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REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 44 A evolução da contabilidade e o mercado de trabalho para o contabilista Anderson Meira Cotrin 1 Aroldo Luiz dos Santos 2 Laerte Zotte Junior 3 RESUMO A presença do profissional contábil é cada vez mais imprescindível para a sociedade e para as organizações, assim a ideia do profissional que somente preenchia guias e realizava seu pagamento deve ser deixada para trás. Assim, hoje, a principal característica da profissão de contabilista será o crescimento aplicado no desenvolvimento humano, organizacional e social. Em razão disso, o contabilista deve estar qualificado para acompanhar as mudanças e se adaptar às novas realidades. Hoje e no futuro, a contabilidade continuará sendo a principal ferramenta de controle empresarial e, segundo especialistas, há uma grande carência de profissionais qualificados no mercado de trabalho para a execução de várias tarefas, desde a escrituração, análise, perícia e auditoria. Com um novo perfil, mais completo e dinâmico, o contabilista terá seu mercado de trabalho ampliado, e com uma valorização pessoal e financeira crescente. Dessa forma, o presente estudo visa explorar como o perfil do contabilista pode ser modificado frente às evoluções do mercado. Palavras-chave: contabilista; carreiras; contabilidade; desenvolvimento profissional. The evolution of accounting and the labour market for accountant ABSTRACT The presence of professional accounting is increasingly essential for society and for organizations, so the idea that only meet the professional guides and performed its payment shall be left behind. So today, the main feature of the accounting profession is the growth in applied human development, organizational and social. As a result, the accounting officer must be qualified to follow the changes and adapt to new realities. Today and tomorrow, the accounts remain the main tool of corporate control and, according to experts, there is a great lack of qualified professionals in the labor market to perform various tasks, from bookkeeping, analysis, and audit expertise. With a new profile, more complete and dynamic, the accountant will have expanded its labor market, and a growing financial and personal enhancement. Thus, this study aims to explore how the profile of the accounting can be modified in the face of market developments. Keywords: accountant; careers; accounting; professional development. 1 Especialista em Contabilidade Internacional PUC SP. Coordenador do Curso de Ciências Contábeis CNEC Capivari. 2 Mestre em Administração pela Universidade de Guarulhos; Professor Universitário CNEC Capivari. 3 Mestre em Administração pela Unisal; Professor Universitário CNEC Capivari. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 45 Introdução Pode-se afirmar que o contabilista moderno deve estar sempre preocupado, lendo e aperfeiçoando-se sempre, porque a contabilidade, por ser uma ciência, está em constante modificação, e quem não se atualizar perderá sua posição para profissionais de outras áreas. A contabilidade oferece informações necessárias para as tomadas de decisões, sendo assim, os contabilistas devem acompanhar a evolução, pois as informações, hoje, ganharam muita velocidade com os avanços tecnológicos. Carvalho apud Feital (2012), afirma que: O fim do curso de graduação, por si só, não garante o sucesso profissional. Muito pelo contrário, é o início de uma longa caminhada, que tem como pressuposto básico a educação continuada. Afinal as empresas estão procurando profissionais cada vez mais especializados, que possuam uma visão generalista e sejam capazes de conectar fatos, acontecimentos em várias áreas e ajudar as empresas na consecução dos seus objetivos. Este artigo tem o objetivo de chamar a atenção dos estudantes e profissionais de contabilidade para a necessidade de se atualizar e buscar o desenvolvimento contínuo dos seus conhecimentos. O texto parte de um estudo exploratório baseado em bibliografias das áreas contábil e desenvolvimento profissional. A Contabilidade: Origem e Evolução histórica A história da contabilidade é tão antiga que nos remete à própria história da civilização. Ela está ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social e interpretação dos fatos ocorridos com o objetivo material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos. Alguns historiadores relatam que os primeiros sinais da existência das contas datam de aproximadamente 4.000 A. C.. Entretanto, antes disto, o homem primitivo, ao inventariar as primeiras ferramentas e instrumentos de caça e pesca disponível, ao contar seus rebanhos, já estava praticando uma forma rudimentar de contabilidade. Oliveira e Nagatsuka apud Feital (2012) afirmam que:t Alguns pesquisadores afirmam que o início das práticas relacionadas com o controle das contas data mais de mil anos antes de Cristo. Para outros, tais preocupações são tão velhas quanto a humanidade. Para mensurar, avaliar, e controlar seus bens REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 46 pessoais desde os tempos remotos, os reis, faraós, comerciantes, agricultores, etc; utilizavam técnicas