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Resumo Direito Processual Penal Aula 09 Competencia no Processo Penal Guilherme Madeira

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Delegado de Polícia Civil 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Processual Penal 
 Professor: Guilherme Madeira 
Aula: 09 | Data: 15/09/2017 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
4. COMPETÊNCIA NO PROCESSO PENAL 
 
Competência Originária 
 
Justiça Especializada 
 
Justiça Federal 
 
 
4. COMPETÊNCIA NO PROCESSO PENAL 
 
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA 
Também chamada de Foro Privilegiado e de Foro por Prerrogativa de Função 
 
1. Localização 
Constituição Federal e/ou Constituição Estadual. Outras espécies normativas não podem criar Prerrogativa de 
Função. 
 
2. Principais Competências da Constituição Federal/1988 
 
a) STF, artigo 102, I, CF/88 
O Supremo julga Presidente da República, Deputado Federal, Senador e Ministro de Estado. 
 
Art. 102 da CF/88. Compete ao Supremo Tribunal Federal, 
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-
Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios 
Ministros e o Procurador-Geral da República; 
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os 
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos 
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes 
de missão diplomática de caráter permanente; 
 
 
b) STJ, artigo 105, I, CF/88 
O STJ julga Governador, Desembargador. 
 
Art. 105 da CF/88. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
 
 Página 2 de 10 
 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito 
Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores 
dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os 
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, 
os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais 
e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos 
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante 
tribunais;” 
 
 
c) TJ, artigo 96, III e 29, X, CF/88: 
O TJ julga Prefeito e Juiz. 
 Art. 96 da CF/88. Compete privativamente: 
 
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito 
Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, 
nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência 
da Justiça Eleitoral. 
 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois 
turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois 
terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, 
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na 
Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
 
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; 
 
 
Atenção! 
•Prefeito, Súmula 702, STF. 
O Prefeito pode ser julgado no TJ, TRF e TER a depender da matéria do crime que ele comete. 
 
•O juiz é sempre julgado pelo TJ a que esteja vinculado, ainda que se trate de crime federal. Mas, se 
cometer crime eleitoral será julgado pelo TRE. 
 
 
Súmula 702 do STF. A competência do tribunal de justiça para julgar 
prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça comum 
estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao 
respectivo tribunal de segundo grau. 
 
 
3. Princípio Atualidade do Cargo 
 
PODE MUDAR A QUALQUER MOMENTO 
 
 
 Página 3 de 10 
 
O que interessa é se a pessoa possui o cargo no momento do julgamento, não interessa o motivo do crime nem se 
ele tem relação com a função. 
 
4. Foro por Prerrogativa de Função de Competência em Razão da Matéria e Crimes Dolosos contra a Vida (júri) 
 
a) Se a Prerrogativa de Função estiver prevista na Constituição Federal, 1988, prevalece a Prerrogativa de Função. 
 
b) Se a Prerrogativa de Função estiver prevista EXCLUSIVAMENTE na Constituição Estadual, por exemplo, 
vereador, MG e RJ, de acordo com a Súmula Vinculante 45, prevalece o TJ. 
 
Súmula Vinculante 45 do STF. A competência constitucional do 
Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função 
estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual. 
 
Problema: 
O problema se dá com o Deputado Estadual, pois não tem prerrogativa de função prevista na CF/88, tem apenas 
na Constituição Estadual. O STJ dizia que a Súmula 721, STF, não se aplicava ao Deputado Estadual, que seria 
julgado então pelo júri, HC 220225/RJ, Relator Ministro Jorge Mussi, Julgado em 02/10/2013. 
 
A Súmula STJ 721 e a Súmula Vinculante 45 tem a mesma redação. Porém, não há julgados. 
 
Súmula 721, STJ. A competência constitucional do Tribunal do Júri 
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido 
exclusivamente pela constituição estadual. 
 
 
Caindo hoje em prova de concurso a questão deve ser respondida no sentido de que Deputado Estadual 
cometendo crime doloso contra a vida a competência será do TJ. 
 
