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Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 1 MÓDULO 2 – Metálicas: Estados Limites, Ações e Combinações 1. SEGURANÇA DE UMA ESTRUTURA A segurança de uma estrutura esta associada à capacidade que a mesma apresenta de suportar as diversas ações que vierem a solicitá-la durante sua vida útil, preenchendo as condições funcionais para as quais a edificação foi destinada. RESISTÊNCIA (Rd) AÇÕES (Sd) Ações e seus efeitosResistência da estrutura em relação às ações CONDIÇÃO DE SEGURANÇA Rd Sd SEGURANÇA A finalidade do cálculo é garantir uma segurança apropriada contra a ruína da estrutura e de seus elementos construtivos e assegurar a utilização normal durante sua vida útil. Destaca-se a impossibilidade de se construir uma estrutura 100% segura, ou seja, a possibilidade de ocorrência de acidentes nunca é zero. 2. MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES Estado limite é quando uma estrutura ou uma das suas partes torna-se imprópria para o uso normal, porque deixa de cumprir suas funções ou não satisfaz mais as condições para as quais ela foi concedida. Este método é classificado em duas categorias: 2.1 Estado limite último: aqueles correspondentes ao valor máximo da capacidade portante de uma estrutura. Sua simples ocorrência determina a participação no todo ou em parte do uso da construção. Por exemplo: • Perda de equilíbrio global ou parcial, admitida a estrutura como corpo rígido; • Ruptura ou deformação plástica excessiva dos materiais; • Transformação da estrutura, no todo ou em parte, em sistema hipostático; • Instabilidade por deformação; • Instabilidade dinâmica; 2.2 Estado limites de serviço (ou de utilização): estados que por sua ocorrência, repetição ou duração causam efeitos estruturais que não respeitam as condições especificadas para o uso normal da construção ou que são indícios de comprometimento da sua durabilidade. Por exemplo: • Danos ligeiros ou localizados que comprometem a estética ou a durabilidade; • Deformações excessivas que afetam a utilização normal ou a estética; • Vibração excessiva ou desconfortável; Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 2 3. Valor característico Valor característico é um valor associado a uma determinada probabilidade de não ser ultrapassado no sentido mais desfavorável pelos elementos de um dado lote de material. RESISTÊNCIA De n sid a de de pr o ba bi lid a de fk 5% AÇÕES De n sid a de de pr o ba bi lid a de F 25 a 35% - Ação Variável 50% - Ação Permanente k 4. Ações 4.1 Definições Ação é toda influência exercida sobre um corpo capaz de produzir um estado de tensão ou modificar um estado de tensão já existente. Solicitação: esforço ou conjunto de esforços (N, M, V, MT, R) que devido às ações atua sobre a estrutura. Resistência: capacidade resistente ou o limite do nível e de solicitação além do qual surgem desempenhos inaceitáveis. 4.2 Classificação das Ações segundo a NBR8681 a) ações permanentes são as que ocorrem com valores constantes ou pequena variação em torno de sua média, durante praticamente toda a vida da construção. • Ações permanentes diretas: peso próprio da estrutura, pesos próprios dos elementos construtivos permanentes, pesos dos equipamentos fixos, etc... • Ações permanentes indiretas: recalques de apoio, protensão e a retração dos materiais. b) ações variáveis são as que ocorrem com valores que apresentam variações significativas em torno de sua média, durante a vida da construção. Consideram-se como ações variáveis as cargas acidentais (ou sobrecargas atuam nas construções em função de seu uso: pessoas, móveis, materiais diversos, veículos - NBR 6120) das construções, os efeitos do vento, das variações de temperatura, etc. • Ações variáveis normais: são as que têm probabilidade de ocorrência suficientemente grande para que sejam obrigatoriamente consideradas no projeto das estruturas de um dado tipo de construção. • Ações variáveis especiais: são ações sísmicas (abalos, tremores) ou cargas acidentais de natureza ou de intensidade especial. c) Ações excepcionais são as que possuem duração extremamente curta e probabilidade muito baixa de ocorrência durante a vida da construção, mas devem ser consideradas nos projetos de determinadas estruturas. Ex: explosões, choques de veículos, incêndios, enchentes e sismos excepcionais. (Normas Brasileiras Especificas). Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 3 5. Valores de cálculo das Ações kfd FF ⋅γ= Fd => Valor de cálculo da ação; Fk => Valor característico da ação; γf => Coeficiente de ponderações das ações 321f γ⋅γ⋅γ=γ • γ1 considera a variabilidade das ações; • γ2(= ψo) leva em conta o fato de ser muito baixa a probabilidade de ocorrência de duas ações variáveis simultaneamente (Tabela 2 NBR 8800/08); • γ3 leva em conta todas as imperfeições de execução ou de cálculo; O produto ( 31 γ⋅γ ) é representado por gγ para ações permanentes e qγ para ações variáveis (Tabela 1 NBR 8800/08). OBS: No caso de estados limites de serviço γf = 1, salvo exigência ao contrário. 6. Valores de cálculo das resistências m k d ff γ = fd => Valor de cálculo da resistência; fk => Valor característico da resistência; γm => Coeficiente de ponderações das resistências (Tabela 3 NBR 8800/08) 7. Combinações de Ações Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidade não desprezáveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período. 7.1 Combinações últimas podem ser: • Normais => decorrem do uso previsto para a edificação, deve ser considerada sempre. • Especiais => quando tiver ações variáveis de natureza ou intensidade especial; • De construção => ELU já durante a fase de construção; • Excepcionais => quando tiver ações excepcionais; EQUAÇÕES • Combinações últimas normais )F(F)F(F k,jQj0 n 2j jqk,1Q1qk,Gi m 1i gid ψγ+γ+γ= ∑∑ == • Combinações últimas especiais ou de construção Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 4 )F(F)F(F k,jQef,j0 n 2j jqk,1Q1qk,Gi m 1i gid ψγ+γ+γ= ∑∑ == • Combinações últimas excepcionais )F(F)F(F k,jQef,j0 n 1j jqexc,Qk,Gi m 1i gid ψγ++γ= ∑∑ == 7.2 Combinações de serviço são classificadas de acordo com sua permanência na estrutura. • Quase permanentes => atuam durante grande parte do período de vida da estrutura; • Freqüentes => se repetem muitas vezes durante o período de vida da estrutura; • Raras => atuam no máximo algumas horas durante o período de vida da estrutura; EQUAÇÕES • Combinações quase permanentes de serviço )F(FF k,jQj2 n 1j m 1i k,Giser ψ+= ∑∑ == • Combinações freqüentes de serviço )F(FFF k,jQj2 n 2j k,1Q1 m 1i k,Giser ψ+ψ+= ∑∑ == • Combinações raras de serviço )F(FFF k,jQj1 n 2j k,1Q m 1i k,Giser ψ++= ∑∑ == OBS: No anexo C da NBR 8800/08 “Deslocamentos Máximos” para verificação dos deslocamentos máximos em terças de cobertura (L/180) deve se considerar combinações raras de serviço. Referências Bibliográficas: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008. ______. NBR 6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 1980. ______. NBR 8681: Ação e segurança nas estruturas - Procedimento. Rio de Janeiro, 2003. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 5 MÓDULO 2 – Madeira: Critério de dimensionamento à compressão paralela às fibras (λ ≤ 40) - Madeiras1. MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS 1.1 Compressão paralela às fibras O critério de dimensionamento depende diretamente do índice de esbeltez (λ) Onde: Lo=Lfl=L → para extremidades indeslocáveis por flexão; Lo=Lfl=2.L → para uma extremidade engastada e outra livre; rmin ou imin → raio de giração mínimo de sua seção transversal; I → momento de inércia; A → área da seção transversal; Para peças curtas λ ≤ 40 (sem flambagem) Condição de Segurança: Onde: σco,d → tensão de compressão paralela às fibras solicitante de cálculo; Fd → força axial de compressão paralela às fibras solicitante de cálculo; A → área da seção transversal; fco,d → resistência à compressão paralela às fibras resistente de cálculo; fco,k → resistência à compressão paralela às fibras característica de cálculo; kmod → coeficiente de modificação; γwc → coeficiente de minoração da resistência à compressão paralela às fibras; Referências Bibliográficas: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 7190: Cálculo e execução de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 2004.
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