de registros, o que pode ser entendido como o início da contabilidade como hoje é conhecida. Com o desenvolvimento cultural, social e econômico, foi que a contabilidade passou a evoluir. No período do Renascimento Cultural, surge a figura do Frei Luca Bartolomeo de Pacioli, considerado um dos mais estudiosos da época, e que consagrou-se como uma das maiores mentes de seu tempo, e tornou-se conhecido como “pai da contabilidade”. Chegando à história recente, constata-se mais do que nunca a importância da contabilidade e das informações geradas pela mesma. Nos últimos séculos, ocorreu uma grande evolução das técnicas contábeis: O surgimento da auditoria, o desenvolvimento da contabilidade de custos, e o aumento da importância da contabilidade como ferramenta gerencial, estas são algumas das inovações que surgiram nos novos tempos, trazidas pela propagação da escola americana. A prática contábil teve início através da necessidade de registros das bancas de comércio. Indícios apontam que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, já sendo praticadas nas principais cidades da antiguidade. [...] É claro que a contabilidade teve evolução relativamente lenta até o aparecimento da moeda. Na época da troca pura e simples de mercadorias, os negociantes anotavam as obrigações, os direitos e os bens perante terceiros, porem, obviamente, tratava-se de um mero elenco de inventário físico, sem avaliação monetária. (MARTINELLI, 2002). Segundo Feital ET. AL (2012), a prática de troca e venda dos comerciantes semíticos exigia o acompanhamento das variações de seus bens. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas na Babilônia as cobranças de impostos, já se faziam com escritas, embora rudimentares. Relatos evidenciam que escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 A.C. À medida que o homem começava a aumentar seus bens, preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentá-los, pois quando já em maior volume estas informações não eram de fácil memorização, necessitando de registros. Foi o pensamentodo "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 47 Com a aparição das primeiras administrações particulares, surge a necessidade de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa administrada. É bom lembrar que, naquele tempo, não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e trocas eram à vista. Mais tarde, como prova de dívida ou quitação, eram utilizados ramos de árvore. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever), no Egito, antigo facilitou o registro de informações sobre negócios. Conforme o desenvolvimento das operações econômicas foram se tornando mais complexas, o seu controle refinou-se. Na República Romana (200 A.C.) nos registros governamentais já eram utilizadas as receitas de caixa, que eram classificadas como rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões. Durante o período medieval, os governos locais e a Igreja introduziram diversas inovações na contabilidade. É na Itália que surge o termo Contabilitá. A prática da contabilidade se desenvolveu de acordo com as necessidades e tendências mundiais. Sendo assim, a evolução contábil se resume em quatro etapas: Mundo Antigo, Medieval, Moderno e Científico. No mundo antigo a contabilidade surge com as primeiras civilizações e vai até 1202 da Era Cristã. A contabilidade empírica, praticada pelo homem antigo, já tinha como objeto o patrimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos. A contabilidade do mundo medieval, período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, foi um período importante tanto na história do mundo, quanto na história da contabilidade. Foi quando a indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e metalurgia. Com isso surge o livro caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro, era utilizado de forma rudimentar o débito e o crédito. A contabilidade do mundo moderno, período que vai de 1494 até 1840, é considerada a fase da pré-ciência. Para se estabelecer um controle das inúmeras riquezas, que o novo mundo representava, a contabilidade tornou-se uma necessidade. A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciante italianos do sec. XII. Quando apareceu o Tratactus de ComputisetScripturis (Contabilidade das Partidas Dobradas) de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde a teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. Pacioli apesar de ser REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 48 considerado o pai da contabilidade, não foi o criador das partidas dobradas, o método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o século XIV. E finalmente com a contabilidade do mundo científico, que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. A teoria contábil avançou de acordo com as novas necessidades que se apresentaram, mas foi nos EUA que a contabilidade evoluiu para a prática. A maioria dos autores da época preocupou-se mais em mostrar a contabilidade como uma ciência, do que comprovar as ideias que surgiam. Era consistida na difusão idealista, sem pesquisas. Muitas das teorias não tinham aplicação e o uso exagerado das partidas dobradas dificultava a flexibilidade