Alemanha, ainda que ele seja ali preso, julgado e condenado. 
 d) No CP brasileiro, no que tange à aplicação da lei no tempo e no 
espaço, adotam-se, respectivamente, as teorias da ubiquidade e da 
atividade. 
 e) O princípio da intervenção mínima baseia-se nas seguintes premissas: 
mínima ofensividade da conduta, inexistência de periculosidade social 
do agente e inexpressividade da lesão provocada. 
 
6) Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Leis penais em branco em sentido estrito são aquelas, cuja norma de 
complementação é oriunda da mesma fonte legislativa que editou a 
norma que necessita desse complemento. 
b) A lei penal em branco é revogada em consequência da revogação 
de sua norma de complementação. 
c) Leis penais em branco em sentido amplo são aquelas leis penais, cuja 
norma de complementação é oriunda de fonte diversa daquela que a 
editou. 
d) No crime de uso de documento falso, o Código Penal brasileiro 
emprega a técnica de leis penais em branco ao revés, isto é, daquelas 
leis penais que remetem a outras normas incriminadoras para 
especificação da pena. 
e) As leis penais em branco consistem em modalidade de lei temporária. 
 
 
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7) Assinale a alternativa que apresenta o princípio que deve ser atribuído 
a Claus Roxin, defensor da tese de que a tipicidade penal exige uma 
ofensa de gravidade aos bens jurídicos protegidos. 
a) insignificância 
b) intervenção mínima 
c) Fragmentariedade. 
d) adequação social 
e) humanidade 
 
8) Configuram desdobramento do princípio da reserva legal, exceto: 
a) Lex praevia. 
b) Lex stricta. 
c) Lex scripta. 
d) Lex certa 
e) Ultima ratio 
 
9. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA 
Artigo 5º, CP – territorialidade temperada. 
Artigo 4º, CP – teoria da atividade. 
Por meio da Convenção e Viena (Áustria), do qual o Brasil é signatário, 
estatuiu-se que Chefes de Estados estrangeiros, representantes de 
governos, embaixadores, diplomatas, pessoa técnico e administrativo 
das embaixadas, familiares de diplomata e embaixadores que vivem sob 
sua dependência econômica e membros de organizações 
internacionais (ONU, OEA, SANTASÉ) -> credenciais de Estado. Tem-se o 
Estado acreditante e de outro lado o Estado acreditado. A Natureza 
jurídica da imunidade diplomática: causa de exclusão da jurisdição do 
Brasil. 
QUESTÕES 
1) Ano: 2016Banca: CESPE Órgão: PC-GO Prova: Escrivão de Polícia 
Substituto 
Considerando os princípios constitucionais e legais informadores da lei 
penal, assinale a opção correta. 
 
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 a) Por adotar a teoria da ubiquidade, o CP reputa praticado o crime 
tanto no momento da conduta quanto no da produção do resultado. 
 b) A lei material penal terá vigência imediata quando for editada por 
meio de medida provisória, impactando diretamente a condenação do 
réu se a denúncia já tiver sido recebida. 
 c) Considerando os princípios informativos da retroatividade e 
ultratividade da lei penal, a lei nova mais benéfica será aplicada mesmo 
quando a ação penal tiver sido iniciada antes da sua vigência. 
 d) A novatio legis in mellius só poderá ser aplicada ao réu condenado 
antes do trânsito em julgado da sentença, pois somente o juiz ou tribunal 
processante poderá reconhecê-la e aplicá-la. 
 e) Ainda que se trate de crime permanente, a novatio legis in pejus não 
poderá ser aplicada se efetivamente agravar a situação do réu. 
 
2) Provas: PUC-PR - 2012 - TJ-MS - Juiz 
Marque a alternativa CORRETA sobre as teorias das velocidades do direito 
penal: 
a) A teoria da primeira velocidade do direito penal é ligada à ideia do 
direito penal do inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de 
um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de 
caráter perpétuo. 
b) A teoria da segunda velocidade do direito penal é ligada à ideia do 
direito penal do inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de 
um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de 
caráter perpétuo. 
c) A teoria da terceira velocidade do direito penal tem como 
fundamento a aplicação de penas alternativas ou de multa, ou seja, está 
ligada à ideia de um direito penal de mínima intervenção. 
d) A teoria da quarta velocidade do direito penal está ligada à ideia do 
neopunitivismo. 
e) A terceira velocidade do direito penal, idealizada por Jesus María Silva 
Sánchez, está ligada à ideia do Tribunal Penal Internacional, ou seja, à 
 
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proposição de um direito penal para julgar crimes de guerra, de 
agressão, genocídio e de lesa humanidade. 
 
3) Ano: 2016Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Agente de Polícia 
Acerca dos princípios básicos do direito penal brasileiro, assinale a 
opção correta. 
 a) O princípio da fragmentariedade ou o caráter fragmentário do direito 
penal quer dizer que a pessoa cometerá o crime se sua conduta coincidir 
com qualquer verbo da descrição desse crime, ou seja, comqualquer 
fragmento de seu tipo penal. 
 b) O princípio da anterioridade, no direito penal, informa que ninguém 
será punido sem lei anterior que defina a conduta como crime e que a 
pena também deve ser prevista previamente, ou seja, a lei nunca poderá 
retroagir. 
 c) É possível que uma lei penal mais benigna alcance condutas 
anteriores à sua vigência, seja para possibilitar a aplicação de pena 
menos severa, seja para contemplar situação em que a conduta 
tipificada passe a não mais ser crime. 
 d) O princípio da insignificância no direito penal dispõe que nenhuma 
vida humana será considerada insignificante, sendo que todas deverão 
ser protegidas. 
 e) O princípio da ultima ratio ou da intervenção mínima do direito penal 
significa que a pessoa só cometerá um crime se a pessoa a ser 
prejudicada por esse crime o permitir. 
 
GABARITO 
1- C 2- D 3- C 
 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA. IMUNIDADE CONSULAR. 
IMUNIDADE PARLAMENTAR. TERRITORIALIDADE. UBIQUIDADE. 
EXTRATERRITORIALIDADE. 
 
