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Direito Civil 1.1

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso De Direito
Campus Ilha do Governador
DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL
Prof. Luci Figueiredo.
DA PERSONALIDADE JURÍDICA – PESSOA NATURAL
PESSOA na acepção jurídica do termo, pessoa é todo ente físico ou moral, suscetível de direitos e obrigações, sinônimo de sujeito de direitos e sujeito da relação jurídica, é o sujeito de direitos.
SUJEITO DE DIREITO é o titular de um direito que o tem integrado ao seu patrimônio ou personalidade podendo exigi-lo perante o Estado por meio de uma relação jurídica processual.
Sujeito de direito é aquele que é “sujeito de um dever jurídico, de uma pretensão ou titularidade jurídica, que é o poder de fazer valer, através de uma ação, o não-cumprimento do dever jurídico, ou melhor, o poder de intervir na produção da decisão judicial” (Clóvis Beviláqua). Trata-se daquele a quem se pode imputar direitos e obrigações através da lei. Todas as pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas, são sujeitos de direito.
Os sujeitos de direitos podem ser de dois tipos:
Sujeitos de direito individuais, que são os cidadãos individuais que são capazes de adquirir direitos e obrigações. Também são conhecidos como pessoas naturais ou físicas.
Sujeitos de direitos coletivos ou individuais, são aqueles que se constituem como pessoas jurídicas.
PESSOA NATURAL ( PESSOA FÍSICA) - é o ser humano individualmente considerado como sujeito de direitos, excluindo-se os animais, ou seres inanimados, que são tidos eventualmente como objetos do direito.
PESSOA JURÍDICA – conjunto, ou individualidade (M.EI , EIRELI) de pessoas ou de bens arrecadados (FUNDAÇÃO), que adquirem personalidade jurídica própria por uma ficção legal. São denominadas entes ou pessoas morais.
DA PERSONALIDADE CIVIL OU JURÍDICA DA PESSOA NATURAL
Conceito: Art. 1º do CC: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”
Personalidade jurídica: É a aptidão ser sujeito de direito e deveres na ordem civil, ou seja, é o atributo necessário para ser sujeito de direito.
Aquisição da personalidade jurídica:
Pelo que consta no art. 2º do CC: “A personalidade da pessoa natural começa com o nascimento com vida...”.
Ou seja, a personalidade da pessoa se inicia no momento do funcionamento cadiorrespiratório, constatado pelo exame de docimasia hidrostática de Galeno, mesmo que o recém-nascido venha a falecer minutos depois.
NATUREZA JURÍDICA DO NASCITURO
De acordo com a segunda parte do artigo 2º, CC: “... mas a lei põe a salvo, desde a concepção o direito do nascituro.”
O CC ao estabelecer tal dispositivo protegeu os direitos do nascituro.
NASCITURO = é o ser já concebido, aquele que está por nascer. Nascituro é o ser humano em estágio fetal que se mantém vivo e ligado à sua mãe, aguardando que ela lhe dê à luz. A potencialidade do seu nascimento com vida deve ser certa, fato que pode ser constatado através de exames médicos. Nascituro é aquele que foi concebido, mas ainda não nasceu.
Ao prever o tratamento do nascituro, surge-se uma dúvida: seria o nascituro uma pessoa, teria ele personalidade?
Existem três teorias que procuram justificar a situação do nascituro:
TEORIA NATALISTA – prevalecia entre os autores modernos do Direito Civil exigindo para a personalidade o nascimento com vida. Assim, sendo, o nascituro não teria direitos, mas mera expectativa de direitos. (Silvo Salvo Venosa, Silvo Rodrigues, Caio Mário da Silva Pereira).
TEORIA CONCEPCIONISTA – é aquela que sustenta que o nascituro é pessoa humana, tendo direitos resguardados pela lei. (Pontes de Miranda, Pablo Stolze, Rodolfo Pamplona).
TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL – é aquela pela qual a personalidade civil começa com o nascimento com vida, mas os direitos do nascituro estão sujeitos a uma condição suspensiva (elemento que vai subordinar a eficácia do evento a um acontecimento futuro e incerto), ou seja, são direitos eventuais. (Maria Helena Diniz, Serpa Lopes, Washington de Barros, Clóvis Beviláqua). Esse é o entendimento que prevalece na doutrina civilista atual.
