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Direito do Trabalho I – Aula II Relação de trabalho e emprego Professor: Hector Luiz Relação de trabalho e a EC/45/2004 Ampliação da competência da justiça do trabalho para processar e julgar ações oriundas das relações de trabalho. Art. 114, da CF/1988. Após a EC/45 passou a justiça do trabalho julgar qualquer relação de trabalho e não só relação de emprego. – atua em sentido amplo. Relação de Trabalho e Emprego Relação de trabalho é toda relação jurídica caracterizada por ter sua prestação essencial centrada em uma obrigação de labor humano. Relação de trabalho é gênero e relação de emprego é espécie. Relação de trabalho Relação de emprego Relação de emprego Toda relação de emprego é portanto, uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é um relação de emprego. A CLT alcança e faz a proteção jurídica somente os empregados detentores de subordinação – (relações de emprego). Só será empregado o trabalhador que reunir todos os requisitos essenciais a esta relação. Requisitos da relação de emprego 1.Pessoalidade; 2.Subordinação; 3.Onerosidade; 4.Não eventualidade; 5.O empregado não corre o risco do negócio. “Art. 3º. Considera-se empregado toda pessoa física, que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob dependência deste e mediante salário.” 1. Pessoa física / Pessoalidade O contrato de emprego é pessoal, indivíduo escolhido pelas suas qualificações pessoais. Contrato é firmado com pessoa certa e determinada. Pessoalidade ou caráter intuitu personae. A pessoalidade refere-se ao contrato (empregado) e não ao serviço. O empregador pode fazer substituição o empregado que não pode! Atenção! 2. Subordinação Subordinação: imposição de ordem, submissão, dependência, hierarquia. É o requisito mais importante da relação de emprego. O empregador é dotado de poder diretivo. A subordinação varia em grau mínimo e máximo, dependendo da natureza do trabalho. A subordinação adotada no Brasil é a subordinação jurídica ou hierárquica!!!!!!!!!!!!!! 3. Onerosidade Onerosidade significa vantagens recíprocas – pois o contrato de trabalho é bilateral. Tendo duas obrigações na relação de emprego. EMPREGADO EMPREGADOR PRESTA SERVIÇOS PAGA SALÁRIO 4. Não eventualidade O trabalhador não eventual é aquele que trabalha de forma repetida e permanente nas atividades permanentes da empresa, integrando seus fins sociais. Não eventual, é diferente de contínuo. Ex. se trabalha todo final de semana na mesma empresa é empregado não eventual. NÃO EVENTUALIDADE = HABITUALIDADE = PERMANÊNCIA 5. Risco do negócio do empregador Se o empregado corre o risco do negócio, empregado não será. Veja: Se o empregado faz grandes investimentos na empresa, a relação de emprego pode deixar de existir, caracterizando-se uma sociedade empresária. Diferente do art. 7º, XI, CF que prevê a participação do empregado nos lucros da empresa. “Art. 2º. Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.” Ajenidad/Alheiabilidade/Alienidade Significa: a aquisição originária da energia de trabalho por conta alheia. Isso quer dizer que a energia desprendida pelo trabalhador, destina-se a outro que não a ele próprio. Não pode ser considerado como requisito essencial para a relação de emprego, mas apenas como um princípio que a inspira. Trabalhadores especiais 1. Trabalhador eventual; 2. Trabalhador avulso – portuário e não portuário. 3. Trabalhador autônomo; 4. Trabalhador voluntário; 5. Representante comercial; 6. Trabalhador cooperado; 7. Estagiário. 1. Eventual Em regra é um trabalho caracterizado pela descontinuidade; caráter temporário; não relacionado com a atividade fim da empresa. Faz “bicos”, sem habitualidade. Exemplo: um eletricista é chamado para trocar os fios da universidade, mesmo que o trabalho demore 3 meses, ele é eventual, pois é um serviço acidental, não é uma necessidade permanente da empresa. 2. Avulso É uma subespécie do trabalhador eventual. Pois também oferece sua mão de obra para curtos períodos de tempos, a distintos tomadores. A diferença é que aqui existe a necessária intermediação do OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra) ou Sindicato. Os avulsos possuem os mesmo direitos dos empregados permanentes, garantia dada pela CF – (Art.7º, XXXIV) Avulso portuário e não portuário PORTUÁRIO Lei nº 12.815/2013 – Art. 40 – trabalho de estiva, conferência de carga, vigilância de embarcação, será realizado por trabalhadores portuários com vínculo empregatício e por trabalhadores avulsos. O operador portuário deve criar o OGMO para fazer o controle da mão de obra. O OGMO arrecada e repassa aos beneficiários os valores devidos pelos operadores relativos à remuneração. Cabe ao OGMO, recrutar, selecionar, treinar, cadastrar, registrar, organizar, escalar e REMUNERAR o trabalhador portuário. NÃO PORTUÁRIO -É o trabalhador avulso não intermediado pelo OGMO e sim por sindicato da categoria profissional. -São os trabalhadores avulsos em atividades de movimentação e mercadorias em geral – Lei nº12.023/2009. -exemplo: carga e descarga de mercadoria, limpeza. 