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Evolução da Contabilidade e Mercado de Trabalho

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REVISTA CONTEÚDO ARTIGO 
 
© Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 44 
A evolução da contabilidade e o mercado de trabalho para o contabilista 
 
Anderson Meira Cotrin
1
 
Aroldo Luiz dos Santos 
2
 
Laerte Zotte Junior
3 
 
 
RESUMO 
A presença do profissional contábil é cada vez mais imprescindível para a sociedade e para as 
organizações, assim a ideia do profissional que somente preenchia guias e realizava seu 
pagamento deve ser deixada para trás. Assim, hoje, a principal característica da profissão de 
contabilista será o crescimento aplicado no desenvolvimento humano, organizacional e social. 
Em razão disso, o contabilista deve estar qualificado para acompanhar as mudanças e se 
adaptar às novas realidades. Hoje e no futuro, a contabilidade continuará sendo a principal 
ferramenta de controle empresarial e, segundo especialistas, há uma grande carência de 
profissionais qualificados no mercado de trabalho para a execução de várias tarefas, desde a 
escrituração, análise, perícia e auditoria. Com um novo perfil, mais completo e dinâmico, o 
contabilista terá seu mercado de trabalho ampliado, e com uma valorização pessoal e 
financeira crescente. Dessa forma, o presente estudo visa explorar como o perfil do 
contabilista pode ser modificado frente às evoluções do mercado. 
 
Palavras-chave: contabilista; carreiras; contabilidade; desenvolvimento profissional. 
 
The evolution of accounting and the labour market for accountant 
 
ABSTRACT 
The presence of professional accounting is increasingly essential for society and for 
organizations, so the idea that only meet the professional guides and performed its payment 
shall be left behind. So today, the main feature of the accounting profession is the growth in 
applied human development, organizational and social. As a result, the accounting officer 
must be qualified to follow the changes and adapt to new realities. Today and tomorrow, the 
accounts remain the main tool of corporate control and, according to experts, there is a great 
lack of qualified professionals in the labor market to perform various tasks, from 
bookkeeping, analysis, and audit expertise. With a new profile, more complete and dynamic, 
the accountant will have expanded its labor market, and a growing financial and personal 
enhancement. Thus, this study aims to explore how the profile of the accounting can be 
modified in the face of market developments. 
 
Keywords: accountant; careers; accounting; professional development. 
 
 
 
1
 Especialista em Contabilidade Internacional PUC SP. Coordenador do Curso de Ciências Contábeis CNEC Capivari. 
2
 Mestre em Administração pela Universidade de Guarulhos; Professor Universitário CNEC Capivari. 
3
 Mestre em Administração pela Unisal; Professor Universitário CNEC Capivari. 
REVISTA CONTEÚDO ARTIGO 
 
© Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 45 
 
 
Introdução 
Pode-se afirmar que o contabilista moderno deve estar sempre preocupado, lendo e 
aperfeiçoando-se sempre, porque a contabilidade, por ser uma ciência, está em constante 
modificação, e quem não se atualizar perderá sua posição para profissionais de outras áreas. 
A contabilidade oferece informações necessárias para as tomadas de decisões, sendo 
assim, os contabilistas devem acompanhar a evolução, pois as informações, hoje, ganharam 
muita velocidade com os avanços tecnológicos. 
Carvalho apud Feital (2012), afirma que: 
O fim do curso de graduação, por si só, não garante o sucesso profissional. Muito 
pelo contrário, é o início de uma longa caminhada, que tem como pressuposto básico 
a educação continuada. Afinal as empresas estão procurando profissionais cada vez 
mais especializados, que possuam uma visão generalista e sejam capazes de conectar 
fatos, acontecimentos em várias áreas e ajudar as empresas na consecução dos seus 
objetivos. 
Este artigo tem o objetivo de chamar a atenção dos estudantes e profissionais de 
contabilidade para a necessidade de se atualizar e buscar o desenvolvimento contínuo dos seus 
conhecimentos. O texto parte de um estudo exploratório baseado em bibliografias das áreas 
contábil e desenvolvimento profissional. 
 
A Contabilidade: Origem e Evolução histórica 
A história da contabilidade é tão antiga que nos remete à própria história da 
civilização. Ela está ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social e 
interpretação dos fatos ocorridos com o objetivo material de que o homem sempre dispôs para 
alcançar os fins propostos. 
Alguns historiadores relatam que os primeiros sinais da existência das contas datam de 
aproximadamente 4.000 A. C.. Entretanto, antes disto, o homem primitivo, ao inventariar as 
primeiras ferramentas e instrumentos de caça e pesca disponível, ao contar seus rebanhos, já 
estava praticando uma forma rudimentar de contabilidade. 
Oliveira e Nagatsuka apud Feital (2012) afirmam que:t 
Alguns pesquisadores afirmam que o início das práticas relacionadas com o controle 
das contas data mais de mil anos antes de Cristo. Para outros, tais preocupações são 
tão velhas quanto a humanidade. Para mensurar, avaliar, e controlar seus bens 
REVISTA CONTEÚDO ARTIGO 
 
© Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 46 
pessoais desde os tempos remotos, os reis, faraós, comerciantes, agricultores, etc; 
utilizavam técnicas de registros, o que pode ser entendido como o início da 
contabilidade como hoje é conhecida. 
Com o desenvolvimento cultural, social e econômico, foi que a contabilidade passou a 
evoluir. No período do Renascimento Cultural, surge a figura do Frei Luca Bartolomeo de 
Pacioli, considerado um dos mais estudiosos da época, e que consagrou-se como uma das 
maiores mentes de seu tempo, e tornou-se conhecido como “pai da contabilidade”. 
Chegando à história recente, constata-se mais do que nunca a importância da 
contabilidade e das informações geradas pela mesma. Nos últimos séculos, ocorreu uma 
grande evolução das técnicas contábeis: O surgimento da auditoria, o desenvolvimento da 
contabilidade de custos, e o aumento da importância da contabilidade como ferramenta 
gerencial, estas são algumas das inovações que surgiram nos novos tempos, trazidas pela 
propagação da escola americana. 
A prática contábil teve início através da necessidade de registros das bancas de 
comércio. Indícios apontam que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática 
do comércio não era exclusiva destes, já sendo praticadas nas principais cidades da 
antiguidade. 
[...] É claro que a contabilidade teve evolução relativamente lenta até o aparecimento 
da moeda. Na época da troca pura e simples de mercadorias, os negociantes 
anotavam as obrigações, os direitos e os bens perante terceiros, porem, obviamente, 
tratava-se de um mero elenco de inventário físico, sem avaliação monetária. 
(MARTINELLI, 2002). 
 
Segundo Feital ET. AL (2012), a prática de troca e venda dos comerciantes semíticos 
exigia o acompanhamento das variações de seus bens. As trocas de bens e serviços eram 
seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas na Babilônia as cobranças de 
impostos, já se faziam com escritas, embora rudimentares. Relatos evidenciam que escriba 
egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 A.C. 
 À medida que o homem começava a aumentar seus bens, preocupava-lhe saber quanto 
poderiam render e qual a forma mais simples de aumentá-los, pois quando já em maior 
volume estas informações não eram de fácil memorização, necessitando de registros. 
Foi o pensamentodo "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que 
pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc. 
REVISTA CONTEÚDO ARTIGO 
 
© Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 47 
Com a aparição das primeiras administrações particulares, surge a necessidade de 
controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar 
conta da coisa administrada. 
É bom lembrar que, naquele tempo, não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e 
trocas eram à vista. Mais tarde, como prova de dívida ou quitação, eram utilizados ramos de 
árvore. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever), no Egito, antigo 
facilitou o registro de informações sobre negócios. 
Conforme o desenvolvimento das operações econômicas foram se tornando mais 
complexas, o seu controle refinou-se. Na República Romana (200 A.C.) nos registros 
governamentais já eram utilizadas as receitas de caixa, que eram classificadas como rendas e 
lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões. 
Durante o período medieval, os governos locais e a Igreja introduziram diversas 
inovações na contabilidade. É na Itália que surge o termo Contabilitá. 
A prática da contabilidade se desenvolveu de acordo com as necessidades e tendências 
mundiais. Sendo assim, a evolução contábil se resume em quatro etapas: Mundo Antigo, 
Medieval, Moderno e Científico. 
No mundo antigo a contabilidade surge com as primeiras civilizações e vai até 1202 da 
Era Cristã. A contabilidade empírica, praticada pelo homem antigo, já tinha como objeto o 
patrimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos. 
 A contabilidade do mundo medieval, período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, 
foi um período importante tanto na história do mundo, quanto na história da contabilidade. 
Foi quando a indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de 
mineração e metalurgia. Com isso surge o livro caixa, que recebia registros de recebimentos e 
pagamentos em dinheiro, era utilizado de forma rudimentar o débito e o crédito. 
A contabilidade do mundo moderno, período que vai de 1494 até 1840, é considerada 
a fase da pré-ciência. Para se estabelecer um controle das inúmeras riquezas, que o novo 
mundo representava, a contabilidade tornou-se uma necessidade. A introdução da técnica 
contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciante italianos do sec. XII. 
Quando apareceu o Tratactus de ComputisetScripturis (Contabilidade das Partidas Dobradas) 
de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do débito e do 
crédito corresponde a teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para 
inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. Pacioli apesar de ser 
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© Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 48 
considerado o pai da contabilidade, não foi o criador das partidas dobradas, o método já era 
utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o século XIV. 
E finalmente com a contabilidade do mundo científico, que se inicia em 1840 e 
continua até os dias de hoje. A teoria contábil avançou de acordo com as novas necessidades 
que se apresentaram, mas foi nos EUA que a contabilidade evoluiu para a prática. A maioria 
dos autores da época preocupou-se mais em mostrar a contabilidade como uma ciência, do 
que comprovar as ideias que surgiam. Era consistida na difusão idealista, sem pesquisas. 
Muitas das teorias não tinham aplicação e o uso exagerado das partidas dobradas dificultava a 
flexibilidade necessária. Com o surgimento de companhias, como as multinacionais ou 
transnacionais, por exemplo, onde são requeridos grandes capitais, e com um grande número 
de acionistas, foi à primeira causa da utilização das teorias e práticas contábeis, pois 
permitiam a correta interpretação das informações, por qualquer acionista ou outro 
interessado, em qualquer parte do mundo. 
Silva apud Feital (2012) afirma que: 
O conjunto de esforços e aprimoramento fez a ciência contábil evoluir na época 
clássica de “logos” (lógica e ciência), conforme (Apud - Masi 1971), sendo depois 
considerada uma “rationandiscientia” (ciência racional) no estudo de suas contas, 
nas aplicações de orientação aos empreendimentos de capital público e privado; no 
auxilio governamental e privado nas trapezas de acordo com D’ Áuria (1959) – tal 
como eram chamados os bancos na Grécia antiga – e nas famílias que também 
escrituravam e praticavam os registros contábeis. 
 