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AULA 05 
IMUNIDADE DIPLOMÁTICA 
A imunidade é absoluta, não atinge apenas os crimes funcionais, mas 
todo e qualquer crime. É irrenunciável. O Governo pode abrir mão da 
imunidade, o titular não pode. 
Natureza jurídica: uma causa de exclusão da jurisdição do Brasil. 
Obs.: não confundir com extradição. 
10. IMUNIDADE CONSULAR 
Não recebe credenciais de Estado. 
O cônsul trata de assuntos mercantis, comerciais. A imunidade é relativa 
e diz respeito aos crimes funcionais. 
Convenção de Viena diz que o cônsul só pode ser preso apenas em 
crimes graves. 
11. IMUNIDADE PARLAMENTAR 
(Ou inviolabilidade). Artigo 53, CF. 
Art. 53. Os Deputados e Senadores são 
invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer 
de suas opiniões, palavras e votos. 
A imunidade parlamentar representa uma garantia aos congressistas de 
que poderia exercer suas funções de forma livre, sem pressões externar 
que poderiam advir em razão de suas opiniões, palavras e votos (crimes 
contra a honra, também são imunes civilmente, não respondem por 
danos morais). 
A imunidade pode ser processual em relação ao foro, prisão, processo e 
em relação ao testemunho – artigo 53, §1º, CF. 
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a 
expedição do diploma, serão submetidos a 
julgamento perante o Supremo Tribunal 
Federal. 
Diplomação (fazer paralelo com a nomeação dos servidores públicos) – 
a partir da diplomação já tema imunidade. 
Deputados federais e senadores podem ser presos em flagrante de crime 
inafiançável dentro de 24 horas comunicar a Casa e na maioria de votos 
vai deliberar sobre a prisão. 
 
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§ 2º Desde a expedição do diploma, os 
membros do Congresso Nacional não 
poderão ser presos, salvo em flagrante de 
crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão 
remetidos dentro de vinte e quatro horas à 
Casa respectiva, para que, pelo voto da 
maioria de seus membros, resolva sobre a 
prisão. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 35, de 2001) 
Artigo 53, §3º, CF – recebida a denúncia no STF, ele comunicará a casa. 
Na Casa com partido nela representada (pode ser mínima) poderá até 
a decisão final propor a sustação do processo (suspende a prescrição 
também). 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou 
Deputado, por crime ocorrido após a 
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará 
ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa 
de partido político nela representado e pelo 
voto da maioria de seus membros, poderá, até 
a decisão final, sustar o andamento da ação. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 35, de 2001) 
Artigo 53, §4º, CF – pedido de sustentação tem que ser apreciado no 
prazo de 45 dias. 
§ 4º O pedido de sustação será apreciado 
pela Casa respectiva no prazo improrrogável 
de quarenta e cinco dias do seu recebimento 
pela Mesa Diretora. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
Artigo 53, §§5º e 6º, CF. 
§ 5º A sustação do processo suspende a 
prescrição, enquanto durar o mandato. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 35, de 2001) 
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão 
obrigados a testemunhar sobre informações 
 
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recebidas ou prestadas em razão do exercício 
do mandato, nem sobre as pessoas que lhes 
confiaram ou deles receberam informações. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 35, de 2001) 
12. TERRITORIALIDADE 
Artigo 5º, §§ 1º e 2º, CP 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo 
de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território 
nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
1984) 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se 
como extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem, bem 
como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, que se achem, respectivamente, no 
espaço aéreo correspondente ou em alto-
mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
1984) 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos 
crimes praticados a bordo de aeronaves ou 
embarcações estrangeiras de propriedade 
privada, achando-se aquelas em pouso no 
território nacional ou em vôo no espaço aéreo 
correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 1984) 
13. UBIQUIDADE 
O artigo 6º, CP vai definir competência de jurisdição, vai definir se a 
justiça brasileira terá atuação. 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no 
lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no 
 
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todo ou em parte, bem como onde se 
produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
14. EXTRATERRITORIALIDADE 
É aplicação da lei penal brasileira a crimes ocorridos fora do território 
nacional. Pode ser de duas formas: incondicionada e condicionada. 
 Incondicionada: a lei penal vai ser aplicada independentemente 
de qualquer condição. Artigo 7º, I, CP. 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora 
cometidos no estrangeiro: (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 1984) 
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente 
da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
1984) 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da 
União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pública, 
sociedade de economia mista, autarquia ou 
fundação instituída pelo Poder Público; 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
c) contra a administração pública, por quem 
está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, 
de 1984) 
d) de genocídio, quando o agente for 
brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 1984) 
Princípios: Justiça Universal; defesa, real, proteção; personalidade 
ativa; personalidade passiva. 
 Condicionada: artigo 7º, II, CP. 
II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se 
obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, 
de 1984) 
 
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b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 1984) 
c) praticados em aeronaves ouembarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, quando em território estrangeiro e aí 
não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, 
de 1984). 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. EXTRATERRITORIALIDADE. CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO 
TEMPO OU DIREITO PENAL INTERTEMPORAL.PRINCÍPIOS SOLUCIONADORES 
DO CONFLITO DE LEIS NO TEMPO. EXTRATIVIDADE DA LEI PENAL. LEI 
TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL. 
AULA 06 
EXTRATERRITORIALIDADE 
 Condicionada: artigo 7º, §2º, CP. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei 
brasileira depende do concurso das 
seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 1984) 
a) entrar o agente no território nacional; 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
b) ser o fato punível também no país em que 
foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
1984) 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos 
quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
d) não ter sido o agente absolvido no 
estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
e) não ter sido o agente perdoado no 
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais 
favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 Hipercondicionada: artigo 7º, §3º, CP. 
 
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§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao 
crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as 
condições previstas no parágrafo anterior: 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
a) não foi pedida ou foi negada a 
extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
1984) 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
Artigos 8 ao 12, CP 
Pena cumprida no estrangeiro (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro 
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo 
crime, quando diversas, ou nela é computada, 
quando idênticas. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 
Eficácia de sentença estrangeira (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a 
aplicação da lei brasileira produz na espécie 
as mesmas conseqüências, pode ser 
homologada no Brasil para: (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, 
a restituições e a outros efeitos civis; (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - A homologação depende: 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de 
pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
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b) para os outros efeitos, da existência de 
tratado de extradição com o país de cuja 
autoridade judiciária emanou a sentença, ou, 
na falta de tratado, de requisição do Ministro 
da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
Contagem de prazo (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo 
do prazo. Contam-se os dias, os meses e os 
anos pelo calendário comum. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Frações não computáveis da pena (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de 
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações 
de dia, e, na pena de multa, as frações de 
cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-
se aos fatos incriminados por lei especial, se 
esta não dispuser de modo diverso. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
15. CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO OU DIREITO PENAL INTERTEMPORAL 
Haverá conflito quando uma norma penal disciplina um crime e vem 
outra posterior revogando, é preciso estabelecer qual lei a ser aplicada. 
Retroatividade benéfica é direito fundamental do agente. Tem que 
analisar os princípios. 
16. PRINCÍPIOS SOLUCIONADORES DO CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO 
 