necessária. Com o surgimento de companhias, como as multinacionais ou transnacionais, por exemplo, onde são requeridos grandes capitais, e com um grande número de acionistas, foi à primeira causa da utilização das teorias e práticas contábeis, pois permitiam a correta interpretação das informações, por qualquer acionista ou outro interessado, em qualquer parte do mundo. Silva apud Feital (2012) afirma que: O conjunto de esforços e aprimoramento fez a ciência contábil evoluir na época clássica de “logos” (lógica e ciência), conforme (Apud - Masi 1971), sendo depois considerada uma “rationandiscientia” (ciência racional) no estudo de suas contas, nas aplicações de orientação aos empreendimentos de capital público e privado; no auxilio governamental e privado nas trapezas de acordo com D’ Áuria (1959) – tal como eram chamados os bancos na Grécia antiga – e nas famílias que também escrituravam e praticavam os registros contábeis. A evolução da contabilidade mostra que uma cultura deriva quase que inteiramente de outras e que a contabilidade não é apenas uma consequência da evolução do homem e, sim, a base, por que foi a partir do sistema de contas, que o homem organizou-se deixando de ser primitivo e passando a raciocinar de maneira organizada. Podendo-se afirmar que um sistema de contabilidade não falta nem mesmo na mais rudimentar das organizações. A Evolução da Contabilidade no Brasil No Brasil, a vinda da Família Real portuguesa incrementou a atividade colonial, exigindo um melhor aparato fiscal, já que houve um aumento dos gastos públicos e também das rendas dos Estados. Com isso constitui-se o Erágio Régio ou o Tesouro Nacional e Público, juntamente com o Banco do Brasil (1808). Neste mesmo ano, foi realizada a primeira REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 49 referência oficial à escrituração e relatórios contábeis, elaborada pelo Príncipe Regente D. João VI, conforme dispõe o texto da Carta: Para o método de Escrituração e fórmulas de Contabilidade de minha real fazenda não fique arbitrário a maneira de pensar de cada um dos contadores gerais, que sou servido criarem para o referido Erário: - ordeno que a escrituração seja mercantil por partidas, por ser a única seguida pelas nações mais civilizadas, assim pela sua brevidade, para o manejo de grandes somas como por ser mais clara e a que menos lugar dá a erros e subterfúgios, onde se esconde a malícia e a fraude dos prevaricadores. (D. João VI, carta apud FEITAL, 2012). Somente profissionais que estudassem aulas de comércio, poderiam realizar o processo de escrituração das contas, sendo que essas aulas realizadas no Brasil eram originárias de Portugal, e preparavam os empregados do comércio para o exame na Junta Comercial. No Brasil, a contabilidade teve influência tanto da escola italiana quanto da americana, sendo que a primeira foi a que influenciou inicialmente o país, porém foi na segunda que o Brasil baseou-se para formação da Lei das Sociedades por Ações, que ocorreu a partir da Resolução nº 220 e da circular nº 179 do BC e para a implantação do ensino acadêmico. A Escola de Comércio Álvares Penteado, criada em 1902, foi a primeira escola especializada no ensino da contabilidade. Nesta instituição, professores de grandes nomes, como Francisco D’Auria, Frederico Herrmann Júnior, Coriolano Martins, abriram portas para a pesquisa contábil. Segundo Iudícibus (1997), D’Auria teve o mérito de ser o mais “brasileiro” dos autores famosos da época, no sentido de que conseguiu formar o que se poderia chamar de embrião de uma autêntica escola brasileira, mas foi na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP, fundada em 1946, que o Brasil ganhou seu primeiro núcleo efetivo, contribuindo com o surgimento dos escritores da literatura contábil nacional. Hoje, a contabilidade brasileira apresenta-se em uma situação contraditória, onde a qualidade dasnormas contábeis é superior à qualidade atual dos profissionais da área, principalmente agora com o surgimento da nova Lei das Sociedades Anônimas (S.A.). Tal fato se deve, em parte, a expansão do número de Universidades pelo país, sendo a maioria privada, algumas com cursos de baixa qualidade. Porém, pode-se constatar que, por outro lado, existem contadores de grande qualificação. O Perfil do Contabilista REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 50 O contabilista é um profissional que trabalha com a área econômica, financeira e patrimonial de uma ou mais organizações. É o responsável pelos registros dos atos e fatos, elaboração das demonstrações contábeis e pelo estudo dos elementos que formam o patrimônio das organizações. O bacharel em ciências contábeis pode atuar em diversas áreas, segundo Alberto (2007): [...] aquele que optar pelo curso de Contabilidade terá inúmeras alternativas, entre as quais: contador, auditor, gerente de controladoria, analista financeiro, perito contábil, consultor contábil, professor de contabilidade, pesquisador contábil. Segundo Zanluca (2012), a área de atuação do profissional contábil é bastante ampla, oferecendo inúmeras alternativas de trabalho. Dentre algumas áreas, além da tradicional atuação na prática de escrituração contábil, destacam-se: 1. Perícia Contábil - apuração de haveres, lucros cessantes, impugnações fiscais e avaliação de patrimônio líquido. 