Buscar

Plano de aula 6

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Plano de aula 6
1 – R: O crime em tela e o do art. 164 do CP (introdução ou abandono de animais em propriedade alheia); crime este cuja a ação penal será privada. Assim, a discursão no presente caso se limita a possibilidade de cabimento de transação penal nos crimes de ação penal privada. Embora haja entendimento minoritário no sentido de interpretar literalmente o art. 76 da lei 9.099/95, o entendimento majoritário e pela aplicação analógica do referido artigo ao crimes que se procede mediante queixe, pois a faculdade de transacionar em matéria penal, se estende ao ofendido titular da queixa crime, pois somente a ele caberia transacionar em matéria penal, devendo o MP, nesses casos somente opinar.
 2 - R: D
Doutrina e Jurisprudencia 
O instituto jurídico da transação penal conforme disposto pelo art. 76 da Lei nº 9.099/95 é cabível para todas as infrações de menor potencial ofensivo, isto é, para todas as contravenções penais e crimes cuja pena máxima cominada não ultrapasse o patamar de 2 (dois) anos, ou multa, estando ou não submetidas a procedimento especial. 
Como se pode depreender da leitura do referido artigo, a Lei nº 9.099/95 não prevê a aplicação da transação penal às ações penais privadas, visto que ao legitimar apenas o Ministério Público para a sua propositura, o legislador limitou a sua aplicação às infrações de ação penal pública incondicionada e condicionada à representação.
Contudo, doutrina e jurisprudência majoritárias ensinam que é perfeitamente possível, por analogia, a aplicação do instituto da transação penal às ações penais privadas, senão vejamos:
Superior Tribunal de Justiça (STJ), pela sua 5.ª T., no HC n. 13.337/RJ, rel. Min. Felix Fischer, j. em 15.5.2001, DJde 13.8.2001, p. 181, proclamou que "A Lei n. 9.099/95, desde que obedecidos os requisitos autorizadores, permite a transação e a suspensão condicional do processo, inclusive nas ações penais de iniciativa exclusivamente privada". (grifos meus)
Superior Tribunal de Justiça (STJ), pela sua 5.ª T. se pronunciou novamente, no HC n. 34.085/SP, relatora Ministra Laurita Vaz, j. em 8.6.2004, DJde 2.8.2004, p. 457, deixando estabelecido que "A Terceira Seção desta Egrégia Corte firmou o entendimento no sentido de que, preenchidos os requisitos autorizadores, a Lei dos Juizados Especiais Criminais aplica-se aos crimes sujeitos a ritos especiais, inclusive aqueles apurados mediante ação penal exclusivamente privada. Ressalte-se que tal aplicação se estende, até mesmo, aos institutos da transação penal e da suspensão do processo". (grifos nosso)
Ainda nesse sentido, o HC n. 33.929/SP, rel. Min. Gilson Dipp, j. em 19.8.2004, DJde 20.9.2004, p. 312: "A Lei dos Juizados Especiais incide nos crimes sujeitos a procedimentos especiais, desde que obedecidos os requisitos autorizadores, permitindo a transação e a suspensão condicional do processo, inclusive nas ações penais exclusivamente privadas". (grifos nosso)
Seguindo o entendimento de que é perfeitamente possível a aplicação analógica do art. 76 à ação penal privada, convém ressaltar que se deve permitir "que a faculdade de transacionar, em matéria penal, se estenda ao ofendido, titular da queixa-crime (...)", isso porque "Como somente deste é a legitimidade ativa à ação, ainda que a título de substituição processual, somente a ele caberia transacionar em matéria penal, devendo o Ministério Público, nesses casos, limitar-se a opinar" (http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6486).
Tratando-se de infrações de ação penal privada, imperam os princípios da discricionariedade e da disponibilidade, entendendo-se, desta forma, que a formulação da transação penal fica na estrita conveniência do ofendido, que, ao se recusar a formulá-las, inviabilizará a transação, uma vez que não se trata, aqui, de direito público subjetivo do autor do fato e do acusado. Todavia, o STJ vem admitindo a proposta de transação penal por parte do Ministério Público desde que não haja formal oposição do querelante.
Nesse sentido:
STJ - A Colenda 6.ª T., no RHC n. 8.123/AP, rel. Min. Fernando Gonçalves, j. em 16.4.1999, DJde 21.6.1999, p. 202, deixou assentado que "Na ação penal de iniciativa privada, desde que não haja formal oposição do querelante, o Ministério Público poderá, validamente, formular proposta de transação que, uma vez aceita pelo querelado e homologada pelo Juiz, é definitiva e irretratável".
Desse modo, conclui-se que as infrações de ação penal privada admitem os institutos da transação penal, o qual pode ser proposto pelo Ministério Público, desde que não haja discordância da vítima ou seu representante legal, o que impõe considerar que o ofendido é quem detém discricionariedade para a propositura
RHC 8123 / AP
RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS
1998/0090769-6
Relator(a)
Ministro FERNANDO GONÇALVES (1107)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
16/04/1999
Data da Publicação/Fonte
DJ 21/06/1999 p. 202
RSTJ vol. 122 p. 397
Ementa
RHC. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS. COMPETÊNCIA. CRIME DE DIFAMAÇÃO. AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA. PROPOSTA DE TRANSAÇÃO. MINISTÉRIO PÚBLICO. POSSIBILIDADE. 1 - A teor do disposto nos artigos 519 usque 523, do Código de Processo Penal, o crime de difamação, do art. 139 do Código Penal, para o qual não está previsto procedimento especial, submete-se à competência dos Juizados Especiais Criminais. 2 - Na ação penal de iniciativa privada, desde que não haja formal oposição do querelante, o Ministério Público poderá, validamente, formular proposta de transação que, uma vez aceita pelo querelado e homologada pelo Juiz, é definitiva e irretratável. 3 - Recurso improvido.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por maioria, negar provimento ao recurso. Vencido o Ministro Luiz Vicente Cernicchiaro. Votaram com o Ministro-Relator os Ministros Hamilton Carvalhido e Vicente Leal. Ausente, por motivo de licença, o Ministro William Patterson.
Resumo Estruturado
APLICAÇÃO, LEI, JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL, CRIME, DIFAMAÇÃO. AÇÃO PENAL PRIVADA, DECORRENCIA, CODIGO DE PROCESSO PENAL, PREVISÃO, PROCEDIMENTO ESPECIAL, EXCLUSIVIDADE, CRIME, CALUNIA, INJURIA. VALIDADE, TRANSAÇÃO PENAL, OFERECIMENTO, MINISTERIO PUBLICO, AMBITO, AÇÃO PENAL PRIVADA, CRIME, DIFAMAÇÃO, HIPOTESE, EXISTENCIA, AUTOS, ACEITAÇÃO, REU, HOMOLOGAÇÃO, JUIZ, CARACTERIZAÇÃO, IRRETRATABILIDADE, ACORDO, NÃO OCORRENCIA, CONSTRANGIMENTO ILEGAL. (VOTO VENCIDO) (MIN. LUIZ VICENTE CERNICCHIARO)
Referência Legislativa
LEG:FED CFD:****** ANO:1988
***** CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
 ART:00098
LEG:FED DEL:003689 ANO:1941
***** CPP-41 CODIGO DE PROCESSO PENAL
 ART:00519 ART:00523
LEG:FED LEI:009099 ANO:1995
***** LJE-95 LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CIVEIS E CRIMINAIS
 ART:00061 ART:00076

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes