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ecologia - odum(7)

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Ecologia
Odum 1985
Ecologia: interação dos organismos com os organismos, conforme funcionam nos ecossistemas. 
Os organismos não se adaptam simplesmente de forma passiva as forças físicas e químicas, porém modificam, mudam e regulam ativamente o ambiente físico dentro de limites impostos pelas leis naturais que determinam a transformação da energia e a ciclagem de nutrientes.
Dinâmica de Populações
1. Propriedades do grupo Populacional
	População: qualquer grupo de organismos da mesma espécie que ocupa um espaço determinado e funciona como uma parte de uma comunidade biótica.
	Comunidade Biótica: conjunto de populações que funcionam como uma unidade integradora, através de transformações metabólicas co-evoluídas numa dada área de habitat físico.
	Características de uma população: densidade, natalidade, mortalidade, distribuição etária, potencial biótico, dispersão e forma de crescimento. E características genéticas: adaptatividade, fitness reprodutivo e persistência.
	
Densidade
	É o tamanho da população em relação a alguma unidade de espaço, expressa por unidade de indivíduo ou biomassa por unidade de área ou volume.
Densidade bruta: número por unidade de espaço total.
Densidade específica ou ecológica: número por unidade de espaço do habitat (área disponível que realmente pode ser colonizada pela população).
Abundância relativa: podem ser relativos a tempo, como número de aves observadas por hora. Importante para saber como a população está mudando. Porcentagem de indivíduos numa amostra.
Freqüência de ocorrência: porcentagem das áreas amostradas ocupadas por uma espécie.
Valor de importância: combinação de abundância relativa e freqüência de ocorrência, mais utilizados em estudos de vegetação.
As densidades encontradas nas populações estão relacionadas com o nível trófico e com o tamanho de indivíduo. Quanto menor o nível trófico mais alta será a densidade.
"Os números atribuem importância excessiva a organismos pequenos, e a biomassa atribui importância excessiva a organismos grandes". Os componentes do fluxo energético fornecem um índice mais adequado para se compararem todas populações de um ecossistema.
Medidas e termos aplicados a populações:
- área basal: usado para vegetais, é a área total da seção transversal dos troncos;
- índices de abundância relativa: amplamente usadas para animais e plantas terrestres maiores.
Métodos classificados em amplas categorias:
- Censos totais: organismos grandes e bem visíveis, ou organismos que se agregam em colônias de reprodução, ex. aves marinhas e focas;
- Amostragem por quadrantes: (quadrantes e transectos) fornecem uma estimativa da densidade da área amostrada;
- Métodos e marcação e recaptura: animais móveis, uma amostra da população é capturada, marcada e liberada, uma porção de indivíduos marcados numa amostra posterior é usada para determinar as populações totais;
- Amostragem por retiradas: o número de organismos retirados de uma área, em amostras sucessivas, é plotado nas ordenadas de um gráfico, e o número anteriormente removido é plotado nas abscissas. Se a probabilidade de captura permanece razoavelmente constante, os pontos do gráfico formaram uma reta que poderá ser estendida até o ponto 0, o que indica uma retirada teórica de 100% da população da área;
- Métodos sem área: aplicáveis a organismos sésseis, tais como árvores. O método de quadrantes é um exemplo - a partir de uma série de pontos aleatórios, mede-se a distância até o indivíduo mais próximo em cada um de 4 quadrantes. A densidade por unidade de área pode ser estimada por distância média.
Natalidade
	É a capacidade de uma população aumentar.
Taxa de natalidade: produção de novos indivíduos de qualquer organismo.
Natalidade máxima: (fisiológica ou absoluta), é a produção máxima teórica de novos indivíduos sob condições ideais.
Natalidade ecológica ou realizada: refere-se ao aumento populacional sob condições reais ou específicas do ambiente. Não é constante, varia conforme as condições. 
Taxa de natalidade absoluta ou bruta: número de novos indivíduos e o tempo.
Taxa de natalidade específica: número de novos indivíduos produzidos por unidade de tempo por uma população.