2. Auditoria: exame e emissão de pareceres sobre demonstrações financeiras, controles internos e gestão. 3. Fiscal: fiscalização de contribuintes ou de contas de entes públicos. 4. Gestão de Empresas – administração de finanças, custos e fluxo de caixa e empreendimentos de qualquer porte. 5. Gestão Pública – atuação em áreas de planejamento, finanças, administração e contabilidade pública. 6. Atuarial - área estatística ligada a problemas relacionados com a teoria e o cálculo de seguros. 7. Consultoria – aos 3 setores da sociedade (iniciativa privada, governos e ONG´s). 8. Ensino – atuação em dezenas de disciplinas como Contabilidade Rural, Contabilidade de Custos ou Orçamento Público Atualmente, a função básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da contabilidade para a tomada de decisão, por isso, cada número e informação têm seu significado, tudo é importante, pois cada dado avaliado traduz a representatividade dos negócios da empresa. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 51 É muito importante que o contabilista exerça a profissão com ética, qualidade e honestidade, pois possui acessos a muitas informações, sendo algumas sigilosas, por isso é ocupado por esse profissional um cargo de confiança e respeito dentro da organização. A Evolução Histórica do Profissional da área Contábil No início da prática contábil, o profissional que exercia essa função era chamado de guarda-livros, e sua principal responsabilidade era a escrituração dos livros mercantis. Era conhecido também como um funcionário indireto do governo, pois era responsável em efetuar cálculos de impostos e preenchimentos de guias. A história do profissional contábil teve um desenvolvimento lento e foi, em 1930, a regulamentação à ordem dos contadores do Brasil, e, em 1931, sendo a primeira profissão regulamentada no país, o Governo Provisório estabeleceu o registro obrigatório dos guarda- livros e contadores na Superintendência do Ensino Comercial. A expressão guarda-livros desapareceu com o tempo, dando lugar à expressão contador, que ganhou mais status perante a sociedade. Nos dias de hoje, a profissão do contador é de extrema importância podendo ser comparada com a de um médico, pois é este profissional que irá cuidar da “saúde” da empresa, sendo indispensável a presença do profissional contábil dentro de uma organização. O atual ambiente empresarial, caracterizado por uma grande concorrência, tem exigido que os contadores estejam em constante evolução, ampliando suas habilidades pessoais, entendimento do negócio e participando ativamente no processo de gestão para atender de forma eficaz as demandas desse novo ambiente, definindo assim o novo perfil do profissional contábil. O novo perfil do contabilista é de uma pessoa que reúne conhecimentos técnicos e sociais em função do vasto mercado que tem a sua disposição. Com isso, sabe-se que a melhor remuneração está ligada à qualidade dos serviços prestados e essa qualidade só será alcançada com dedicação aos estudos e uma essencial base teórica e técnica, e uma integração com a empresa no seu todo. O contabilista deve passar de um simples profissional, deixando a postura de quem executa o trabalho de forma mecânica, muito parecida com uma linha de produção, deixando de manter seus conhecimentos somente na área em que atua, passando assim a ser um contador “aplicado”, empenhando-se para analisar a empresa extraindo as melhores REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 52 informações para auxiliar os empresários de forma correta, estar sempre atualizando seu currículo em busca de saber quais são as novas técnicas e conceitos contábeis, pois estão em constantes mudanças e procurar se relacionar com outras áreas como administração, economia, direito etc. O mesmo se deve para os profissionais que executam o trabalho contábil das empresas em seus escritórios, pois mesmo não estando fisicamente dentro da empresa, devem dar o auxílio necessário aos empresários, principalmente aos proprietários das micro e pequenas empresas, a crescerem, estruturarem-se e a solidificar seus empreendimentos. [...] O profissional contábil gerencia todo o sistema de informação, os bancos de dados que propiciam tomadas de decisões tanto dos usuários internos como externos. Toda sociedade espera transparência dos Informes Contábeis, resultados não só de competência profissional, mas, simultaneamente, de postura ética. (MARION, 2009, p.29.) Atualmente, os contadores gerenciais já atuam mais tempo como um consultor interno ou como um analista de negócios dentro das organizações, pois entendem a lógica das contas e o que elas fornecem de informações, para que se tomem as decisões. Essa mudança só foi possível com os avanços tecnológicos da informática, possibilitando que os contadores fiquem liberados de alguns trabalhos rotineiro, passando a ter mais tempo para analisar e interpretar as informações contábeis. Com esses avanços, os contabilistas passaram a ter um banco de dados para armazenar todas as informações financeiras, capaz de emitir relatórios que podem