OBS: Cabe ressaltar que alguns desses direitos são estendidos ao natimorto, conforme o 
Enunciado n.1 do Conselho de Justiça Federal e do STJ, aprovado na I Jornada de Direito Civil que prevê: “ art.2º a proteção que o Código defere ao nascituro alcança também o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura.
NATIMORTO = é aquele que nasceu morto, não respirou, não adquiriu personalidade jurídica ou civil e, portanto, não é pessoa. Entretanto, conforme Enunciado n.1 do Conselho de Justiça Federal e do STJ, aprovado na I Jornada de Direito Civil, estão garantidos ao natimorto os direitos da personalidade como por exemplo, nome e sepultura.
DA CAPACIDADE CIVIL
Adquirida a personalidade jurídica, toda pessoa passa a ser capaz de direitos e obrigações. O que é capacidade?
CAPACIDADE = por capacidade civil, ou capacidade jurídica, entende-se que é a medida ou proporção do exercício da personalidade jurídica de cada pessoa, que pode ser classificada em: 
a) capacidade de direito ou de gozo: é aquela comum a toda pessoa humana, para adquirir direitos e contrair deveres e que só se perde com a morte (art. 1º do CC); Todo ser humano tem, sendo condição personalidade jurídica. É a possibilidade da pessoa adquirir direitos, ou seja, é capacidade de AQUISICAÇÃO de direitos. Todas as pessoas, independentemente de qualquer coisas, bastando nascer com vida pode adquirir direitos, portanto possui a capacidade de direito ou gozo ou aquisição
b) capacidade de fato ou de exercicio; é a aptidão para se praticar atos da vida civil (adquire-se com a maioridade - 18 anos – artigo 5º CC.). É aquela que se adquire quando atingida a maioridade civil, aos dezoito anos de idade completos, ou por escritura de emancipação, passando a poder exercer por si mesmo todos os atos da vida civil. A capacidade de fato é a capacidade que a pessoa tem de exercer os direitos adquiridos ao nascer com vida, ou seja, ao adquirir a personalidade.
Quem possui as duas espécies de capacidade tem capacidade plena.
Capacidade de Direito + Capacidade de Fato = Capacidade Civil Plena
capacidade plena: É aquela atribuída a todas as pessoas aptas a exercerem, com autonomia (sem a interferência de ninguém) todos os atos advindos da capacidade jurídica ao completarem 18 anos de idade.
capacidade limitada. se dá quando uma pessoa possui a capacidade de direito, mas não possui a capacidade de fato.
OBS: NÃO SE PODE CONFUNDIR CAPACIDADE COM LEGITIMAÇÃO E LEGITIMIDADE.
I) LEGITIMAÇÃO: É condição especial para celebrar determinado ato ou negócio jurídico. Exemplo: art. 1.647 (outorga conjugal para venda de imóvel – uxória – da mulher, ou marital – do marido); Art. 496, CC (anulabilidade de venda de ascendente a descendente se não houver autorização dos demais descendentes e cônjuge).
II) LEGITIMIDADE: É condição da ação (processo civil) que uma capacidade específica, para ser parte em processo.
Enfim, nem toda pessoa capaz tem legitimação para prática de determinado ato.
Exemplo: Dois irmãos maiores de idade, tem capacidade civil, mas não tem legitimação para casar.
INCAPACIDADE É a proibição legal para praticar pessoalmente atos da vida civil, a falta de aptidão para praticar pessoalmente atos da vida civil (falta da capacidade de fato ou de exercício). 
A incapacidade nada mais é do que a restrição ao exercício dos direitos e obrigações da pessoa, e pode ser classificada em: 
Incapacidade absoluta (art. 3º, do CC) A prática de um ato por pessoa absolutamente incapaz acarreta a sua nulidade, pois se trata de proibição total. Desse modo, para que o absolutamente incapaz possa praticar algum ato civil, ele deverá ser representado por outra pessoa capaz. 
