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TEORIAS DA COMUNICAÇÃO Contexto histórico das primeiras pesquisas científicas da comunicação Primeira Guerra Mundial (1914- 1918) Contexto Histórico Segunda Guerra Mundial (1939-1945) Novas demandas, novas práticas, novos meios No início do século XX, as duas Guerras Mundiais levaram à pesquisa e ao desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação e, também, de novas técnicas de propaganda política compatíveis com as necessidades de formação da opinião pública nacional e mundial. Produção industrial de produtos jornalísticos impressos Embora a imprensa seja uma tecnologia de produção e reprodução massiva do século XV, o volume e diversidade de impressos, bem como a velocidade com que eram produzidos, distribuídos e consumidos, no início do século XX, permite que a tomemos como um dos principais partícipes da produção industrial massiva de bens simbólicos. Criação do rádio As primeiras experiências que deram origem à tecnologia do rádio datam do século XX. A partir da década de 1920, o rádio vai se tornar um dos principais veículos de comunicação de massa, instaurando hábitos, criando uma cultura radiofônica . O rádio será um importante instrumento de propaganda política para os regimes autoritários da primeira metade do século XX. Projetor de cinema O cinema será um importante veículo de comunicação de massa, tanto como fonte de entretenimento, quanto como instrumento ideológico. O caráter documental do cinema terá grande importância na construção do imaginário na sociedade de massa. O cinema é um produto da modernidade e, sintonizado com ela, será um transformador da sensibilidade humana. Os novos produtos para o consumo material e simbólico das massas são exibidos nos outdoors, nova forma de comunicação com os indivíduos que assume uma escala compatível com o crescimento vertical e a expansão dos grandes centros urbanos nas sociedades industriais. Propaganda Política Propaganda norte americana contra o nazismo Propaganda norte-americana anti-comunista Pesquisas Norte Americanas A diversidade das pesquisas norte americanas sobre a Comunicação Características: A produção científica sobre a comunicação nos Estados Unidos foi rica e diversa. Algumas pesquisas, teorias e pensadores tiveram projeção nacional e internacional e foram as principais referências durante, pelo menos, a primeira metade do século XX. Esse grupo e suas pesquisas de cunho instrumental, empírico e quantitativo sobre a comunicação massiva ficaram conhecidos pela denominação Mass Communication Research. Outras pesquisas, teorias e autores só ganharam notoriedade mais tarde, a partir da década de 1960, como é o caso do pensamento de Robert Park, da Semiótica e da Escola de Palo Alto. Pesquisas Norte Americanas Escola de Chicago – Representado por Robert Park, Burgess e Cooley 1910 - Estudos com um enfoque microssociológico de processos comunicativos, tendo a “cidade” como local privilegiado de estudo. Semiótica – Representada por Charles Sanders Peirce. Estudos detalhados sobre os múltiplos processos de significação, a partir da concepção de signo, numa perspectiva pragmática. Escola de Palo Alto – Representado por Bateson, Goffman e Watzlawick Referenciais teóricos múltiplos: Antropologia, Sociologia, Psiquiatria, Lingüística e Matemática Compreensão da comunicação como um processo social permanente, a ser estudado a partir de um modelo circular. Entendem a comunicação como interação. Mass Communication Research (décadas 1920 – 1960) Abordagens e autores variados, mas características comuns: a) Orientação empirista (quantitativa) b) Orientação pragmática (política – otimizar resultados) c) Objeto de estudo: comunicação de massa d) Modelos Comunicativos semelhantes – modelos lineares Mass Communication Research Década de 1930 - primeiros estudos, nos Estados Unidos, a partir de demanda pragmática, mais política do que científica. Objetivo: resolver problemas imediatos relativos às questões comunicativas - daí o caráter instrumental desse tipo de pesquisa. - Eram pesquisas encomendadas e financiadas por instituições públicas e privadas: as Forças Armadas, os empresários de comunicação, partidos políticos, o governo. O modelo linear de comunicação O modelo linear é um parâmetro de compreensão do processo, que parte da identificação dos elementos presentes e suas relações. O modelo linear atribui papel decisivo ao eixo emissor ( ou fonte de informação, no caso da Teoria da Informação) e concebe o destinatário com alvo manipulável ou passível de ser persuadido. O modelo linear pressupõe que só há comunicação quando há intenção de comunicar. Modelos lineares A concepção do processo de comunicação implícito na Teoria Hipodérmica As questões-programa de Harold Lasswell O modelo matemático de Shannon e Weaver O modelo de comunicação estrutural-funcionalista Teoria da Informação A Teoria Matemática da Comunicação ou Teoria da Informação não está preocupada com a inserção social da comunicação e sim com sua eficiência técnica. Para tanto buscam a identificação dos elementos presentes no processo e a relação que estabelecem entre si, de forma a detectar os possíveis problemas e resolvê-los, previamente, de forma a garantir um processo eficiente. O modelo que desenvolvem é um modelo linear. A comunicação é entendida como um processo intencional de transmissão de uma mensagem selecionada por uma fonte de informação, codificada por um transmissor