A evolução da contabilidade mostra que uma cultura deriva quase que inteiramente de 
outras e que a contabilidade não é apenas uma consequência da evolução do homem e, sim, a 
base, por que foi a partir do sistema de contas, que o homem organizou-se deixando de ser 
primitivo e passando a raciocinar de maneira organizada. Podendo-se afirmar que um sistema 
de contabilidade não falta nem mesmo na mais rudimentar das organizações. 
 
A Evolução da Contabilidade no Brasil 
No Brasil, a vinda da Família Real portuguesa incrementou a atividade colonial, 
exigindo um melhor aparato fiscal, já que houve um aumento dos gastos públicos e também 
das rendas dos Estados. Com isso constitui-se o Erágio Régio ou o Tesouro Nacional e 
Público, juntamente com o Banco do Brasil (1808). Neste mesmo ano, foi realizada a primeira 
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© Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 49 
referência oficial à escrituração e relatórios contábeis, elaborada pelo Príncipe Regente D. 
João VI, conforme dispõe o texto da Carta: 
Para o método de Escrituração e fórmulas de Contabilidade de minha real fazenda 
não fique arbitrário a maneira de pensar de cada um dos contadores gerais, que sou 
servido criarem para o referido Erário: - ordeno que a escrituração seja mercantil por 
partidas, por ser a única seguida pelas nações mais civilizadas, assim pela sua 
brevidade, para o manejo de grandes somas como por ser mais clara e a que menos 
lugar dá a erros e subterfúgios, onde se esconde a malícia e a fraude dos 
prevaricadores. (D. João VI, carta apud FEITAL, 2012). 
 
Somente profissionais que estudassem aulas de comércio, poderiam realizar o 
processo de escrituração das contas, sendo que essas aulas realizadas no Brasil eram 
originárias de Portugal, e preparavam os empregados do comércio para o exame na Junta 
Comercial. 
No Brasil, a contabilidade teve influência tanto da escola italiana quanto da americana, 
sendo que a primeira foi a que influenciou inicialmente o país, porém foi na segunda que o 
Brasil baseou-se para formação da Lei das Sociedades por Ações, que ocorreu a partir da 
Resolução nº 220 e da circular nº 179 do BC e para a implantação do ensino acadêmico. 
A Escola de Comércio Álvares Penteado, criada em 1902, foi a primeira escola 
especializada no ensino da contabilidade. Nesta instituição, professores de grandes nomes, 
como Francisco D’Auria, Frederico Herrmann Júnior, Coriolano Martins, abriram portas para 
a pesquisa contábil. Segundo Iudícibus (1997), D’Auria teve o mérito de ser o mais 
“brasileiro” dos autores famosos da época, no sentido de que conseguiu formar o que se 
poderia chamar de embrião de uma autêntica escola brasileira, mas foi na Faculdade de 
Ciências Econômicas e Administrativas da USP, fundada em 1946, que o Brasil ganhou seu 
primeiro núcleo efetivo, contribuindo com o surgimento dos escritores da literatura contábil 
nacional. 
Hoje, a contabilidade brasileira apresenta-se em uma situação contraditória, onde a 
qualidade dasnormas contábeis é superior à qualidade atual dos profissionais da área, 
principalmente agora com o surgimento da nova Lei das Sociedades Anônimas (S.A.). Tal 
fato se deve, em parte, a expansão do número de Universidades pelo país, sendo a maioria 
privada, algumas com cursos de baixa qualidade. Porém, pode-se constatar que, por outro 
lado, existem contadores de grande qualificação. 
 