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i. “Abolitio criminis”: artigo 2º, CP. Lei abolicionista. 
Obs.: abolitio criminis apaga todos os efeitos penais da sentença 
condenatória, os efeitos civis, todavia, permanecem intactos. 
Abolitio criminis é a lei posterior que deixa de considerar criminosa 
conduta que até então o era. 
ii. Novatio legis incriminadora: lei posterior que passa considerar 
criminosa conduta que até então não era. Irretroativa. Ex.: artigo 
311-A, CP. 
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, 
com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de 
comprometer a credibilidade do certame, 
conteúdo sigiloso de: 
I - concurso público; 
II - avaliação ou exame públicos; 
III - processo seletivo para ingresso no ensino 
superior; ou 
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
iii. Novatio legis in mellius: lei posterior que de qualquer forma 
favorece o agente. 
iv. Novatio in pejus: lei posterior que de qualquer modo prejudica o 
agente. 
17. EXTRATIVIDADE DA LEI PENAL 
É a capacidade que tem a lei de se movimentar no tempo. É o gênero 
que comporta duas espécies: retroatividade e ultratividade. 
Em sede de conflitos de leis penais no tempo vigora o princípio do tempus 
regit actum (o tempo rege a forma dos atos). A lei que será aplicada, em 
regra é a que estava em vigo a época do fato. 
Ultratividade da lei penal consiste na aplicação da lei a um fato 
cometido durante a sua vigência, mesmo que essa lei já tenha sido 
revogada. 
Retroatividade consiste na aplicação da lei a um fato cometido antes 
da sua entrada em vigor, por ser mais benéfica ao réu. 
 
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18. LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL 
Artigo 3º, CP. 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, 
embora decorrido o período de sua duração 
ou cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado 
durante sua vigência. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 1984) 
Lei temporária é aquela em que o seu período de vigência vem 
previamente estabelecido em data certa do calendário. 
Obs.: vigora em Direito Penal o princípio da continuidade das leis. 
Lei excepcional é aquela que vigora enquanto permanece situação de 
anormalidade. 
 
 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL. CONFLITO APARENTE 
DE NORMAS. 
AULA 07 
LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL 
As leis temporárias e excepcionais para terem efetividade possuem 
ultratividade. Elas são autorrevogáveis, não precisam de lei posterior para 
serem revogada. São exceções ao princípio da continuidade da lei. São 
intermitentes. 
19. CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
Na verdade não existe. Soluciona através dos princípios. Tem que haver 
fato único e duas ou mais leis em tese aplicáveis e todas em vigor. 
O fundamento é evitar o “bis in idem” (dupla punição pelo mesmo fato). 
Princípios: 
 Especialidade 
Lei especial x lei geral. 
Le especial é aquela que possui todos os elementos de uma lei 
geral mais alguns que torna especializante. 
 
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Ex.: artigo 121, CP e artigo 123, CP. O infanticídioé um tipo de 
homicídio porém com elementos específicos. 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado 
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou 
logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 Subsidiariedade 
Temos aqui diferentes graus de lesão ao mesmo bem jurídico. 
Lei principal x lei subsidiária (soldado de reserva). 
Lei subsidiária é aquela que prevê como crime fato incluído na 
definição da lei primária como forma de execução ou 
qualificadora. 
Ex.: artigo 147, CP e artigo 157, CP. A ameaça no crime de roubo 
é forma de execução, há uma subsidiariedade implícita. O crime 
de ameaça é subsidiário ao roubo. 
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito 
ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de 
causar-lhe mal injusto e grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou 
multa. 
 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou 
para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por 
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
Ex.2: artigo 132, CP – só será usado se não houver previsão mais 
grave (subsidiariedade expressa). 
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a 
perigo direto e iminente: 
 
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Pena - detenção, de três meses a um ano, se o 
fato não constitui crime mais grave. 
 Consunção ou absorção 
O fato mais amplo e mais grave absorve o fato menos amplo e 
menos grave que funciona como preparação, execução ou 
exaurimento daquele. 
Ex.: lesão corporal e homicídio – crime progressivo, crime de 
passagem obrigatória ≠ progressão criminosa – alteração do dolo. 
Súmula 17, STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais 
potencialidade lesiva, é por este absorvido. 
 Alternatividade 
Neste princípio temos os tipos mistos alternativos. Se o agente, em 
um mesmo contexto fático, pratica dois ou mais verbos previstos 
no tipo penal responderá por crime único. 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. TEORIA GERAL DO CRIME. FATO TÍPICO. 
AULA 08 
20. TEORIA GERAL DO CRIME 
 Crime formal: é toda conduta que viola a norma penal. 
 Crime material: é a conduta que viola norma penal e lesa bens 
jurídicos relevantes. 
 Conduta analítica de crime: crime é fato típico, ilícito e culpável. 
 Objeto jurídico: o bem penalmente protegido. 
 Objeto material: é o bem de natureza corpórea ou incorpórea sob 
o qual recai a conduta do agente. Ex.: homicídio: objeto jurídico 
é a vida e objeto material é a pessoa morta. 
 Sujeito ativo (autor): é aquele que isoladamente ou em conjunto 
com outras pessoas, pratica a conduta descrita no tipo penal 
(pessoas físicas ou pessoas jurídicas em crime ambiental). 
 Sujeito passivo: é o ofendido ou vítima, ou seja, é o titular do bem 
jurídico lesado. 
o Sujeito passivo constante, mediado, indireto: é o Estado 
(sempre será prejudicado). 
 
