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0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris1 DIREITO PENAL Caderno esquematizado- CURSO DELEGADO-GO Caderno de anotação elaborado pelo monitor a partir da aula ministrada em sala, todos as anotações estão sujeitas a alterações e correções. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris2 Ementa da Aula: DIREITO PENAL. CONCEITO DE DIREITO PENAL. MISSÃO, FINALIDADE, FUNÇÃO DO DIREITO PENAL. DIREITO PENAL E CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL AULA 01 1. CONCEITO DE DIREITO PENAL Quando alguém pratica um crime surge para o Estado o direito de punir (jus puniendi – pertence a sociedade). Nem mesmo na Ação Penal de Iniciativa Privada se transfere o direito de punir, transfere apenas a titularidade. a) Conceito Geral: Direito Penal é o corpo de normas jurídicas que fixa os limites do Poder Punitivo Estatal, instituindo as infrações penais e as sanções correspondentes. b) Conceito Formal/Estático: Direito Penal é o conjunto de normas jurídicas que determina alguns comportamento humanos indesejados como infração penal, delimitando seu autor e instituindo a sanção. c) Conceito Material: São comportamentos humanos reprováveis e danosos ao convívio social que causam lesões a bens jurídicos relevantes. d) Conceito Dinâmico/Sociológico: Direito Penal é mais um instrumento do controle social, visando garantir a convivência harmônica entre os membros da sociedade. Ex.: artigo 121, CP – matar alguém -> tipo penal -> tipicidade – relação de encaixe perfeita -> o que se contraria é o conteúdo da lei -> norma. Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 2. MISSÃO, FINALIDADE, FUNÇÃO DO DIREITO PENAL A finalidade precípua é a proteção dos bens jurídicos relevantes. a) Mediata: controle social (direito penal “ultima ratio”); limitação ao Poder Estatal. b) Imediata: proteção dos bens jurídicos relevantes (Funcionalismo teleológico de Roxin); proteger a norma/o sistema jurídico (Jacobs) – 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris3 o direito penal do inimigo – o sistema é mais importante do que a norma e que a lesão ao bem jurídico. Obs.: Se de um lado o Estado controla o cidadão, de outro lado é necessário limitar seu poder de controle evitando hipertrofia da punição (tem-se que dar punição justa e adequado ao comportamento que infringir a lei). 3. DIREITO PENAL E CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA a) Direito Penal Substantivo: é o direito material (propriamente dito); b) Direito Penal Adjetivo: (ultrapassado) – é o direito processual penal, o processo penal não era um ramo autônomo do direito. c) Direito Penal Objetivo: é o conjunto de leis penais em vigor no país que proíbe ou impõe conduta sob ameaça de sanção. Obs.: somente a lei pode proibir ou impor conduta sob ameaça de sanção. d) Direito Penal Subjetivo: é o direito de punir (condicionado e limitado). Nasce quando a norma penal é violada. Positivo: criação e execução das normas jurídicas; Negativo: derrogação de lei (quem faz é o STF). É limitado e condicionado: o Quanto ao modo: deve respeitar os direitos e garantias fundamentais (princípio da dignidade da pessoas humana. o Quanto ao espaço: artigo 5º, CP – princípio da territorialidade temperada/mitigada. Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. o Quanto ao tempo: é limitado pela prescrição (é uma limitação temporal ao direito de punir estatal). 4. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL Atividade mental que visa revelar o conteúdo e o alcance daquela lei penal. A ciência que estuda a interpretação é a hermenêutica jurídica (um sujeito utilizando um método chega ao resultado. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris4 a) Quanto ao sujeito Autêntica: fornecida pelo próprio legislador. Ex.: artigo 327, caput, CP; a exposição de motivos do CPP é autêntica. Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Jurisprudencial: é a interpretação que os tribunais conferem sobre a lei. Doutrinária: interpretação dada pelos doutrinadores. Ex.: exposição de motivos do CP. Ementa da Aula: DIREITO PENAL. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS. AULA 02 5. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL b) Quanto ao modo Gramatical/filológica/literal: parte da literalidade do texto. Teleológica: ligada a finalidade. Histórica: parte da origem da norma. Sistemática: considera o sistema em que a lei está inserido. Evolutiva: interpretação de acordo com a evolução do tempo. c) Quanto ao resultado Declarativa: basta ao intérprete fazer mera declaração. Há consonância entre o texto da norma e a vontade do legislador. Restritiva: é aquela em que é preciso restringir o alcance da norma, pois tal norma interpretada da forma como está não se permite que se extraia o real significado. Ex.: artigo 28, II, CP – patologia exclui sim. Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris5 Extensiva: admite-se em direito penal a interpretação extensiva quando eventual interpretação restritiva causaria escândalo por sua notória irracionalidade. Obs.: Interpretação extensiva ≠ interpretação analógica ≠ analogia Interpretação extensiva: amplia o alcance da lei. Interpretação analógica: é uma técnica legislativa na qual o legislador parte de uma fórmula casuística (dar exemplos) seguida uma fórmula genérica (interpretação. Analogia: consiste em utilizar uma lei que regula em caso semelhante a um fato não previsto em lei. Ex.: estelionato = obter (alguém tem que entregar uma vantagem) + vítima determinada; em 2006, o uso do ponto eletrônico para fazer provas do CESPE em Brasília, não é o caso de estelionato, pois a vítima não é determinada. Só se admite analogia “in bonam partem”. Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: I - concurso público; II - avaliação ou exame públicos; III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 6. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS a) Legalidade: artigo 5º, XXXIX, CF e artigo 1º, CP. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris6 XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Reserva legal + anterioridade. Conceito: é o direito fundamental do cidadão contra a violência arbitrária do Estado.É a real limitação do Poder Estatal de não intervir nas liberdades individuais. O princípio da legalidade engloba a contravenção penal e a medida de segurança. Medida provisória pode tratar de direito penal? O artigo 62, §1º, I, “b”, CP veda a utilização de MP em matéria penal, mas e em relação ao direito penal não incriminador? Há duas correntes. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Ementa da Aula: DIREITO PENAL. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS. FONTES DO DIREITO PENAL. AULA 03 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris7 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS b) Legalidade: Medida Provisória - 417/2008 trata de direito penal não incriminador. Medida provisória 1571 – extensão da punibilidade – reparação do dano em sede de crimes tributários. Tem-se a proibição da retroatividade maléfica. A retroatividade benéfica é uma garantia fundamental. Costume revoga crime? 