O Perfil do Contabilista 
REVISTA CONTEÚDO ARTIGO 
 
© Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 50 
O contabilista é um profissional que trabalha com a área econômica, financeira e 
patrimonial de uma ou mais organizações. É o responsável pelos registros dos atos e fatos, 
elaboração das demonstrações contábeis e pelo estudo dos elementos que formam o 
patrimônio das organizações. 
O bacharel em ciências contábeis pode atuar em diversas áreas, segundo Alberto 
(2007): 
[...] aquele que optar pelo curso de Contabilidade terá inúmeras alternativas, entre as 
quais: contador, auditor, gerente de controladoria, analista financeiro, perito 
contábil, consultor contábil, professor de contabilidade, pesquisador contábil. 
Segundo Zanluca (2012), a área de atuação do profissional contábil é bastante ampla, 
oferecendo inúmeras alternativas de trabalho. Dentre algumas áreas, além da tradicional 
atuação na prática de escrituração contábil, destacam-se: 
1. Perícia Contábil - apuração de haveres, lucros cessantes, impugnações fiscais e 
avaliação de patrimônio líquido. 
 
2. Auditoria: exame e emissão de pareceres sobre demonstrações financeiras, controles 
internos e gestão. 
 
3. Fiscal: fiscalização de contribuintes ou de contas de entes públicos. 
 
4. Gestão de Empresas – administração de finanças, custos e fluxo de caixa e 
empreendimentos de qualquer porte. 
 
5. Gestão Pública – atuação em áreas de planejamento, finanças, administração e 
contabilidade pública. 
6. Atuarial - área estatística ligada a problemas relacionados com a teoria e o cálculo de 
seguros. 
7. Consultoria – aos 3 setores da sociedade (iniciativa privada, governos e ONG´s). 
8. Ensino – atuação em dezenas de disciplinas como Contabilidade Rural, Contabilidade 
de Custos ou Orçamento Público 
Atualmente, a função básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da 
contabilidade para a tomada de decisão, por isso, cada número e informação têm seu 
significado, tudo é importante, pois cada dado avaliado traduz a representatividade dos 
negócios da empresa. 
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© Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 51 
É muito importante que o contabilista exerça a profissão com ética, qualidade e 
honestidade, pois possui acessos a muitas informações, sendo algumas sigilosas, por isso é 
ocupado por esse profissional um cargo de confiança e respeito dentro da organização. 
 
A Evolução Histórica do Profissional da área Contábil 
No início da prática contábil, o profissional que exercia essa função era chamado de 
guarda-livros, e sua principal responsabilidade era a escrituração dos livros mercantis. Era 
conhecido também como um funcionário indireto do governo, pois era responsável em efetuar 
cálculos de impostos e preenchimentos de guias. 
A história do profissional contábil teve um desenvolvimento lento e foi, em 1930, a 
regulamentação à ordem dos contadores do Brasil, e, em 1931, sendo a primeira profissão 
regulamentada no país, o Governo Provisório estabeleceu o registro obrigatório dos guarda-
livros e contadores na Superintendência do Ensino Comercial. 
A expressão guarda-livros desapareceu com o tempo, dando lugar à expressão 
contador, que ganhou mais status perante a sociedade. Nos dias de hoje, a profissão do 
contador é de extrema importância podendo ser comparada com a de um médico, pois é este 
profissional que irá cuidar da “saúde” da empresa, sendo indispensável a presença do 
profissional contábil dentro de uma organização. 
O atual ambiente empresarial, caracterizado por uma grande concorrência, tem exigido 
que os contadores estejam em constante evolução, ampliando suas habilidades pessoais, 
entendimento do negócio e participando ativamente no processo de gestão para atender de 
forma eficaz as demandas desse novo ambiente, definindo assim o novo perfil do profissional 
contábil. 
O novo perfil do contabilista é de uma pessoa que reúne conhecimentos técnicos e 
sociais em função do vasto mercado que tem a sua disposição. Com isso, sabe-se que a 
melhor remuneração está ligada à qualidade dos serviços prestados e essa qualidade só será 
alcançada com dedicação aos estudos e uma essencial base teórica e técnica, e uma integração 
com a empresa no seu todo. 
O contabilista deve passar de um simples profissional, deixando a postura de quem 
executa o trabalho de forma mecânica, muito parecida com uma linha de produção, deixando 
de manter seus conhecimentos somente na área em que atua, passando assim a ser um 
contador “aplicado”, empenhando-se para analisar a empresa extraindo as melhores 
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© Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 52 
informações para auxiliar os empresários de forma correta, estar sempre atualizando seu 
currículo em busca de saber quais são as novas técnicas e conceitos contábeis, pois estão em 
constantes mudanças e procurar se relacionar com outras áreas como administração, 
economia, direito etc. 
O mesmo se deve para os profissionais que executam o trabalho contábil das empresas 
em seus escritórios, pois mesmo não estando fisicamente dentro da empresa, devem dar o 
auxílio necessário aos empresários, principalmente aos proprietários das micro e pequenas 
empresas, a crescerem, estruturarem-se e a solidificar seus empreendimentos. 
[...] O profissional contábil gerencia todo o sistema de informação, os bancos de 
dados que propiciam tomadas de decisões tanto dos usuários internos como 
externos. Toda sociedade espera transparência dos Informes Contábeis, resultados 
não só de competência profissional, mas, simultaneamente, de postura ética. 
(MARION, 2009, p.29.) 
 