abranger o passado, o presente e o futuro da empresa. É de suma importância que o contador se preocupe com a utilidade, transparência, e objetividade das demonstrações contábeis, pois com base nelas os gestores tomam suas decisões para a prosperidade da empresa. É evidente que o contador de hoje não pode mais apenas efetuar as escriturações contábeis ou o famoso débito e crédito, deve o profissional ter uma visão gerencial, ampliando seu conhecimento acerca da contabilidade para que possa dar o suporte necessário às empresas e praticando o seu marketing organizacional e pessoal. O profissional de contabilidade deve ter em mente que a valorização de seu trabalho se fundamenta, essencialmente, na capacidade técnica, na experiência prática, no comportamento ético e na responsabilidade social. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 53A Importância da Ética para o Profissional Contábil Segundo Iudícibus (2011), a profissão contábil é uma das mais antigas, passando ao longo do tempo por muitas mudanças nos procedimentos e fatos contábeis. Devido a esta evolução, o profissional passou a ser de extrema importância no desenvolvimento das organizações, portanto, a fraude também passou a ser mais frequente, resultando assim o fracasso de muitos empresários. Afinal, o papel do contabilista é de mudar esse paradigma que afeta, infelizmente a classe contábil. Atualmente, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação ás questões éticas pode ser o seu diferencial no mercado. A ética profissional insiste na conduta do contabilista de modo a acrescentar algo a ele, enquanto ser humano e a sociedade. O Profissional de Contabilidade deve cumprir o código de ética do profissional contábil, a fim de estimular a execução da lei e, sobretudo conscientizar o profissional no que tange a honestidade, integridade e ética, que são os princípios a serem seguidos pelos contadores, sobretudo garantindo a transparência nos procedimentos contábeis e zelando pela moralidade da classe. Para acabar com os problemas que tanto preocupam a classe contábil, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aprovou a Lei 803/96, Art. 1º diz categoricamente: “Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os contabilistas, quando no exercício profissional.”. Foram propostos para o profissional de contabilidade, através deste código, os procedimentos corretos do exercício da profissão, a fim de transparecer a idoneidade do profissional e, também do patrimônio da organização. Na referente Lei existem dois pilares fundamentais que consolidam a ética, que são os princípios que dizem respeito à idoneidade do profissional e as regras, referindo-se à disciplina que o contador deve ter perante o cliente e também para a sociedade em geral. O profissional nunca deve abrir mão dos princípios e dessas regras, pois é necessário desenvolver uma boa estratégia para garantir a manutenção da ética. A ética profissional deve também substituir o egoísmo, o individualismo e a competição entre os profissionais por um comportamento amigo e solidário, pois é a única maneira de um crescimento individual e coletivo. Para se ter uma sociedade mais justa, humana e menos discriminatória, os profissionais devem ser capazes de pensar e de criar valores, e não de serem manipulados e REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 54 modelados, por isso o código de ética profissional assumi um compromisso de vida, enfrentando todas as práticas tradicionais e inadequadas. Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a diferença entre o seu sucesso e o seu fracasso. Basta um deslize, uma escorregadela, e pronto. A imagem do profissional ganha, no mercado, a mancha vermelha da desconfiança. (JACOMINO, 2000, p.28) A ética está relacionada à opção entre o bem e o mal, por isso cabe ao profissional saber de suas escolhas e atitudes, pois cada uma reflete num resultado que pode ser o diferencial do profissional no mercado de trabalho. A Graduação do Profissional Contábil O volumoso aumento na oferta de cursos de nível superior no Brasil, a implantação de novas formas de avaliá-los e a necessidade das organizações por profissionais aptos a operar instrumentos de gestão cada vez mais sofisticados exigem dos bacharelandos em Ciências Contábeis a busca por novos conhecimentos. Essas exigências ocorrem em razão do desempenho esperado pelo profissional contábil para o futuro da sociedade, principalmente por ser a contabilidade um valioso instrumento para se medir o conflito existente entre os principais grupos de agentes econômicos: governos, empresas e investidores. A busca pela graduação em Ciências Contábeis começa com o ingresso do estudante em um curso universitário após a conclusão do ensino médio, o curso tem duração de quatro anos, abrangendo cerca de 3200 horas-aula. Para se obter o diploma de bacharel em contabilidade, com todos os privilégios atribuídos à profissão os órgãos de classe impõem uma rigorosa bateria de exames. Após conquistar o diploma universitário, o CFC determina que o profissional seja submetido a realizar um exame de suficiência do conhecimento adquirido. Ao ser aprovado o bacharel estará habilitado para o exercício da