1- posição liberal, sim; 2- posição radical, não; 3- posição, não revoga, mas o juiz pode deixar de aplicar a pena por não ter reprovabilidade social. c) Culpabilidade: este princípio quer dizer que em Direito Penal o agente só responde pelos seus atos próprios/atos queridos, ou seja, dolosos; ou culposos praticados mediante imprudência, negligência ou imperícia. No direito penal não se admite responsabilidade por fato de terceiro. A responsabilidade no direito penal é subjetiva (depende de comprovar o dolo e culpa). d) Proporcionalidade: sustenta que a pena deve ser proporcional a gravidade do fato. Dupla face do princípio da proporcionalidade: proteção ao bem jurídico; vedação de proteção insuficiente. e) Humanidade das penas: artigo 5º, XLVII, CF Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris8 e) cruéis; Vedação de penas cruéis, pois fere a dignidade da pessoa humana. Individualização da pena: cada agente tem sua reprimenda. STF – declarou inconstitucional o regime integral fechado. 7. FONTES DO DIREITO PENAL a) Fonte material/produção: artigo 22, I, CF – União. O parágrafo único do mesmo artigo autoriza os Estados por meio de Lei Complementar tratar de pontos específicos. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. b) Fonte formal/exteriorização: para doutrina moderna, temos seis fontes formais imediatas do Direito Penal, sendo a Lei a única fonte formal imediata incriminadora. i. Lei (incriminadora). ii. Constituição Federal (mandados de criminalização, ex.: racismo). iii. Tratados Internacionais de Direitos Humanos (aprovados com o quórum de emenda constitucional, terá status constitucional, os outros tem status supralegal). Obs.: Tribunal Penal Internacional – complementar, não é exceção ao monopólio estatal. Uma forma de exceção é o artigo 57, Estatuto do Índio. Art. 57. Será tolerada a aplicação, pelos grupos tribais, de acordo com as instituições próprias, de sanções penais ou disciplinares contra os seus membros, desde que não revistam caráter cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte. iv. Princípios: ex.: insignificância: atipicidade da conduta 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris9 Mínima ofensividade da conduta; Ausência de periculosidade; Inexpressividade da lesão ao bem jurídico; Reduzi grau de reprovabilidade da conduta; v. Jurisprudência, súmula vinculante vi. Complemento da norma penal em branco Hoje com a doutrina moderna a fonte formal mediata é somente a doutrina. Os costumes são fonte informal do direito. Ementa da Aula: DIREITO PENAL. FONTES DO DIREITO PENAL. VELOCIDADES DO DIREITO PENAL. QUESTÕES. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA. AULA 04 8. VELOCIDADES DO DIREITO PENAL É o tempo que o Estado leva para punir uma infração penal mais ou menos grave. a) Primeira Velocidade: vai punir com pena privativa de liberdade. Crimes graves. Observância de direitos e garantias fundamentais. b) Segunda velocidade: trabalha com crimes menos graves, com penas alternativas, tem a flexibilização dos direitos e garantias fundamentais. Ex.: Lei 9.099/95. c) Terceira velocidade: crimes apenados com pena privativa de liberdade, mas também há flexibilização dos direitos e garantias. Celeridade. Direito penal do inimigo. d) Quarta velocidade: vai impor para quem é governante ou ex- governante de países signatários de direitos humanos que a violaram; trata de direito internacional (neopunitivismo). QUESTÕES – RESOLVIDAS EM SALA DE AULA. 1) Para o Direito Penal no Estado Social e Democrático de Direito, modelo de atuação do poder previsto na Constituição Federal, é correto afirmar que a) o poder do Estado é ilimitado e os direitos fundamentais têm concretização discricionária. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris10 b) o poder do Estado é limitado pelo princípio da legalidade e, aos cidadãos, está assegurada a plena garantia e juridicidade dos direitos fundamentais. c) o poder do Estado é limitado pela legalidade formal, mas não exerce a posição de garante dos direitos fundamentais muito embora haja sua juridicidade. d) o poder do Estado é ilimitado e os direitos fundamentais têm natureza cogente. e) o poder do Estado é limitado pelo princípio da legalidade e os direitos fundamentais têm efetividade condicionada. 2) Marque a alternativa CORRETA sobre as teorias das velocidades do direito penal: a) A teoria da primeira velocidade do direito penal é ligada à ideia do direito penal do inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de caráter perpétuo. b) A teoria da segunda velocidade do direito penal é ligada à ideia do direito penal do inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de caráter perpétuo. c) A teoria da terceira velocidade do direito penal tem como fundamento a aplicação de penas alternativas ou de multa, ou seja, está ligada à ideia de um direito penal de mínima intervenção. d) A teoria da quarta velocidade do direito penal está ligada à ideia do neopunitivismo. e) A terceira velocidade do direito penal, idealizada por Jesus María Silva Sánchez, está ligada à ideia do Tribunal Penal Internacional,ou seja, à proposição de um direito penal para julgar crimes de guerra, de agressão, genocídio e de lesa humanidade. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris11 3) O princípio da presunção de inocência até que o réu seja considerado culpado ou até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória é prevista nos seguintes textos de forma expressa: a) Constituição da República Federativa e Código de Processo Penal b) Declaração Universal dos Direitos Humanos (Resolução nº 217 – ONU) e Constituição da República c) Declaração Universal dos Direitos Humanos (Resolução nº 217 – ONU) e Código de Processo Penal d) Constituição da República e Estatuto do Servidor Público 4) Acerca dos princípios constitucionais e infraconstitucionais do Direito Penal, é correto afirmar, exceto: a) A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos. b) O princípio da intervenção mínima preconiza que a criminalização de uma conduta só se legíti-ma se constituir meio necessário para a proteção de determinado bem jurídico. c) O princípio da lesividade proíbe a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor. d) O princípio da adequação social restringe a abrangência do tipo penal, limitando sua interpre-tação e dele excluindo as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade. e) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, não podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser estendidas aos sucessores. 5) Considerando os princípios orientadores do direito penal, assinale a opção correta. a) Dado o princípio da limitação das penas, veda-se que a pena passe do condenado para outrem, ainda no que se refira à execução dos 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris12 sucessores do agente quanto às obrigações decorrentes de eventuais danos. b) Considera-se, em relação aos crimes de conteúdo múltiplo, que, se em um mesmo contexto, o agente realizar ação correspondente a mais de um dos verbos do núcleo do tipo penal, ele só deverá responder por um único delito, em virtude do princípio da alternatividade. c) Dado o princípio da defesa, também denominado princípio real, deve-se aplicar a lei brasileira a nacional brasileiro que cometa crime na Alemanha, ainda que ele seja ali preso, julgado e condenado. d) No CP brasileiro, no que tange à aplicação da lei no tempo e no espaço, adotam-se, respectivamente, as teorias da ubiquidade e da atividade. e) O princípio da intervenção mínima baseia-se nas seguintes premissas: mínima ofensividade da conduta, inexistência de periculosidade social do agente e inexpressividade da lesão provocada. 