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PREPARA AV2 PENAL I 1 – Conduta Dolosa Ocorrerá quando o agente atuar querendo o resultado ou assumindo o risco de produzi-lo. 1.1 – ELEMENTOS a) COGNITIVO: é a consciência de que esta realizando a conduta. b) VOLITIVO: é a vontade de realizar o ato. 1.2 – ESPÉCIES DE DOLO a) DOLO DIRETO: o agente atua querendo produzir o resultado a.1) DOLO DIRETO DE PRIMEIRO GRAU: é a vontade direta do agente. A quer matar B e, para isso, dispara 06 vezes contra seu desafeto. a.2) DOLO DIRETO DE SEGUNDO GRAU (ou de consequências necessárias): trata-se das consequências necessárias do crime que o agente quer produzir. A quer matar B e, para isso, coloca uma bomba no avião que este irá viajar. A intenção é matar B, mas a consequência necessária dessa conduta é a morte de todos os ocupantes do avião b) DOLO EVENTUAL: aqui, o agente não deseja o resultado, mas assume o risco da sua ocorrência. 2 – Conduta Culposa 2.1 – ELEMENTOS a) inobservância de um dever de cuidado: o agente age com negligência (um não fazer), imprudência (um fazer) ou imperícia (relacionada a ofício, arte e profissão) b) resultado não querido e não aceito pelo agente: o resultado não age querendo o resultado e, caso o preveja, acredita piamente que ele não acontecerá. c) nexo causal: é o elo entre o resultado e a conduta do agente. d) previsibilidade: o resultado deve ser ao menos previsível. Sendo imprevisível, não poderá haver a responsabilização do agente 2.2 – ESPÉCIES a) culpa consciente: nessa, o resultado além de previsível, é previsto pelo agente, que acredita piamente que ele não acontecerá. b) culpa inconsciente: o resultado, mesmo sendo previsível, não foi sequer previsto pelo agente 3 – Crime Preterdoloso Trata-se do crime no qual a conduta antecedente é DOLOSA e a conduta posterior, consequente, é CULPOSA. 4 – Resultado Trata-se da consequência ocorrida em decorrência da conduta do agente. 4.1 – ESPÉCIES a) jurídico: é o resultado previsto em lei. b) naturalístico: é a alteração no mundo dos fatos, visível a olho nu. 4.2 – CLASSIFICAÇÃO DO CRIME QUANTO AO RESULTADO NATURALÍSTICO a) crime formal – há possibilidade da ocorrência do resultado naturalístico, mas não há necessidade que ele ocorra para que o crime seja considerado consumado. b) crime material – há possibilidade da ocorrência do resultado naturalístico, sendo imprescindível que ele ocorra para que o crime seja considerado consumado. c) crime de mera conduta – sequer haverá a possibilidade de consumação do crime. 5 – Nexo Causal Trata-se do elo entre o resultado à conduta do agente. 5.1 – TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES OU DA “CONDITIO SINE QUA NON” (artigo 13 do CP) Para o Código Penal, causa é toda ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 5.2 – PROCEDIMENTO HIPOTÉTICO DE ELIMINAÇÃO DE THYREN E REGRESSO AO INFINITO Para se evitar o regresso ao infinito no momento da análise da responsabilização criminal, deveremos eliminar as condutas, hipoteticamente, analisando se o resultado permaneceria após a eliminação. Caso permaneça, não será considerado causa; não permanecendo, será considerado causa. Além disso, deveremos analisar o dolo e a culpa do agente para verificarmos a possibilidade de atribuição do resultado à conduta do agente 6 – Iter Criminis É o caminho percorrido pelo crime. 6.1 – FASES a) cogitação – FASE INTERNA. É a intenção de praticar o delito. NÃO É PUNIDA, sob pena de violação ao princípio da lesividade. b) preparação – são atos necessários para o agente iniciar a execução do delito. Em regra, NÃO É PUNIDA, salvo se, por si só, configurar algum delito e este não seja absorvido pelo crime-fim. c) execução – aqui se inicia a punibilidade do ato. Pode ocorrer a tentativa, a consumação, a desistência voluntária ou o arrependimento eficaz. d) consumação – diz-se o crime consumado quando nele se reúnem todos os elementos da sua definição legal (art. 14, II do CP). O crime se consuma quando o tipo penal encontra-se realizado. e) exaurimento – é o resultado perseguido pelo agente que poderá acontecer junto ou após a consumação do crime. 