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o Sujeito passivo imediato, direto: é o ofendido. 
 Crimes comissivos: aqueles que cometem mediante um fazer, uma 
ação. 
 Crimes omissivos: aqueles que cometem mediante um não fazer, 
abstenção. 
o Próprio: o sujeito ativo não tem relação com a vítima. A 
omissão está contida no tipo. Ex.: artigo 135, CP. 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando 
possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança 
abandonada ou extraviada, ou à pessoa 
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave 
e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, 
o socorro da autoridade pública: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou 
multa. 
o Impróprio (comissivo por omissão): artigo 13, §2º, CP. É 
aquele em que o legislador previu um fazer (o tipo descreve 
uma ação), mas a omissão do agente que descumprir o seu 
dever legal de agir, acarreta o resultado, fazendo com que 
o agente responda por este resultado. 
§ 2º - A omissão é penalmente relevante 
quando o omitente devia e podia agir para 
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a 
quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, 
proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade 
de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
c) com seu comportamento anterior, criou o 
risco da ocorrência do resultado. (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
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Crime omissivo próprio admite participação/coautoria? 
Partícipe não pratica a conduta principal, apenas condutas 
acessórias. Coautor, há divisão de tarefas. 
Artigo 29, CP – atende a individualização da pena. 
Doutrina majoritária: cabe apenas participação, ex.: artigo 
244, CP. 
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a 
subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 
18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou 
de ascendente inválido ou maior de 60 
(sessenta) anos, não lhes proporcionando os 
recursos necessários ou faltando ao 
pagamento de pensão alimentícia 
judicialmente acordada, fixada ou majorada; 
deixar, sem justa causa, de socorrer 
descendente ou ascendente, gravemente 
enfermo: (Redação dada pela Lei nº 10.741, 
de 2003) 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos 
e multa, de uma a dez vezes o maior salário 
mínimo vigente no País. (Redação dada pela 
Lei nº 5.478, de 1968) 
Doutrina minoritária: acredita que cabe os dois. 
Crime omissivo próprio não admite tentativa. 
Vai se admitir participação no crime omissivo impróprio. 
21. FATO TÍPICO 
É o fato que se amolda, encaixa aos elementos contidos no tipo penal. 
Deriva do princípio da tipicidade. 
Tipicidade é a relação de encaixe perfeito entre a conduta do agente e 
o fato descrito no tipo penal. 
 
QUESTÕES 
1) Banca: VUNESP Órgão: SAEG Prova: Advogado 
Sobre a aplicação da lei penal, assinale a alternativa correta. 
 
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 a) A nova lei penal mais grave não se aplica, em nenhum caso, ao crime 
continuado ou permanente. 
 b) Mesmo após o trânsito em julgado de sentença condenatória, a 
aplicação da lei penal mais benigna compete ao juiz que prolatou a 
sentença condenatória. 
 c) Aos crimes praticados a bordo de aeronaves estrangeiras de 
propriedade privada em vôo no espaço aéreo brasileiro, aplica-se a lei 
do país de origem. 
 d) Crime contra a fé pública da União praticado no exterior ficará sujeito 
apenas à lei do país em que o crime se consumou. 
 e) As imunidades diplomáticas não se aplicam aos empregados 
particulares dos diplomatas, ainda que oriundos do Estado representado. 
 
2) Ano: 2015Banca: FUNCAB Órgão: PC-AC Prova: Perito Criminal 
Observa-se nas leis temporárias que: 
 a) não adotam a regra da retroatividade benigna. 
 b) sua vigência depende da excepcionalidade que a gerou. 
 c) não são ultra-ativas nem retroativas. 
 d) possuem a característica da retroatividade, sempre para beneficiar 
o réu. 
 e) sua vigência é previamente fixada pelo legislador. 
 
3) Ano: 2013Banca: CESPE Órgão: DPF Prova: Delegado 
No que se refere à teoria geral do crime, julgue o próximo item. 
Segundo a teoria causal, o dolo causalista é conhecido como dolo 
normativo, pelo fato de existir, nesse dolo, juntamente com os elementos 
volitivos e cognitivos, considerados psicológicos, elemento de natureza 
normativa (realou potencial consciência sobre a ilicitude do fato). 
 
 
 
 
 
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GABARITO 
 
1- E 2- E 3- Certo 
 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Conduta. 
AULA 09 
FATO TÍPICO 
1) CONDUTA 
a) Teoria causalista/naturalista/mecanicista/clássica 
(Von List/Beling/ Rodbwech) 
Positivistas. Definem conduta como sendo movimento voluntário 
produtor de uma alteração no mundo exterior ou fenomênico (ser – 
exatas). 
Para os naturalistas o mundo deveria ser observado apenas no seu 
aspecto fenomênico sem abstrações. 
A conduta relevante bastava que tivesse o mero nexo físico de 
causalidade (fotografia do evento). 
3 elementos: 
i. Vontade (sem finalidade); 
ii. Movimento; 
iii. Resultado. 
Críticas ao modelo causalista: 
 
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i. O causalismo não explica os tipos penais omissivos (ex.: 
omissão e socorro). 
ii. O causalismo não consegue explicar os tipos penais que 
trabalham com elementos objetivos e descritivos. 
iii. Com a visão causalista não se consegue distinguir a tentativa 
de homicídio com lesão corporal. 
Obs.: dolo e culpa são estudados na culpabilidade. 
Obs.2: para os causalista, o dolo era um dolo normativo, ou seja, 
aquele que contém a consciência da ilicitude do fato. 
 
b) Neokantismo/Neoclássico 
Queriam romper os ideais positivistas. 
Sistema da racionalização do método. A conduta será o 
comportamento voluntário que produz um resultado. 
Admitem presença de elementos subjetivos e normativos do tipo. 
Dolo e culpa continuam sendo estudado na culpabilidade. 
Críticas: 
i. Continuava estudando dolo e culpa na culpabilidade; 
ii. Já que dolo e culpa estão na culpabilidade como admitem 
elementos subjetivos do tipo? 
Obs.: há tipo normais e tipos anormais. Normais – elementos 
descritivos objetivos; anormais – elementos subjetivos e normativos. 
c) Finalismo 
(Hans Welzel – 1930) 
Inseriu o dolo e culpa dentro da conduta e a conduta está dentro do 
fato típico. 
Conduta ≠ movimento reflexo. 
A culpabilidade fica com esses elementos: 
i. Imputabilidade – artigo 26, CP; 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por 
doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da 
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de 
 