Art. 3.º do Código Civil. São absolutamente incapazes os menores de 16 anos 
Obs: Os atos praticados pelo absolutamente incapaz, são atos nulos, sujeitos à nulidade (não produzem nenhum efeito jurídico desde sua realização ex tunc)
 Para que os atos dos absolutamente incapazessejam válidos, é necessário que sejam praticado por seu representante legal ( os pais ou o tutor).
Incapacidade relativa (art. 4º, do CC, I.II.III) A lei permite aos relativamente capazes que pratiquem os atos da vida civil, desde que assistidos; se praticarem atos sozinhos, o ato será anulável. São relativamente incapazes aqueles elencados no Art. 4.º do Código Civil.
Obs: Os atos praticados pelo relativamente incapaz sem a presença do seu assistente, são atos anuláveis, sujeitos à anulabilidade (produzem efeitos jurídicos até a data da sentença anulatória – ex nunc).
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS INDÍGENAS 
O Código Civil de 2002 não considera mais os silvícolas como incapazes devendo a questão ser resolvida por lei especial (art. 4º).A lei 6001, de 19 de setembro de 1973 (Estatuto do Índio), considera o indígena em princípio agente absolutamente incapaz, reputando nulos os atos por eles praticados sem a devida representação. Fazendo a lei ressalva que os atos poderão ser válidos se o índio tiver o necessário discernimento, e não houver tido prejuízo com o ato praticado.
Segundo a lei 5.371/67 cabe a FUNAI representá-los. Entretanto esta lei não reflete a atua situação brasileira, onde índios estão plenamente inseridos na sociedade, por isso não é razoável ter-se com regra a incapacidade absoluta do índio, devendo ser esta exceção aplicada apenas quando este não estiver inserido na sociedade, não possuindo desta forma, discernimento para a prática dos atos.
O ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA E O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO - A TOMADA DE DECISÃO APOIADA
No dia 6 de julho de 2015, foi sancionada a Lei 13.146/2015, que institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência que alterou e revogou alguns artigos do Código Civil (arts. 114 a 116), no que concerne à teoria das incapacidades, o que repercute diretamente para institutos do Direito de Família, como o casamento, a interdição e a curatela. 
Foram revogados todos os incisos do art. 3º do Código Civil , bem como, foi alterado o caput do comando, passando a estabelecer que “são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos”. 
Em suma, não existe mais, no sistema privado brasileiro, pessoa absolutamente incapaz que seja maior de idade. Como consequência, não há que se falar mais em ação de interdição absoluta no nosso sistema civil, pois os menores não são interditados. Todas as pessoas com deficiência, das quais tratava o comando anterior, passam a ser, em regra, plenamente capazes para o Direito Civil, o que visa a sua plena inclusão social, em prol de sua dignidade.
Eventualmente, e em casos excepcionais, tais pessoas podem ser tidas como relativamente incapazes em algum enquadramento do novo art. 4º do Código Civil. Cite-se, a título de exemplo, a situação de um deficiente que seja viciado em tóxicos, podendo ser tido como incapaz como qualquer outro sujeito.
Também foi alterado o inciso III do art. 4º do CC/2002, sem mencionar mais os excepcionais sem desenvolvimento completo. O inciso anterior tinha incidência para a pessoa com síndrome de Down, não considerado mais um incapaz. A nova redação dessa norma passa a enunciar as pessoas que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir vontade, o que antes estava previsto no inciso III do art. 3º como situação típica de incapacidade absoluta. Agora a hipótese é de incapacidade relativa.
CRÍTICA À LEI ESPECIAL: a Lei pensada para a inclusão das pessoas com deficiência, o que é um justo motivo, sem dúvidas. Porém, acabou por desconsiderar muitas outras situações concretas, como a dos psicopatas, que não serão mais enquadrados como absolutamente incapazes no sistema civil. Será necessário um grande esforço doutrinário e jurisprudencial para conseguir situá-los no inciso III do art. 4º do Código Civil, tratando-os como relativamente incapazes. Não sendo isso possível, os psicopatas serão considerados plenamente capazes para o Direito Civil.
TOMADA DE DECISÃO APOIADA: conforme o caput do art. 1.783-A, a tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.
De acordo com o § 1o, para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar.

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