Mortalidade
	Morte dos indivíduos numa população. A mortalidade, assim como a natalidade, varia muito com a idade, principalmente nos organismos superiores.
Taxa de mortalidade: pode ser definida como número de indivíduos que morrem num dado período (óbitos por unidade de tempo).
Mortalidade ecológica ou realizada: perda de indivíduos sob uma dada condição do ambiente, não é uma constante, varia com as condições do ambiente.
Mortalidade mínima: teórica, constante para uma população, é a perda sob condições ideais ou não limitantes.
Longevidade fisiológica: mesmo em condições ótimas os indivíduos morreriam por velhice, porém seria maior que a longevidade ecológica média.
Taxa de sobrevivência: 1 menos a taxa de mortalidade.
Tabela de Vida
 Vários modelos de tabela de vida podem ser feitas, conforme os dados obtidos.
	Idade (anos)
	Idade como porcentagem de desvio do tempo médio de vida
	Número de mortes no intervalo etário em 1000 nascidos
	Número de sobreviventes no início do intervalo etário em 1000 nascidos
	Mortalidade por 1000 indivíduos vivos no início do intervalo etário
	Expectativa de vida ou tempo médio de vida que resta para os que atingem o intervalo etário (anos)
	x
	x'
	dx
	lx
	1000qx
	ex
Distribuição Etária da População
	Importante característica da população, influencia tanto a natalidade como a mortalidade. As proporções entre vários grupos etários de uma população determinam o estado reprodutivo atual da mesma e indicam o que poderá ser esperado no futuro. Ex. populações em crescimento rápido apresentam grande quantidade de jovens, uma população estacionária apresentará distribuição uniforme de idades. A estrutura etária pode ser expressa por 3 idades ecológicas:
- pré-reprodutiva;
- reprodutiva;
- pós-reprodutiva.
	
2. Conceitos Básicos de Taxas
	Curvas de crescimento em forma de S e curvas de taxa de crescimento em forma de morro, muitas vezes, são características de populações em estágios pioneiros de crescimento.
3. A Taxa Intrínseca de Aumento Natural
	É quando existe uma distribuição etária estacionária e estável, taxa específica de crescimento.
	A taxa geral de crescimento da população sob condições ambientais limitadas (r) depende da composição etária e das taxas específicas de crescimento devidas à reprodução dos grupos etários competentes.
	Potencial biótico: (Chapman 1928) capacidade reprodutiva máxima. Propriedade inerente de um organismo de se reproduzir, de sobreviver, ou seja, de aumentar quantitativamente.
4. Forma de Crescimento Populacional
* Curva de crescimento em forma de J: a densidade aumenta rapidamente, de forma exponencial, parando abruptamente quando a resistência ambiental ou outro limite se torna efetivo mais ou menos repentinamente, pode não ocorrer equilíbrio, a população flutua constantemente;
* Curva de crescimento sigmoidal (S): a população aumenta lentamente no início, depois mais rapidamente, mas logo a taxa de aumento vai diminuindo aos poucos até que a o equilíbrio ser alcançado e mantido.
5. Flutuações e Oscilações "Cíclicas" de Populações
	Quando populações completam seu crescimento, a densidade populacional tende a flutuar para cima e para baixo do nível de estado constante. Freqüentemente as flutuações resultam de mudanças sazonais ou anuais na disponibilidade de recursos, ou podem ser aleatórias. Contudo, algumas populações oscilam tão regularmente que podem ser consideradas cíclicas.
Flutuações:
Mudanças sazonais no tamanho da população, ligadas a mudanças sazonais nos fatores ambientais.
Flutuações anuais;
Controladas primordialmente por diferenças anuais em fatores extrínsecos (temp. precip....);Fatores intrínsecos, oscilações controladas primordialmente pela dinâmica populacional.
As oscilações são mais pronunciadas em ecossistemas menos complexos de regiões setentrionais. E, embora abundâncias máximas possam ocorrer simultaneamente em grandes áreas, os máximos na mesma espécie, em regiões diferentes, não coincidem sempre, de alguma forma.