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determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
ii. Potencial consciência da ilicitude – artigo 21, CP; 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é 
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se 
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá 
diminuí-la de um sexto a um terço. 
iii. Exigibilidade de conduta diversa – artigo 22, CP. 
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação 
irresistível ou em estrita obediência a ordem, 
não manifestamente ilegal, de superior 
hierárquico, só é punível o autor da coação ou 
da ordem. 
O dolo do finalismo é um dolo natural pois não possui a consciência 
da ilicitude do fato. 
Elementos da conduta: 
i. Vontade; 
ii. Finalidade; 
iii. Exteriorização; 
iv. Consciência. 
d) Teoria social da ação 
Conduta é o comportamento consciente e voluntário dirigido a uma 
finalidade com a transcendência social (Hessel). 
e) Funcionalismo 
i. Teleológico/moderado (Roxin) 
Afasta a ideia do finalismo de mera tipicidade formal. 
Remodela o sistema penal, este com intenção de proteger 
bens jurídicos relevantes (tipicidade material). Conduta é o 
comportamento que causa lesão ou exposição a risco de 
lesão a bem jurídico relevante. 
ii. Sistêmico (Jacobs) 
O Direito Penal está para tutelar/proteger o sistema penal, ou 
seja, a norma. 
Aqui houve a criação do Direito Penal do Inimigo. 
 
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Conduta é o comportamento indesejado violador do sistema, 
frustrando legítimas expectativas normativas, ou seja, o sistema 
é mais importante que o bem jurídico. 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Resultado. Nexo de causalidade. 
AULA 10 
FATO TÍPICO 
2) RESULTADO 
É a consequência, é o dano, suportado pelo bem jurídico. 
Há dois tipos de resultado: jurídico/normativo e material/naturalístico. 
Nem todo crime possui resultado naturalístico/material; mas todo crime 
possui resultado jurídico/normativo. 
a) Naturalístico/material: alteração, modificação no mundo dos fatos 
causada pela conduta do agente. 
i. Crime material: é aquele em que o legislador prevê no tipo um 
resultado naturalístico, uma modificação no mundo exterior e 
exige que essa modificação ocorra para fins de consumação. 
ii. Crime formal: é aquele em que o legislador prevê o resultado 
naturalístico, uma alteração no mundo exterior, mas não exige 
que esta alteração ocorra para fins de consumação. 
iii. Crime de mera conduta: é aquele em que não há se quer 
resultado naturalístico previsto. Ex.: violação de domicílio; por 
te arma. 
3) NEXO DE CAUSALIDADE 
É a relação de causa e feito entre a conduta do agente e o resultado. 
a) Teoria da conditio sine qua non (teoria da equivalência dos 
antecedentes causais – Thyrem) – artigo 13, CP. 
Art. 13 - O resultado, de que depende a 
existência do crime, somente é imputável a 
quem lhe deu causa. Considera-se causa a 
ação ou omissão sem a qual o resultado não 
teria ocorrido. 
 
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b) Teoria da causalidade adequada: causa é o acontecimento 
adequado a produzir o resultado. 
Concausa: é uma causa externa à vontade do autor que se posiciona 
paralelamente a sua conduta e de alguma forma influi no resultado. 
i. Concausa absolutamente independente 
 Preexiste – artigo 17, CP. 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por 
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime. 
 Concomitante 
 Superveniente 
Obs.: a concausa absolutamente independente, quer preexiste, 
concomitante ou superveniente rompo o nexo causal, porquanto, 
ela não tem relação alguma com a conduta do autor, abrindo 
uma cadeia causal própria. 
ii. Concausa relativamente independente 
 Preexistente 
 Concomitante 
 Superveniente 
Tem relação com a conduta do autor. 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Nexo de causalidade. Crime doloso. Crime culposo. 
Responsabilidade subjetiva. 
AULA 11 
FATO TÍPICO 
4) NEXO DE CAUSALIDADE 
Concausa: 
iii. Concausa relativamente independente 
Artigo 13, §1º, CP. 
Art. 13. § 1º - A superveniência de causa 
relativamente independente exclui a 
imputação quando, por si só, produziu o 
 
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resultado; os fatos anteriores, entretanto, 
imputam-se a quem os praticou. 
Quando a superveniência de causa relativamente independente 
produz por si só o resultado? Quando ela não estiver na mesma 
linha de desdobramento físico dos fatos. 
5) CRIME DOLOSO 
Artigo 18, I, CP. 
Art. 18 - Diz-se o crime: 
Crime doloso 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou 
assumiu o risco de produzi-lo; 
i. Teoria da representação. 
ii. Teoria da vontade – vontade livre e consciente de praticar a 
conduta. 
iii. Teoria do assentimento: assunção de risco. 
6) CRIME CULPOSO 
Artigo 18, II, CP. 
Crime culposo 
II - culposo, quando o agente deucausa ao 
resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia. 
i. Violação do dever objetivo de cuidado; 
ii. Conduta voluntária; 
iii. Resultado involuntário; 
iv. Ausência de previsão subjetiva; 
v. Previsibilidade objetiva 
vi. Nexo de causalidade; 
vii. Tipicidade: só há crime culposo se houver previsão legal – artigo 
18, parágrafo único, CP. 
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em 
lei, ninguém pode ser punido por fato previsto 
como crime, senão quando o pratica 
dolosamente. 
O crime culposo não admite tentativa. 
 
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7) RESPONSABILIDADE SUBJETIVA 
Artigo 19, CP. 
Art. 19 - Pelo resultado que agrava 
especialmente a pena, só responde o agente 
que o houver causado ao menos 
culposamente. 
Crimes qualificados pelo resultado 
Conduta Resultado 
Dolo 
Dolo 
Dolo 
Culpa 
Culpa 
Culpa 
Culpa 
Dolo 
Obs.: todos os crimes de trânsito são necessariamente culposos. 
Crimes consumado e tentado 
Artigo 14, I, CP – crime consumado 
Art. 14 - Diz-se o crime: 
Crime consumado 
I - consumado, quando nele se reúnem todos 
os elementos de sua definição legal; 
Ex.: latrocínio 
Subtração – homicídio 
Consumado – consumado 
Tentado – tentado (tentativa de latrocínio) 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Responsabilidade subjetiva. Questões. Tentativa. 
AULA 12 
FATO TÍPICO 
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA 
Crimes consumado e tentado 
Ex.: latrocínio 
Subtração – homicídio 
 