7.2 – ESPÉCIES 7.2.1 – EM RELAÇÃO AO CAMINHO PERCORRIDO DURANTE A FASE DE EXECUÇÃO a) perfeita (acabada, crime falho ou delito frustrado): o agente esgota a fase de execução do delito, que não ocorre por ircunstâncias alheias à vontade do agente. 7.2.2 – EM RELAÇÃO AO OBJETO DO CRIME a) branca (incruenta): o objeto material não sofre nenhum dano. b) vermelha (cruenta): o objeto material sofre dano. 7.3 – CONSEQUÊNCIAS PARA FINS DE APLICAÇÃO DA PENA (artigo 14, p.ú. do CP) É uma CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA. - quanto maior a proximidade da consumação, menor será a diminuição da pena, e vice-versa. 8 – Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz 8.1 – DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA (artigo 15, 1ª parte, CP) O agente desiste voluntariamente de prosseguir nos atos de execução e não ocorre a consumação do crime inicialmente almejado. 8.2 – ARREPENDIMENTO EFICAZ (artigo 15, 2ª parte do CP) O agente, depois de realizados os atos de execução, arrepende-se e voluntariamente pratica uma ação, impedindo a produção do resultado. 8.3 – NATUREZA JURÍDICA Para a DOUTRINA MAJORITÁRIA, é CAUSA DE EXCLUSÃO DA ADEQUAÇÃO TÍPICA INDIRETA (AUSÊNCIA DE TIPICIDADE) 8.4 – REQUISITOS a) início da execução; b) não-consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente; c) voluntariedade (agir ou deixar de agir sem coação física ou moral) 8.5 – CONSEQUÊNCIAS O agente só responderá pelos ATOS JÁ PRATICADOS. 9 - Arrependimento Posterior (artigo 16 do CP) Nos crimes consumados, cometidos SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA, reparado o dano ou restituída a coisa, ATÉ O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA, a pena será reduzida de um a dois terços. 9.1 – NATUREZA JURÍDICA É uma CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA. - primordial finalidade é incentivar a reparação do dano. - é um DIREITO SUBJETIVO do agente. 9.2 – REQUISITOS a) crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa b) reparação do dano ou restituição do objeto material c) ato voluntário d) reparação até o recebimento da denúncia ou da queixa 9.3 – DISTINÇÃO ENTRE ARREPENDIMENTO POSTERIOR E EFICAZ No posterior, o crime se consuma e produz os seus efeitos. No eficaz, o agente evita a consumação do delito. 9.4 – CONSEQUÊNCIAS PARA FINS DE APLICAÇÃO DA PENA A pena será diminuída de 1/3 a 2/3. 10 – Crime Impossível (artigo 17 do CP) Ocorrerá quando, por INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO de execução ou por ABSOLUTA IMPROPRIEDADE DO OBJETO, for impossível a consumação do crime. 10.1 – NATUREZA JURÍDICA Causa de EXCLUSÃO DA TIPICIDADE 10.2 – INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO DE EXECUÇÃO Ocorrerá quando o meio de execução utilizado pelo agente for ABSOLUTAMENTE ineficaz para produzir o resultado pretendido. 10.3 – ABSOLUTA IMPROPRIEDADE DO OBJETO MATERIAL Ocorrerá no caso de IMPROPRIEDADE do objeto material ou até mesmo pela sua inexistência. Nesse caso, não haverá como consumar o crime em virtude do próprio objeto material. 11 – Tipo Penal É o modelo, o padrão de conduta que o Estado, por meio de um único instrumento – LEI. 11.1 – OBJETIVOS DO TIPO O tipo penal visa impedir que determinada conduta seja praticada, ou determina que seja levada a efeito por todos nós. O tipo, assim, é a descrição precisa do comportamento humano feita pela lei penal. 11.2 – ELEMENTARES São os dados essenciais à figura típica, sem os quais ocorre uma atipicidade absoluta ou relativa da conduta. A) ATIPICIDADE ABSOLUTA – nesse caso, ausente uma elementar indispensável ao tipo, a conduta do agente será considerada atípica. B) ATIPICIDADE RELATIVA – nesse caso, ausente uma elementar, ocorrerá a desclassificação do fato para outra figura típica. 