As teorias para explicar os ciclos regulares, podem ser agrupadas em várias categorias:
- teorias meteorológicas,
- teoria de flutuação aleatória;
- teoria de interações populacionais;
- teorias de iterações de níveis tróficos.
6. Ações Independentes da Densidade e Ações Dependentes da Densidade no Controle da População
	O tamanho da população tende a ser influenciado principalmente por fatores físicos, tais como condições meteorológicas, correntes aquáticas, condições limitantes químicas, poluição, etc. Qualquer fator, seja limitante, seja favorável a uma população é:
	Independente da densidade: se o efeito ou a ação independe do tamanho da população; ex. fatores climáticos (em sua maioria).
	Dependente da densidade: se o efeito sobre a população é função da densidade; geralmente é direta, por ser intensificada a medida que a população aproxima-se do limite superior. Agem como reguladores da densidade, considerado um dos principais agentes responsáveis pelo controle de superpopulações.
7. Estruturas das Populações: Padrões Internos de Distribuição (Dispersão)
	Os indivíduos de uma população podem estar distribuídos segundo 3 padrões gerais:
	Aleatório: ocorre onde o ambiente é muito uniforme e não há tendências a agregação.
	Uniforme (regular): pode ocorrer onde a competição entre indivíduos é severa ou onde há um antagonismo positivo que provoca um espaçamento uniforme.
	Agregado (irregular): padrão mais comum, existe uma tendência aos indivíduos formarem grupos ou casais. Podendo ser:
	agregado aleatório;
	agregado uniforme;
	agregado agregado;
	Conhecer os padrões de distribuição é importante para se definir o método de amostragem.
8. Estrutura das Populações: Agregação, o Princípio de Alee e Áreas de Dormida
	A agregação das populações resulta de que os indivíduos se juntam:
Em resposta a diferenças locais entre habitats:
Em resposta a mudanças meteorológicas diárias e sazonais:
Por causa dos processos reprodutivos:
Por causa das atrações sociais:
As vantagens da vida em grupo tem que compensar os gastos com competição por alimento, espaço... . 
Princípio de Alee: uma densidade baixa (falta de agregação), bem como uma densidade excessiva, pode ser limitante.
Refuging = área de dormida: locais em que grandes grupos de animais, organizados socialmente, estabelecem-se, se dispersam e retornam regularmente ao satisfazerem suas necessidades de alimento ou outras formas de energia.
9. Estrutura Populacional: Isolamento e Territorialidade
	As forças que isolam ou espacejam os indivíduos, casais ou pequenos grupos de uma população talvez não ocorram tão amplamente quanto aquelas que favorecem a agregação, mas essas forças, são muito importantes para aumentar o fitness e, possivelmente, também para regular a população. O isolamento geralmente é resultado de:
Competição entre indivíduos por recursos reduzidos em oferta;
Antagonismo direto, envolvendo respostas comportamentais em animais superiores e mecanismos químicos de isolamento (antibióticos e alelopatia).
Área de permanência: área defendida, de forma que haja pouca ou nenhuma sobreposição de espaço.
Territórios: antagônicos, parece ser mais pronunciado nos vertebrados.
10. Repartição e Otimização da Energia: Seleção r e Seleção k
	A energia adicional ou líquida, necessária para a reprodução e, portanto, para a sobrevivência de gerações futuras, implica energia dedicada a estruturas reprodutivas, atividades de acasalamento, produção da prole, cuidado dos pais...
	Seleção r: ambientes com baixa densidade, a pressão seletiva favorece espécies com potencial reprodutivo alto. 
Seleção k: as condições de alta densidade favorecem organismos com um potencial de crescimento menor, mas com melhores capacidades para utilizar e competir por recursos escassos (investe mais na manutenção e sobrevivência do indivíduo).
Alocações hipotéticas de energia líquida entre três atividades principais:
1. energia para fazer frente à competição de outras espécies que lutam pelos mesmos recursos;
2. energia gasta para evitar ser comido por predadores;
3. energia para gerar a prole.
