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ESCOLA SUPERIOR DA AMAZÔNIA PÓS GRADUAÇÃO DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR CAPANEMA 2017 RESENHA THIESEN, Juares da Silva. A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-aprendizagem. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, v. 13, n. 39, p. 545-554, Dec. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 22 Jun. 17. O artigo é constituído de três partes, destacando a origem e conceitos de interdisciplinaridade, um enfoque sobre a Epistemologia, ciência e interdisciplinaridade e as implicações da interdisciplinaridade no processo de ensino e aprendizagem, ressaltando que a mesma considera-se articuladora deste processo na medida em que se produzir como atitude (Fazenda, 1979), como modo de pensar (Morin, 2005), como pressuposto na organização curricular (Japiassu, 1976), como fundamento para as opções metodológicas do ensinar (Gadotti, 2004), ou ainda como elemento orientador na formação dos profissionais da educação. Na primeira parte, THIESEN destaca que a interdisciplinaridade teve origem na segunda metade do século passado, em resposta a uma necessidade constatada principalmente nos campos das ciências humanas e da educação: superar a fragmentação e o caráter de especialização do conhecimento. Este desenvolvimento deve-se a influência de grandes pensadores como Galileu, Bacon, Descartes, Newton, Darwin e outros. Quanto à definição de conceitos, ou de um conceito, para interdisciplinaridade, o autor destaca que tudo parece estar inda em construção, onde qualquer afirmação definitiva deve ser a princípio rejeitada, por tratar-se de proposta que de maneira inevitável, está sendo construída a partir das culturas disciplinares existentes. A segunda parte discute sobre a Epistemologia, ciência e interdisciplinaridade. Destaca-se que no aspecto epistemológico (das relações sujeito/objeto), este, mediado pela teoria científica que dá sustentação lógica a essa relação, Thiesen (2008 apud Frigotto 1995) diz que a interdisciplinaridade precisa, acima de tudo, de uma discussão de paradigma. Para relacionar a ciência e a interdisciplinaridade, THIESEN cita a autora Olga Pombo, ao destacar que o desenvolvimento de diferentes áreas científicas vem dependendo da relação com outras disciplinas. A título de exemplo tem-se casos bem concretos vivenciados no campo da ciência contemporânea, como o da bioquímica, o da biofísica, o da engenharia e o da genética; estas duas últimas áreas – a engenharia e a genética – cuja mistura parecia impensável há 60 ou 70 anos, fato que representa a situação epistemológica atual. Por fim, destacam-se as implicações da interdisciplinaridade no processo de ensino e aprendizagem, enfatizando que a escola precisa acompanhar o ritmo das mudanças que ocorrem em todos os segmentos que compõem a sociedade, pois, ainda que a temática da interdisciplinaridade seja recorrente nos debates escolares, principalmente nas discussões sobre projeto político-pedagógico, os desafios para a reconstrução e socialização do conhecimento. Encerrando a obra, destaca-se que escola deve ser, por sua natureza e função, uma instituição interdisciplinar e que apenas haverá interdisciplinaridade no trabalho e na postura do educador se ele for capaz de partilhar o domínio do saber, se tiver a coragem necessária para abandonar o conforto da linguagem estritamente técnica e aventurar-se num domínio que é de todos e de que, portanto, ninguém é proprietário exclusivo. A obra fornece contribuições à nossa formação, à medida que trata dos principais autores e conceitos sobre a interdisciplinaridade. Destaca-se o empenho do autor em apresentar claramente as discussões da pesquisa cientifica, levando-nos a compreender as ideias básicas sobre o tema, bem como ajudando a compreender mais sobre interdisciplinaridade, é um movimento importante de articulação entre o ensinar e o aprender.
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