que transforma a mensagem em sinais compatíveis com o canal escolhido, o qual transmite esses sinais a um decodificador que converte os sinais em um código compatível ao destinatário. Objetivo: Medir a quantidade de informação possível de ser transmitida sem erro. Podemos dizer que a ideia de comunicação eficiente está associada às seguintes condições: - A maior quantidade possível de dados, compatível com o canal, deve ser transmitida na maior velocidade possível, sem erros (ruído), influenciando o destinatário. A ideia de eficiência pressupõe garantir o isomorfismo da mensagem. A preocupação é econômica. Tipos de Problema num Processo de Comunicação Problema Técnico – problema no canal Problema Semântico – problema de adequação do código em relação à capacidade de compreensão do destinatário Problema de Influência – problema em persuadir Obs: Segundo Weaver, comunicação é a capacidade de uma mente em influenciar outra. Conceitos importantes na Teoria da Informação Informação – grau de liberdade de escolha Entropia – risco de desagregação da mensagem Ruído – falha, erro Redundância – repetição (pode ser entendida e usada como recurso para minimizar a entropia. Mass communication research: b) Corrente Funcionalista: Originada a partir dos estudos de Harold Lasswell. Objetivo: identificar as funções exercidas pela comunicação de massa na sociedade. Corrente Funcionalista Aborda hipóteses sobre as relações entre: Indivíduos X Sociedade X Meios de Comunicação de Massa Linha Sociopolítica; Funcionamento do Sistema Social; Sistema social entendido como organismo que precisa estar em equilíbrio; Harold Lasswell identifica as seguintes funções exercidas pelos meios de comunicação de massa, no sentido de garantir uma boa administração social: a) Vigilância (função de alarme) b) Correlação das partes da sociedade (integração) c) Transmissão da herança cultural (educativa) Charles Whight a) Apresenta uma estrutura conceitual que prevê funçõese disfunções dos meios; b) As funções podem ser latentes ou manifestas. função recreativa Paul Lazarsfeld e Robert Merton: Função de Normatização (Execução de normas sociais) Função de Atribuição de Status (estabilizar e hierarquizar a sociedade); Efeito Narcotizante (disfunção, “efeito colateral, indesejado”) Função de vigilância Função de transmissão da herança cultural Função de Entretenimento Função de Atribuição de Status Função de Normatização Disfunção Narcotizante Corrente Funcionalista – contribuição: O centro do problema está nos efeitos provocados pelas mensagens (ou pelos meios de comunicação). Entende que o destinatário será persuadido e não manipulado. Corrente de pesquisa sobre os efeitos: c) Efeitos da Comunicação – Teoria Hipodérmica Originada na década de 20, estudos de audiência, efeitos de campanhas (política e propaganda). O eixo das preocupações é o indivíduo. O termo “hipodérmica” faz alusão ao termo “agulha hipodérmica”, criado por Lasswell para explicar a natureza da ação dos Meios de Comunicação junto aos indivíduos. Outros autores utilizam a denominação de “Teoria da Bala Mágica” ou “Teoria da Correia de Transmissão”. Teoria Hipodérmica A perspectiva sobre os efeitos está fundamentada em teorias em destaque no início do século XX: a) Teorias da sociedade de massa (viam a sociedade industrial do séc. XX com uma multidão onde os indivíduos estão isolados, atomizados, tem laços sociais frágeis) b) Psicologia Behavioristas (entendiam o comportamento humano como resposta a um estímulo externo) Características: a) M.C.M atingem os indivíduos provocando determinados efeitos; b) Os indivíduos são vistos como seres iguais e passivos expostos aos estímulos dos M.C.M A partir da década de 40 os estudos sobre os efeitos assumem maior complexidade Destaque para: a) “Abordagem da Persuasão”: Entre a ação do meio e os efeitos atuava uma série de processos psicológicos, como interesse em determinada informação, preferência por determinado tipo de meio etc. b) “Teoria dos Efeitos Limitados”: Abordagens distintas. Relações dos indivíduos dentro de grupos e seus processos de decisão, nos efeitos das pressões, normas e atribuições do grupo no comportamento e atitudes de seus membros. c) “Teoria da Dissonância Cognitiva”: Um conjunto de pressupostos acerca da natureza do comportamento humano e suas motivações em relação ao mundo que é experimentado por cada indivíduo. d) “Abordagem Empírica de Campo”: Reações imediatas de audiência. Estudar os fatores de mediação existentes entre os indivíduos e os meios de comunicação de massa. A partir dos anos 60 a Teoria Hipodérmica dialoga de forma mais consistente com outros estudos: a) Semiótica b) Escola de Palo Alto c) Estudos Culturais d) Semiologia Deste diálogo resulta novas abordagens: a) Usos e Gratificações: a principal pergunta “o que os meios de comunicação fazem com as pessoas?”. O receptor passa a ser visto como um sujeito agente (capaz de interpretar) b) Teoria dos Efeitos a Longo Prazo (agenda setting): Construção teórica que pensa a ação dos meios não como formadores de opinião, causadores de efeitos diretos, mas como alteradores da estrutura cognitiva das pessoas (lavagem cerebral – “agendamento”) Panorama: A partir da década de 60 a corrente americana (estudos sobre os efeitos) conheceu uma grande evolução nos seus estudos. Saiu de um modelo simples (processo linear) para um modelo complexo (influência de diversos fatores).
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