11. Integrações: características e táticas Bionômicas
	Cada espécie desenvolve uma combinação adaptativa das características populacionais. Embora a bionomia de cada espécie seja única, várias táticas bionômicas básicas podem ser reconhecidas, e a combinação de características que é típica de organismos que vivem em circunstâncias específicas pode, até um certo ponto, se previstas.
Populações em Comunidades
1. Tipos de Interações entre Duas Espécies
Neutralismo (0,0): nenhuma população é afetada pela associação da outra;
Competição do tipo de inibição mútua (-,-): as duas populações inibem ativamente uma a outra;
Competição do tipo uso de recursos (-,-): cada população afeta adversamente a outra, de forma indireta, na luta por recursos limitados;
Amensalismo (-,0): uma população é inibida e a outra não é afetada; 
Parasitismo e predação (+,-): uma população afeta adversamente a outra através de um ataque direto, dependendo, entretanto, da outra;
Comensalismo (+,0): uma população se beneficia enquanto a outra não é afetada;
Protocooperação (+,+): as duas populações são beneficiadas pela associação, embora as relações não sejam obrigatórias;
Mutualismo (+,+): o crescimento e a sobrevivência das duas populações são beneficiadas e nenhuma consegue sobreviver em condições naturais sem a outra.
Três princípios baseados nestas categorias são especialmente dignos de ênfase:
Interações negativas tendem a predominar em comunidades pioneiras ou em condições perturbadas, onde a seleção r neutraliza uma alta mortalidade;
Na evolução e desenvolvimento de ecossistemas, as interações negativas tendem a ser minimizadas em favor da simbiose positiva, que melhora a sobrevivência das espécies interativas;
Associações recentes ou novas têm maior probabilidade de desenvolver interações extremamente negativas do que associações mais antigas.
2. Competição Interespecífica e Coexistência
Competição: refere-se à interação de dois organismos que procuram a mesma coisa. 
Competição interespecífica: é qualquer interação que afeta adversamente o crescimento e sobrevivência de duas ou mais populações de espécies.
Princípio da exclusão competitiva: tendência de a competição provocar uma separação ecológica entre espécies estreitamente aparentadas ou que, por outros motivos, têm grande semelhança.
A competição provoca muitas adaptações seletivas que facilitam a coexistência de uma diversidade de organismos numa dada área ou comunidade.
Alelopatia: termo geralmente usado para a secreção de mensageiros químicos que fornecem uma vantagem competitiva de uma espécie sobre a outra.
Princípio de Gause ou Princípio da Exclusão Competitiva: explicação da separação de espécies estreitamente aparentadas.
	Três modelos possíveis propostos por Philip (1955) podem servir como base para a observação, análise e experimentação futura:
Competição imperfeita: onde a competição interespecífica é um fator limitante, mas não é até o ponto da eliminação completa da arena de interações de um dos competidores;
Competição perfeita: uma espécie é eliminada, pouco a pouco, na competição por recursos mútuos, á medida que aumenta a densidade populacional;
Competição hiper-perfeita: os efeitos depressores são grandes e imediatos, como na produção de antibióticos. 
3. Predação, Herbivoria, Parasitismo e Alelopatia (Antibiose)
Predação e parasitismo: interações entre duas populaçõesque resultam em efeitos negativos no crescimento e sobrevivência de uma população e um efeito positivo eou benéfico a outra.
Herbivoria: quando o predador é um consumidor primário e a presa ou hospedeiro é um produtor primário.
Alelopatia ou Antibiose: quando uma população produz uma substância prejudicial a uma população competidora.
A seleção natural tende a levar a uma redução dos efeitos prejudiciais, ou a eliminação total da interação, uma vez que depressão intensa e contínua de uma população de presa ou hospedeiro por parte da população de predador ou parasita só pode levar a extinção de uma ou ambas as populações.
4. Interações Positivas: Comensalismo, Cooperação e Mutualismo
	Podem ser consideradas como uma série evolutiva da seguinte maneira:
- Comensalismo: uma população é beneficiada;
- Protocooperação: as duas populações são beneficiadas;
- Mutualismo: as duas populações são beneficiadas, tornando-se totalmente dependente uma da outra.