 
EMENTA 
Dados Gerais: HC 220225/RJ 
Relator Ministro Jorge Mussi 
Publicação: DJe 02/10/2013 
Julgado: 24/09/2013 
Decisão: HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO ORIGINÁRIA. SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO 
ORDINÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. RESPEITO AO SISTEMA RECURSAL PREVISTO NA CARTA MAGNA. NÃO 
CONHECIMENTO. 1. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, buscando dar efetividade às normas 
previstas naConstituição Federal e na Lei 8.038⁄1990, passou a não mais admitir o manejo do habeas 
corpus originário em substituição ao recurso ordinário cabível, entendimento que deve ser adotado por este 
Superior Tribunal de Justiça, a fim de que seja restabelecida a organicidade da prestação jurisdicional que 
envolve a tutela do direito de locomoção. 2. Tratando-se de writ impetrado antes da alteração 
do entendimento jurisprudencial, o alegado constrangimento ilegal será enfrentado para que se analise a 
possibilidade de eventual concessão de habeas corpus de ofício. OMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO. 
COMPETÊNCIA. VEREADOR. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃOPARA CRIMES COMUNS E DE 
RESPONSABILIDADE. TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PREVISÃO EXCLUSIVA NA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. CRIMES 
DOLOSOS CONTRA A VIDA. TRIBUNAL DO JÚRI. PREVALÊNCIA. ENUNCIADO N.º 721 DA SÚMULA DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. WRIT NÃO CONHECIDO. 1. A competência 
 
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fixada pela Constituição Federal para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida não pode ser afastada por 
norma contida exclusivamente em constituição estadual, sob pena de violação a cláusula pétrea. 2. Inteligência 
do enunciado n.º 721 da Súmula do Supremo Tribunal Federal.3. Não há que se falar em competência do 
Tribunal de Justiça para o julgamento de vereadores acusados da prática de delitos dolosos contra a vida por 
simetria com a regra aplicada em relação aos deputados estaduais, os quais possuem foro por prerrogativa de 
função por força de extensão garantida na norma insculpida expressamente no art. 27, § 1.º, daConstituição 
Federal. 4. Habeas corpus não conhecido. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os 
Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas 
taquigráficas a seguir, por unanimidade, não conhecer do pedido. Os Srs. Ministros Marco Aurélio Bellizze, 
Moura Ribeiro, Regina Helena Costa e Laurita Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator. 
 
 
JUSTIÇA ESPECIALIZADA 
 
1. Justiça do Trabalho 
A Justiça do Trabalho não tem competência penal. Se um Juiz do Trabalho quecomete crime ele será julgado pelo 
TRF. 
 
2. Justiça Militar 
 
a) Justiça Militar da União julga crimes praticados por militares e por civis, artigo 124, CF/88. 
 
Art. 124 da CF/88. à Justiça Militar compete processar e julgar os 
crimes militares definidos em lei. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento 
e a competência da Justiça Militar. 
 
 
b) Justiça Militar Estadual: só julga militar. Justiça Militar Estadual NÃO julga civil. 
 
Súmula 90, STJ. Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar 
o policial militar pela prática do crime militar, e à Comum pela prática 
do crime comum simultâneo àquele. 
 
c) Crime doloso praticado contra a vida de civil: é julgado pelo Tribunal do Júri da Justiça Comum. 
 
Atenção! 
Militar que comete crime doloso contra militar. 
Somente será de competência da Justiça Militar se o crime tiver relação com a atividade militar ou se o crime for 
praticado em local sujeito a administração militar. HC 135675/MG, Relatora Ministra Rosa Weber, DJe 14/03/17. 
 
EMENTA 
Dados Gerais: HC 135675/MG 
Relatora Ministra Rosa Weber 
Publicação: DJe 14/03/17 
Julgado: 04/10/2016 
Decisão: Supremo Tribunal Federal, em Primeira Turma, na conformidade da ata HABEAS CORPUS. PROCESSO 
PENAL. LESÃO CORPORAL. ARTIGO 209 DO CÓDIGO PENAL MILITAR. CRIME MILITAR NÃO CONFIGURADO. 
 