Atualmente, os contadores gerenciais já atuam mais tempo como um consultor interno 
ou como um analista de negócios dentro das organizações, pois entendem a lógica das contas 
e o que elas fornecem de informações, para que se tomem as decisões. Essa mudança só foi 
possível com os avanços tecnológicos da informática, possibilitando que os contadores 
fiquem liberados de alguns trabalhos rotineiro, passando a ter mais tempo para analisar e 
interpretar as informações contábeis. 
Com esses avanços, os contabilistas passaram a ter um banco de dados para armazenar 
todas as informações financeiras, capaz de emitir relatórios que podem abranger o passado, o 
presente e o futuro da empresa. 
É de suma importância que o contador se preocupe com a utilidade, transparência, e 
objetividade das demonstrações contábeis, pois com base nelas os gestores tomam suas 
decisões para a prosperidade da empresa. 
É evidente que o contador de hoje não pode mais apenas efetuar as escriturações 
contábeis ou o famoso débito e crédito, deve o profissional ter uma visão gerencial, 
ampliando seu conhecimento acerca da contabilidade para que possa dar o suporte necessário 
às empresas e praticando o seu marketing organizacional e pessoal. 
O profissional de contabilidade deve ter em mente que a valorização de seu trabalho se 
fundamenta, essencialmente, na capacidade técnica, na experiência prática, no comportamento 
ético e na responsabilidade social. 
 
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© Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 53A Importância da Ética para o Profissional Contábil 
Segundo Iudícibus (2011), a profissão contábil é uma das mais antigas, passando ao 
longo do tempo por muitas mudanças nos procedimentos e fatos contábeis. Devido a esta 
evolução, o profissional passou a ser de extrema importância no desenvolvimento das 
organizações, portanto, a fraude também passou a ser mais frequente, resultando assim o 
fracasso de muitos empresários. Afinal, o papel do contabilista é de mudar esse paradigma 
que afeta, infelizmente a classe contábil. 
Atualmente, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação ás questões 
éticas pode ser o seu diferencial no mercado. A ética profissional insiste na conduta do 
contabilista de modo a acrescentar algo a ele, enquanto ser humano e a sociedade. 
O Profissional de Contabilidade deve cumprir o código de ética do profissional 
contábil, a fim de estimular a execução da lei e, sobretudo conscientizar o profissional no que 
tange a honestidade, integridade e ética, que são os princípios a serem seguidos pelos 
contadores, sobretudo garantindo a transparência nos procedimentos contábeis e zelando pela 
moralidade da classe. 
Para acabar com os problemas que tanto preocupam a classe contábil, o Conselho 
Federal de Contabilidade (CFC) aprovou a Lei 803/96, Art. 1º diz categoricamente: “Este 
Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os 
contabilistas, quando no exercício profissional.”. 
Foram propostos para o profissional de contabilidade, através deste código, os 
procedimentos corretos do exercício da profissão, a fim de transparecer a idoneidade do 
profissional e, também do patrimônio da organização. Na referente Lei existem dois pilares 
fundamentais que consolidam a ética, que são os princípios que dizem respeito à idoneidade 
do profissional e as regras, referindo-se à disciplina que o contador deve ter perante o cliente e 
também para a sociedade em geral. 
O profissional nunca deve abrir mão dos princípios e dessas regras, pois é necessário 
desenvolver uma boa estratégia para garantir a manutenção da ética. 
A ética profissional deve também substituir o egoísmo, o individualismo e a 
competição entre os profissionais por um comportamento amigo e solidário, pois é a única 
maneira de um crescimento individual e coletivo. 
Para se ter uma sociedade mais justa, humana e menos discriminatória, os 
profissionais devem ser capazes de pensar e de criar valores, e não de serem manipulados e 
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modelados, por isso o código de ética profissional assumi um compromisso de vida, 
enfrentando todas as práticas tradicionais e inadequadas. 
Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões éticas 
pode ser a diferença entre o seu sucesso e o seu fracasso. Basta um deslize, uma 
escorregadela, e pronto. A imagem do profissional ganha, no mercado, a mancha 
vermelha da desconfiança. (JACOMINO, 2000, p.28) 
 
A ética está relacionada à opção entre o bem e o mal, por isso cabe ao profissional 
saber de suas escolhas e atitudes, pois cada uma reflete num resultado que pode ser o 
diferencial do profissional no mercado de trabalho. 
 