6) Assinale a alternativa CORRETA. a) Leis penais em branco em sentido estrito são aquelas, cuja norma de complementação é oriunda da mesma fonte legislativa que editou a norma que necessita desse complemento. b) A lei penal em branco é revogada em consequência da revogação de sua norma de complementação. c) Leis penais em branco em sentido amplo são aquelas leis penais, cuja norma de complementação é oriunda de fonte diversa daquela que a editou. d) No crime de uso de documento falso, o Código Penal brasileiro emprega a técnica de leis penais em branco ao revés, isto é, daquelas leis penais que remetem a outras normas incriminadoras para especificação da pena. e) As leis penais em branco consistem em modalidade de lei temporária. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris13 7) Assinale a alternativa que apresenta o princípio que deve ser atribuído a Claus Roxin, defensor da tese de que a tipicidade penal exige uma ofensa de gravidade aos bens jurídicos protegidos. a) insignificância b) intervenção mínima c) Fragmentariedade. d) adequação social e) humanidade 8) Configuram desdobramento do princípio da reserva legal, exceto: a) Lex praevia. b) Lex stricta. c) Lex scripta. d) Lex certa e) Ultima ratio 9. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA Artigo 5º, CP – territorialidade temperada. Artigo 4º, CP – teoria da atividade. Por meio da Convenção e Viena (Áustria), do qual o Brasil é signatário, estatuiu-se que Chefes de Estados estrangeiros, representantes de governos, embaixadores, diplomatas, pessoa técnico e administrativo das embaixadas, familiares de diplomata e embaixadores que vivem sob sua dependência econômica e membros de organizações internacionais (ONU, OEA, SANTASÉ) -> credenciais de Estado. Tem-se o Estado acreditante e de outro lado o Estado acreditado. A Natureza jurídica da imunidade diplomática: causa de exclusão da jurisdição do Brasil. QUESTÕES 1) Ano: 2016Banca: CESPE Órgão: PC-GO Prova: Escrivão de Polícia Substituto Considerando os princípios constitucionais e legais informadores da lei penal, assinale a opção correta. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris14 a) Por adotar a teoria da ubiquidade, o CP reputa praticado o crime tanto no momento da conduta quanto no da produção do resultado. b) A lei material penal terá vigência imediata quando for editada por meio de medida provisória, impactando diretamente a condenação do réu se a denúncia já tiver sido recebida. c) Considerando os princípios informativos da retroatividade e ultratividade da lei penal, a lei nova mais benéfica será aplicada mesmo quando a ação penal tiver sido iniciada antes da sua vigência. d) A novatio legis in mellius só poderá ser aplicada ao réu condenado antes do trânsito em julgado da sentença, pois somente o juiz ou tribunal processante poderá reconhecê-la e aplicá-la. e) Ainda que se trate de crime permanente, a novatio legis in pejus não poderá ser aplicada se efetivamente agravar a situação do réu. 2) Provas: PUC-PR - 2012 - TJ-MS - Juiz Marque a alternativa CORRETA sobre as teorias das velocidades do direito penal: a) A teoria da primeira velocidade do direito penal é ligada à ideia do direito penal do inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de caráter perpétuo. b) A teoria da segunda velocidade do direito penal é ligada à ideia do direito penal do inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de caráter perpétuo. c) A teoria da terceira velocidade do direito penal tem como fundamento a aplicação de penas alternativas ou de multa, ou seja, está ligada à ideia de um direito penal de mínima intervenção. d) A teoria da quarta velocidade do direito penal está ligada à ideia do neopunitivismo. e) A terceira velocidade do direito penal, idealizada por Jesus María Silva Sánchez, está ligada à ideia do Tribunal Penal Internacional, ou seja, à 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris15 proposição de um direito penal para julgar crimes de guerra, de agressão, genocídio e de lesa humanidade. 3) Ano: 2016Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Agente de Polícia Acerca dos princípios básicos do direito penal brasileiro, assinale a opção correta. a) O princípio da fragmentariedade ou o caráter fragmentário do direito penal quer dizer que a pessoa cometerá o crime se sua conduta coincidir com qualquer verbo da descrição desse crime, ou seja, comqualquer fragmento de seu tipo penal. b) O princípio da anterioridade, no direito penal, informa que ninguém será punido sem lei anterior que defina a conduta como crime e que a pena também deve ser prevista previamente, ou seja, a lei nunca poderá retroagir. c) É possível que uma lei penal mais benigna alcance condutas anteriores à sua vigência, seja para possibilitar a aplicação de pena menos severa, seja para contemplar situação em que a conduta tipificada passe a não mais ser crime. d) O princípio da insignificância no direito penal dispõe que nenhuma vida humana será considerada insignificante, sendo que todas deverão ser protegidas. e) O princípio da ultima ratio ou da intervenção mínima do direito penal significa que a pessoa só cometerá um crime se a pessoa a ser prejudicada por esse crime o permitir. GABARITO 1- C 2- D 3- C Ementa da Aula: DIREITO PENAL. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA. IMUNIDADE CONSULAR. IMUNIDADE PARLAMENTAR. TERRITORIALIDADE. UBIQUIDADE. EXTRATERRITORIALIDADE. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris16 AULA 05 IMUNIDADE DIPLOMÁTICA A imunidade é absoluta, não atinge apenas os crimes funcionais, mas todo e qualquer crime. É irrenunciável. O Governo pode abrir mão da imunidade, o titular não pode. Natureza jurídica: uma causa de exclusão da jurisdição do Brasil. Obs.: não confundir com extradição. 10. IMUNIDADE CONSULAR Não recebe credenciais de Estado. O cônsul trata de assuntos mercantis, comerciais. A imunidade é relativa e diz respeito aos crimes funcionais. Convenção de Viena diz que o cônsul só pode ser preso apenas em crimes graves. 11. IMUNIDADE PARLAMENTAR (Ou inviolabilidade). Artigo 53, CF. Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. A imunidade parlamentar representa uma garantia aos congressistas de que poderia exercer suas funções de forma livre, sem pressões externar que poderiam advir em razão de suas opiniões, palavras e votos (crimes contra a honra, também são imunes civilmente, não respondem por danos morais). A imunidade pode ser processual em relação ao foro, prisão, processo e em relação ao testemunho – artigo 53, §1º, CF. § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. Diplomação (fazer paralelo com a nomeação dos servidores públicos) – a partir da diplomação já tema imunidade. Deputados federais e senadores podem ser presos em flagrante de crime inafiançável dentro de 24 horas comunicar a Casa e na maioria de votos vai deliberar sobre a prisão. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris17 § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) Artigo 53, §3º, CF – recebida a denúncia no STF, ele comunicará a casa. Na Casa com partido nela representada (pode ser mínima) poderá até a decisão final propor a sustação do processo (suspende a prescrição também). § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) Artigo 53, §4º, CF – pedido de sustentação tem que ser apreciado no prazo de 45 dias. § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) Artigo 53, §§5º e 6º, CF. § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris18 recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 12. TERRITORIALIDADE Artigo 5º, §§ 1º e 2º, CP Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto- mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 13. UBIQUIDADE O artigo 6º, CP vai definir competência de jurisdição, vai definir se a justiça brasileira terá atuação. Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris19 todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 14. EXTRATERRITORIALIDADE É aplicação da lei penal brasileira a crimes ocorridos fora do território nacional. Pode ser de duas formas: incondicionada e condicionada. Incondicionada: a lei penal vai ser aplicada independentemente de qualquer condição. Artigo 7º, I, CP. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Princípios: Justiça Universal; defesa, real, proteção; personalidade ativa; personalidade passiva. Condicionada: artigo 7º, II, CP. II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris20 b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) praticados em aeronaves ouembarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984). Ementa da Aula: DIREITO PENAL. EXTRATERRITORIALIDADE. CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO OU DIREITO PENAL INTERTEMPORAL.PRINCÍPIOS SOLUCIONADORES DO CONFLITO DE LEIS NO TEMPO. EXTRATIVIDADE DA LEI PENAL. LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL. AULA 06 EXTRATERRITORIALIDADE Condicionada: artigo 7º, §2º, CP. § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Hipercondicionada: artigo 7º, §3º, CP. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris21 § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Artigos 8 ao 12, CP Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris22 b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Contagem de prazo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam- se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 15. CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO OU DIREITO PENAL INTERTEMPORAL Haverá conflito quando uma norma penal disciplina um crime e vem outra posterior revogando, é preciso estabelecer qual lei a ser aplicada. Retroatividade benéfica é direito fundamental do agente. Tem que analisar os princípios. 16. PRINCÍPIOS SOLUCIONADORES DO CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris23 i. “Abolitio criminis”: artigo 2º, CP. Lei abolicionista. Obs.: abolitio criminis apaga todos os efeitos penais da sentença condenatória, os efeitos civis, todavia, permanecem intactos. Abolitio criminis é a lei posterior que deixa de considerar criminosa conduta que até então o era. ii. Novatio legis incriminadora: lei posterior que passa considerar criminosa conduta que até então não era. Irretroativa. Ex.: artigo 311-A, CP. Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: I - concurso público; II - avaliação ou exame públicos; III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. iii. Novatio legis in mellius: lei posterior que de qualquer forma favorece o agente. iv. Novatio in pejus: lei posterior que de qualquer modo prejudica o agente. 17. EXTRATIVIDADE DA LEI PENAL É a capacidade que tem a lei de se movimentar no tempo. É o gênero que comporta duas espécies: retroatividade e ultratividade. Em sede de conflitos de leis penais no tempo vigora o princípio do tempus regit actum (o tempo rege a forma dos atos). A lei que será aplicada, em regra é a que estava em vigo a época do fato. Ultratividade da lei penal consiste na aplicação da lei a um fato cometido durante a sua vigência, mesmo que essa lei já tenha sido revogada. Retroatividade consiste na aplicação da lei a um fato cometido antes da sua entrada em vigor, por ser mais benéfica ao réu. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris24 18. LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL Artigo 3º, CP. Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Lei temporária é aquela em que o seu período de vigência vem previamente estabelecido em data certa do calendário. Obs.: vigora em Direito Penal o princípio da continuidade das leis. Lei excepcional é aquela que vigora enquanto permanece situação de anormalidade. Ementa da Aula: DIREITO PENAL. LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL. CONFLITO APARENTE DE NORMAS. AULA 07 LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL As leis temporárias e excepcionais para terem efetividade possuem ultratividade. Elas são autorrevogáveis, não precisam de lei posterior para serem revogada. São exceções ao princípio da continuidade da lei. São intermitentes. 19. CONFLITO APARENTE DE NORMAS Na verdade não existe. Soluciona através dos princípios. Tem que haver fato único e duas ou mais leis em tese aplicáveis e todas em vigor. O fundamento é evitar o “bis in idem” (dupla punição pelo mesmo fato). Princípios: Especialidade Lei especial x lei geral. Le especial é aquela que possui todos os elementos de uma lei geral mais alguns que torna especializante. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris25 Ex.: artigo 121, CP e artigo 123, CP. O infanticídioé um tipo de homicídio porém com elementos específicos. Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. Subsidiariedade Temos aqui diferentes graus de lesão ao mesmo bem jurídico. Lei principal x lei subsidiária (soldado de reserva). Lei subsidiária é aquela que prevê como crime fato incluído na definição da lei primária como forma de execução ou qualificadora. Ex.: artigo 147, CP e artigo 157, CP. A ameaça no crime de roubo é forma de execução, há uma subsidiariedade implícita. O crime de ameaça é subsidiário ao roubo. Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Ex.2: artigo 132, CP – só será usado se não houver previsão mais grave (subsidiariedade expressa). Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris26 Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Consunção ou absorção O fato mais amplo e mais grave absorve o fato menos amplo e menos grave que funciona como preparação, execução ou exaurimento daquele. Ex.: lesão corporal e homicídio – crime progressivo, crime de passagem obrigatória ≠ progressão criminosa – alteração do dolo. Súmula 17, STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. Alternatividade Neste princípio temos os tipos mistos alternativos. Se o agente, em um mesmo contexto fático, pratica dois ou mais verbos previstos no tipo penal responderá por crime único. Ementa da Aula: DIREITO PENAL. TEORIA GERAL DO CRIME. FATO TÍPICO. AULA 08 20. TEORIA GERAL DO CRIME Crime formal: é toda conduta que viola a norma penal. Crime material: é a conduta que viola norma penal e lesa bens jurídicos relevantes. Conduta analítica de crime: crime é fato típico, ilícito e culpável. Objeto jurídico: o bem penalmente protegido. Objeto material: é o bem de natureza corpórea ou incorpórea sob o qual recai a conduta do agente. Ex.: homicídio: objeto jurídico é a vida e objeto material é a pessoa morta. Sujeito ativo (autor): é aquele que isoladamente ou em conjunto com outras pessoas, pratica a conduta descrita no tipo penal (pessoas físicas ou pessoas jurídicas em crime ambiental). Sujeito passivo: é o ofendido ou vítima, ou seja, é o titular do bem jurídico lesado. o Sujeito passivo constante, mediado, indireto: é o Estado (sempre será prejudicado). 