 Página 5 de 10 
 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL COMUM. ORDEM CONCEDIDA. 1. O Supremo Tribunal Federal já assentou 
que o cometimento de delito por agente militar contra vítima militar somente desafia a competência da Justiça 
Castrense nos casos em que houver vínculo direto com o desempenho da atividade militar. Nesse diapasão, 
“embora o paciente e a vítima fossem militares à época, o crime não foi praticado em lugar sujeito à 
administração militar nem durante o horário de expediente, sendo certo que não há quaisquer elementos nos 
autos que denotem sua intenção de contrapor-se à instituição militar ou a qualquer de suas específicas 
finalidades ou operações” (HC 115.590/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 11.9.2013). 2. Diante da hipótese 
fática delineada nos autos, em que pacientes e vítima, militares, no momento do crime, estavam de folga, fora de 
local sujeito à administração militar e do exercício de suas atribuições legais, e não se conheciam antes do fato, 
evidenciada a incompetência da Justiça Castrense. 3. Ordem de habeas corpus concedida, para reconhecer a 
competência da Justiça Comum para processamento e julgamento do feito. ACÓRDÃO Vistos, relatados e 
discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Primeira Turma, na conformidade 
da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em conceder a ordem de habeas 
corpus, nos termos do voto da Relatora. Presidência do Senhor Ministro Luís Roberto Barroso. 
 
 
3. Justiça Eleitoral 
 
A Justiça Eleitoral julga os crimes eleitorais, artigo 121, CF/88. 
 
Art. 121 da CF/88. Lei complementar disporá sobre a organização e 
competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas 
eleitorais. 
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes 
das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for 
aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis. 
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, 
servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios 
consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e 
pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. 
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo 
as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas 
corpus ou mandado de segurança. 
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá 
recurso quando: 
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou 
de lei; 
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais 
tribunais eleitorais; 
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas 
eleições federais ou estaduais; 
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos 
federais ou estaduais; 
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas 
data ou mandado de injunção.” 
 
 
 Página 6 de 10 
 
Se houver crime eleitoral conexo a crime federal haverá separação de processos, ou seja, o crime federal irá para 
a Justiça Federal e o crime eleitora para a Justiça Eleitoral. HC 222118/ES, Relator Ministro Joel Ilan Paciornik, DJe 
08/02/17 
 
EMENTA 
Dados Gerais: HC 222118/ES 
Relator Ministro Joel Ilan Paciornik 
Publicação: DJe 08/02/17 
Julgado: 02/02/2017 
Decisão: HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA E ESTELIONATO MAJORADO CONTRA O INSTITUTO 
NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. EFETIVO PREJUÍZO AOS COFRES DO 
INSS. INEXISTÊNCIA DE FLAGRANTE ILEGALIDADE. EVENTUAL CRIME ELEITORAL DEVE SER ANALISADO EM AÇÃO 
PENAL AUTÔNOMA. PRECEDENTES. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 1. Tendo sido a infração penal 
praticada em detrimento de interesse da entidade autárquica está configurada a competência da Justiça 
Federal, conforme dispõe o art. 109, IV, da Constituição Federal. A alegada finalidade eleitoral da conduta não 
demove o interesse do INSS, que experimentaria o prejuízo financeiro. Como o Direito Penal pune somente 
atos e não intenções, sem que tivesse havido a concessão fraudulenta de benefícios previdenciários, não 
haveria que se falar na pretensão de angariar potenciais eleitores às custas do INSS. Ademais, nos termos da 
pacífica jurisprudência desta Corte Superior, a eventual ocorrência do delito previsto no art. 299 do Código 
Eleitoral, nos termos do alegado pelo impetrante, seu julgamento ocorrerá de forma autônoma sem 
interferência nos autos da ação penal relativa ao crime de estelionato previdenciário. Precedentes. 2. Habeas 
Corpus não conhecido. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, não conhecer do 
pedido. Os Srs. Ministros Felix Fischer, Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Ribeiro Dantas votaram com 
o Sr. Ministro Relator. SUSTENTARAM ORALMENTE: DR. MÁRCIO DELAMBERT MIRANDA FERREIRA (P⁄PACTE) E 
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 
 
