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Processos de Conformação Mecânica – Aula 08 Laminação – Parte 2 Prof. Leandro E. Falqueto E-mail: leandro.falqueto@hotmail.com 6. Laminação contínua Vídeo 6.1. Fornos de reaquecimento • Intermitentes – O material permanece na soleira até atingir a temperatura de laminação. • Contínuos – Possuem várias zonas de aquecimento e o material é carregado de uma extremidade a outra, sendo forçado a “caminhar” pelo interior do forno pela ação de empurradores ou vigas. • Fornos intermitentes • Fornos intermitentes • Fornos contínuos • Fornos contínuos • Fornos contínuos 6.2. Descarepador primário • Tem a função de quebrar a carepa de óxido da placa aquecida. 6.3. Laminador de desbaste • A laminação de desbaste tem como principal objetivo transformar a placa aquecida em um esboço de menor espessura, que será matéria prima para o laminador de acabamento. Laminador esboçador quádruo reversível Laminador de Bordas 6.4. Sistema de conservação de calor do esboço • Ajuda a equalizar o aquecimento do esboço para compensar a perda de calor no processo de desbaste. – Cobertura térmica; – Coil Box. F1 - LTQ RM DESC QCS TV Tampa térmica : cobertura móvel na face superior do esboço e fixa na face inferior, recobertas com placas de material isolante. Sistema de cobertura térmica F1 - LTQ RM DESC QCS TV Bobinadeira intermediária que, bobinando o esboço, inverte início - final do mesmo e, após o subsequente desbobinamento, o material vai para o processamento no LTQ. Sistema de Coil Box Sem mandril Com mandril Vídeo 6.5. Tesoura • Cortam as pontas do esboço, evitando acidentes operacionais e atendendo requisitos do produto final. 6.6. Descarepador secundário 6.7. Laminador de acabamento • Reduzir o esboço para espessuras exigidas pelo cliente. 6.8. Resfriamento • A taxa de resfriamento e a temperatura final da peça determinará a microestrutura do produto final. 6.9. Bobinadeira • Responsável por enrolar a tira laminada a quente, formando bobinas, que serão direcionadas para clientes finais ou como matéria para processos posteriores. 7. Forças e relações geométricas na laminação • Pr = Carga de laminação • F = Força de atrito • v = Velocidade da placa • h = Espessura da placa • R = Raio do cilindro de laminação • Lp = Projeção do arco de contato • α = ângulo de contato • N = Ponto neutro • Considerando que não há qualquer aumento na largura, de maneira que toda a compressão vertical é transformada em elongação na direção de laminação. b = largura da placa h = espessura da placa v = velocidade da placa • Para que não haja distorção, a equação anterior indica que vf > v0. • Além disso, sabe-se que, no processo de laminação, a velocidade do material na entrada do laminador é sempre menor que a velocidade tangencial do cilindro. • Já a velocidade do material na saída do laminador é maior que a velocidade tangencial do cilindro. • Isso indica que no arco de contato existe um ponto, conhecido como ponto neutro ou ponto de deslizamento (N), no qual a velocidade da placa é igual a do cilindro. • Na interface cilindro/material atua a força de atrito, F, devido ao movimento relativo. • Até o ponto N, essa força age puxando a placa e, consequentemente, aumentando sua velocidade da mesma. • Após o ponto N, com a velocidade da placa maior que a do cilindro, a força de atrito passa a atuar freando a placa. 7.1. Carga de laminação • A componente Pr é conhecida como carga de laminação. – Ela é a força que comprime a placa. – Por ser igual a força que o material realiza para separar os cilindros, ela também é chamada de força de separação. • A pressão específica p pode ser calculada dividindo-se a carga de laminação pela área de contato entre o material e o cilindro. • A área de contato entre o cilindro e o metal é igual a largura da placa (b) X comprimento projetado do arco Lp. 0 • Com isso é possível calcular a pressão específica de contato, que é dada por: • A distribuição da pressão ao longo do arco de contato é representado a seguir: • A área hachurada representa a força necessária para superar as forças de atrito. • A pressão de contato atinge o máximo no ponto neutro e, a partir daí, ela cai • A área abaixo da linha pontilhada (AB), representa a força necessária para deformar o metal no plano de compressão homogênea. • A área sob a curva é proporcional à carga de laminação, que, para fins de cálculo, atua no centro de gravidade da distribuição de pressão. – A localização da carga resultante com respeito ao centro dos cilindros determina o torque e a potência necessárias para produzir a redução de espessura. – Por isso, essa distribuição é importante. 