A Graduação do Profissional Contábil 
O volumoso aumento na oferta de cursos de nível superior no Brasil, a implantação de 
novas formas de avaliá-los e a necessidade das organizações por profissionais aptos a operar 
instrumentos de gestão cada vez mais sofisticados exigem dos bacharelandos em Ciências 
Contábeis a busca por novos conhecimentos. 
Essas exigências ocorrem em razão do desempenho esperado pelo profissional 
contábil para o futuro da sociedade, principalmente por ser a contabilidade um valioso 
instrumento para se medir o conflito existente entre os principais grupos de agentes 
econômicos: governos, empresas e investidores. 
A busca pela graduação em Ciências Contábeis começa com o ingresso do estudante 
em um curso universitário após a conclusão do ensino médio, o curso tem duração de quatro 
anos, abrangendo cerca de 3200 horas-aula. 
Para se obter o diploma de bacharel em contabilidade, com todos os privilégios 
atribuídos à profissão os órgãos de classe impõem uma rigorosa bateria de exames. Após 
conquistar o diploma universitário, o CFC determina que o profissional seja submetido a 
realizar um exame de suficiência do conhecimento adquirido. Ao ser aprovado o bacharel 
estará habilitado para o exercício da profissão nas áreas de especialização, como perito 
contador, auditor de companhias fechadas, contabilidade gerencial ou pública, assessoria 
tributária. 
Para os profissionais que desejam atuar na área de auditoria de empresas abertas ou 
instituições financeiras a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exige que seja realizado 
exames adicionais de conhecimento específico, que são elaborados pelo CFC. Não é exigido 
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estágio prático profissional anterior em empresa de auditoria independente ou instituição 
financeira. 
Feital (2012) afirma que, o Brasil concede total responsabilidade ao contador em troca 
de um baixo nível de educação contábil, aceitando como pré-requisito o conhecimento básico 
adquirido no curso de graduação, sem avaliar a qualidade variável das faculdades de 
contabilidade, além de intitular de contador o profissional responsável por assinar balanços. 
[...] o profissional preparado para escrituração da contabilidade está com seus dias 
contados. Os estudantes que agora estão ingressando em uma faculdade de Ciências 
Contábeis devem ser preparados para interpretar, entender, analisar os Relatórios 
Contábeis, tirar conclusões úteis para assessorar as tomadas de decisão. (MARION 
2009, p. 18) 
 
É importante que o ensino das Ciências Contábeis evolua de forma intensa vistas à 
formação de profissionais, competentes e qualificados acompanhando o desenvolvimento 
dessa ciência. 
O destaque no ensino que consiste no repasse do conhecimento do professor ao aluno, 
a carência de estímulos pela busca por novos conhecimentos, o distanciamento cada vez 
maior entre as novas necessidades da profissão contábil e o ensino universitário, assim como 
alguns problemas evidenciados na formação pedagógica de muitos professores, são 
indicadores da necessidade por adaptações no ensino aplicado nos cursos de Ciências 
Contábeis. 
Através de todo o trabalho e das condições do desenvolvimento histórico e cultural do 
País, a docência, enquanto atividade tradicional da relação entre professor e aluno surge como 
mediadores para investigar discussões, reflexões ou nova pratica no contexto da universidade, 
especificamente no curso de Ciências Contábeis. 
Entretanto, a qualidade dos cursos de formação em Ciências Contábeis consiste em 
uma excelente reprodução técnica. É necessário buscar o crescimento no preparo do docente, 
transformando-o em um educador responsável. O Educador é um profissional responsável por 
mudanças, transformação de comportamento e base para o desenvolvimento do potencial 
intelectual, efetivo e moral de cada discente. 
Talvez se atribua a culpa do processo a falta de comprometimento político a que foi 
submetido, porém, não se pode deixar que esse fato justifique a acomodação de muitos 
profissionais. 
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É de fundamental importância que o professor se conscientize das necessidades futuras 
no processo educacional, onde os educadores são responsáveis por preparar o futuro 
doutrinário e metodológicodo ensino. 
O grande crescimento da demanda pelo profissional de contábeis no mercado de 
trabalho é inevitável e isso exige que as pessoas comprometidas procurem se adequar a essa 
nova realidade. 
 
A necessidade do Exame de Suficiência 
As modificações no ambiente de trabalho do profissional contábil variam 
constantemente devido às mudanças decorrentes dos órgãos reguladores, globalização, 
tecnologia de informações e comunicação. Sua atuação não se limita a fornecer informações a 
credores e investidores, mas no atendimento aos usuários de informações financeiras e não 
financeiras. Um aspecto a destacar é a complexidade das organizações e suas transações que 
buscam profissionais cada vez mais eficientes para satisfazer as novas exigências. 
Devido às diversas mudanças na economia e nas organizações que a demanda por 
novos conhecimentos está se tornando muito56frequente entre os profissionais da classe 
contábil. 
A atuação no mercado de trabalho dos contabilistas cresceu muito nos últimos anos, o 
que significa uma quantidade significativa de profissionais entrando em um mercado exigente 
e competitivo. 
Com o passar dos anos, vêm ocorrendo muitas mudanças na esfera do conhecimento 
técnico e especializado estão sendo analisadas várias maneiras de avaliação, para que se possa 
mensurar a capacidade de um profissional atuar no mercado de trabalho. As provas dos 
exames de suficiência vêm executar um papel importante no controle da qualidade do trabalho 
efetuado pelo profissional do âmbito contábil. 
O exame de suficiência está previsto no Estatuto dos Conselhos de Contabilidade, que 
foi aprovado no ano de 1998, é tido como obrigatório para a graduação que deseje ter o 
registro no CRC e inserir-se na profissão contábil, e o projeto de Lei foi aprovado pelo 
Congresso Nacional, porém vetado pelo presidente em 2005. Dentre diversas alterações e 
resoluções está de volta o exame de suficiência com a aprovação da nova Lei de Regência da 
Contabilidade Lei nº. 12.249 de 11 de Junho de 2010. 
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Exame de suficiência: “É a prova de equalização destinada a comprovar a obtenção de 
conhecimentos médio, consoantes os conteúdos programáticos desenvolvidos no curso de 
bacharelado em ciências contábeis e no curso técnico em contabilidade.” (Resolução CFC Nº. 
853/99 – Art. 2º.). 
Bungarim (2010) declara que: 
O Exame de Suficiência é fundamental para os profissionais da Contabilidade, 
porque vai garantir a excelência na qualidade técnica dos serviços contábeis, 
compatíveis com o atual momento socioeconômico brasileiro e mundial, 
especialmente neste momento em que estamos buscando a adequação das Normas 
Brasileiras de Contabilidade aos Padrões Internacionais. 
 