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris27 o Sujeito passivo imediato, direto: é o ofendido. Crimes comissivos: aqueles que cometem mediante um fazer, uma ação. Crimes omissivos: aqueles que cometem mediante um não fazer, abstenção. o Próprio: o sujeito ativo não tem relação com a vítima. A omissão está contida no tipo. Ex.: artigo 135, CP. Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. o Impróprio (comissivo por omissão): artigo 13, §2º, CP. É aquele em que o legislador previu um fazer (o tipo descreve uma ação), mas a omissão do agente que descumprir o seu dever legal de agir, acarreta o resultado, fazendo com que o agente responda por este resultado. § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris28 Crime omissivo próprio admite participação/coautoria? Partícipe não pratica a conduta principal, apenas condutas acessórias. Coautor, há divisão de tarefas. Artigo 29, CP – atende a individualização da pena. Doutrina majoritária: cabe apenas participação, ex.: artigo 244, CP. Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País. (Redação dada pela Lei nº 5.478, de 1968) Doutrina minoritária: acredita que cabe os dois. Crime omissivo próprio não admite tentativa. Vai se admitir participação no crime omissivo impróprio. 21. FATO TÍPICO É o fato que se amolda, encaixa aos elementos contidos no tipo penal. Deriva do princípio da tipicidade. Tipicidade é a relação de encaixe perfeito entre a conduta do agente e o fato descrito no tipo penal. QUESTÕES 1) Banca: VUNESP Órgão: SAEG Prova: Advogado Sobre a aplicação da lei penal, assinale a alternativa correta. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris29 a) A nova lei penal mais grave não se aplica, em nenhum caso, ao crime continuado ou permanente. b) Mesmo após o trânsito em julgado de sentença condenatória, a aplicação da lei penal mais benigna compete ao juiz que prolatou a sentença condenatória. c) Aos crimes praticados a bordo de aeronaves estrangeiras de propriedade privada em vôo no espaço aéreo brasileiro, aplica-se a lei do país de origem. d) Crime contra a fé pública da União praticado no exterior ficará sujeito apenas à lei do país em que o crime se consumou. e) As imunidades diplomáticas não se aplicam aos empregados particulares dos diplomatas, ainda que oriundos do Estado representado. 2) Ano: 2015Banca: FUNCAB Órgão: PC-AC Prova: Perito Criminal Observa-se nas leis temporárias que: a) não adotam a regra da retroatividade benigna. b) sua vigência depende da excepcionalidade que a gerou. c) não são ultra-ativas nem retroativas. d) possuem a característica da retroatividade, sempre para beneficiar o réu. e) sua vigência é previamente fixada pelo legislador. 3) Ano: 2013Banca: CESPE Órgão: DPF Prova: Delegado No que se refere à teoria geral do crime, julgue o próximo item. Segundo a teoria causal, o dolo causalista é conhecido como dolo normativo, pelo fato de existir, nesse dolo, juntamente com os elementos volitivos e cognitivos, considerados psicológicos, elemento de natureza normativa (realou potencial consciência sobre a ilicitude do fato). 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris30 GABARITO 1- E 2- E 3- Certo Ementa da Aula: DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Conduta. AULA 09 FATO TÍPICO 1) CONDUTA a) Teoria causalista/naturalista/mecanicista/clássica (Von List/Beling/ Rodbwech) Positivistas. Definem conduta como sendo movimento voluntário produtor de uma alteração no mundo exterior ou fenomênico (ser – exatas). Para os naturalistas o mundo deveria ser observado apenas no seu aspecto fenomênico sem abstrações. A conduta relevante bastava que tivesse o mero nexo físico de causalidade (fotografia do evento). 3 elementos: i. Vontade (sem finalidade); ii. Movimento; iii. Resultado. Críticas ao modelo causalista: 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris31 i. O causalismo não explica os tipos penais omissivos (ex.: omissão e socorro). ii. O causalismo não consegue explicar os tipos penais que trabalham com elementos objetivos e descritivos. iii. Com a visão causalista não se consegue distinguir a tentativa de homicídio com lesão corporal. Obs.: dolo e culpa são estudados na culpabilidade. Obs.2: para os causalista, o dolo era um dolo normativo, ou seja, aquele que contém a consciência da ilicitude do fato. b) Neokantismo/Neoclássico Queriam romper os ideais positivistas. Sistema da racionalização do método. A conduta será o comportamento voluntário que produz um resultado. Admitem presença de elementos subjetivos e normativos do tipo. Dolo e culpa continuam sendo estudado na culpabilidade. Críticas: i. Continuava estudando dolo e culpa na culpabilidade; ii. Já que dolo e culpa estão na culpabilidade como admitem elementos subjetivos do tipo? Obs.: há tipo normais e tipos anormais. Normais – elementos descritivos objetivos; anormais – elementos subjetivos e normativos. c) Finalismo (Hans Welzel – 1930) Inseriu o dolo e culpa dentro da conduta e a conduta está dentro do fato típico. Conduta ≠ movimento reflexo. A culpabilidade fica com esses elementos: i. Imputabilidade – artigo 26, CP; Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris32 determinar-se de acordo com esse entendimento. ii. Potencial consciência da ilicitude – artigo 21, CP; Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. iii. Exigibilidade de conduta diversa – artigo 22, CP. Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. O dolo do finalismo é um dolo natural pois não possui a consciência da ilicitude do fato. Elementos da conduta: i. Vontade; ii. Finalidade; iii. Exteriorização; iv. Consciência. d) Teoria social da ação Conduta é o comportamento consciente e voluntário dirigido a uma finalidade com a transcendência social (Hessel). e) Funcionalismo i. Teleológico/moderado (Roxin) Afasta a ideia do finalismo de mera tipicidade formal. Remodela o sistema penal, este com intenção de proteger bens jurídicos relevantes (tipicidade material). Conduta é o comportamento que causa lesão ou exposição a risco de lesão a bem jurídico relevante. ii. Sistêmico (Jacobs) O Direito Penal está para tutelar/proteger o sistema penal, ou seja, a norma. Aqui houve a criação do Direito Penal do Inimigo. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris33 Conduta é o comportamento indesejado violador do sistema, frustrando legítimas expectativas normativas, ou seja, o sistema é mais importante que o bem jurídico. Ementa da Aula: DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Resultado. Nexo de causalidade. AULA 10 FATO TÍPICO 2) RESULTADO É a consequência, é o dano, suportado pelo bem jurídico. Há dois tipos de resultado: jurídico/normativo e material/naturalístico. Nem todo crime possui resultado naturalístico/material; mas todo crime possui resultado jurídico/normativo. a) Naturalístico/material: alteração, modificação no mundo dos fatos causada pela conduta do agente. i. Crime material: é aquele em que o legislador prevê no tipo um resultado naturalístico, uma modificação no mundo exterior e exige que essa modificação ocorra para fins de consumação. ii. Crime formal: é aquele em que o legislador prevê o resultado naturalístico, uma alteração no mundo exterior, mas não exige que esta alteração ocorra para fins de consumação. iii. Crime de mera conduta: é aquele em que não há se quer resultado naturalístico previsto. Ex.: violação de domicílio; por te arma. 3) NEXO DE CAUSALIDADE É a relação de causa e feito entre a conduta do agente e o resultado. a) Teoria da conditio sine qua non (teoria da equivalência dos antecedentes causais – Thyrem) – artigo 13, CP. Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris34 b) Teoria da causalidade adequada: causa é o acontecimento adequado a produzir o resultado. Concausa: é uma causa externa à vontade do autor que se posiciona paralelamente a sua conduta e de alguma forma influi no resultado. i. Concausa absolutamente independente Preexiste – artigo 17, CP. Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Concomitante Superveniente Obs.: a concausa absolutamente independente, quer preexiste, concomitante ou superveniente rompo o nexo causal, porquanto, ela não tem relação alguma com a conduta do autor, abrindo uma cadeia causal própria. ii. Concausa relativamente independente Preexistente Concomitante Superveniente Tem relação com a conduta do autor. Ementa da Aula: DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Nexo de causalidade. Crime doloso. Crime culposo. Responsabilidade subjetiva. AULA 11 FATO TÍPICO 4) NEXO DE CAUSALIDADE Concausa: iii. Concausa relativamente independente Artigo 13, §1º, CP. Art. 13. § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris35 resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. Quando a superveniência de causa relativamente independente produz por si só o resultado? Quando ela não estiver na mesma linha de desdobramento físico dos fatos. 5) CRIME DOLOSO Artigo 18, I, CP. Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; i. Teoria da representação. ii. Teoria da vontade – vontade livre e consciente de praticar a conduta. iii. Teoria do assentimento: assunção de risco. 6) CRIME CULPOSO Artigo 18, II, CP. Crime culposo II - culposo, quando o agente deucausa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. i. Violação do dever objetivo de cuidado; ii. Conduta voluntária; iii. Resultado involuntário; iv. Ausência de previsão subjetiva; v. Previsibilidade objetiva vi. Nexo de causalidade; vii. Tipicidade: só há crime culposo se houver previsão legal – artigo 18, parágrafo único, CP. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. O crime culposo não admite tentativa. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris36 7) RESPONSABILIDADE SUBJETIVA Artigo 19, CP. Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. Crimes qualificados pelo resultado Conduta Resultado Dolo Dolo Dolo Culpa Culpa Culpa Culpa Dolo Obs.: todos os crimes de trânsito são necessariamente culposos. Crimes consumado e tentado Artigo 14, I, CP – crime consumado Art. 14 - Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Ex.: latrocínio Subtração – homicídio Consumado – consumado Tentado – tentado (tentativa de latrocínio) Ementa da Aula: DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Responsabilidade subjetiva. Questões. Tentativa. AULA 12 FATO TÍPICO RESPONSABILIDADE SUBJETIVA Crimes consumado e tentado Ex.: latrocínio Subtração – homicídio 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris37 Consumado – consumado Tentado – tentado (tentativa de latrocínio) Tentado – consumado (latrocínio consumado) Consumado – tentado (tentativa de latrocínio) Súmula 610, STF - "Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima." 22. QUESTÕES 1 - José, juiz de direito do Tribunal de Justiça de São Paulo, depara-se com um processo em que figura na condição de ré uma grande amiga de infância de sua filha. Não havendo causa de impedimento ou suspeição, separa o processo para proferir, com calma, na manhã seguinte, uma sentença condenatória bem fundamentada, pois sabe que sua filha ficaria chateada diante de sua decisão. Ocorre que, por descuido, esqueceu o processo no armário de seu gabinete por 06 meses, causando a prescrição da pretensão punitiva. Considerando a hipótese narrada, é correto afirmar que a conduta de José: a) é atípica, sob o ponto de vista do Direito Penal; b) configura a prática do crime de prevaricação, pois presente o elemento subjetivo da satisfação de sentimento pessoal; c) configura a prática do crime de condescendência criminosa; d) configura a prática do crime de prevaricação, bastando para tanto o dolo genérico; e) configura a prática do crime de corrupção passiva. 2 - Mário, ao chegar em casa, deparou-se com uma tragédia. Seu filho, André, um jovem de 20 anos, manuseava, sem o cuidado devido, uma arma de fogo pertencente a seu pai, quando esta acidentalmente disparou e o projétil veio a atingir uma funcionária da casa. Sabendo que o disparo fora acidental, mas temendo pelas consequências do lamentável episódio para a vida de seu filho, optou Mário por não procurar as autoridades policiais. Ao contrário, ao anoitecer, transportou o corpo para um terreno baldio existente no seu bairro e ali o deixou. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris38 Ocorre que a funcionária em questão, na verdade, estava apenas ferida e acabou sendo encontrada e levada para o hospital. Sobre as condutas de Mário e André, é correto afirmar que: a) Mário deve ser punido pelo crime de ocultação de cadáver e André pelo de lesão corporal culposa. b) Mário deve ser punido pelo crime de ocultação de cadáver e André pelo de homicídio na forma tentada. c) Mário deve ser punido pelo crime de ocultação de cadáver, na forma tentada, e André pelo de lesão corporal, também na forma tentada. d) Mário deve ser punido pelo crime de ocultação de cadáver, e André deve ser punido pelo de homicídio, também na forma tentada. e) Mário não deve ser punido pela prática de crime e André deve ser punido pela prática do crime de lesão corporal culposa. 