profissão nas áreas de especialização, como perito contador, auditor de companhias fechadas, contabilidade gerencial ou pública, assessoria tributária. Para os profissionais que desejam atuar na área de auditoria de empresas abertas ou instituições financeiras a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exige que seja realizado exames adicionais de conhecimento específico, que são elaborados pelo CFC. Não é exigido REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 55 estágio prático profissional anterior em empresa de auditoria independente ou instituição financeira. Feital (2012) afirma que, o Brasil concede total responsabilidade ao contador em troca de um baixo nível de educação contábil, aceitando como pré-requisito o conhecimento básico adquirido no curso de graduação, sem avaliar a qualidade variável das faculdades de contabilidade, além de intitular de contador o profissional responsável por assinar balanços. [...] o profissional preparado para escrituração da contabilidade está com seus dias contados. Os estudantes que agora estão ingressando em uma faculdade de Ciências Contábeis devem ser preparados para interpretar, entender, analisar os Relatórios Contábeis, tirar conclusões úteis para assessorar as tomadas de decisão. (MARION 2009, p. 18) É importante que o ensino das Ciências Contábeis evolua de forma intensa vistas à formação de profissionais, competentes e qualificados acompanhando o desenvolvimento dessa ciência. O destaque no ensino que consiste no repasse do conhecimento do professor ao aluno, a carência de estímulos pela busca por novos conhecimentos, o distanciamento cada vez maior entre as novas necessidades da profissão contábil e o ensino universitário, assim como alguns problemas evidenciados na formação pedagógica de muitos professores, são indicadores da necessidade por adaptações no ensino aplicado nos cursos de Ciências Contábeis. Através de todo o trabalho e das condições do desenvolvimento histórico e cultural do País, a docência, enquanto atividade tradicional da relação entre professor e aluno surge como mediadores para investigar discussões, reflexões ou nova pratica no contexto da universidade, especificamente no curso de Ciências Contábeis. Entretanto, a qualidade dos cursos de formação em Ciências Contábeis consiste em uma excelente reprodução técnica. É necessário buscar o crescimento no preparo do docente, transformando-o em um educador responsável. O Educador é um profissional responsável por mudanças, transformação de comportamento e base para o desenvolvimento do potencial intelectual, efetivo e moral de cada discente. Talvez se atribua a culpa do processo a falta de comprometimento político a que foi submetido, porém, não se pode deixar que esse fato justifique a acomodação de muitos profissionais. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 56 É de fundamental importância que o professor se conscientize das necessidades futuras no processo educacional, onde os educadores são responsáveis por preparar o futuro doutrinário e metodológicodo ensino. O grande crescimento da demanda pelo profissional de contábeis no mercado de trabalho é inevitável e isso exige que as pessoas comprometidas procurem se adequar a essa nova realidade. A necessidade do Exame de Suficiência As modificações no ambiente de trabalho do profissional contábil variam constantemente devido às mudanças decorrentes dos órgãos reguladores, globalização, tecnologia de informações e comunicação. Sua atuação não se limita a fornecer informações a credores e investidores, mas no atendimento aos usuários de informações financeiras e não financeiras. Um aspecto a destacar é a complexidade das organizações e suas transações que buscam profissionais cada vez mais eficientes para satisfazer as novas exigências. Devido às diversas mudanças na economia e nas organizações que a demanda por novos conhecimentos está se tornando muito56frequente entre os profissionais da classe contábil. A atuação no mercado de trabalho dos contabilistas cresceu muito nos últimos anos, o que significa uma quantidade significativa de profissionais entrando em um mercado exigente e competitivo. Com o passar dos anos, vêm ocorrendo muitas mudanças na esfera do conhecimento técnico e especializado estão sendo analisadas várias maneiras de avaliação, para que se possa mensurar a capacidade de um profissional atuar no mercado de trabalho. As provas dos exames de suficiência vêm executar um papel importante no controle da qualidade do trabalho efetuado pelo profissional do âmbito contábil. O exame de suficiência está previsto no Estatuto dos Conselhos de Contabilidade, que foi aprovado no ano de 1998, é tido como obrigatório para a graduação que deseje ter o registro no CRC e inserir-se na profissão contábil, e o projeto de Lei foi aprovado pelo Congresso Nacional, porém vetado pelo presidente em 2005. Dentre diversas alterações e resoluções está de volta o exame de suficiência com a aprovação da nova Lei de Regência da Contabilidade Lei nº. 12.249 de 11 de Junho de 2010. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 57 Exame de suficiência: “É a prova de equalização destinada a comprovar a obtenção de conhecimentos médio, consoantes os conteúdos programáticos desenvolvidos no curso de bacharelado em ciências contábeis e no curso técnico em contabilidade.” (Resolução CFC Nº. 853/99 – Art. 2º.). Bungarim (2010) declara que: O Exame de Suficiência é fundamental para os profissionais da Contabilidade, porque vai garantir a excelência na qualidade técnica dos serviços contábeis, compatíveis com o atual momento socioeconômico brasileiro e mundial, especialmente neste momento em que estamos buscando a adequação das Normas Brasileiras de Contabilidade aos Padrões Internacionais. Com esta nova exigência, veio outra novidade, só poderão fazer o Exame aqueles que concluíram curso superior em Ciências Contábeis ou cursando o último ano, o que exclui na prática os cursos técnicos em contabilidade. O exame de suficiência será realizado em todo o país, duas vezes por ano, uma no primeiro trimestre e outra no último. O exame de suficiência é um instrumento fundamental para alavancar a modernização das instituições de ensino e dos currículos dos cursos de Ciências Contábeis e de Técnico em Contabilidade. A conseqüência imediata dessa mudança será a formação de profissionais com bases mais sólidas, onde por meio dessa avaliação será possível detectar se os concluintes dos cursos obtiveram conhecimentos mínimos necessários para enfrentar o mercado de trabalho, ou seja, um grande dilema quando estes alunos mergulham no campo profissional. Conforme afirma Feital (2012): A responsabilidade por uma graduação de boa qualidade não é só do aluno, mas é também das instituições que têm decepcionado na hora de cumprir o seu papel de educadora e preparadora de profissionais eficientes, fato este que levanta dúvidas quanto ao nível de qualidade do aluno e do corpo docente, sendo assim, esse exame de suficiência será essencial para provar a eficiência do curso de graduação e do próprio estudante. Devido a essas preocupações, ficam as seguintes questões: Os cursos de graduação em ciências contábeis são suficientes para preparar um profissional para o mercado de trabalho? Que tipo de profissional esta sendo habilitado? Em uma economia globalizada e tecnológica, o profissional contábil deve considerar assumir grandes desafios e oportunidades. Será que os profissionais contábeis estão atendendo as necessidades do mercado? REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 58 O exame de suficiência foi criado para a comprovação da absorção de conhecimentos básicos para o exercício da profissão contábil, portanto, conforme pesquisa feita pelo CFC, os profissionais não estão totalmente prontos para esse desafio. Portanto, compreende-se que optar por um mecanismo como o exame de suficiência só vai valorizar e favorecer a profissão, e consequentemente a classe contábil e a contabilidade em prol da sociedade. A Necessidade da Educação Continuada Atualmente, muito se debate sobre educação continuada em fatores positivos e negativos, mas não é um conceito novo, nos últimos anos vem ganhando especial atenção, tendo em vista as transformações do trabalho e da sociedade. A educação continuada é aquela que se realiza ao longo da vida, continuamente, faz parte do perfil do profissional e relaciona-se com a idéia de construção do ser humano. Representa o conceito de que “nunca é cedo ou tarde demais para se aprender”, uma filosofia que tem sido adotada por uma vasta gama de organizações diferentes. Os profissionais podem e devem estar abertos a novas idéias, decisões, habilidades ou comportamentos, aproveitando oportunidades de aprendizado em todas as idades e em numerosos contextos, como no trabalho, em casa e através de atividades de lazer, não apenas através de canais formais tais como escolas e universidades. Uma das estratégias mais importantes para os profissionais manterem sua empregabilidade e empresas potencializarem sua competitividade. Embora o conhecimento de uma tecnologia, ferramenta ou prática em desuso nunca seja totalmente perdido, acompanhar as mudanças constantes do cenário exige esforços contínuos. No ambiente corporativo, a educação continuada ocorre de várias formas e a todos os instantes. Reuniões, instruções e trocas de experiências entre colaboradores são processos típicos de educação continuada, mesmo que, muitas vezes, não sigam um planejamento com objetivo específico. O profissional contábil deve engrenar na faculdade com a consciência de que precisa continuar o trabalho de construção do conhecimento. Como ocorrem mudanças a toda velocidade, quem quiser se destacar e tiver respaldo para desempenhar um bom papel, não deve jamais cair na estagnação. Buscar melhoria através de conhecimentos técnicos e desenvolvimentos constantes são pontos de suma importância para o sucesso profissional. É necessário que o contabilista REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 59 esteja periodicamente se atualizando, e aprofundando os conhecimentos. O mais importante é que o profissional nunca abandone o aprendizado, e tenha sempre em mente que continuar estudando é agregar valor a si mesmo, como profissional e como pessoa. A Evolução da Tecnologia e a Profissão de Contabilista Com a evolução da contabilidade e por sua utilização