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Consumado – consumado 
Tentado – tentado (tentativa de latrocínio) 
Tentado – consumado (latrocínio consumado) 
Consumado – tentado (tentativa de latrocínio) 
Súmula 610, STF - "Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, 
ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima." 
22. QUESTÕES 
1 - José, juiz de direito do Tribunal de Justiça de São Paulo, depara-se 
com um processo em que figura na condição de ré uma grande amiga 
de infância de sua filha. Não havendo causa de impedimento ou 
suspeição, separa o processo para proferir, com calma, na manhã 
seguinte, uma sentença condenatória bem fundamentada, pois sabe 
que sua filha ficaria chateada diante de sua decisão. Ocorre que, por 
descuido, esqueceu o processo no armário de seu gabinete por 06 
meses, causando a prescrição da pretensão punitiva. Considerando a 
hipótese narrada, é correto afirmar que a conduta de José: 
a) é atípica, sob o ponto de vista do Direito Penal; 
b) configura a prática do crime de prevaricação, pois presente o 
elemento subjetivo da satisfação de sentimento pessoal; 
c) configura a prática do crime de condescendência criminosa; 
d) configura a prática do crime de prevaricação, bastando para tanto 
o dolo genérico; 
e) configura a prática do crime de corrupção passiva. 
 
2 - Mário, ao chegar em casa, deparou-se com uma tragédia. Seu filho, 
André, um jovem de 20 anos, manuseava, sem o cuidado devido, uma 
arma de fogo pertencente a seu pai, quando esta acidentalmente 
disparou e o projétil veio a atingir uma funcionária da casa. Sabendo que 
o disparo fora acidental, mas temendo pelas consequências do 
lamentável episódio para a vida de seu filho, optou Mário por não 
procurar as autoridades policiais. Ao contrário, ao anoitecer, transportou 
o corpo para um terreno baldio existente no seu bairro e ali o deixou. 
 
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Ocorre que a funcionária em questão, na verdade, estava apenas ferida 
e acabou sendo encontrada e levada para o hospital. 
Sobre as condutas de Mário e André, é correto afirmar que: 
 a) Mário deve ser punido pelo crime de ocultação de cadáver e André 
pelo de lesão corporal culposa. 
 b) Mário deve ser punido pelo crime de ocultação de cadáver e André 
pelo de homicídio na forma tentada. 
 c) Mário deve ser punido pelo crime de ocultação de cadáver, na 
forma tentada, e André pelo de lesão corporal, também na forma 
tentada. 
 d) Mário deve ser punido pelo crime de ocultação de cadáver, e André 
deve ser punido pelo de homicídio, também na forma tentada. 
 e) Mário não deve ser punido pela prática de crime e André deve ser 
punido pela prática do crime de lesão corporal culposa. 
 
3 - Assinale a alternativa correta no tocante às previsões relati-vas aos 
crimes no Código Penal. 
 a) Para a omissão ser considerada penalmente relevan-te, é suficiente 
que o omitente possa agir para evitar o resultado. 
 b) Diz--se o crime tentado, quando, iniciada a preparação, não se 
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 c) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui a 
culpabilidade e isenta de pena o autor do crime. 
 d) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se 
evitável, poderá diminuí--la de um sexto a um terço. 
 e) Se o fato criminoso é cometido em estrita obediência à ordem 
manifestamente ilegal de superior hierárquico, só é punível o autor da 
coação ou da ordem. 
 
4 - Considere as seguintes proposições, 
 
I. O Direito Penal do Inimigo, idealizado por Günther Jakobs, pode ser 
entendido como um Direito Penal de quarta geração. Na sua 
 
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concepção inimigo é aquele que afasta de modo permanente da 
norma. Segundo esta teoria, não deve ser ao criminoso conferido o status 
de cidadão. 
 
II. Segundo Hans Welzel, o Direito Penal tipifica somente condutas que 
tenham certa relevância social; caso contrário não poderiam ser delitos. 
Welzel desenvolve, a partir dessa ideia, o princípio da adequação social. 
 
III. Com introdução de considerações axiológicas e materiais, o 
neokantismo substituiu o método puramente jurídico-formal do 
positivismo. O modelo neokantista possui o mérito de ter demonstrado 
que toda realidade traz em seu bojo um valor preestabelecido, 
permitindo a constatação de que as normas jurídicas, como um produto 
cultural, possuem como pressupostos valores prévios, e o próprio 
intérprete que, por mais que procure adorar certa neutralidade, não 
estará imune a maior ou menor influência desses valores. 
 
IV. Claus Roxin aborda a Teoria da Imputação Objetiva sob a concepção 
de um funcionalismo radical, entendendo que o Direito Penal tem como 
função essencial a reafirmação da norma, visando fortalecer as 
expectativas de quem a obedece. 
 
São corretas: 
 a) Somente as proposições I e II. 
 b) Somente as proposições III e IV. 
 c) Somente as proposições I, II e IV. 
 d) Somente as proposições II e III. 
 e) Somente as proposições I, II e III. 
 
5 - Relativamente ao Direito Penal Brasileiro, analise as afirmativas a 
seguir: 
I. Os crimes unissubsistentes, habituais próprios, comissivos e permanentes 
na forma omissiva não admitem tentativa. 
 
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II. Considera-se desistência voluntária ou arrependimento posterior a 
conduta do agente que, depois de consumado o crime, repara o dano 
causado respondendo o agente somente pelos fatos praticados. 
 
III. Considera-se impossível o crime quando o meio utilizado pelo agente 
é relativamente incapaz de alcançar o resultado. IV. Nos crimes tentados, 
aplica-se a pena do crime consumado reduzindo-a de 1/3 a 2/3, ao 
passo que no arrependimento eficaz se aplica a pena do crime 
consumado reduzindo-a de 1/6 a 1/3. Assinale: 
(cód. Q13121) 
 
a) se apenas as afirmativas I e II estiveremcorretas. 
b) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. 
c) se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas. 
d) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 
 
6 - Em relação ao conceito formal e material do crime é correto afirmar: 
 a) Somente no conceito material permite-se um desdobramento do tipo 
penal em ação ou omissão, tipicidade, ilicitude e culpabilidade. 
 b) No conceito formal, o delito constitui uma lesão a um bem jurídico 
penal. 
 c) O delito, sob a perspectiva material e formal, é punido com pena 
privativa de liberdade ou restritiva de direitos 
 d) O conceito de delito formal é o fato humano proibido pela lei penal, 
e material há lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico-penal. 
 e) O delito é fato típico e antijurídico e a culpabilidade, para o conceito 
material, o distingue do conceito formal. 
 