 
JUSTIÇA FEDERAL 
 
Competência da Justiça Federal, artigo 109, CF/88 
 
“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública 
federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes 
ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as 
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e 
Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado 
estrangeiro ou organismo internacional; 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em 
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas 
entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as 
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da 
Justiça Eleitoral; 
 
 Página 7 de 10 
 
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, 
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse 
ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º 
deste artigo; (Incluído pela EmendaConstitucional nº 45, de 2004) 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos 
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem 
econômico-financeira; 
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou 
quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não 
estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; 
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de 
autoridade federal, excetuados os casos de competência dos 
tribunais federais; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada 
a competência da Justiça Militar; 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a 
execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença 
estrangeira, após a homologação, as causas referentes à 
nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
XI - a disputa sobre direitos indígenas. 
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção 
judiciária onde tiver domicílio a outra parte. 
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na 
seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver 
ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja 
situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. 
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do 
domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem 
parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a 
comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa 
condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também 
processadas e julgadas pela justiça estadual. 
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre 
para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de 
primeiro grau. 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o 
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o 
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais 
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, 
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito 
ou processo, incidente de deslocamento de competência para a 
Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004)”. 
 
 
 
1. Artigo 109, IV, CF/88: Justiça Federal não julga contravenção penal. 
 
 Página 8 de 10 
 
Se a contravenção estiver conexa a um crime federal haverá a separação. Ainda que conexa a crime federal 
haverá a separação. Conflito de Competência 149006/MG, Ministra Relatora Maria Thereza, DJe 04/10/16. 
 
2. Artigo 109, IV, CF/88: Justiça Federal julga crime político. 
 
Quem julga o crime político? 
Da sentença que julga o crime político cabe Recurso Ordinário Constitucional (ROC) para o STF, artigo 102, II, b, 
CF/88. 
 
Art. 102, II, b da CF/88. Compete ao Supremo Tribunal Federal, 
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
II - julgar, em recurso ordinário: 
b) o crime político;” 
 
 
3. Artigo 109, IV, CF/88: a Justiça Federal julga os crimes praticados contra bens, serviços, interesses da União, 
suas Autarquias e Empresas Públicas Federais. 
 
3.1. Autarquias Federais: INSS, OAB, Banco Central 
Atenção! 
A OAB é considerada pelo Supremo uma entidade “sui generis”, mas, para fins de competência é considerada 
Autarquia Federal. 
 
3.2. Empresa Pública Federal: Caixa Econômica Federal. 
 
Atenção! 
EBCT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 
Crimes praticados contra os Correios: 
-Agência explorada pelo próprio Governo a competência será da Justiça Federal. 
-Agência explorada por terceiro, a competência será da Justiça Estadual. 
 
CC 145800/TO, Relator Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 25/04/2016 
 
EMENTA 
Dados Gerais: CC 145800/TO 
Relator Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, 
Publicação: DJe 25/04/2016 
Julgado: 13/04/2016 
Decisão: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. INQUÉRITO POLICIAL. ROUBO MAJORADO PELO EMPREGO DE 
ARMA DE FOGO E CONCURSO DE AGENTES. POSTO DA AGÊNCIA DOS CORREIOS E TELÉGRAFOS. CONTRATO 
ENTRE A ECT E O BANCO DO BRASIL, GARANTINDO O RESSARCIMENTO DE PREJUÍZOS DECORRENTES DE 
ASSALTOS, ROUBOS, FURTOS OU SINISTROS. SITUAÇÃO ASSEMELHADA À DE AGÊNCIA FRANQUEADA DOS 
CORREIOS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. Compete à Justiça Estadual o processamento de inquérito 
policial iniciado para apurar o delito, em tese, de roubo praticado em posto de agência dos Correios e Telégrafos - 
EBCT que se enquadra como agência franqueada. 2. Nos termos da jurisprudência desta Corte, o fundamento que 
justifica a exclusão de danos financeiros à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos quando o furto ou roubo 
ocorre em agência franqueada é o fato de que, no contrato de franquia, a franqueada responsabiliza-se por 
eventuais perdas, danos, roubos, furtos ou destruição de bens cedidos pela franqueadora, não se configurando, 
 
