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Correção dos primeiros exercícios de psicopatologia

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Correção dos primeiros exercícios de psicopatologia
1 – Qual a definição de “semiologia psicopatológica”? Como podem ser definidos sinais e sintomas? 
Semiologia psicopatológica é o estudo dos sinais e sintomas dos transtornos mentais. 
Sinais (comportamentais) são signos observáveis, verificáveis pela observação direta do paciente. Já sintomas são vivências subjetivas relatadas pelos pacientes, suas queixas e narrativas, aquilo que o paciente experimenta e comunica a alguém.
E qual a diferença entre “síndrome” e “entidades nosológicas”?
Síndromes são agrupamentos relativamente estáveis de determinados sinais e sintomas. Não se trata ainda da definição e da identidade de causas específicas e de uma natureza essencial do processo patológico. É uma definição descritiva de um conjunto momentâneo e recorrente de sinais e sintomas.
Entidades nosológicas, doenças ou transtornos específicos são os fenômenos mórbidos nos quais podem-se identificar (ou pelo menos presumir com certa consistência) certos fatores causais (etiologia), um curso relativamente homogêneo, estados terminais típicos, mecanismos psicológicos e psicopatológicos característicos, antecedentes genético-familiares algo específicos e respostas a tratamentos mais ou menos previsíveis.
2 – O que pode ser incluído no campo da psicopatologia? E quais são os limites da psicopatologia?
O campo da psicopatologia inclui um grande número de fenômenos humanos especiais, associados ao que se denominou historicamente de doença mental. São vivências, estados mentias e padrões comportamentais que apresentam, por um lado, uma especificidade psicopatológica, e, por outro, conexões complexas com a psicologia do nomral.
Os limites da psicopatologia consistem em que nunca se pode reduzir por completo o ser humano a conceitos psicopatológicos, pois não é a única abordagem possível do ser humano mentalmente doente.
3 – Explique o que se entende por forma do sintoma e conteúdo do sintoma.
A forma do sintoma é sua estrutura básica, relativamente semelhante nos diversos pacientes (alucinação, delírio, ideia obsessiva, labilidade afetiva, etc).
O conteúdo do sintoma é aquilo que preenche a alteração estrutural (conteúdo de culpa, religioso, de perseguição). É geralmente mais pessoal, dependendo da história de vida do paciente, de seu universo cultural, da personalidade prévia do adoecimento. Estão relacionados também aos temas centrais da existência humana, tais como sobrevivência e segurança, sexualidade, temores básicos (morte, doença, miséria, etc.), religiosidade, entre outros.
4 – Escolha três áreas em que o conceito de normalidade tem importância e explique o motivo. 
Psiquiatria legal ou forense: a determinação de anormalidade psicopatológica pode ter importantes implicações legais, criminais ou éticas, podendo definir o destino social, institucional e legal de uma pessoa.
Orientação e capacitação profissional: importantes na definição de capacidade e adequação de um indivíduo para exercer certa profissão, manipular máquinas, usar armas, dirigir veículos.
Prática clínica: é muito importante a capacidade de discriminar, no processo de avaliação e intervenção clínica, se tal ou qual fenômeno é patológico ou normal, se faz parte de um momento existencial do indivíduo ou é algo francamente patológico.
5 – Escolha quatro critérios de normalidade e os explique.
Normalidade como ausência de doença: O primeiro critério que geralmente se utiliza é o de saúde como “ausência de sintomas, de sinais ou de doenças”. Como postula Leriche (1936): “a saúde é a vida no silêncio dos órgãos”. Normal, nesse sentido, seria aquele indivíduo que simplesmente não é portador de um transtorno mental definido.
 Normalidade como bem-estar: A Organização Mundial de Saúde definiu, em 1946, a saúde como o completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente como ausência de doença.