7.2. Condição de laminação • α representa o ângulo de contato ou ângulo de ataque. • Decompondo as forças no eixo horizontal, em função desse ângulo, temos: – Fhorizontal = F.cos α – Prhorizontal = Pr.sen α • Para que o material entre na garganta dos cilindros, a componente horizontal da força de atrito deve ser maior ou igual a componente horizontal da carga de laminação. ≥ ≥ ≥ ≥ • Dentre o laminador de grande diâmetro e o de pequeno diâmetro, qual permitirá a laminação de placas mais grossas para uma mesma condição de atrito e porcentagem de redução? Resposta: O laminador de grande diâmetro. Isso ocorre devido ao arco de contato, já que o ângulo de contato será o mesmo em ambos os casos. Como: Então, 7.3. Tração avante e à ré • A presença de uma tensão no plano da placa pode reduzir a carga de laminação. • Ao controlar a velocidade da desbobinadeira é possível produzir uma tração a ré na placa. • Já a tração avante, pode ser criada pelo controle da velocidade da bobinadeira. • Nadai desenvolveu uma teoria de laminação que permite calcular o efeito da tração avante ou da tração à ré sobre a pressão de laminação. Auxilia a entrada de material, diminuindo a força de atrito necessária e, consequentemente, a carga de laminação. Reduz o contato do material devido a tendência de estricção. 8. Lubrificação na laminação • Os óleos utilizados são, tradicionalmente, os hidrocarbonetos derivados do petróleo (base parafínica) ou similares sintéticos. • Além de reduzir o atrito, eles possuem a função de arrefecer os cilindros durante a laminação. • A baixa molhabilidade ou baixa resistência da película em certas regiões dos cilindros podem causar danos ao material laminado e ao próprio laminador. • Por isso são utilizados são utilizados aditivos de extrema pressão (EP) e antioxidantes. • Na laminação a quente não se pode utilizar óleos tradicionais, pois eles podem entrar em ignição. • Desse modo, utiliza-se emulsão de óleo e água tratada com fungicidas e antioxidantes. 9. Problemas com produtos laminados • Os defeitos com produtos laminados possuem duas principais origens: – Matéria prima (presença de bolhas, fissuras, impurezas, etc.); – Tensões residuais. • Os níveis de controle de qualidade na produção de matéria prima para a laminação tem ajudado a diminuir os defeitos provenientes da mesma. • As tensões residuais, quando elevadas, podem causar vários defeitos na laminação a frio. • Essas tensões são, normalmente, associadas à fatores geométricos como Lp/h0, b0/h0, e Δh/h0 que delimitam as zonas de fluxorestringido. • Quando a razão Lp/h0 < 0,60, tensões residuais podem surgir como apresentado abaixo. – Em casos críticos, após sucessivos passes, essa tensão residual pode provocar o defeito conhecido como “rabo de peixe”. Durante a laminação Após a laminação Defeito “rabo de peixe” • Além dos defeitos provenientes de tensões residuais, as forças extremamente elevadas geradas durante o processo de laminação podem causar distorções elásticas nos cilindros. • Existem dois efeitos importantes a serem levados em conta: – O encurvamento dos cilindros devido à reação do material à carga de laminação. – O achatamento dos cilindros na região de contato devido à carga de laminação excessiva, de maneira que o raio R aumente. • Além da variação de espessura causada por essas distorções, outros defeitos podem surgir, como os apresentados a seguir. Enrugamento lateral Trincas fechadas por tensão residuais compressivas Trincas abertas por tensões residuais trativas
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