3 - Assinale a alternativa correta no tocante às previsões relati-vas aos crimes no Código Penal. a) Para a omissão ser considerada penalmente relevan-te, é suficiente que o omitente possa agir para evitar o resultado. b) Diz--se o crime tentado, quando, iniciada a preparação, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. c) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui a culpabilidade e isenta de pena o autor do crime. d) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí--la de um sexto a um terço. e) Se o fato criminoso é cometido em estrita obediência à ordem manifestamente ilegal de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 4 - Considere as seguintes proposições, I. O Direito Penal do Inimigo, idealizado por Günther Jakobs, pode ser entendido como um Direito Penal de quarta geração. Na sua 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris39 concepção inimigo é aquele que afasta de modo permanente da norma. Segundo esta teoria, não deve ser ao criminoso conferido o status de cidadão. II. Segundo Hans Welzel, o Direito Penal tipifica somente condutas que tenham certa relevância social; caso contrário não poderiam ser delitos. Welzel desenvolve, a partir dessa ideia, o princípio da adequação social. III. Com introdução de considerações axiológicas e materiais, o neokantismo substituiu o método puramente jurídico-formal do positivismo. O modelo neokantista possui o mérito de ter demonstrado que toda realidade traz em seu bojo um valor preestabelecido, permitindo a constatação de que as normas jurídicas, como um produto cultural, possuem como pressupostos valores prévios, e o próprio intérprete que, por mais que procure adorar certa neutralidade, não estará imune a maior ou menor influência desses valores. IV. Claus Roxin aborda a Teoria da Imputação Objetiva sob a concepção de um funcionalismo radical, entendendo que o Direito Penal tem como função essencial a reafirmação da norma, visando fortalecer as expectativas de quem a obedece. São corretas: a) Somente as proposições I e II. b) Somente as proposições III e IV. c) Somente as proposições I, II e IV. d) Somente as proposições II e III. e) Somente as proposições I, II e III. 5 - Relativamente ao Direito Penal Brasileiro, analise as afirmativas a seguir: I. Os crimes unissubsistentes, habituais próprios, comissivos e permanentes na forma omissiva não admitem tentativa. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris40 II. Considera-se desistência voluntária ou arrependimento posterior a conduta do agente que, depois de consumado o crime, repara o dano causado respondendo o agente somente pelos fatos praticados. III. Considera-se impossível o crime quando o meio utilizado pelo agente é relativamente incapaz de alcançar o resultado. IV. Nos crimes tentados, aplica-se a pena do crime consumado reduzindo-a de 1/3 a 2/3, ao passo que no arrependimento eficaz se aplica a pena do crime consumado reduzindo-a de 1/6 a 1/3. Assinale: (cód. Q13121) a) se apenas as afirmativas I e II estiveremcorretas. b) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. c) se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas. d) se nenhuma afirmativa estiver correta. e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 6 - Em relação ao conceito formal e material do crime é correto afirmar: a) Somente no conceito material permite-se um desdobramento do tipo penal em ação ou omissão, tipicidade, ilicitude e culpabilidade. b) No conceito formal, o delito constitui uma lesão a um bem jurídico penal. c) O delito, sob a perspectiva material e formal, é punido com pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos d) O conceito de delito formal é o fato humano proibido pela lei penal, e material há lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico-penal. e) O delito é fato típico e antijurídico e a culpabilidade, para o conceito material, o distingue do conceito formal. 7 - A combatida responsabilidade penal objetiva a) não encontra exemplos concretos em nossa legislação penal. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris41 b) é doutrinariamente definida como à sujeição de alguém à imposição de pena sem que tenha agido com dolo ou culpa ou sem que tenha ficado demonstrada sua culpabilidade, com fundamento no nexo de causalidade, todavia, não encontra aplicação prática em casos concretos. c) pode ser exemplificada em nossa legislação penal na rixa qualificada e na actio libera in causa na embriaguez. d) tem um único exemplo em nossa legislação penal consistente na responsabilização das pessoas jurídicas por crimes ambientais. e) deve ser utilizada em ultima ratio, uma vez que, pode violar direitos e garantias fundamentais da pessoa humana. 23. TENTATIVA Artigo 14, II, CP Art. 14 - Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Iter criminis i. Cogitação; ii. Preparação; iii. Execução; iv. Consumação; v. Exaurimento: ocorre quando mesmo já tendo consumado o crime, o sujeito ativo continua agredindo o bem jurídico da vítima. Ninguém é punido pelo que pensa. Em regra, o direito não pune os atos preparatórios. Exceção: por exemplo, a associação criminosa. Obs.: admite tentativa, pode fracionar o inter criminis. O crime preterdoloso não admite tentativa (posição majoritária). Pena de tentativa diminuída de 1/3 a 2/3, 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris42 A tentativa é causa obrigatória/especial de redução de pena. Tentativa perfeita e acabada: o sujeito exaure todos os meio para execução do crime. Tentativa perfeita e inacabada: o sujeito tem o processo executório interrompido por terceiro. Tentativa cruenta ou vermelha: acerta a vítima. Tentativa incruenta ou branca: não acerta a vítima. QUESTÕES 1) Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia A relação de causalidade, estudada no conceito estratificado de crime, consiste no elo entre a conduta e o resultado típico. Acerca dessa relação, assinale a opção correta. a) Para os crimes omissivos impróprios, o estudo do nexo causal é relevante, porquanto o CP adotou a teoria naturalística da omissão, ao equiparar a inação do agente garantidor a uma ação. b) A existência de concausa superveniente relativamente independente, quando necessária à produção do resultado naturalístico, não tem o condão de retirar a responsabilização penal da conduta do agente, uma vez que não exclui a imputação pela produção do resultado posterior. c) O CP adota, como regra, a teoria da causalidade adequada, dada a afirmação nele constante de que “o resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa; causa é a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”. d) Segundo a teoria da imputação objetiva, cuja finalidade é limitar a responsabilidade penal, o resultado não pode ser atribuído à conduta do agente quando o seu agir decorre da prática de um risco permitido ou de uma conduta que diminua o risco proibido. e) O estudo do nexo causal nos crimes de mera conduta é relevante, uma vez que se observa o elo entre a conduta humana propulsora do crime e o resultado naturalístico. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris43 2) Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Escrivão de Polícia Civil Sobre o crime culposo, é correto afirmar que: a) sua caracterização independe da previsibilidade objetiva do resultado. b) é dispensável a verificação do nexo de causalidade entre conduta e resultado. c) encontra seu fundamento legal no artigo 18 . I, de Código Penal. d) se alguém ateia fogo a um navio para receber o valor de contrato de seguro, embora saiba que com isso provocará a morte dos tripulantes, essas mortes serão reputadas culposas. e) há culpa quando o sujeito ativo, voluntariamente, descumpre um dever de cuidado, provocando resultado criminoso por ele não desejado. 3) Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: POLÍCIA CIENTÍFICA – PE Prova: Conhecimentos Gerais Em relação ao fato típico e aos elementos do crime, assinale a opção correta. a) É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de culpa ou de caso fortuito, ao tempo da ação ou da omissão, era parcialmente incapaz de entender o caráter ilícito desse fato ou de determinar-se conforme esse entendimento. b) É caracterizada como estado de necessidade a conduta praticada por bombeiro para salvar de perigo atual ou iminente, não provocado por sua vontade, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. c) Os elementos imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, inexigibilidade de conduta diversa e punibilidade são requisitos da culpabilidade penal. d) A coação física e a coação moral irresistível excluem a conduta do agente, pois eliminam totalmente a vontade pelo emprego da força, de modo que o fato passa a ser atípico. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris44 e) É considerado erro evitável, capaz de reduzir a pena, aquele em que o agente atue ou se omita sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. GABARITO 1- D 2- E 3- E Ementa da Aula: DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Desistência voluntária e Arrependimento eficaz. Arrependimento posterior. Crime impossível. AULA 13 FATO TÍPICO 8) DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ Artigo 15, CP. Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Há o chamado “Ponte de Ouro” (Nelson Hungria). Na desistência voluntária, o a gente dá início a execução e desiste voluntariamente de prosseguir com a intenção criminosa. O arrependimento eficaz, também conhecido como resipiscência. No arrependimento eficaz, o sujeito ativo após praticar ato de execução suficiente para a consumação do crime, realiza conduta de salvamento. 9) ARREPENDIMENTO POSTERIOR Artigo 16, CP. Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris45 agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Direito subjetivo do réu. Crimes cometidos semviolência ou grave ameaça. Obs.: Roubo – artigo 157, CP. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. Há três tipos de roubo: i. Roubo com violência própria – artigo 157, primeira parte, Cp. ii. Roubo com violência imprópria – artigo 157, parte final, CP. iii. Roubo impróprio – artigo 157, §1º, CP. No roubo com violência imprópria cabe o instituto do arrependimento posterior. Artigo 30, CP. Circunstâncias pessoais são incomunicáveis. Circunstâncias objetivas são comunicáveis. Elementares se comunicam. Ex.: artigo 123, CP – infanticídio. Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. Se a mãe auxiliada pela amiga mata o próprio filho, durante ou logo após o parto, sob a influência do estado puerperal, de acordo com a doutrina e com o artigo 30, CP, ambas respondem por infanticídio. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris46 Para corrigir essa incongruência, bastaria que o infanticídio fosse um parágrafo do homicídio, ou seja, bastaria revogar o artigo 123, CP e criar um parágrafo 7º ao artigo 121, CP, pois neste caso o infanticídio seria uma condição pessoal (subjetiva) da mãe que não se comunicaria com a amiga (coautora). Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 10) CRIME IMPOSSÍVEL Artigo 17, CP. Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Ex.: atirar com arma de fogo desmuniciada; arma imprópria para o disparo. Obs.: se o meio for relativamente inidôneo, responde pela tentativa Ementa da Aula: DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Crime impossível. Erro de tipo. AULA 14 FATO TÍPICO CRIME IMPOSSÍVEL Delito de ensaio – súmula 145, STF, veda o flagrante preparado. Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. 11) ERRO DE TIPO Artigo 20, CP. Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Erro é a falsa percepção da realidade. 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris47 Erro de tipo é a falsa percepção da realidade acerca dos elementos constitutivos do tipo penal, qualificadoras ou qualquer dado que se agregue a figura típica. Erro de tipo ≠ delito putativo por erro de tipo. Erro de tipo – se o agente soubesse do erro, ele não cometeria o crime. Delito putativo por erro de tipo – o a gente quer praticar o crime, age como se tivesse cometido crime, mas não está. Ex.: incesto. O erro de tipo essencial vai incidir nas elementares (está no “caput”, na cabeça do dispositivo). Escusável/ invencível/ desculpável/ inevitável: o erro é imprevisível, não deriva de culpa. Inescusável/ vencível/ indesculpável/ evitável: o erro é previsível, deriva de culpa. Obs.: o erro de tipo essencial quer seja escusável, quer seja inescusável, sempre afasta o dolo. Para saber se o erro é escusável ou inescusável: 1º corrente: análise do homem médio; 2º corrente: análise de caso a caso. Descriminantes putativas Artigo 20, §1º, CP. Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Descriminantes putativas. § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Descriminantes são excludentes de ilicitude (justificantes). 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris48 Obs.: descriminante putativa: o erro pode incidir em situação fática que se existisse, tornaria a ação legítima (artigo 20, §1º, CP); ou pode incidir sobre a existência ou sobre os limites da causa de justificação (artigo 21, CP). Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Teoria normativa pura ou extremada culpabilidade – erro de proibição nos dois casos acima citados. Teoria limitado – no primeiro seria erro de tipo; no segundo erro de proibição. Obs.2: a descriminante putativa por erro de tipo também é chamada por erro de tipo permissivo; a descriminante putativa por erro de proibição é conhecida por erro de permissão. Ementa da Aula: DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Erro de tipo. Concurso de crimes. AULA 15 FATO TÍPICO ERRO DE TIPO Erro de tipo essencial ≠ erro de tipo acidental. Erro de tipo acidental: erro sobre a coisa; erro sobre a pessoa; aberratio ictus (erro na execução) resultado diverso do pretendido; erro sobre o nexo de causalidade. Obs.: no que diz respeito ao erro sobre a coisa, exemplo, o agente queria subtrair relógio de outro, errou e subtraiu relógio dourado. Neste caso, de acordo com a doutrina majoritária, reponde pelo objeto subtraído (teoria da concretização); já no erro sobre a pessoa (artigo 20, § 3º, CP) e na aberratio ictus (artigo 73, CP), o legislador em ambos os casos estabelece que o agente responderá como se tivesse praticado o crime contra a vítima visada (teoria da equivalência). 0800 600 3893 www.redejuris.com /CursoRedeJuris @rede_juris CursoRedeJuris49 Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo- se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. O erro sobre a pessoa se dá na representação, não há erro no golpe. A vítima visada não corre perigo, pois ela não está no local. Há dois tipos de aberratio ictus: 1º por acidente; 2º por erro na execução. Na aberratio ictus por acidente, não há erro no golpe, mas desvio na execução. Na aberratio ictus por acidente a vítima visada pode estar ou não no local. Na aberratio ictus por erro na execução, temos o erro no golpe. A vítima visada necessariamente está no local. Aberratio ictus com resultado único. Aberratio ictus com resultado duplo (unidade complexa). Obs.: na legítima defesa é possível a aberratio ictus. Ex.: policial trocando tiro com bandido, acerta terceiro inocente. 12) CONCURSO DE CRIMES 0800 600
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