Normalidade funcional: Tal conceito baseia-se em aspectos funcionais e não necessariamente quantitativos. O fenômeno é considerado patológico a partir do momento em que é disfuncional, produz sofrimento ou prejuízo para o próprio indivíduo ou para o seu grupo social.
Normalidade como processo: Consideram-se os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das desestruturações e das reestruturações ao longo do tempo, de crises, de mudanças próprias a certos períodos etários. Esse conceito é particularmente útil em psiquiatria infantil, de adolescentes e geriátrica. 
 6 – Existem diversos tipos de patologia, e no texto estudado eles são divididos por pares de opostos. Escolha três destes pares e explique cada um dos polos em oposição.
A perspectiva médico-naturalista trabalha com uma noção de homem centrada no corpo, no ser biológico como espécie natural e universal. Assim, o adoecimento mental é visto como um mau funcionamento do cérebro, uma desregulação, uma disfunção de alguma parte do “aparelho biológico”. 
Já na perspectiva existencial, o doente é visto como “existência singular”, como ser lançado a um mundo que é fundamentalmente histórico e humano. O ser é construído por meio da experiência particular, na sua relação com outros sujeitos, na abertura para a construção de cada destino pessoal. A doença mental, nessa perspectiva, é sobretudo, um modo particular de existência.
Na visão comportamental, o homem é visto como um conjunto de comportamentos observáveis, verificáveis, que são regulados por estímulos específicos e gerais, e por certas leis e determinantes do aprendizado. Associada a essa visão, a perspectiva cognitivista centra atenção sobre as representações cognitivas conscientes de cada indivíduo. Os sintomas resultam de comportamentos e representações cognitivas disfuncionais, aprendidas e reforçadas pela experiência sociofamiliar.
Em contraposição, na visão psicanalítica, o ser humano é visto como ser “determinado”, dominado, por forças, desejos e conflitos inconscientes. Na visão psicanalítica, os sintomas e síndromes mentais são considerados formas de expressão de conflitos, predominantemente inconscientes, de desejos que não podem ser realizados, de temores aos quais o indivíduo não tem acesso. O sintoma é encarado, nesse caso, como uma “formação de compromisso”, um certo arranjo entre o desejo inconsciente, as normas e as permissões culturais e as possibilidades reais de satisfação desse desejo.
A psicopatologia biológica enfatiza os aspectos cerebrais, neuroquímicos ou neurofisiológicos das doenças e dos sintomas mentais. A base de todo transtorno mental são alterações de mecanismos neurais e de determinadas áreas e circuitos cerebrais.
Em contraposição, a perspectiva sociocultural visa estudar os transtornos mentais como comportamentos desviantes que surgem a partir de certos fatores socioculturais, como discriminação, pobreza, migração, estresse ocupacional, etc. É nesse contexto sociocultural, simbólico e histórico que os sintomas recebem seu significado e devem ser entendidos. Mais que isso, a cultura, em tal perspectiva, é elemento fundamental na própria determinação do que é normal ou patológico, na constituição dos transtornos e nos repertórios terapêuticos disponíveis em cada sociedade.
7 – Por que não podemos tratar de funções psíquicas isoladas apesar de estudarmos as funções psíquicas isoladamente?
A separação da vida e da atividade mental em distintas áreas ou funções psíquicas é um procedimento essencialmente artificial, útil, porque permite o estudo mais detalhado e aprofundado de determinados fatos da vida psíquica normal e patológica.
Não existem funções psíquicas isoladas e alterações psicopatológicas compartimentalizadas desta ou daquela função. É sempre a pessoa na sua totalidade que adoece. As funções perturbadas fazem pressentir transtornos subjacentes, ligados à personalidade inteira, atingida na sua estrutura e em seu modo de existir.
 Nos transtornos psiquiátricos, não se trata apenas de agrupamentos de sintomas que coexistem com regularidade e revelam, assim, sua origem comum. Os sintomas
que os compõem são ligados estruturalmente entre si.

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