11.3 – ELEMENTOS INTEGRANTES DO TIPOPENAL Podem ser divididos em elementos objetivos e elementos subjetivos do tipo. A) ELEMENTOS OBJETIVOS – possuem a finalidade de descrever a ação, o objeto da ação e, em sendo o caso, o resultado, as circunstâncias externas do fato e as pessoas do autor e da vítima.- busca fazer com que o agente tome conhecimento de todos os dados necessários à caracterização da infração penal, os quais, necessariamente, farão parte do dolo. I) elementos descritivos – buscam traduzir o tipo penal, ou seja evidenciar aquilo que pode, com simplicidade, ser percebido pelo intérprete. II) elementos normativos – são criados por uma norma e, para a sua efetiva compreensão, necessitam de um juízo de valor por parte do intérprete. São normativos porque necessitam de um juízo de valor. Ex: arts. 153, 154, 244, 246 e 248 do CP. B) ELEMENTOS SUBJETIVOS Por excelência, é o dolo. Alguns autores incluem a culpa e o especial fim de agir. 11.4 – TIPICIDADE PENAL Quando alguém realiza uma conduta, para que ela seja punida, é preciso que ela se amolde a um modelo abstrato previsto na lei penal. A) TIPICIDADE FORMAL OU LEGAL É a adequação de uma conduta realiza àquela prevista na lei penal. B) TIPICIDADE MATERIAL Aqui, haverá a necessidade de a conduta do agente violar de maneira significativa o bem jurídico tutelado. Caso a violação não seja significativa, não ensejará a aplicação da lei penal, sendo considerada, portanto, INSIGNIFICANTE. 12 – Antijuridicidade/ Ilicitude - é a contrariedade do fato ao ordenamento jurídico. - praticado um fato típico, presume-se a antijuridicidade (ratio cognoscendi). - havendo uma causa que exclua a antijuridicidade (DESCRIMINANTE), o fato será jurídico/ lícito. 12.1 – CAUSAS DE JUSTIFICAÇÃO OU DESCRIMINANTES 12.1.1 – ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS a) elementos objetivos – cada DESCRIMINANTE possuirá seus elementos objetivos previstos em lei, que deverá estar presentes no caso concreto. b) elementos subjetivos – trata-se do conhecimento subjetivo do agente de que está agindo mediante uma causa de justificação. Se não houver esse conhecimento, a descriminante estará afastada. 12.1.2 – POSSIBILIDADE DE EXCESSO (DOLOSO OU CULPOSO) - o excesso nas causas de justificação serão analisados e, caso estejam presentes, poderão levar à responsabilização do agente, caso tenha agido DOLOSA ou CULPOSAMENTE. d) inevitabilidade da prática do fato lesivo – o estado de necessidade é subsidiário, ou seja, só estará configurado se o sujeito não podia afastar o perigo de outro modo. e) inexistência do dever legal de enfrentar o perigo (§ 1º) – não se exigirá que alguém atue como sendo um super homem. B) SUBJETIVO: consciência de que está atuando em estado de necessidade. 12.2.2 – TEORIA UNITÁRIA: adotada pelo CP O estado de necessidade sempre será CAUSA DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE, não sendo considerado o balanço dos bens, exigindo-se, apenas, o critério da RAZOABILIDADE. 12.3 – LEGÍTIMA DEFESA - estará presente quando o agente, utilizando-se moderadamente dos meios necessários, repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 12.3.1 – ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS A) OBJETIVOS: a) agressão humana – a repulsa à uma agressão animal, em regra, será considerada (estado de necessidade); se, por um acaso, o animal estiver sendo utilizado como instrumento da prática do crime, será considerado legítima defesa. b) agressão injusta – poderá ser dolosa ou culposa. Não estará incluída a provocação. c) agressão atual ou iminente – é a que se encontra presente ou está prestes a ocorrer. d) defesa de direito próprio ou alheio e) repulsa com os “meios necessários” – é o que está à disposição do agredido e que menor dano causará. f) uso moderado – escolhido o meio necessário, deverá ser usado de maneira moderada, ou seja, suficiente para repelir a injusta agressão. B) SUBJETIVO: consciência de que está atuando em legítima defesa. 