3. Autônomo É o trabalhador que explora seu ofício ou profissão com habitualidade, por conta e risco próprio, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não. Exemplo: taxistas, e os profissionais liberais de maneira geral que podem possuir curso superior ou técnico. 4. Trabalhador Voluntário É nos termos do art. 1º da lei 9.680/1998 “...atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social...” NÃO EXISTE AQUI INTENÇÃO ONEROSA É SERVIÇO BENEVOLENTE. 5. Representante comercial Exerce a representação comercial para realização de negócios mercantis, de forma autônoma a pessoa jurídica ou pessoa física, sem relação de emprego, em caráter não eventual. Lei. 4.886/65 O representante comercial pode ser um agente autônomo com modesta capacidade (pessoa física) ou com grande estrutura (pessoa jurídica). Não confunde-se com vendedor. 6. Trabalhador Cooperado Cooperativa é a associação voluntária de pessoa que contribuem com seus esforços pessoas e suas econômicas, a fim de obter para si as vantagens que o grupamento possa propiciar. Podem ser de crédito, consumo e produção. Não há portanto, relação de emprego entre a cooperativa e seus cooperados, salvo quando ele cumular também a função de empregado. Cooperado é trabalhador autônomo. 7. Estagiário Estágio é a modalidade de relação de trabalho regulada pela Lei nº 11.788/2008, o art.1º diz: O estágio pode ser obrigatório ou não obrigatório, variando em cada curso. Art. 2º “Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.” Estágio e vínculo de emprego O estágio, se regular, não cria vínculo de emprego com o tomador. Os requisitos para configuração do estágio lícito - Art.3º da lei. Art. 3o O estágio, tanto na hipótese do § 1o do art. 2o desta Lei quanto na prevista no § 2o do mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos: I – matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino; II – celebração de termo de compromisso entre o educando, aparte concedente do estágio e a instituição de ensino; III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso. § 1o O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do art. 7o desta Lei e por menção de aprovação final. § 2o O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária. Direitos do estagiário: Seguro contra acidentes pessoais – art.9º, IV; Limitação de jornada, que deve ser compatível com as atividades escolares – art.10. A duração do estágio não pode ser superior a 2 anos, exceto se for portador de deficiência – art.11. É obrigatória a concessão de auxílio transporte, vedado o seu desconto. Art.12 A concessão de transporte, alimentação e saúde não configura vínculo de emprego. Art. 12, §1º. Recesso de 30 dias para estágios iguais ou superiores a 1 ano. Art. 13 Direito a garantia de segurança e saúde do trabalhador – Art.14. Ensino F e E= 4h/d e Ens. S e M. 6h/d Caso concreto 1- Bruna, cozinheira, trabalha pessoalmente em um bar localizado no Posto de combustíveis na cidade de Petrolina, três vezes por semana cozinhando salgados. O dono do Posto de combustíveis pactuou que Bruna receberia o valor de R$ 50,00 (cinquenta) reais por dia de trabalho e que o horário em que ela estaria prestando serviços seria das 8:00h às 12:00h. O tomador de serviços dá as diretrizes do trabalho prestado por Bruna que cumpre as ordens e executa o serviço. Analisando o caso concreto apresentado, responda aos questionamentos abaixo; a) Existe entre as partes relação de emprego? Quais os requisitos necessários para a configuração da relação de emprego? Fundamente. b) Qual o princípio do direito do trabalho estaria presente nesta situação concreta apresentada? Múltipla Escolha Objetiva 1- (CESPE) A relação de trabalho autônomo se diferencia da relação de emprego basicamente pela presença, no tocante à relação de emprego, do requisito da: a) prestação de trabalho por pessoa física; b) prestação de trabalho por pessoa jurídica; c)autonomia na prestação de serviços; d)subordinação na prestação de serviços; e) onerosidade;
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