 Página 9 de 10 
 
portanto, real prejuízo à Empresa Pública. Precedentes: CC 116.386/RN, Rel. Ministro GILSON DIPP, TERCEIRA 
SEÇÃO, julgado em 25/05/2011, DJe 07/06/2011 e CC 27.343/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, TERCEIRA SEÇÃO, 
julgado em 08/08/2001, DJ 24/09/2001, p. 235. 3. Não se revela preponderante, para a fixação da competência 
na situação em exame, o fato de que os funcionários da agência de Correios foram ameaçados por armas de fogo, 
pois, a despeito de o delito de roubo tutelar, também, a proteção à integridade física do ser humano, seu aspecto 
primordial relaciona-se à tutela ao patrimônio, até porque o tipo do art. 157 está incluído no capítulo dos delitos 
contra o patrimônio. 4. Conflito conhecido, para declarar a competência do Juízo de Direito da Vara de Axixá do 
Tocantins/TO, o Suscitante, para o processamento e julgamento do presente inquérito policial. 
 
 
 
Carteiro sendo vítima de roubo a competência será da Justiça Federal. HC 314683/SP, Relator Ministro Nefi 
Cordeiro, DJe 15/03/2016. 
 
EMENTA 
Dados Gerais: HC 314683/SP 
Relator Ministro Nefi Cordeiro 
Publicação: DJe 15/03/2016 
Julgado: 08/03/2016 
Decisão: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO. NÃO CABIMENTO. CRIME 
DO ART. 157, DO CÓDIGO PENAL. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA. PACIENTE PROCESSADO E JULGADO PERANTE A 
JUSTIÇA ESTADUAL. DELITO COMETIDO EM DETRIMENTO DA EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. 
COMPETÊNCIA ESTABELECIDA PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL NO ART. 109, IV. REMESSA DOS AUTOS PARA A 
JUSTIÇA COMPETENTE. 1. Ressalvada pessoal compreensão diversa, uniformizou o Superior Tribunal de Justiça ser 
inadequado o writ em substituição a recursos especial e ordinário, ou de revisão criminal, admitindo-se, de ofício, 
a concessão da ordem ante a constatação de ilegalidade flagrante, abuso de poder ou teratologia. 2. "De acordo 
com a jurisprudência deste Sodalício e do Supremo Tribunal Federal, o crime de roubo praticado contra carteiro 
da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, no exercício de suas funções, atrai a competência da Justiça 
Federal para o processo e julgamento da ação penal, nos termos do artigo 109, inciso IV, da Constituição Federal." 
(HC 210.416/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 06/12/2011, DJe 19/12/2011). 3. 
Habeas corpus não conhecido, mas concedida a ordem, de ofício, para, reconhecendo a competência da Justiça 
Federal, anular a sentença e o acórdão proferidos pela Justiça Estadual, facultando-se a ratificação dos autos 
processuais anteriormente praticados. Decisão: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as 
acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos 
votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade,não conhecer do habeas corpus, concedendo, contudo, 
ordem de ofício, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Ericson Maranho (Desembargador 
convocado do TJ/SP), Maria Thereza de Assis Moura, Sebastião Reis Júnior e Rogerio Schietti Cruz votaram com o 
Sr. Ministro Relator. 
 
 
 
3.3. Sociedade de Economia Mista Federal, Súmula 42, STJ 
 
Súmula 42 do STJ. Compete à Justiça Comum Estadual processar e 
julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e 
os crimes praticados em seu detrimento. 
 
Cometer um crime contra a sociedade de Economia Mista Federal a competência será da Justiça Estadual. 
 
 Página 10 de 10 
 
 
Exemplos: Banco do Brasil e Petrobrás. 
 
 
Sociedade de Economia Mista Federal 
 
 
Súmula 42, STJ 
 
 
Justiça Estadual 
 
 
 Banco do Brasil Petrobrás

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