Com esta nova exigência, veio outra novidade, só poderão fazer o Exame aqueles que 
concluíram curso superior em Ciências Contábeis ou cursando o último ano, o que exclui na 
prática os cursos técnicos em contabilidade. O exame de suficiência será realizado em todo o 
país, duas vezes por ano, uma no primeiro trimestre e outra no último. 
O exame de suficiência é um instrumento fundamental para alavancar a modernização 
das instituições de ensino e dos currículos dos cursos de Ciências Contábeis e de Técnico em 
Contabilidade. A conseqüência imediata dessa mudança será a formação de profissionais com 
bases mais sólidas, onde por meio dessa avaliação será possível detectar se os concluintes dos 
cursos obtiveram conhecimentos mínimos necessários para enfrentar o mercado de trabalho, 
ou seja, um grande dilema quando estes alunos mergulham no campo profissional. 
Conforme afirma Feital (2012): 
A responsabilidade por uma graduação de boa qualidade não é só do aluno, mas é 
também das instituições que têm decepcionado na hora de cumprir o seu papel de 
educadora e preparadora de profissionais eficientes, fato este que levanta dúvidas 
quanto ao nível de qualidade do aluno e do corpo docente, sendo assim, esse exame 
de suficiência será essencial para provar a eficiência do curso de graduação e do 
próprio estudante. 
Devido a essas preocupações, ficam as seguintes questões: Os cursos de graduação em 
ciências contábeis são suficientes para preparar um profissional para o mercado de trabalho? 
Que tipo de profissional esta sendo habilitado? Em uma economia globalizada e tecnológica, 
o profissional contábil deve considerar assumir grandes desafios e oportunidades. Será que os 
profissionais contábeis estão atendendo as necessidades do mercado? 
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O exame de suficiência foi criado para a comprovação da absorção de conhecimentos 
básicos para o exercício da profissão contábil, portanto, conforme pesquisa feita pelo CFC, os 
profissionais não estão totalmente prontos para esse desafio. 
Portanto, compreende-se que optar por um mecanismo como o exame de suficiência 
só vai valorizar e favorecer a profissão, e consequentemente a classe contábil e a 
contabilidade em prol da sociedade. 
 
A Necessidade da Educação Continuada 
Atualmente, muito se debate sobre educação continuada em fatores positivos e 
negativos, mas não é um conceito novo, nos últimos anos vem ganhando especial atenção, 
tendo em vista as transformações do trabalho e da sociedade. 
A educação continuada é aquela que se realiza ao longo da vida, continuamente, faz 
parte do perfil do profissional e relaciona-se com a idéia de construção do ser humano. 
Representa o conceito de que “nunca é cedo ou tarde demais para se aprender”, uma filosofia 
que tem sido adotada por uma vasta gama de organizações diferentes. 
Os profissionais podem e devem estar abertos a novas idéias, decisões, habilidades ou 
comportamentos, aproveitando oportunidades de aprendizado em todas as idades e em 
numerosos contextos, como no trabalho, em casa e através de atividades de lazer, não apenas 
através de canais formais tais como escolas e universidades. 
Uma das estratégias mais importantes para os profissionais manterem sua 
empregabilidade e empresas potencializarem sua competitividade. Embora o conhecimento de 
uma tecnologia, ferramenta ou prática em desuso nunca seja totalmente perdido, acompanhar 
as mudanças constantes do cenário exige esforços contínuos. No ambiente corporativo, a 
educação continuada ocorre de várias formas e a todos os instantes. Reuniões, instruções e 
trocas de experiências entre colaboradores são processos típicos de educação continuada, 
mesmo que, muitas vezes, não sigam um planejamento com objetivo específico. 
O profissional contábil deve engrenar na faculdade com a consciência de que precisa 
continuar o trabalho de construção do conhecimento. Como ocorrem mudanças a toda 
velocidade, quem quiser se destacar e tiver respaldo para desempenhar um bom papel, não 
deve jamais cair na estagnação. 
 Buscar melhoria através de conhecimentos técnicos e desenvolvimentos constantes 
são pontos de suma importância para o sucesso profissional. É necessário que o contabilista 
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esteja periodicamente se atualizando, e aprofundando os conhecimentos. O mais importante é 
que o profissional nunca abandone o aprendizado, e tenha sempre em mente que continuar 
estudando é agregar valor a si mesmo, como profissional e como pessoa. 
 