5. Conceitos de Habitat, Nicho Ecológico e Guilda
Habitat: de um organismo é o lugar onde ele vive, ou o lugar para onde alguém iria para procurá-lo.
Nicho ecológico: inclui não apenas o espaço físico ocupado pelo organismo, como também o seu papel funcional na comunidade e a sua posição em gradientes ambientais de temperatura, umidade, pH, solo e outras condições de existências.
Nicho espacial ou habitat
Nicho trófico
Nicho multidimensional ou hipervolume
Guildas: grupos de espécies com papéis e dimensões de nichos comparáveis dentro de uma comunidade.
Equivalentes ecológicos: espécies que ocupam o mesmo nicho em regiões geográficas diferentes.
6. Diversidade de Espécies, diversidade de Padrões e Diversidade Genéticas nas Comunidades
Diversidade de espécies
Riqueza: número total de espécies presentes (também chamada de densidade de espécies);
Uniformidade ou eqüitabilidade: baseada na abundância relativa de espécies e o grau da sua dominância ou falta desta.
A diversidade de espécies tende a aumentar com o tamanho da área e desde alta latitudes até o Equador.
Diversidade de padrões: 
Padrões de zonação: segregação horizontal, como montanhas ou zona intertidal;
Padrões de estratificação: em camadas verticais, como perfis de vegeratção e de solo;
Padrões periodicidade: de atividade;
Padrões disposição em manchas:
Padrões de redes alimentares: organização de redes em cadeias alimentares;
Padrões reprodutivos: associações entre pais e filhotes, clones vegetais...;
Padrões sociais: bandos e rebanhos;
Padrões coativos: resultando sa competição antibiose, mutualismo...;
Padrões estocásticos: resultando de forças aleatórias.
Diversidade genética: a manutenção de heterozigosidade genotípica, polimorfismo e outras formas de variabilidade genética, que consistem uma necessidade adaptativa de populações naturais.
Diversidade alfa: diversidade dentro de um habitat ou dentro de uma comunidade;
Diversidade beta: diversidade entre habitats;
Diversidade gama: diversidade de uma grande área regional, bioma, continente, ilha ...
São utilizadas duas amplas abordagens para se analisar a diversidade de espécies em situações diferentes:
Curvas de abundância relativa do componente de diversidade: linha formada a partir da junção dos pontos plotados dos números de indivíduos para cada espécie, com as espécies plotadas na abcissa, em seqüente desde a mais abundante até a menos abundante. 
Índices de diversidade: os mais usados
Índice de Riqueza de Espécies;
Índice de Simpson;
Índice de Shannon;
Índice de Uniformidade de Pielou.
7. Populações e Comunidades em Gradientes Geográficos: Ecotones e Conceito de Efeito de Borda
	A disposição das populações e comunidades dentro de uma dada região geográfica ou áreas de paisagem têm sido caracterizadas por duas abordagens contrastantes:
Zonas: comunidades discretas são reconhecidas, classificadas e listadas num tipo de catalogação de tipos de comunidades;
Análise de gradientes: envolve a disposição da população ao longo de um gradiente ou eixo ambiental uni ou multidimensional, com o reconhecimento da comunidade baseado em distribuições de freqüências, em coeficientes de similaridade ou em outras comparações estatísticas.
Ordenação: usado para designar a disposição de populações específicas e comunidades ao longo do gradiente;
Série contínua: designa o gradiente que contém as populações ou comunidades ordenadas.
Ecotone: transição nítida entre duas ou mais comunidades diversas. Esta zona de contato pode possuir uma extensão linear considerável, porém é mais estreita do que as próprias áreas comunitárias adjacentes. A comunidade freqüentemente contém muitos organismos de cada uma das comunidades sobrepostas, e além desses, organismo característicos de ecotone, muitas vezes são restritos a ele.
Efeito de borda: a tendência ao aumento de variedade e densidade em zonas de contato entre comunidades.