como ferramenta de gestão, tornou-senecessário coletar, analisar e fornecer informações com maior qualidade e agilidade. Os usuários da contabilidade necessitam de muitas informações praticamente em tempo real, pois o mundo está cada vez mais competitivo e globalizado, onde não se pode perder tempo para se tomar as decisões. Surge então a informática como uma parceira muito importante da profissão contábil, pois tarefas que levavam muito tempo a serem executadas, hoje são feitas a prazo de minutos. O processo de escrituração contábil que no início era manual foi substituído pelo mecânico e em seguida pelo eletrônico. A informática é capaz de disponibilizar um conjunto de tecnologias para atender vários usuários entre eles a contabilidade. A contabilidade deve ter habilidade para montar dados que admita a obtenção das informações objeto do seu trabalho. (VASCONCELLOS 1997, p. 26) Do mesmo modo em que o uso da informática é imprescindível em todos os seguimentos da sociedade, a contabilidade se tornou uma área de trabalho que não vive mais sem a ajuda dos computadores. Os Sistemas Integrados de Gestão (SIG), ou seja, um software aplicativo possibilita que a empresa compartilhe dados, uniformizem processos, produzam e utilizem informações em tempo real. São módulos integrados com toda a empresa, como departamento fiscal, financeiro, trabalhista, vendas, compras, etc., que estão interligados com a contabilidade e que tem a função de atender às necessidades de informações para apoio à tomada de decisão. Em referência aos informativos que devem ser elaborados periodicamente, tais como o SINTEGRA, o CAGED, a SEFIP, a DIRF, a DACON, a DCTF e demais obrigações, também é possível importá-los nos softwares adequados, fornecidos pelos órgãos competentes e posteriormente enviá-los via internet. O governo brasileiro, através da Receita Federal, implantou mais um avanço na informatização no ano de 2007, o Sistema Público de Escrituração Fiscal Digital (SPED), dividido em três partes o SPED Contábil, SPED Fiscal e a Nota Fiscal Eletrônica, que consta REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 60 na modernização do sistema atual do cumprimento das obrigações acessórias transmitidas pelas empresas, dessa forma os livros contábeis, tais como, livro diário, razão, balancetes, balanços entre outros serão substituídos por arquivos digitais on-line. Além de todas essas atividades, a tecnologia vem aumentando o horizonte da utilização da contabilidade, pois permite uma ampliação significativa na qualidade, na quantidade e na forma de comunicação, sendo possível obter rápidas informações sobre todos os setores, atividades, funcionários e tudo o que esteja relacionado com a administração da empresa. Porém, não bastaria apenas obter tantas informações de maneira tão rápida e eficaz sem repassá-las aos usuários interessados, dessa forma, os recursos de comunicação, como fax, internet, entre outros, são extremamente úteis e utilizados pela contabilidade e seus profissionais. Nos dias atuais, por exemplo, os investidores do outro lado do mundo, acessam informações sobre a empresa que desejam investir através de segundos, pela internet, por vídeo conferências, entre outros recursos. Com toda essa nova tecnologia, pode parecer que o profissional contábil, não é mais tão importante dentro da organização, porém não é bem assim, nenhum equipamento ou sistema é capaz de substituir o ser humano e seu conhecimento. A informática, apenas processa dados em função das necessidades definidas no sistema contábil, mas para que todos os sistemas funcionem corretamente é indispensável à presença do profissional dentro da empresa, pois só ele possui o conhecimento e as técnicas contábeis, tendo toda a responsabilidade para que as operações sejam processadas de forma correta, em tempo hábil e em conformidade com as normas e princípios contábeis. O contador se tornou um gerenciador de informações. Em razão desta evolução tecnológica, o contabilista deverá dedicar-se mais a analise da contabilidade e executar um trabalho mais seguro e preciso em um intervalo de tempo menor, sendo assim, o resultado desta evolução será a maior valorização do profissional contábil. Considerações Finais Diante de todas as afirmações expostas, há de se ressaltar a importância da contabilidade como ciência humana, e da necessidade de sua evolução perante uma sociedade moderna e competitiva, onde a cada nova geração de contadores, novos desafios surgem e o REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 61 comprometimento do profissional da área contábil na gestão dos negócios, torna-se cada vez mais necessário. O tempo passa, a sociedade evolui, o Homem luta contra os desafios da nova sociedade, e os contadores registram a História e colaboram no direcionamento da economia e finanças do mundo. Referências Bibliográficas ALBERTO, Valter Luiz Palombo. Perícia Contábil- 4 ed. – São Paulo: Atlas, 2007. DOS SANTOS, José Luiz et al. Introdução à contabilidade: atualizada pela Lei no.11.941 e pelas normas do CPC – 2ª edição – São Paulo: Atlas, 2011. FEITAL, João Carlos de Campos. DE OLIVEIRA, Marcos Roberto. 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