12.3.2 – LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA É a reação do agressor contra a repulsa excessiva da vítima. O inicial agressor passa a ser o agredido em razão do excesso de legítima defesa, justificando a sua reação, uma vez que o excesso constitui uma agressão 12.4 – ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL O sujeito que cumpre determinação legal não pratica conduta contrária ao direito. OBS: dever legal – é aquele previsto em normas jurídicas (leis, decretos, regulamentos, etc). 12.4.1 – ATUAÇÃO DO POLICIAL QUE MATA O BANDIDO Jamais será considerada estrito cumprimento de um dever legal, pois não está na lei que o policial deverá matar alguém. Se agir de maneira abusiva, responderá pelo excesso. 12.5 – EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO Se o agente pratica a conduta em exercício de um direito (penal ou extrapenal), não haverá de se falar que essa atuação é contrária ao direito. No entanto, o exercício deverá obedecer às condições objetivas previstas em lei, sob pena de ser abusivo. 12.5.1 – OFENDÍCULAS São mecanismos predispostos visíveis com a finalidade de proteção da propriedade ou de qualquer outro bem jurídico. OBS: natureza jurídica – quando colocada, trata-se de EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO; quando funciona em face de um ataque, trata-se de LEGÍTIMA DEFESA PEORDENADA, desde que não atue antes do início da agressão e que a repila de maneira moderada. 12.6 – CONSENTIMENTO DO OFENDIDO - é uma causa supralegal da ilicitude, já que a analogia, a utilização dos costumes e dos princípios gerais de direito poderão ser utilizadas para beneficiar o agente. 12.6.1 – REQUISITOS a) bem disponível b) agente capaz c) consentimento anterior ou concomitante à conduta d) consentimento livre e consciente 13 – Culpabilidade Juízo de reprovação do agente por ter praticado um fato típico e antijurídico, quanto podia entender o caráter ilícito do fato e, assim, agir conforme o direito. 13.1 – TEORIA NORMATIVO PURA O processo causal é concebido para uma vontade finalista e a ação típica deve ser concebida como um ato de vontade com conteúdo. Dolo e culpa são estudados no FATO TÍPICO. O elemento normativo do dolo (CONSCIÊNCIA DA CONDUTA) passa a ser estudado na culpabilidade. O dolo se torna natural. FOI A TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL 13.2 – ELEMENTOS DA CULPABILIDADE NA CONCEPÇÃO FINALISTA 13.2.1 – IMPUTABILIDADE Atribuição de capacidade para o agente ser responsabilizado. a) responsabilidade – é a consequência, já que toda pessoa imputável deve responder pelos seus atos. 13.2.2 – POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE Para que haja o juízo de reprovação, será necessário que o agente possua a consciência da ilicitude do fato ou que ao menos, nas circunstâncias, tenha a possibilidade de conhecê-la. No que pese não podermos falar em desconhecimento da lei, não se exige o conhecimento desta (art. 21 do CP). O que se exige é o conhecimento do profano, de uma situação lógica, naquela situação. 13.3.2 – EMBRIAGUEZ COMPLETA (art. 28, § 1º do CP): É a decorrente de caso fortuito (agente não conhece o efeito inebriante da substância) ou força maior ACIDENTAL e INVOLUNTÁRIA. OBS: teoria da actio libera in causa – faz retroagir o momento da análise da conduta. EMBRIAGUEZ completa acidental (involuntária) Isenta de pena (art. 28, § 1º) incompleta acidental (involuntária) Não isenta, mas diminui a pena (art. 28, § 2º) não-acidental (voluntária ou culposa) Não isenta e nem diminui a pena (art. 28, II)
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