A Evolução da Tecnologia e a Profissão de Contabilista 
Com a evolução da contabilidade e por sua utilização como ferramenta de gestão, 
tornou-senecessário coletar, analisar e fornecer informações com maior qualidade e agilidade. 
Os usuários da contabilidade necessitam de muitas informações praticamente em tempo real, 
pois o mundo está cada vez mais competitivo e globalizado, onde não se pode perder tempo 
para se tomar as decisões. Surge então a informática como uma parceira muito importante da 
profissão contábil, pois tarefas que levavam muito tempo a serem executadas, hoje são feitas a 
prazo de minutos. O processo de escrituração contábil que no início era manual foi substituído 
pelo mecânico e em seguida pelo eletrônico. 
A informática é capaz de disponibilizar um conjunto de tecnologias para atender 
vários usuários entre eles a contabilidade. A contabilidade deve ter habilidade para 
montar dados que admita a obtenção das informações objeto do seu trabalho. 
(VASCONCELLOS 1997, p. 26) 
 
Do mesmo modo em que o uso da informática é imprescindível em todos os 
seguimentos da sociedade, a contabilidade se tornou uma área de trabalho que não vive mais 
sem a ajuda dos computadores. 
Os Sistemas Integrados de Gestão (SIG), ou seja, um software aplicativo possibilita 
que a empresa compartilhe dados, uniformizem processos, produzam e utilizem informações 
em tempo real. São módulos integrados com toda a empresa, como departamento fiscal, 
financeiro, trabalhista, vendas, compras, etc., que estão interligados com a contabilidade e que 
tem a função de atender às necessidades de informações para apoio à tomada de decisão. 
Em referência aos informativos que devem ser elaborados periodicamente, tais como o 
SINTEGRA, o CAGED, a SEFIP, a DIRF, a DACON, a DCTF e demais obrigações, também 
é possível importá-los nos softwares adequados, fornecidos pelos órgãos competentes e 
posteriormente enviá-los via internet. 
O governo brasileiro, através da Receita Federal, implantou mais um avanço na 
informatização no ano de 2007, o Sistema Público de Escrituração Fiscal Digital (SPED), 
dividido em três partes o SPED Contábil, SPED Fiscal e a Nota Fiscal Eletrônica, que consta 
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na modernização do sistema atual do cumprimento das obrigações acessórias transmitidas 
pelas empresas, dessa forma os livros contábeis, tais como, livro diário, razão, balancetes, 
balanços entre outros serão substituídos por arquivos digitais on-line. 
Além de todas essas atividades, a tecnologia vem aumentando o horizonte da 
utilização da contabilidade, pois permite uma ampliação significativa na qualidade, na 
quantidade e na forma de comunicação, sendo possível obter rápidas informações sobre todos 
os setores, atividades, funcionários e tudo o que esteja relacionado com a administração da 
empresa. 
Porém, não bastaria apenas obter tantas informações de maneira tão rápida e eficaz 
sem repassá-las aos usuários interessados, dessa forma, os recursos de comunicação, como 
fax, internet, entre outros, são extremamente úteis e utilizados pela contabilidade e seus 
profissionais. Nos dias atuais, por exemplo, os investidores do outro lado do mundo, acessam 
informações sobre a empresa que desejam investir através de segundos, pela internet, por 
vídeo conferências, entre outros recursos. 
Com toda essa nova tecnologia, pode parecer que o profissional contábil, não é mais 
tão importante dentro da organização, porém não é bem assim, nenhum equipamento ou 
sistema é capaz de substituir o ser humano e seu conhecimento. A informática, apenas 
processa dados em função das necessidades definidas no sistema contábil, mas para que todos 
os sistemas funcionem corretamente é indispensável à presença do profissional dentro da 
empresa, pois só ele possui o conhecimento e as técnicas contábeis, tendo toda a 
responsabilidade para que as operações sejam processadas de forma correta, em tempo hábil e 
em conformidade com as normas e princípios contábeis. O contador se tornou um gerenciador 
de informações. 
Em razão desta evolução tecnológica, o contabilista deverá dedicar-se mais a analise 
da contabilidade e executar um trabalho mais seguro e preciso em um intervalo de tempo 
menor, sendo assim, o resultado desta evolução será a maior valorização do profissional 
contábil. 
 
Considerações Finais 
 Diante de todas as afirmações expostas, há de se ressaltar a importância da 
contabilidade como ciência humana, e da necessidade de sua evolução perante uma sociedade 
moderna e competitiva, onde a cada nova geração de contadores, novos desafios surgem e o 
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comprometimento do profissional da área contábil na gestão dos negócios, torna-se cada vez 
mais necessário. 
 O tempo passa, a sociedade evolui, o Homem luta contra os desafios da nova 
sociedade, e os contadores registram a História e colaboram no direcionamento da economia e 
finanças do mundo. 
 
 
 
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