7 - A combatida responsabilidade penal objetiva 
 a) não encontra exemplos concretos em nossa legislação penal. 
 
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 b) é doutrinariamente definida como à sujeição de alguém à imposição 
de pena sem que tenha agido com dolo ou culpa ou sem que tenha 
ficado demonstrada sua culpabilidade, com fundamento no nexo de 
causalidade, todavia, não encontra aplicação prática em casos 
concretos. 
 c) pode ser exemplificada em nossa legislação penal na rixa 
qualificada e na actio libera in causa na embriaguez. 
 d) tem um único exemplo em nossa legislação penal consistente na 
responsabilização das pessoas jurídicas por crimes ambientais. 
 e) deve ser utilizada em ultima ratio, uma vez que, pode violar direitos e 
garantias fundamentais da pessoa humana. 
 
23. TENTATIVA 
Artigo 14, II, CP 
Art. 14 - Diz-se o crime: 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não 
se consuma por circunstâncias alheias à 
vontade do agente. 
Iter criminis 
i. Cogitação; 
ii. Preparação; 
iii. Execução; 
iv. Consumação; 
v. Exaurimento: ocorre quando mesmo já tendo consumado o crime, 
o sujeito ativo continua agredindo o bem jurídico da vítima. 
Ninguém é punido pelo que pensa. 
Em regra, o direito não pune os atos preparatórios. Exceção: por 
exemplo, a associação criminosa. 
Obs.: admite tentativa, pode fracionar o inter criminis. 
O crime preterdoloso não admite tentativa (posição majoritária). 
Pena de tentativa diminuída de 1/3 a 2/3, 
 
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A tentativa é causa obrigatória/especial de redução de pena. 
Tentativa perfeita e acabada: o sujeito exaure todos os meio para 
execução do crime. 
Tentativa perfeita e inacabada: o sujeito tem o processo executório 
interrompido por terceiro. 
Tentativa cruenta ou vermelha: acerta a vítima. 
Tentativa incruenta ou branca: não acerta a vítima. 
QUESTÕES 
1) Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia 
A relação de causalidade, estudada no conceito estratificado de crime, 
consiste no elo entre a conduta e o resultado típico. Acerca dessa relação, 
assinale a opção correta. 
 a) Para os crimes omissivos impróprios, o estudo do nexo causal é relevante, 
porquanto o CP adotou a teoria naturalística da omissão, ao equiparar a inação 
do agente garantidor a uma ação. 
 b) A existência de concausa superveniente relativamente independente, 
quando necessária à produção do resultado naturalístico, não tem o condão 
de retirar a responsabilização penal da conduta do agente, uma vez que não 
exclui a imputação pela produção do resultado posterior. 
 c) O CP adota, como regra, a teoria da causalidade adequada, dada a 
afirmação nele constante de que “o resultado, de que depende a existência 
do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa; causa é a ação ou 
omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”. 
 d) Segundo a teoria da imputação objetiva, cuja finalidade é limitar a 
responsabilidade penal, o resultado não pode ser atribuído à conduta do 
agente quando o seu agir decorre da prática de um risco permitido ou de uma 
conduta que diminua o risco proibido. 
 e) O estudo do nexo causal nos crimes de mera conduta é relevante, uma vez 
que se observa o elo entre a conduta humana propulsora do crime e o resultado 
naturalístico. 
 
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2) Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Escrivão de Polícia Civil 
Sobre o crime culposo, é correto afirmar que: 
 a) sua caracterização independe da previsibilidade objetiva do resultado. 
 b) é dispensável a verificação do nexo de causalidade entre conduta e 
resultado. 
 c) encontra seu fundamento legal no artigo 18 . I, de Código Penal. 
 d) se alguém ateia fogo a um navio para receber o valor de contrato de 
seguro, embora saiba que com isso provocará a morte dos tripulantes, essas 
mortes serão reputadas culposas. 
 e) há culpa quando o sujeito ativo, voluntariamente, descumpre um dever de 
cuidado, provocando resultado criminoso por ele não desejado. 
3) Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: POLÍCIA CIENTÍFICA – PE Prova: 
Conhecimentos Gerais 
Em relação ao fato típico e aos elementos do crime, assinale a opção correta. 
 a) É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de 
culpa ou de caso fortuito, ao tempo da ação ou da omissão, era parcialmente 
incapaz de entender o caráter ilícito desse fato ou de determinar-se conforme 
esse entendimento. 
 b) É caracterizada como estado de necessidade a conduta praticada por 
bombeiro para salvar de perigo atual ou iminente, não provocado por sua 
vontade, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era 
razoável exigir-se. 
 c) Os elementos imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, 
inexigibilidade de conduta diversa e punibilidade são requisitos da 
culpabilidade penal. 
 d) A coação física e a coação moral irresistível excluem a conduta do agente, 
pois eliminam totalmente a vontade pelo emprego da força, de modo que o 
fato passa a ser atípico. 
 
0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris44 
 e) É considerado erro evitável, capaz de reduzir a pena, aquele em que o 
agente atue ou se omita sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era 
possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. 
GABARITO 
 
1- D 
2- E 3- E 
 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Desistência voluntária e Arrependimento eficaz. 
Arrependimento posterior. Crime impossível. 
AULA 13 
FATO TÍPICO 
8) DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
Artigo 15, CP. 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, 
desiste de prosseguir na execução ou impede 
que o resultado se produza, só responde pelos 
atos já praticados. 
Há o chamado “Ponte de Ouro” (Nelson Hungria). 
Na desistência voluntária, o a gente dá início a execução e desiste 
voluntariamente de prosseguir com a intenção criminosa. 
O arrependimento eficaz, também conhecido como resipiscência. 
No arrependimento eficaz, o sujeito ativo após praticar ato de execução 
suficiente para a consumação do crime, realiza conduta de salvamento. 
 
9) ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
Artigo 16, CP. 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou 
grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou 
restituída a coisa, até o recebimento da 
denúncia ou da queixa, por ato voluntário do 
 
0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris45 
agente, a pena será reduzida de um a dois 
terços. 
Direito subjetivo do réu. 
Crimes cometidos semviolência ou grave ameaça. 
Obs.: Roubo – artigo 157, CP. 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou 
para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por 
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo 
depois de subtraída a coisa, emprega 
violência contra pessoa ou grave ameaça, a 
fim de assegurar a impunidade do crime ou a 
detenção da coisa para si ou para terceiro. 
Há três tipos de roubo: 
i. Roubo com violência própria – artigo 157, primeira parte, Cp. 
ii. Roubo com violência imprópria – artigo 157, parte final, CP. 
iii. Roubo impróprio – artigo 157, §1º, CP. 
No roubo com violência imprópria cabe o instituto do arrependimento 
posterior. 
Artigo 30, CP. 
 Circunstâncias pessoais são incomunicáveis. 
 Circunstâncias objetivas são comunicáveis. 
 Elementares se comunicam. 
Ex.: artigo 123, CP – infanticídio. 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado 
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou 
logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
Se a mãe auxiliada pela amiga mata o próprio filho, durante ou logo após 
o parto, sob a influência do estado puerperal, de acordo com a doutrina 
e com o artigo 30, CP, ambas respondem por infanticídio. 
 
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Para corrigir essa incongruência, bastaria que o infanticídio fosse um 
parágrafo do homicídio, ou seja, bastaria revogar o artigo 123, CP e criar 
um parágrafo 7º ao artigo 121, CP, pois neste caso o infanticídio seria uma 
condição pessoal (subjetiva) da mãe que não se comunicaria com a 
amiga (coautora). 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
10) CRIME IMPOSSÍVEL 
Artigo 17, CP. 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por 
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime. 
Ex.: atirar com arma de fogo desmuniciada; arma imprópria para o 
disparo. 
Obs.: se o meio for relativamente inidôneo, responde pela tentativa 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Crime impossível. Erro de tipo. 
AULA 14 
FATO TÍPICO 
CRIME IMPOSSÍVEL 
Delito de ensaio – súmula 145, STF, veda o flagrante preparado. 
Não há crime, quando a preparação do 
flagrante pela polícia torna impossível a sua 
consumação. 
11) ERRO DE TIPO 
Artigo 20, CP. 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do 
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite 
a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
Erro é a falsa percepção da realidade. 
 
0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris47 
Erro de tipo é a falsa percepção da realidade acerca dos elementos 
constitutivos do tipo penal, qualificadoras ou qualquer dado que se 
agregue a figura típica. 
Erro de tipo ≠ delito putativo por erro de tipo. 
Erro de tipo – se o agente soubesse do erro, ele não cometeria o crime. 
Delito putativo por erro de tipo – o a gente quer praticar o crime, age 
como se tivesse cometido crime, mas não está. Ex.: incesto. 
O erro de tipo essencial vai incidir nas elementares (está no “caput”, na 
cabeça do dispositivo). 
 Escusável/ invencível/ desculpável/ inevitável: o erro é 
imprevisível, não deriva de culpa. 
 Inescusável/ vencível/ indesculpável/ evitável: o erro é previsível, 
deriva de culpa. 
Obs.: o erro de tipo essencial quer seja escusável, quer seja inescusável, 
sempre afasta o dolo. 
Para saber se o erro é escusável ou inescusável: 
1º corrente: análise do homem médio; 
2º corrente: análise de caso a caso. 
 
Descriminantes putativas 
Artigo 20, §1º, CP. 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do 
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite 
a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Descriminantes putativas. 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro 
plenamente justificado pelas circunstâncias, 
supõe situação de fato que, se existisse, 
tornaria a ação legítima. Não há isenção de 
pena quando o erro deriva de culpa e o fato 
é punível como crime culposo. 
Descriminantes são excludentes de ilicitude (justificantes). 
 
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Obs.: descriminante putativa: o erro pode incidir em situação fática que 
se existisse, tornaria a ação legítima (artigo 20, §1º, CP); ou pode incidir 
sobre a existência ou sobre os limites da causa de justificação (artigo 21, 
CP). 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é 
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se 
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá 
diminuí-la de um sexto a um terço. 
Teoria normativa pura ou extremada culpabilidade – erro de proibição 
nos dois casos acima citados. 
Teoria limitado – no primeiro seria erro de tipo; no segundo erro de 
proibição. 
Obs.2: a descriminante putativa por erro de tipo também é chamada por 
erro de tipo permissivo; a descriminante putativa por erro de proibição é 
conhecida por erro de permissão. 
 
Ementa da Aula: 
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Erro de tipo. Concurso de crimes. 
AULA 15 
FATO TÍPICO 
ERRO DE TIPO 
Erro de tipo essencial ≠ erro de tipo acidental. 
Erro de tipo acidental: erro sobre a coisa; erro sobre a pessoa; aberratio 
ictus (erro na execução)  resultado diverso do pretendido; erro sobre o 
nexo de causalidade. 
Obs.: no que diz respeito ao erro sobre a coisa, exemplo, o agente queria 
subtrair relógio de outro, errou e subtraiu relógio dourado. Neste caso, de 
acordo com a doutrina majoritária, reponde pelo objeto subtraído (teoria 
da concretização); já no erro sobre a pessoa (artigo 20, § 3º, CP) e na 
aberratio ictus (artigo 73, CP), o legislador em ambos os casos estabelece 
que o agente responderá como se tivesse praticado o crime contra a 
vítima visada (teoria da equivalência). 
 
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Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do 
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite 
a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o 
crime é praticado não isenta de pena. Não se 
consideram, neste caso, as condições ou 
qualidades da vítima, senão as da pessoa 
contra quem o agente queria praticar o crime. 
 
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso 
dos meios de execução, o agente, ao invés de 
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge 
pessoa diversa, responde como se tivesse 
praticado o crime contra aquela, atendendo-
se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. 
No caso de ser também atingida a pessoa que 
o agente pretendia ofender, aplica-se a regra 
do art. 70 deste Código. 
O erro sobre a pessoa se dá na representação, não há erro no golpe. A 
vítima visada não corre perigo, pois ela não está no local. 
Há dois tipos de aberratio ictus: 
1º por acidente; 
2º por erro na execução. 
Na aberratio ictus por acidente, não há erro no golpe, mas desvio na 
execução. Na aberratio ictus por acidente a vítima visada pode estar ou 
não no local. 
Na aberratio ictus por erro na execução, temos o erro no golpe. A vítima 
visada necessariamente está no local. 
 Aberratio ictus com resultado único. 
 Aberratio ictus com resultado duplo (unidade complexa). 
 Obs.: na legítima defesa é possível a aberratio ictus. Ex.: policial 
trocando tiro com bandido, acerta terceiro inocente. 
 
12) CONCURSO DE CRIMES 
 
0800 600

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