8. Paleoecologia: Estrutura das Comunidades em Épocas Passadas
	O estudo da biota passada numa base de conceitos e métodos ecológicos, até o ponto em que estes podem ser aplicados. Estudo das interações da Terra, atmosfera e biosfera, no passado. Pressupostos da paleoecologia:
- que a operação dos princípios ecológicos foi essencialmente igual durante vários períodos geológicos;
- a ecologia de fósseis pode ser inferida a partir do que se sabe sobre espécies equivalentes ou aparentadas que vivem na atualidade.
9. De Populações a Comunidades a Ecossistemas
	Abordagens de Cody (1947):
Estudar variações ambientais experimentalmente induzidas, para se determinar o significado operacional dos padrões populacionais observados no sistema não perturbado;
Estudar variações que ocorrem naturalmente no ambiente, para revelar padrões significativos.
Roteiro de Foin e Jain (1977) para se integrar a biologia populacional e a ciência de ecossistemas:
realizar analise descritiva, porém não em profundidade, daquelas propriedades do nível de comunidade consideradas relevantes para as metas de estudo (diversidade, composição...);
gerar uma hipótese sobre a estrutura e função da comunidade para aquelas propriedades consideradas importante;
selecionar, para um estudo detalhado, aquelas populações envolvidas nos processos da comunidade;
construir um modelo matemático a partir dos dados populacionais, para determinar até que ponto é possível imitar o ecossistema em questão.
Desenvolvimento e Evolução no Ecossistema
1. A Estratégia de Desenvolvimento do Ecossistema
	O desenvolvimento do ecossistema também chamado de sucessão ecológica envolve mudanças na estrutura de espécies e processos de comunidades ao longo do tempo. Quando não é interrompida por forças externas, a sucessão é bastante direcionada e até mesmo previsível.
Sucessão autogênica (autogerada): as mudanças sucessionais são determinadas, em grande parte, por interações internas. 
Sucessão alogênica (gerada externamente): as forças externas no ambiente de entrada (tempestades e incêndios) afetam ou controlam regularmente as mudanças.
A proporção entre biomassa e produção (B/P) aumenta durante a sucessão até que um ecossistema estabilizado é atingido, em que um máximo de biomassa (ou alto conteúdo de informação) e função simbiótica entre os organismos é mantido por unidade de fluxo energético disponível.
Sere: seqüência inteira de comunidades que se substituem umas às outras numa dada área.
Estádios serais ou de desenvolvimento ou pioneiros: são as comunidades relativamente transitórias;
Clímax: sistema estabilizado, o qual persiste (teoricamente) até ser afetado por perturbações;
A sucessão pode se dar por:
Sucessão autotrófica: P > R
Sucessão heterotrófica: P < R (R = a respiração da comunidade)
Sucessão primária: geralmente ocorre em substratos previamente desocupados (ex. campo de lava);
Sucessão secundária: geralmente se dá num local anteriormente ocupadopor uma comunidade (ex. floresta derrubada e campo agrícola abandonado).
Odum e Pinkerton (1955) a partir lei "de energia máxima em sistemas biológicos" de Lotka (1925) assinalaram que a sucessão envolve um deslocamento fundamental de fluxos energéticos, cada vez mais energia sendo dedicada a manutenção (respiração) à medida que acumula a biomassa existente de matéria orgânica viva e morta.
Dependente de perturbação: expressão usada com freqüência para se designarem ecossistemas especialmente adaptados a perturbações recorrentes, em virtude de eles incluírem processos e espécies de recuperação rápida.
Florística de revezamento: mudanças na composição de espécies da vegetação.
Modelo de facilitação: espécies do início do sere mudam as condições de existência, preparando, assim, o caminho para invasores posteriores;
Modelo de inibição: as primeiras espécies resistem a invasão permanecendo até serem substituídas por causa da competição, predação ou perturbação.
2. O Conceito de Clímax
	Comunidade final ou estável numa série de desenvolvimental (sere). Teoricamente, autoperpetuante porque está em equilíbrio dentro de si mesma e com o habitat físico.
	Para uma dada região é conveniente, embora totalmente arbitrário, reconhecer:
Um único clímax regional ou climático que está em equilíbrio com o clima geral;
Um número variável de clímaces locais ou edáficos, os quais são estados constantes modificados em equilíbrio com condições locais especiais do substrato.
A sucessão termina num clímax edáfico onde a topografia, o solo, a água e perturbações regulares, como o fogo, são tais que o desenvolvimento do ecossistema não prossiga até o ponto final teórico.
3. Evolução da Biosfera
	A evolução em longo prazo da biosfera é moldada por:
forças alôgenicas (ex. geológicas e climáticas);
processos autogênicos (resulta da atividade dos organismos no ecossistema).
Co-evolução: seleção recíproca entre autótrofos e heterótrofos interdependentes;
Seleção de grupo ou de comunidade: provoca a manutenção de características favoráveis ao grupo mesmo quando elas são desvantajosas aos portadores genéticos dentro do grupo.
4. Seleção Natural: Especiação Alopátrica e Simpétrica; Microelovução x Macroevolução
	Espécie: unidade biológica natural unida por um pool gênico comum. A evolução envolve mudanças nas freqüências genéticas que resultam de:
Pressão seletiva do ambiente e de espécies interativas;
Mutações recorrentes;
Deriva genética.
Especiação: formação de novas espécies e o desenvolvimento da diversidade de espécies, ocorre quando o pool comum é interrompido por mecanismo isolador.
Especiação alopátrica: pode ocorrer quando o isolamento é causado por separação geográfica de uma população originada de um ancestral comum.
Especiação simpátrica: pode ocorrer quando o isolamento se dá através de meios ecológicos ou genéticos na mesma área.
Microevolução: especiação é um processo lento e gradativo;
Macroevolução: evolução é uma questão de mudanças rápidas e periódicas.
Seleção artificial - domesticação: seleção realizada pelas pessoas a fim de adaptar plantas e animais ás suas necessidades.
Teoria de Biogeografia de ilhas: o número de espécies de uma ilha é determinado pelo equilíbrio entre imigração de novas espécies e a extinção daquelas já presentes. Mostram-se 4 pontos de equilíbrio:
uma ilha pequena distante onde se prevê a existência de poucas espécies;
uma ilha grande e próxima que deveria sustentar muitas espécies;
uma ilha grande e distante; intermediária em termos de riqueza de espécie.
uma ilha pequena e próxima, intermediária em termos de riqueza de espécie.
5. Co-evolução
	É um tipo de evolução ao nível de comunidade (interações evolutivas entre organismos, em que a permuta de informações genéticas entre os tipos é mínima ou ausente). Ela envolve uma interação seletiva recíproca entre dois grupos principais de organismos que tenham uma relação ecológica íntima, tais como plantas e herbívoros, grandes organismos e os seus microorganismos simbióticos, ou parasitas e seus hospedeiros.
6. Evolução da Cooperação e Complexidade: Seleção de Grupo
	Seleção natural entre grupos ou entre organismos não necessariamente ligados intimamente por associações mutualisticas. Leva teoricamente, a manutenção de características favoráveis a população e a comunidades, mas que podem trazer desvantagens seletivas para os portadores genéticos dentro da população; também pode eliminar, ou manter em baixas freqüências, características desfavoráveis para a sobrevivência de espécies, porém seletivamente favoráveis dentro da população.
	A seleção de grupo envolve benefícios positivos que um organismo pode exercer na organização da comunidade necessária para a sobrevivência continuada daquele organismo.
7. A Relevância do Desenvolvimento de Ecossistemas e da Teoria da Evolução da Biosfera para a Ecologia Humana
	O reconhecimento da base ecológica dos conflitos entre os seres humanos e a natureza é um primeiro estágio no estabelecimento de políticas racionais de gerenciamento do ambiente.
_1095053375/ole-[42, 4D, 7E, 0C, 03, 00, 00, 00]
_1095232242/ole-[42, 4D, 7A, CD, 06, 00, 00, 00]

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